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quarta-feira, 28 de junho de 2017

Cirurgia de catarata: laser de femtossegundo supera técnica convencional



De acordo com o Ministério da Saúde, são realizadas quase 600 mil cirurgias de catarata por ano no Brasil. Segundo Renato Neves, cirurgião-oftalmologista e presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, a proporção de cirurgias a laser e de facoemulsificação ainda é de 1:5. Mesmo assim, o especialista afirma que o laser de femtossegundo aumenta a precisão e a segurança do procedimento – o que também implica em ganhos para o paciente.

No Brasil, pelo menos metade da população de idosos sofre de catarata e cerca de 1,5 milhão perdeu completamente a visão por causa dessa doença em que a lente do cristalino vai ficando esbranquiçada até a pessoa não enxergar mais nada. A cirurgia para remoção da catarata, seguida do implante de lentes intraoculares (LIOs), não só possibilita ao paciente voltar a enxergar, como ainda rejuvenesce a visão e aumenta a segurança na locomoção.

A técnica mais utilizada ainda é a facoemulsificação, que remove a catarata através de uma cirurgia com pequena incisão. O paciente recebe anestesia tópica, à base de colírios, e depois disso é feita uma incisão em degrau de cerca de dois milímetros na esclera (parte branca do olho) ou na córnea clara (no limite entre a córnea e a esclera). Com o ultrassom, a catarata é fracionada em partículas microscópicas e, posteriormente, aspirada. Na sequência, é implantada uma lente intraocular (LIO).  Neves explica que a incisão em degrau faz com que o olho permaneça completamente selado pela pressão natural externa.

Mas a grande conquista nesse campo é o uso do laser de femtossegundo, que garante mais precisão em cada uma das principais etapas envolvidas na cirurgia. De acordo com o cirurgião, os excelentes resultados obtidos desde o início em que se começou a usar o laser de femtossegundo nas cirurgias de catarata compensam de longe os altos investimentos no equipamento. “Enquanto na cirurgia tradicional a incisão na córnea é feita manualmente, neste novo procedimento as estruturas do olho são analisadas por um tomógrafo de coerência óptica tridimensional e as incisões e a fragmentação da catarata são realizadas com uso do laser, garantindo uma recuperação mais rápida para os pacientes”.

Neves afirma que a utilização do laser de femtossegundo simplifica a retirada da catarata e permite um perfeito posicionamento da lente intraocular. “Não se trata de algo novo, mas ainda são poucos serviços de saúde ocular que fazem uso desse tipo de laser, já que exige grandes investimentos. A Oftalmologia, inclusive, foi a primeira especialidade da Medicina a empregar o laser com fins terapêuticos. Em constante evolução, podemos aguardar mais novidades em breve em termos de aplicações diagnósticas e tratamentos cada vez mais precisos e eficazes”.










Dra Carla Iaconelli desmistifica o tema Infertilidade com questionário didático




Quando procurar o médico para saber sobre infertilidade? Como diagnosticar esse problema? Existe prevenção dessa doença? De quem é a culpa, da mulher ou do homem? Quais os exames direcionados para quem tem problema de engravidar? Essas e outras dúvidas rotineiras são respondidas com uma linguagem bem didática pela ginecologista e obstetra Dra. Carla Iaconelli. A especialista em medicina reprodutiva acaba de preparar um guia prático com perguntais e respostas para o casal realizar o sonho de ter um bebê. Confira:


Quais são os exames para diagnosticar a Infertilidade?

Dra. Carla Iaconelli: Após a consulta com anamnese e análise física, o especialista poderá solicitar exames para identificar a causa da infertilidade e iniciar um tratamento. Os principais exames são:

Para o casal: Tipo Sanguíneo e fator Rh
Cariótipo: avalia os cromossomos, o risco de aborto e malformações para o feto;
Sorologias: HIV, HTLV, sífilis, hepatite B e C, Zika vírus e IgM.

Para mulheres: FSH/LH e estradiol: do 2º ao 5º dia do ciclo – avalia a reserva ovariana e auxilia no diagnóstico de SOP e falência ovariana;
Hormônio anti-mulleriano: auxilia no diagnóstico de baixa reserva ovariana;
TSH, T4 livre;
Prolactina;
Ultrassom pélvico transvaginal com contagem de folículos antrais;
Histerossalpingografia.
Existem outros exames específicos, como a histeroscopia diagnóstica, ressonância magnética de pelve, ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal, entre outros, que serão solicitados ao longo da investigação, se o especialista julgar necessário.

Para homens: Espermograma.
Existem outros exames específicos, como o ultrassom de bolsa testicular com doppler, fragmentação do DNA espermático e microdeleção do cromossomo Y que analisam a fertilidade. Caso seja necessário para o casal em questão, o urologista especialista em reprodução humana solicitará.


Quando considerar a Infertilidade?

Dra. Carla Iaconelli: A infertilidade caracteriza-se pela ausência de gravidez após um ano de vida sexual ativa, sem o uso de métodos contraceptivos. Dessa forma, se após um ano de tentativas o casal não alcançar sucesso na gravidez, deve avaliar as causas da infertilidade junto aos especialistas, analisando as chances do casal e se necessário considerar tratamentos.

Para os casais em que a mulher tem 35 anos ou mais, o prazo reduz para seis meses de tentativas. Alguns estudos apontam que casais com infertilidade sem causas aparentes, em que a mulher tem idade superior a 30 anos, a probabilidade de gestação cai para 9% para cada ano, além de cair 2% a cada mês adicional, quando a infertilidade do casal persiste após três anos e meio. Supõe-se que 1 a cada 7 casais em idade reprodutiva apresentará dificuldade para engravidar.


Quais são as principais causas da Infertilidade:

Dra. Carla Iaconelli: os principais indicativos de infertilidade feminina são:
·  Idade: a partir dos 35 anos, as chances de uma mulher engravidar caem de forma expressiva e, continuam diminuindo até os 45 anos, quando a taxa mensal se aproxima do 0%;

·  Endometriose: o útero é coberto internamente por um tecido chamado endométrio, que cresce a cada mês e é eliminado durante a menstruação. O que caracteriza a endometriose é a formação de cistos e nódulos deste tecido, fora do local correto;

·  Ovários policísticos: pequenos folículos (microcistos de até 10mm) que surgem nos ovários, associados a menstruação irregular e a alta produção de hormônios androgênicos (masculinos);

·  Causas tubárias: a obstrução tubária impede a captação e o transporte do óvulo, de forma que não há possibilidade de sua fertilização pelo espermatozoide;

·  Problemas na ovulação: ovulação irregular ou ausência de ovulação;
·  Doença Inflamatória Pélvica (DIP): infecção causada por bactérias e micro-organismos que atingem o útero, tubas e ovário;

·  Sinéquias uterinas: tecido cicatricial fibroso interno como resultado de cirurgia, lesão, inflamação, infecção ou tratamento com radiação.


Já os principais indicativos de infertilidade masculina, segundo Dra.Carla, são:

·  Idade: os espermatozoides começam a perder motilidade com o passar dos anos;

·  Problemas na produção de espermatozoides: quantidade de espermatozoides baixa e/ou com déficit funcional;

·  Bloqueio de transporte do sêmen: quando existem obstruções nos túbulos que conduzem o espermatozoide dos testículos para o líquido que será ejaculado;

·  Problemas hormonais: a baixa produção de hormônios pode afetar os níveis de testosterona nos testículos e causar a baixa produção de espermatozoides;

·  Problemas sexuais: estão ligados à disfunção erétil ou a ejaculação e podem dificultar a entrada do sêmen para o trato urinário feminino;

·  Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs): infecção pelo HPV, HIV, hepatite B, clamídia, gonorreia, entre outras. Algumas possuem fácil tratamento, já outras exigem tratamentos mais longos;

·  Criptorquidia: ocorre quando o menino nasce com os testículos dentro do abdome, fora da bolsa testicular;

·  Varicocele: é uma deficiência das válvulas nas veias do canal espermático, encarregadas pelo fluxo de sangue do órgão masculino.


Existe prevenção da Infertilidade?

Dra. Carla Iaconelli: As recomendações para prevenir a infertilidade são muito parecidas em ambos os sexos. No caso dos homens é necessário evitar a exposição a produtos químicos prejudiciais, evitar o tabagismo, álcool e infecções sexualmente transmissíveis. Eles também devem evitar o estresse térmico de roupas íntimas apertadas e esteroides anabolizantes, pois podem ser prejudiciais para a produção de esperma.

Já a mulher que deseja engravidar deve antes de tudo ter um estilo de vida saudável, sem abuso de álcool, sem tabagismo ou uso de drogas, uma alimentação balanceada, estar dentro do peso ideal, fazer exercícios físicos regularmente, ter um acompanhamento médico, tratar doenças preexistentes e fazer check-up ginecológico anual, além de ter sua saúde bucal em dia.


Quais são os tratamentos para Infertilidade?

Dra. Carla Iaconelli: os principais tratamentos de reprodução humana utilizados para a infertilidade são o coito programado ou relação sexual programada, indicado para mulheres que têm problemas na ovulação; inseminação intrauterina, para o homem que tem uma alteração de leve a moderada no sêmen; fertilização in vitro (FIV) que é indicada para diversos problemas, entre eles, as alterações tubárias, endometriose, baixa qualidade dos óvulos e alterações importantes do sêmen.

Para mulheres que sofrem com a Síndrome dos Ovários Policísticos, por exemplo, pode ser indicado o uso de medicamentos, dessa forma é realizada a indução da ovulação.

“O tratamento cirúrgico é indicado em casos de miomas, pólipos ou malformações uterinas, alterações tubárias corrigíveis e endometriose. O procedimento geralmente é minimamente invasivo utilizando as técnicas de laparoscopia e a histeroscopia. Já para os homens a indicação é feita em casos de varicocele, para realizar a reversão da vasectomia ou quando não há espermatozoides no sêmen ejaculado (azoospermia)”, finaliza a ginecologista e especialista em medicina reprodutiva.







Dra. Carla Iaconelli -  Formada em Medicina no ano de 2006 pela Faculdade de Medicina de Santo Amaro;  
- Especializada em Clínica Médica pelo Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE);
- Especializada em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia no Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo;
-  Pós-graduada em Reprodução Humana Assistida pela Associação Instituto Sapientiae
- Pós-graduada em Ginecologia Minimamente Invasiva pelo Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês;
- Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e Título de Capacitação em Reprodução Assistida pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA).
Em 2014 conquistou o título de Mestre em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.





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