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quarta-feira, 28 de junho de 2017

DE SURPRESA EM SURPRESA, VAMOS LADEIRA ABAIXO



Embora muito se fale da importância do bom desempenho econômico para garantir a estabilidade política, na verdade, são as escolhas políticas que definem o curso das condições da economia.  Dirigimos um carro com os olhos fixos para adiante. Olhamos de relance no retrovisor para ver se algo impede nossa projeção à frente.

A política é estabelecida pelo conjunto das escolhas. São exatamente essas escolhas que sinalizam o que se pode esperar mais para frente. A crise que vivemos, gestada no âmbito interno, é essencialmente de natureza política. Isso não quer dizer que não existam sérias restrições econômicas. A situação fiscal e a baixa produtividade são apenas alguns bons exemplos dessas condições restritivas encontradas na economia nacional. Porém, tem sido nossas escolhas que obstam as possibilidades de superação das muitas e variadas restrições do cenário econômico brasileiro.

Vivemos dias de incerteza, mais apropriadamente meses de grande imprevisibilidade sobre o futuro imediato. Depois de vencida uma difícil e dolorosa etapa, representada pelo impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff, somos todos impactados por novos e tenebrosos fatos. Nunca na história do país, um presidente da República esteve na iminência de ser processado durante o exercício do mandato.

Isto é, sem dúvida, um fato dramático. Vínhamos nos recuperando lentamente. Muito vagorosamente, é verdade. As vendas ao consumidor final começavam a dar sinais de frágil recuperação. Sim, depois das vendas mergulharem velozmente a partir de outubro de 2014, a partir de janeiro deste ano começou-se a notar uma tímida e instável retomada. Essa situação permitia, com algum otimismo, que se previsse um crescimento de 1% a 2% no Produto Interno Bruto brasileiro.

Agora, encontramos outro ambiente. O cenário positivo associado à ideia de um presidente que, embora sem apoio popular, pudesse conduzir reformas transformadoras se esvaneceram totalmente. Neste momento, não há cenário positivo. Se o presidente sai, envolvido até o último fio de cabelo em corrupção, o que virá depois? Se permanecer, o que sobrará? Incerteza. A incerteza política impede que se enxergue o trajeto da estrada. Sem possibilidades de ver, não se pode ir adiante. A economia para, ou pior, regride.

Assim, infelizmente, a melhor previsão que se pode fazer hoje, sendo otimista, é de um leve recuo. Ocorre que as surpresas têm sido abundantes e, lamentavelmente, sempre na direção de ampliar a volatilidade do ambiente político. 




Claudio Felisoni de Angelo - presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR)




Férias pode ser um bom momento para envolver crianças e jovens com atividades de casa que vão prepara-los para a vida profissional




Especialista em neurociência aponta ensinamentos simples que valem muito no mercado de trabalho


Férias é sinônimo de descanso e diversão para crianças e jovens. E pode ser um período de aprendizado dentro de casa através da rotina dos próprios pais, com ensinamentos que vão prepara-los para a vida profissional no futuro. De acordo com Luciano Salamacha, especialista em neurociência aplicada à gestão de negócios e RH, a educação recebida em casa é capaz de qualificar e habilitar os pequenos para lidarem com o dia a dia no trabalho. 

Para ilustrar, Salamacha faz uma analogia da educação com os cômodos de uma casa, apontando aos pais os possíveis ensinamentos que se obtém em cada cantinho de um lar de maneira leve e descompromissada, mas que serão levados para o futuro profissional. “Não é nada maçante. É algo que pode ser feito naturalmente e que vai produzir na criança de hoje um bom padrão de conduta para o amanhã. E quem não quer ter filhos vencedores e felizes?”, comenta o professor.

Na cozinha, por exemplo, o processo de preparo de alimentos, a sequência necessária para se elaborar um prato, a higiene e a qualidade aprovada da comida preparada, bem como a satisfação ou não do resultado final constroem, de maneira natural, a importância de se seguir processos, atenção à qualidade do que se entrega, a necessidade de respeitar o feedback. Além disso, é possível obter a noção de que todos têm a mesma relevância em uma equipe, independe do tamanho ou percentual de participação que um indivíduo tem. “Imagine a seguinte situação: ao confeccionar um bolo, a farinha e o açúcar têm forte participação em relação ao fermento, porém como fica o bolo sem fermento? Os jovens podem perceber esse impacto facilmente com a mão na massa”, exemplifica o especialista. 

Outro lugar em casa que agrega com experiências é a dispensa. O orçamento da família é fortemente afetado pelas compras que realiza, pelos produtos que consome e, principalmente, pelos que não consome. O simples gesto de mostrar aos filhos os alimentos que sobram na prateleira, fazê-los contar, por exemplo, quantos pacotes de macarrão têm e quantos são consumidos, os ensinarão a realizar melhores compras quando forem ao supermercado. São elementos valorizados pelas empresas: a importância de se controlar estoques de maneira racional, evitar desperdícios, gerenciar orçamento e perceber que as compras devem seguir processos racionais e não serem realizadas por impulso.

Na sala, qual família nunca passou pela situação de cada um quer assistir um programa diferente? Ou de as pessoas disputarem o melhor lugar no sofá? Então, surge a necessidade de harmonizar os diversos interesses envolvidos. Dois fortes e valorizados elementos de capacitação exigidos pelas empresas são a capacidade de negociar e de ceder em prol do espírito de equipe, desenvolvidos naturalmente quando os pais aplicam atividades ligadas à solução deste tipo de problemas. O reverso também é verdadeiro: contornar essas situações em vez de gerencia-los pode passar uma noção errada sobre como encarar e resolver problemas de relacionamento.

Já no quarto, a tônica é organização. Quantas vezes uma mãe não tem que chamar a atenção dos filhos sobre a bagunça onde vivem? As empresas precisam de pessoas que respeitam a rotina, que entendam a importância de arrumar, organizar e manter em ordem um ambiente, ainda que seja onde apenas a pessoa utiliza. Essas imposições corriqueiras refletem o cuidado com os recursos da organização. O mesmo se aplica ao fato de as crianças cumprirem horários como: acordar, se preparar para ir à escola etc. 

Sobre o banheiro, quais são os pais que nunca bateram na porta pedindo para que a criança acabasse o banho? Ou então tiveram que apartar irmãos que brigavam porque um deixou o banheiro totalmente bagunçado para o outro? A capacidade de relacionamento interpessoal está diretamente ligada ao respeito à individualidade e às diferenças. Por exemplo, se o banheiro é coletivo para a família, deixar o ambiente propício para o outro é respeito, é saber conviver em equipe, importar-se com o outro, é saber dividir e compartilhar.





Luciano Salamacha - Doutor em Administração, Mestre em Engenharia de Produção, com MBA em Gestão Empresarial e Pós-Graduação em Gestão Industrial. Além de palestrante, atua como consultor de empresas, preside e integra o Conselho de Administração de companhias nacionais e multinacionais. É professor em programas de Pós-Graduação e Mestrado em instituições de ensino no Brasil, Argentina e EUA. Docente no Instituto Olímpico Brasileiro e na FGV Management, onde foi por sete anos considerado o melhor professor de Estratégia de Empresas nos MBAs, e um dos poucos professores que foram laureados para o Quadro de Honra de Docentes.





Trend Micro: ataque massivo PETYA pode ter sido originado por falha em software ucraniano



Surto virtual parece ter origem em falha de atualização da infraestrutura do software de contabilidade MEDoc


Depois do novo surto ocorrido ontem que utiliza uma variante do ransomware denominada PETYA, a Trend Micro - empresa especializada na defesa de ameaças digitais e segurança na era da nuvem – afirma que esse novo ataque vai além e não é uma simples variante que apenas utiliza as técnicas de propagação já estabelecidas pelo WannaCry. 

O ataque parece ter sido inicialmente planejado como um ataque direcionado, com origem em uma falha de atualização da infraestrutura do software de contabilidade ucraniano conhecido como MEDoc (aparentemente assumido pelo website, mas categoricamente negado pela MEDoc no Facebook). 

Este ataque de island-hopping, que começa com um fornecedor pequeno de software, cujo produto é obrigatório para as empresas que pagam impostos na Ucrânia, pode ter sido alvo especificamente nesse país. No entanto, como em qualquer ataque direcionado comum, houve danos colaterais.

O fato de que o malware estava configurado para aguardar cinco dias antes de ser acionado no dia 27 de junho, um dia antes de um feriado público ucraniano, também tem um peso circunstancial de que o ataque foi direcionado principalmente às vítimas na Ucrânia.

Interferências?

Algumas importantes vítimas globais, tais como WPP, Maersk e Saint-Gobain, por exemplo, possuem escritórios e operações na Ucrânia e provavelmente são usuários do MEDoc. Além disso, a Rosneft, empresa petrolífera estatal russa, embora não seja necessariamente usuária do software, ainda assim conta com presença na Ucrânia e, portanto, pode estar exposta ao MEDoc através de sua rede.

Parece que este ataque cibernético está seguindo a lei de consequências não intencionais, com crescente número de vítimas incluindo alvos originários de locais fora da Ucrânia.

Dinheiro?

Os criadores deste malware em particular são claramente qualificados e experientes, tendo em vista que usaram o código do Petya, reutilizaram exploits usadas pelo WannaCry, adicionaram capturas de hash de senhas e mais duas outras técnicas de propagação de rede, com o ofuscamento de código e certificados falsos da Microsoft. 

Seria uma dedução óbvia dizer que o ataque da variante do ransomware PETYA foi motivado por dinheiro, mas algo vai na contramão dessa dedução: o mecanismo de pagamento do resgate.

O pagamento depende de uma única carteira de Bitcoin com código imutável (hard-code). Em seguida, o ID da carteira de bitcoin da vítima e a "chave de instalação pessoal" (69 caracteres que não podem ser copiados/colados) são enviados a um e-mail rapidamente desligado pela empresa de hospedagem Posteo, com sede em Berlim.

Quem está vulnerável?

Até agora, todos os mecanismos de propagação altamente eficazes estão completamente sintonizados para propagação interna baseada em rede a um ritmo acelerado. Aparentemente não parece ter sido uma campanha construída com grande foco para entregar esta payload além da base de usuários do software MEDoc. 

Segundo a Trend Micro, companhias que têm presença na Ucrânia ou tem parceiros imediatos com operações no país, devem considerar diretamente esse ataque em risco. Fora deste grupo imediato, o risco diminui significativamente, no entanto, não existe uma garantia definitiva de que os usuários estão a salvo e basta um único dispositivo na rede ser infectado para que esse surto devastador seja ativado. 

Para detalhes técnicos sobre este surto e conselhos sobre a melhor forma de mitigar, acesse as constantes atualizações da Trend Micro sobre o Ataque de Ransomware Petya (2017) e nossas Perguntas Frequentes. Para acessar uma análise técnica do malware em questão, dê uma olhada Trend Labs Security Blog.

Para conselhos gerais sobre o ransomware e acesso a ferramentas de descriptografia gratuitas, acesse nomoreransom.org.






Trend Micro Incorporated
 www.trendmicro.com



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