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segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Setembro Amarelo chama atenção para a necessidade de nos prepararmos para lidar com as adversidades

 Brasil é o 8º país com mais suicídios no mundo


Dia 10 setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e, no Brasil, o mês inteiro será dedicado à conscientização sobre o tema – é o Setembro Amarelo, que desde 2014 fala abertamente sobre suicídio, com o intuito de incentivar a comunicação e proporcionar um polo de discussão sobre o assunto.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o Brasil é o 8º país com mais suicídios no mundo, e esta é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. De acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) a cada 45 minutos um brasileiro comete suicídio e a cada 40 segundos uma pessoa morre da mesma causa no mundo.

O tema é complexo e não pode ser tratado de forma superficial, por isso a conscientização de que se trata de um problema real é um caminho importante para a redução de números tão alarmantes.

Gaya Machado, Doutoranda em Psicologia e especialista em Desenvolvimento do Potencial Humano, chama atenção para o fato de que, para além da conscientização, também é preciso se pensar em prevenção e, segundo a especialista, ela passa, necessariamente, pela necessidade de nos prepararmos para lidar com adversidades que inevitavelmente todos nós encontraremos ao longo da vida.

“Vivemos em uma sociedade que cada vez menos abre espaço para possibilidade de errar, de falhar e aprender com nossas quedas. Estamos expostos 24 horas por dia às redes sociais que exibem vidas aparentemente perfeitas e muitos criam um ideal impossível de ser atingido na realidade. Os mais jovens são especialmente vulneráveis a este ideal de perfeição e quando se deparam com situações de frustração, tristeza ou isolamento, muitas vezes não encontram recursos internos ou suporte externo para elaborar suas emoções e enfrentar as dificuldades”, explica.

Para Gaya Machado, o setembro amarelo é uma oportunidade importante de falarmos sobre temas que são fundamentais para que possamos estar preparados para lidar, da melhor maneira possível, com os grandes desafios da vida. Entre estes assuntos essenciais, ela destaca três pontos:

Aceitar nossa vulnerabilidade: Muitas vezes nos isolamos por medo de fracassar ou por causa da sensação de não sermos bons o bastante, mas para vivermos em um mundo tão incerto, precisamos abrir mão da necessidade de termos certezas o tempo todo. Apenas quando entendemos, na prática, que a perfeição não é atingível, porque não existe ninguém perfeito, e aceitamos que, apesar disso, ainda somos merecedores de afeto e de sermos felizes, poderemos enfrentar as adversidades com menos julgamento. De acordo com a Dra. Kristin Neff, professora e pesquisadora da Universidade do Texas, que dirige o laboratório de pesquisa do amor-próprio, que estuda como desenvolvemos e praticamos este sentimento, o amor-próprio tem três elementos: generosidade consigo mesmo, humildade e consciência.

Encontrar um propósito: Existe uma força terapêutica em encontrar um sentido pelo qual viver. É comprovado que os jovens sofrem um vazio existencial ainda maior que os mais velhos, devido a ausência de objetivos para a vida. Ter um propósito envolve ter um motivo claro pelo qual levantar todas as manhãs e segundo a Logoterapia, campo da psicologia dedicado a auxiliar as pessoas a encontrarem um sentido, ele pode ser encontrado por três caminhos: pelo que fazemos ou criamos; da experiência de viver ou amar alguém e em situações desesperadoras, que nos deixam desamparados e nos convidam a escolher como lidaremos com a situação, a despeito de nossas condições. Segundo Viktor Frankl, fundador desta corrente, “tudo pode ser arrancado de uma pessoa exceto uma coisa, a última das liberdades humanas: a escolha de como irá enfrentar as circunstâncias, a escolha do seu próprio caminho”.

Fortalecer as relações mais próximas: Não é difícil confundirmos as dezenas, centenas e até milhares de conexões nas redes sociais com amizades. Quanto mais nos conectamos online, menos tempo de qualidade passamos off-line, e deixamos de fortalecer os laços com nossa rede mais próxima. No entanto, nos momentos de tristeza, angústia, incerteza, medo e dor, são as relações próximas, em grande medida, que nos oferecem suporte para enfrentarmos as turbulências.

Segundo o Estudo do Desenvolvimento Adulto, de Harvard, o estudo mais prolongado da vida adulta que acompanhou 724 homens, desde 1938, por toda a vida, comprovou que as boas relações são fundamentais para uma vida feliz e que a experiência da solidão pode ser tóxica. Pessoas que são mais isoladas dos outros do que gostariam são menos felizes, tem saúde e funcionamento cerebral piores e vivem menos tempo do que as pessoas que não se sentem sozinhas.

A conversa atenciosa e os relacionamentos positivos estão na base do projeto R U OK?, que surgiu em 2009 na Austrália, criado por Gavin Larkin. Por trás da frase “Você está bem?”, está uma preocupação genuína em saber como a pessoa está, não o que ela aparenta à sociedade ou  o que diz. O objetivo é que ninguém se sinta sozinho ou isolado, mas com uma rede de apoio para ajudar nos momentos mais difíceis.




Gaya Machado -  Doutoranda em Psicologia pela Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales – UCES, Argentina; MBA Executivo em Desenvolvimento do Potencial Humano; Coach e Psicoterapeuta Sistêmica. Palestrante em eventos nacionais e internacionais, professora universitária e de Pós-Graduação e coautora de cinco livros, tem mais de 50 mil seguidores nas redes sociais.



Agenda
16 de Setembro no Festival de Empreendedorismo na FIESP com o Workshop: Como usar o Estresse ao seu favor?  

7 de setembro: Dia Mundial da Fibrose Pulmonar Idiopática


 Sinais de envelhecimento podem ser alerta para diagnóstico tardio de doença pulmonar grave

A Fibrose Pulmonar Idiopática provoca o enrijecimento dos pulmões e pode demorar 2 anos para ser diagnosticada


Para doenças progressivas, o tempo é um fator decisivo para impedir o avanço dos sintomas e controlar os fatores que limitam a rotina dos pacientes. Recordada todos os anos no dia 7 de setembro, data dedicada à conscientização da doença, a fibrose pulmonar idiopática (FPI) atinge principalmente idosos e possui uma taxa de sobrevida pior do que muitos tipos de câncer, como o de próstata e de mamai. A doença é definida pela formação de cicatrizes (fibrose) nos pulmões, que ficam rígidos e com dificuldade para expandir e realizar o processo de respiração.

A preocupação com as condições que atingem idosos, como as doenças crônicas, é maior com o processo de envelhecimento populacional: de acordo com o IBGE, serão 66,5 milhões de idosos no país em 2050ii. Por isso é fundamental que toda família esteja atenta aos cuidados com a saúde. Falta de ar, tosse seca crônica, cansaço constante e dificuldade para realizar atividades cotidianas são sinais frequentemente negligenciados na terceira idade, porque eles costumam ser atribuídos aos efeitos naturais do envelhecimento. Como a FPI atinge sobretudo pessoas com idade superior aos 50 anosiii, é importante que os idosos e seus familiares estejam atentos aos sinais.

Os dados da doença reforçam o problema. O tempo médio para esse diagnóstico é de 1 a 2 anos após o início dos sintomasiv. O pneumologista da Santa Casa de Porto Alegre (RS), Dr. Adalberto Rubin, indica que "é comum receber pacientes no consultório que têm FPI, mas foram tratados ao longo de anos como se tivessem outra doença pulmonar. A imprecisão do diagnóstico resulta nesse tratamento inadequado para a fibrose pulmonar idiopática. A demora faz com que o paciente tenha a função pulmonar reduzida e a condição evolui de forma mais rápida".

Mundialmente, estima-se que existem cerca de 14 a 43 pessoas com FPI a cada 100 mil no mundoii. No Brasil, os dados também não são definitivos, mas a prevalência varia entre 13 e 18 mil pessoasiv. O especialista pontua que, como a doença é subdiagnosticada, o número pode ser ainda maior.

A doença ainda não tem causa conhecida, mas estudos já apontaram alguns elementos que podem levar ao desenvolvimento da FPI. Tabagismo, exposição a diversos poluentes, refluxo gastroesofágico, infecção viral crônica e até fatores genéticosv são alguns exemplos. Além da atenção aos fatores de risco para a doença, é importante procurar ajuda médica assim que perceber que os sintomas persistem. "Com o diagnóstico correto, o paciente fará o tratamento contínuo com medicamentos antifibróticos, classe de drogas que chegou ao Brasil em 2016. O uso da medicação pode reduzir o número de crises de piora súbita da FPI. O pioneiro no país foi o nintedanibe, tratamento que reduz a progressão da doença pela metade e aumenta significativamente a sobrevida do paciente, que sofre menos crises de piora súbita da doença, conhecidas como exacerbações", ressalta o Dr. Rubin.








Boehringer Ingelheim


Referências:
i Baddini-Martinez, José, and Carlos Alberto Pereira. "Quantos pacientes com fibrose pulmonar idiopática existem no Brasil?" Jornal Brasileiro de Pneumologia 41.6 (2015): 560-561.
ii IBGE. Brasil: Uma visão geográfica e ambiental no início do século XXI. [Internet]. 2016. [acesso em 17 nov 2016]. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97884.pdf
iii Raghu G, Weycker D, Edelsberg J, Bradford WZ, Oster G. Incidence and prevalence of idiopathicpulmonaryfibrosis. Am J Respir Crit Care Med 174 (7), 810 - 816 (2006)
iv Collard HR, Tino G, et al. Respir Med 2007;101:1350–4.
v Raghu G, et al, ATS/ERS/JRS/ALAT Committee on Idiopathic Pulmonary Fibrosis
AnofficialATS/ERS/JRS/ALATstatement: idiopathic pulmonary fibrosis: evidence-based guidelines for diagnosis and management. Am J Respir Crit Care Med 183 (6), 788 - 824 (2011)


Campanha contra pólio e sarampo é prorrogada até dia 14 de setembro


Dados preliminares indicam que a média nacional de vacinação está em 88%. Sete estados atingiram a meta do Ministério da Saúde de vacinar, pelo menos, 95% do público-alvo


Estados e municípios que ainda estão abaixo da meta de vacinar, pelo menos, 95% das crianças de um a menores de cinco anos contra pólio e sarampo, terão mais 15 dias para ofertar as duas vacinas na rede pública de saúde. O Ministério da Saúde prorrogou até dia 14 de setembro a Campanha Nacional de Vacinação. Até o momento, mais de 1,3 milhão de crianças não recebeu o reforço dessas vacinas. A recomendação é que estados e municípios façam busca ativa para garantir que o público-alvo da campanha seja vacinado. Até esta segunda-feira (3/9), 88% das crianças receberam as vacinas contra a pólio e o sarampo em todo o país.

Segundo informado no sistema, Amapá, Santa Catarina, Pernambuco, Rondônia, Espírito Santo, Sergipe e Maranhão atingiram a meta de vacinação do Ministério da Saúde. Mas, doze estados ainda estão abaixo da média nacional de 88% das crianças vacinadas contra as duas doenças. O Rio de Janeiro continua com o menor índice de vacinação, seguido por Roraima, Pará, Piauí, Distrito Federal, Acre, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo, Alagoas, Rio Grande do Norte e Amazonas. Em todo o país, foram aplicadas mais de 19,7 milhões de doses das vacinas (cerca de 9,8 milhões de cada). A Campanha deste ano é indiscriminada, por isso, todas as crianças nessa faixa etária devem se vacinar, independente da situação vacinal. 

“Estamos dando mais uma oportunidade para que essas crianças sejam vacinadas contra a pólio e o sarampo. Vinte estados ainda não atingiram a meta da campanha. É preciso que os gestores de saúde, bem como pais e responsáveis, se conscientizem da importância da vacinação contra essas doenças. Para estarmos protegidos contra a pólio e sarampo é preciso atingir a meta de 95% nacionalmente”, convoca o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.
Os dados de algumas capitais mostram que o esforço dos vacinadores e da população nessa reta final tem apresentado bons resultados. No fim de semana passado, os estados de São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Maranhão, Espírito Santo e Amapá promoveram mais um dia de mobilização para vacinação. As capitais Recife (PE), Macapá (AP), Porto Velho (RO) e Vitória (ES) superaram a meta da campanha. Já Manaus, que iniciou a vacinação antes devido o surto de sarampo na região, já atingiu a meta de vacinação para a doença (103%).


CAMPANHA

Para a poliomielite, as crianças que ainda não tomaram nenhuma dose da vacina na vida serão vacinadas com a Vacina Inativada Poliomielite (VIP). As crianças que já tiverem tomado uma ou mais doses receberão a gotinha (Vacina Oral Poliomielite - VOP). Em relação ao sarampo, todas as crianças devem receber uma dose da vacina tríplice viral, independente da situação vacinal. A exceção é para as que tenham sido vacinadas nos últimos trinta dias, que não necessitam de uma nova dose.

O Ministério da Saúde oferta todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao todo, são 19 para combater mais de 20 doenças, em todas as faixas etárias. Por ano, são cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos distribuídos em todo o país.


CASOS DE SARAMPO 

Até o dia 28 de agosto, foram confirmados 1.553 casos e 6.975 permanecem em investigação. Atualmente, o país enfrenta dois surtos de sarampo: no Amazonas que já computa 1.211 casos e 6.905 em investigação, e em Roraima, com o registro de 300 casos da doença, sendo que 70 continuam em investigação. Entre os confirmados em Roraima, 9 casos foram atendidos no Brasil e estão recebendo tratamento, mas residem na Venezuela.

Os surtos estão relacionados à importação, já que o genótipo do vírus (D8) que está circulando no país é o mesmo que circula na Venezuela, país que enfrenta um surto da doença desde 2017.  Alguns casos isolados e relacionados à importação foram identificados nos estados de São Paulo (2), Rio de Janeiro (18); Rio Grande do Sul (16); Rondônia (2), Pernambuco (2) e Pará (2). O Ministério da Saúde permanece acompanhando a situação e prestando o apoio necessário aos Estados.

Até o momento, no Brasil, foram confirmados 7 óbitos por sarampo, sendo 4 óbitos no estado de Roraima (3 em estrangeiros e 1 em brasileiro) e 3 óbitos no estado do Amazonas (todos brasileiros, sendo 2 do município de Manaus e 1 do município de Autazes).


SARAMPO NO MUNDO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos de sarampo chegaram a um número recorde na Europa. Os dados, divulgados pela organização nesta segunda-feira (20/08), apontam que mais de 41 mil crianças e adultos na Região Europeia foram infectados com sarampo nos primeiros seis meses de 2018. O número total de casos para esse período excede os 12 meses reportados em todos os outros anos desta década.
Desde 2010, o ano de 2017 foi o que teve o maior número de casos: 23.927. Em 2016, registrou-se a menor quantidade: 5.273. Além disso, pelo menos 37 pessoas morreram devido à doença neste ano. Sete países da região tiveram mais de uns mil casos neste ano (França, Geórgia, Grécia, Itália, Rússia, Sérvia e Ucrânia). A Ucrânia foi a mais atingida com mais de 23 mil pessoas afetas, o que representa mais da metade da população do país.






Imagem: Erasmo Salomão

Amanda Mendes
Agência Saúde

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