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sábado, 15 de outubro de 2022

16 anos da Lei Maria da Penha: entenda o significado e a importância da lei


No mês de agosto, comemorou-se os 16 anos da Lei Maria da Penha, que foi um marco muito importante por adicionar a qualificadora de “violência doméstica” nos crimes de lesões corporais, previstos no Código Penal.

 

É importante entendermos que a Lei Maria da Penha não criou um crime de violência doméstica, mas ela impulsionou a inclusão no CP de um patamar de pena mais rígido nos casos de lesões corporais qualificadas por violência doméstica.

 

Além disso, foi propulsora dos juizados especializados de violência doméstica contra a mulher e proibiu, em casos de violência doméstica, a sanção pecuniária. Institui as medidas protetivas, e especificou as formas que podem se dar a violência contra mulher (física, psicológica, patrimonial, sexual e moral).

 

Por fim, a lei inovou no sentido de trazer medidas integradas de prevenção, como campanhas educativas.

 

Nos últimos anos, a temática da violência doméstica recebeu muito mais atenção do que em qualquer outro momento, bem como as questões relacionadas a esse objeto, tais como: a assistência à mulher em situação de violência doméstica; as medidas de prevenção e atendimento da mulher pelas autoridades policiais; a competência do julgamento de casos que envolvam essa matéria; e as medidas protetivas de urgência e a criminalização dessas condutas.

 

Neste cenário, a implementação da Lei Maria da Penha - fruto de um mandado de criminalização determinado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos - foi um marco importante no fortalecimento da proteção das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar.

 

Em abril deste ano, nós também tivemos uma decisão importante do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para a aplicação da Lei Maria da Penha para mulheres trans. Essa decisão foi muito simbólica porque a mulher trans é oprimida, não só pelo fato de ser mulher, mas pelo fato de ser trans também, logo, ela é duplamente oprimida e precisamos de uma maior proteção.

 

A realidade antes da Lei

 

Antes da Lei Maria da Penha começar a ser aplicada, um dos maiores problemas a serem enfrentados era o fato de se trabalhar com uma circunstância que não se traduzia em uma figura penal. Por conta disso, muitas vezes era necessário convencer a própria vítima de que os comportamentos violentos dos agressores deveriam ser punidos.

 

Com o passar do tempo, a violência doméstica contra a mulher passou a ser amparada pela Lei 9099/95 que regula crimes de menor potencial ofensivo, os quais são julgados pelos JECRIM - juizado especial criminal.

 

O aspecto positivo foi que a sociedade passou a ter um maior entendimento de que a violência doméstica contra mulher é crime. No entanto, por se tratar de crimes de menor potencial ofensivo, a punição era muito branda e quase sempre a pena do agressor era convertida em prestação de serviços à comunidade.

 

As mudanças na Lei

 

Uma mudança importante que temos que falar no espectro da violência doméstica é que até 2021 a violência psicológica contra a mulher estava apenas prevista no artigo 7 da Lei n. 11.340/2006 como uma forma de violência doméstica. Todavia, não era crime, o que dificultava a imposição de medidas protetivas previstas no dispositivo legal.

 

Ainda, até então, as mulheres que sofriam de abuso emocional e diminuição de autoestima causadas por agressores, motivados a afirmar superioridade de gênero, acreditavam que essas condutas não eram tão reprováveis e que muitas vezes faziam parte dos relacionamentos. Ocorre que, em 2021, o legislador criminalizou a violência psicológica contra mulher, com o artigo 147-B do Código Penal, atrelando a essa conduta à pena de 6 meses a 2 anos e multa. 

 

Pode-se perceber que, com menos de um ano de implementação deste tipo penal, as pessoas já falam sobre isso, as mulheres se percebem mais em relações abusivas e situações as quais não devemos tolerar. Logo, não foi uma mudança na lei Maria da Penha, mas a consolidação de uma nova lei com intuito de garantir a efetividade da lei Maria da Penha.

 

A realidade atual da violência doméstica no Brasil

 

É inegável que o direito, por meio da coerção, é um importante aliado no combate à violência doméstica e o seu poder não deve ser negligenciado. Todavia, quando o Direito Penal faz uso do poder coercitivo, temos um cenário de individualizações de responsabilização. Fato este que, muitas vezes, é urgente e necessário quando falamos de violência doméstica.

 

No entanto, o uso indiscriminado do poder coercitivo nos traz alguns alertas. O primeiro é a preocupação voltada à redução de demandas coletivas em individuais, com objetivo de criar uma política estatal para o combate da violência de gênero, voltada somente para o punitivismo.

 

A problemática que norteia essa premissa é que se consolida uma falsa visão de que a resolução do problema está na prisão de "x", "y" ou "z" e não nos questionamentos da socialização patriarcal. Já em segundo lugar, é importante lembrar que o próprio direito surge como uma ferramenta para a manutenção da lógica patriarcal.

 

Sendo assim, o uso do seu poder coercitivo acaba sendo incoerente e, no caso da violência doméstica, corroborando para os estereótipos de gênero. Portanto, estamos diante de uma situação paradoxal onde a coerção é um elemento importante e essencial para evitar, em matéria de urgência, que os números desastrosos de violência doméstica continuam a aumentar e, ao mesmo tempo, também é um elemento que ajuda a consolidar a lógica que está por trás desta barbárie.

 

 

Mayra Cardozo - advogada especialista em Direitos Humanos e Penal, também é mentora de Feminismo e Inclusão e líder de empoderamento.

 

Geração de resíduos no mundo vai aumentar 70% e chegar a 3,4 bilhões de toneladas até 2050

Economia circular é uma dos grandes desafios globais e dos municípios, que comemoram no dia 31 de outubro o Dia Mundial das Cidades

 

O mundo vai gerar 3,4 bilhões de toneladas de resíduos por ano até 2050, aumento de 70%, segundo estudo da organização sem fins lucrativos International Solid Waste Association (ISWA). Em 2016, foram produzidas cerca de 2 bilhões de toneladas. O destino e reaproveitamento desses resíduos, dentro da proposta de economia circular, é um dos grandes desafios globais e dos municípios, que comemoram no dia 31 de outubro o Dia Mundial das Cidades.  

A entidade Circle Economy propõe dobrar a circularidade da economia global até 2032, ampliando dos atuais 8,6% para 17% a reutilização dos resíduos no mundo, o que resultaria em redução de 39% das emissões de gases de efeito estufa. O coordenador do Movimento Circular, professor doutor Edson Grandisoli, aponta que o grande desafio mundial atual está ligado às mudanças do clima e as cidades têm papel fundamental no enfrentamento desse cenário, uma vez que emitem cerca de 75% dos gases de efeito estufa relacionados à energia.  

“Considerar essa questão como central deve levar população, empresas e governos a atuarem de forma conjunta sobre temas como planejamento urbano, mobilidade, gestão da água e resíduos, obtenção de energia e inclusão”, afirma Grandisoli. A maior parte da população mundial vive nas cidades. Ele estima que, no Brasil, mais de 90% da população seja urbana.  

As cidades consomem mais de 75% de todo recurso natural explorado no planeta.  “O metabolismo urbano está intimamente ligado a diferentes tipos de impactos ambientais, sociais e econômicos. Dentro desse cenário, planejar e criar cidades sustentáveis e resilientes é fundamental se desejamos garantir uma melhor qualidade de vida para todos”, afirma Grandisoli.  

A Economia Circular colabora com o presente e o futuro porque pretende reduzir a retirada de matéria-prima do ambiente e, no final da cadeia produtiva, reduzir também consumo e descarte, diminuindo a quantidade de resíduos gerados todos os dias. As propostas de desenvolvimento sustentável devem considerar diferentes aspectos.  

Desenvolver economia circular e sustentabilidade exige adotar pensamento sistêmico e integrado. “É preciso entender da melhor forma a cadeia de produção, consumo e descarte e como cada um dos diferentes atores sociais participa dessa cadeia. Pensar em circularidade é obrigatoriamente pensar em conexões. Um diagnóstico integrado e multisetorial pode revelar pontos importantes de ação”, comenta Grandisoli.

 

Programa Cidades Sustentáveis 

O Programa Cidades Sustentáveis, referência na temática, traz uma lista de mais de 260 indicadores, incluindo os relacionados à mobilidade, energia, meio ambiente, saúde, habitação, educação, entre outros. Segundo Grandisoli, o acesso à informação e a atuação interdisciplinar são fundamentais na construção de sociedades mais sustentáveis porque os desafios são conectados. “Não é possível, só para citar um exemplo, buscar melhoria da mobilidade sem se pensar em questões energéticas e saúde”, afirma. 

O Brasil tem 5.570 municípios de realidades muito distintas e não é possível pensar em um projeto comum de economia sustentável para todos eles. “Cada município tem uma história e parte de uma realidade distinta. Compreendê-la e pensar em diretrizes e ações depende da realização de um bom diagnóstico inicial. A partir dele, é preciso identificar os pontos de atuação por meio de ações coordenadas”, afirma o coordenador do Movimento Circular.  

Segundo o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC), o município mais sustentável no Brasil é São Caetano do Sul. O índice leva em conta o avanço das cidades brasileiras na implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Em São Caetano do Sul se destacam programas de energia limpa e acessível (ODS 9) e conservação da vida na água (ODS 14).

 

Público, privado e cidadão 

O professor explica que a criação de políticas públicas é fundamental para o avanço na economia circular, assim como investimentos, coparticipação e corresponsabilização, por meio de parceria com as indústrias, empresas e cidadãos. Além disso, se destacam três aspectos: a necessidade de infraestrutura, investimentos e mudança de mentalidade.  

Cidadãs e cidadãos contribuem na construção desse projeto cobrando transparência de informações das empresas e governos para fazer as melhores escolhas no dia a dia, avaliando constantemente suas prioridades e reais necessidades de consumo. “Refletir e recusar são dois dos mais importantes Rs para o consumidor”, aponta Grandisoli.  

De acordo com o professor, a circularidade é colaborativa e participativa. “Em muitos casos, o que é lixo para um, é insumo para outro”, defende. Para isso, é fundamental a criação de espaços de diálogo e colaboração. O coordenador do Movimento Circular aponta que criar cidades sustentáveis e resilientes é um processo que tem data para começar, mas não para acabar. 

“Diagnósticos podem apontar diferentes demandas, necessidades, carências e oportunidades. Alguns países da Europa, como a Alemanha, possuem altas taxas de reciclagem, cerca de 70%, mas ainda incineram parte de seus resíduos, o que colabora para as mudanças climáticas globais. Sempre há o que melhorar”, afirma.

 

Planares 

Na economia circular, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) também tem importante função. Ele apresenta estratégias de curto, médio e longo prazos para colocar em prática o que foi definido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), mas já está atrasado, segundo Grandisoli. “O Planares levou mais de 10 anos para ser disponibilizado. Temos um déficit sério com relação à gestão de resíduos na maior parte dos municípios brasileiros”, afirma.  

As diretrizes do Planares e da PNRS valorizam a circularidade na economia, em especial na ponta final da cadeia de consumo, com estímulo à reciclagem e logística reversa. “Apesar disso, ainda falta um longo caminho nessa direção. Financiamentos, novas políticas públicas e parcerias são fundamentais para avançarmos”, diz o professor. 

Mesmo com todas essas ferramentas, ainda não é possível prever quanto tempo as cidades brasileiras vão levar para adotar a economia circular de forma mais ampla. “É preciso começar e avançar, considerando-se as severas consequências das mudanças climáticas sobre as populações mais vulneráveis. Isso tem tudo a ver como construímos, vivemos e consumimos nos centros urbanos”, alega. 

 

Edson Grandisoli - Coordenador pedagógico do Movimento Circular, é Mestre em Ecologia, Doutor em Educação e Sustentabilidade pela Universidade de São Paulo (USP), pós-doutor pelo Programa Cidades Globais (IEA-USP) e especialista em Economia Circular pela ONU (UNSSC).

edsongrandisoli@gmail.com

 

 

Movimento Circular

https://movimentocircular.io/

 

Novo programa da PGFN autoriza uso de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL para quitação de saldo devedor

 

●        Transações na cobrança da dívida ativa da União suspensas por decisão judicial há mais de 10 anos, além das transações tributárias excepcionais, individuais, por adesão ou Perse poderão ser quitadas com um desembolso menor de recursos financeiros  

 

●       A regra vale para as transações firmadas até o dia 31 de outubro deste ano

 

A PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) publicou recentemente a Portaria nº 8.798, que autoriza a quitação antecipada de valores incluídos em transações vigentes e facilita o pagamento de créditos tributários irrecuperáveis ou de difícil recuperação, em ambos os casos, por meio da utilização de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa de CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

 

Com a portaria, foi criado o QuitaPGFN – Programa de Quitação Antecipada de Transações e Inscrições da Dívida Ativa da União da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Para adesão ao programa, será exigido o pagamento em espécie de, no mínimo, 30% do saldo devedor das transações tributárias ativas, com a possibilidade de parcelamento em até 6 prestações mensais e sucessivas. Já a outra parte do saldo das transações tributárias poderá ser liquidada com uso de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL apurados até 31 de dezembro de 2021.

 

“Contribuintes com transações em curso e contribuintes com débitos considerados irrecuperáveis, ou de difícil recuperação, poderão realizar o pagamento de até 70% da dívida com o uso de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL”, explica Flávia Bortoluzzo, especialista em gestão tributária e sócia da LBZ Advocacia.

 

Importante destacar que os débitos considerados irrecuperáveis ou de difícil recuperação são aqueles inscritos há mais de 15 anos, de contribuintes falidos, em recuperação extrajudicial ou judicial, em liquidação extrajudicial ou com situação cadastral baixada, inapta ou suspensa.

 

Em qualquer dos casos, ainda será possível a utilização de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL de titularidade de controladora ou controlada (grupo econômico), de forma direta ou indireta, desde que o vínculo jurídico tenha se consolidado até 31 de dezembro do ano passado.


 

Descontos


Para os débitos irrecuperáveis ou de difícil recuperação o prejuízo fiscal e a base de cálculo negativa da CSLL serão utilizados apenas após a aplicação de descontos que podem atingir até 100% do valor dos juros, das multas e dos encargos legais. O limite para os descontos será de até 65% sobre o valor total de cada inscrição objeto de negociação. O saldo remanescente do débito deverá ser quitado em espécie e sem exceder o limite de até 6 prestações mensais.

 

A adesão deverá ser realizada por meio do portal Regularize até o dia 30 de dezembro.

 

 

 

LBZ Advocacia

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Detran.SP: “Peça Legal” completa 4 meses com 5,7 milhões de componentes registrados no sistema

Ferramenta de busca digital oferece segurança para que usuário compre peças de veículos de boa procedência; busca de itens pelas plataformas digitais chega a mais de 400 mil acessos


Implementando em junho pelo Detran.SP, a funcionalidade digital “Peça Legal”, criada pelo Detran.SP para combater o comércio de componentes provenientes de furto ou roubo de veículos no Estado de São Paulo, completa quatro meses com 5,7 milhões de peças registradas no sistema. A ferramenta online mostra se o produto desejado pelo cidadão possui procedência e originalidade. Assim, o usuário tem a garantia de que o produto é legal.

 

Com a nova funcionalidade, o departamento de trânsito registrou também um aumento de 1.905% na busca de peças pelas plataformas online. Somente neste ano, 407.337 cidadãos utilizaram os canais eletrônicos (www.detran.sp.gov.br ou app do Poupatempo) para buscar peças veiculares. Em 2021, 20.513 pessoas procuraram o serviço.

 

“Queremos oferecer mais segurança para o cidadão. O objetivo é que o usuário da funcionalidade tenha garantia de que a peça veicular é legal. Este é o objetivo do aplicativo: disponibilizar peças de boa procedência e oferecer um sistema cada vez mais informatizado”, afirma Neto Mascellani, diretor-presidente do Detran.SP.

 

Ao comprar peças cadastradas nessas empresas, além de ter a segurança de adquirir produtos de origem legal, o cidadão ajuda a combater o comércio de itens frutos de furto ou roubo de veículos e assegurar que empresas idôneas continuem atuando no mercado. Em caso de irregularidades, o cidadão pode colaborar com a fiscalização denunciando desmanches clandestinos à Ouvidoria do Detran.SP, pelo portal www.detran.sp.gov.br, na área de “Atendimento”.

 

Como funciona?

 

Para realizar a pesquisa, é necessário acessar o portal do Detran.SP (www.detran.sp.gov.br) ou aplicativo do Poupatempo Digital, disponível para celulares com sistema operacional Android ou iOS. A pesquisa pode ser feita por tipo de veículo, como automóvel, motocicleta, caminhão e ônibus.

 

Basta centralizar o código disponível no componente no meio da tela do celular ou do tablet para obter informações de cada peça. A verificação exibe o tipo, a marca, o modelo e o ano do veículo, além de identificar qual a empresa registrada que oferta a peça.

 

Confira o passo a passo abaixo pelo app do Poupatempo Digital 

Passo 1



Passo 2



Passo 3




Passo 4

 



É hora de planejar as finanças de 2023

Professor da Unifesp destaca a importância de considerar dívidas atuais e demandas recorrentes do início do ano para melhor aplicação de recursos extras


Para muitas pessoas, o fim de ano é marcado por importantes decisões a serem tomadas no campo das finanças. Muitos trabalhadores recebem a parcela final do 13º salário, alguns recebem outros benefícios, como a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), e a dúvida que surge é qual a melhor destinação para essa renda adicional.

“Não se pode deixar enganar. A renda adicional que aparece no final do ano também vem acompanhada do aumento de despesas logo no início do ano que se aproxima, o que exige bastante cautela e um rigoroso planejamento financeiro”, alerta Joelson Oliveira Sampaio, economista e professor da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios da Universidade Federal de São Paulo (EPPEN/Unifesp).

Ter claro quais e quantas são as dívidas é o passo inicial na elaboração do planejamento. “Dívidas com cartões, pagamentos em atraso e todos os outros tipos de pagamentos pendentes devem ser listados. Custos do início do ano com impostos como IPTU e IPVA ou ainda matrícula e material escolar também podem e devem ser provisionados, ainda que não se saiba o valor exato neste momento, mas que ajudam a visão geral do que está por vir”, diz Sampaio.

Outra conta comum em muitos lares é o financiamento, seja ele de veículo ou de imóvel. “Esse gasto, normalmente já incorporado aos custos mensais de cada pessoa, pode também ser inserido no planejamento de início de ano. Isso porque, caso a pessoa consiga quitar as dívidas e ainda sobre um recurso, ela pode utilizá-lo, por exemplo, na amortização do financiamento”, destaca Sampaio.

Nesse cenário, o professor da Unifesp explica as duas alternativas possíveis. “Uma é a amortização com redução do valor das parcelas a serem pagas, opção mais viável para quem precisa diminuir o tamanho do aperto orçamentário. A outra alternativa, mais vantajosa, é a amortização com diminuição do prazo, uma vez que, além da redução do saldo devedor, há redução de parcelas e, consequentemente, menos encargos, taxas de administração e taxa de seguro cobradas todo mês junto com as parcelas”. Contudo, reforça Sampaio, “não adianta amortizar e depois se endividar com pagamentos por falta de recursos”.

A preocupação com o planejamento orçamentário mostra-se cada vez mais essencial em um cenário de elevado endividamento das famílias brasileiras. O percentual de famílias com dívidas em atraso atingiu 30% em setembro deste ano, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Trata-se da maior proporção da série histórica da pesquisa iniciada em 2010 pela entidade.

Segundo dados da CNC, o endividamento das famílias mais pobres, aquelas que ganham menos de dez salários mínimos, chegou a 80,3% - primeira vez em que a parcela supera os 80%.

Entre os tipos de dívida que mais cresceram em relação a setembro do ano passado, estão cartões de crédito (que subiu de 84,6% para 85,6% do total de dívidas), carnês de loja (de 18,8% para 19,4%) e cheque especial (de 4,6% para 5,2%).


FecomercioSP pede celeridade na aprovação de PLP que aumenta limite de receita do MEI

Medida, que também atende a Microempresas (ME) e de Empresas de Pequeno Porte (EPP), tem potencial para movimentar a economia e reduzir o desemprego e a informalidade

 
A Federação do Comércio de Bens, Serviços Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) pediu celeridade na aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2021, que aumenta o teto de receita do Microempreendedor Individual (MEI), dos atuais R$ 81 mil, para R$ 144,9 mil. Em ofício ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o Conselho de Assuntos Tributários (CAT) da Entidade destacou importância da aprovação da medida para a economia, já que possibilitará a criação de novos empregos ao ampliar as atividades econômicas destes negócios.  
 
Além do limite para MEIs, a proposta também atualiza as categorias de Microempresas (MEs) e Empresas de Pequeno Porte (EPPs). Segundo o último texto do projeto, os novos valores atingem o montante de R$ 869.480,43, no primeiro caso, e R$ 8.694.804,31, no segundo. Atualmente, esses montantes são de R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões, respectivamente.
 
Para os MEIs, o texto ainda prevê a contratação de até dois empregados, desde que cada trabalhador receba um salário mínimo ou o montante do piso salarial da categoria profissional na qual esteja enquadrado. Atualmente, a legislação permite apenas o emprego de um funcionário por este tipo de pessoa jurídica.
 
No ofício, a Entidade também destaca a importância da atualização anual dos limites de receita bruta das empresas citadas, feita em conformidade com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Isso, porque os ajustes realizados até agora não apresentaram atualização dos valores de maneira proporcional à inflação.
 
Esta desatualização dos limites também impede que um elevado número de companhias utilize um sistema de apuração de tributos mais simplificado, sendo obrigadas a optar pelo regime de lucro real ou pelo regime de lucro presumido, que contam com numerosas obrigações acessórias, burocratizando ainda mais as operações empresariais.
 
Por fim, a FecomercioSP ainda enfatizou, no documento a Lira, a necessidade da atualização do valor dos sublimites para fins de recolhimento do ICMS e do ISS (atualmente, fixado em R$ 3,6 milhões), nos mesmos moldes previstos para o ajuste dos limites de receita bruta, para a manutenção dos contribuintes no respectivo regime simplificado. A Federação tem se mobilizado para que o pedido seja atendido na redação do projeto, a fim de que a proposta atinja o objetivo pretendido.
 
Assim, a Entidade reforça que o PLP tem elevado potencial para a economia, pois compreende que este auxiliará os empreendedores caracterizados como MEIs – e, até mesmo, outras companhias enquadradas no Simples Nacional – que vislumbram ampliar as atividades econômicas. Além disso, será importante para reduzir os índices de desemprego, tanto por meio do incentivo ao empreendedorismo quanto por possibilitar a abertura de novos postos de trabalho – com a possibilidade, ainda, de reprimir a informalidade.


 
FecomercioSP

 

Donos de pequenos negócios evitam repasse do aumento de custos para o preço final

Pesquisa Sebrae/IBGE mostra que 76% dos empreendedores sofreram aumentos de custos, mas apenas 9% repassaram o valor integralmente para os consumidores


O aumento dos custos é o que mais tem dificultado a vida dos donos de pequenos negócios, mas apesar disso eles estão evitando repassar os reajustes para os consumidores. De acordo com a primeira edição da Pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 9% deles repassaram integralmente para os seus clientes a subida dos gastos de operação das empresas, 43% não elevaram os preços de produtos ou serviços e 47% fizeram um repasse apenas parcial.



Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a pesquisa indica que os donos de pequenos negócios estão segurando o reajuste dos preços para evitar perder clientes, já que a maioria deles confirma que as empresas tiveram aumento de custos. “Quase 8 em cada 10 pequenos negócios relataram aumentos dos custos nos últimos 30 dias, mas apenas 9% conseguiram repassar integralmente esses aumentos para os clientes”, observa.


A Pulso dos Pequenos Negócios mostra que 76% dos empresários registraram crescimento dos gastos, em um período de um mês e ainda que a elevação dos gastos com insumos e mercadorias, combustíveis, aluguel, energia, entre outros, foi a principal dificuldade para 42% dos empresários, seguida de falta de clientes (24%), além das dívidas com empréstimos (10%), impostos (4%) e com fornecedores (3%).


“A falta de clientes tem sido um dos principais motivos de preocupação dos empreendedores e diante da falta de consumidores e da redução do poder de compras das famílias, os pequenos negócios vão resistir ao máximo repassar esses custos para não perder vendas. Eles estão preferindo reduzir o lucro para manter os clientes”, avalia Melles.

A estratégia de não repassar os aumentos de custos está sendo adotada tanto pelos microempreendedores individuais (MEI) quanto pelos donos de micro e pequenas empresas. A pesquisa revela que o repasse total do aumento de custos para o preço final foi adotado por apenas 10% das micro e pequenas empresas e 9% dos MEI.



Pulso – Essa é a primeira edição da pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, que será realizada trimestralmente pelo Sebrae e IBGE. A colheita de dados foi realizada entre os dias 26 de agosto e 11 de setembro nos 26 estados e no Distrito Federal. Foram ouvidos 6 mil donos de pequenos negócios e a margem de erro é de 1% para cima ou para baixo.

Números da pesquisa

O aumento de Custos da empresa foi repassado para os clientes?

Pequenos Negócios
• 43% não repassaram
• 47% foi repassado só parcialmente
• 9% foi repassado totalmente

Micro e Pequenas
• 42% não repassaram
• 48% foi repassado só parcialmente
• 10% foi repassado totalmente

MEI
• 44% não repassaram
• 47% foi repassado só parcialmente
• 9% foi repassado totalmente

Nos últimos 30 dias, sua empresa teve aumento dos custos?

Pequenos Negócios
• 4% Não sabe
• 20% Não
• 76% Sim

Micro e Pequenas
• 2% Não sabe
• 22% Não
• 76% Sim

MEI
• 6% Não sabe
• 19% Não
• 75% Sim

 

Um novo olhar sobre a gestão

 "O analfabeto do século 21 não será aquele que não consegue ler nem escrever, mas sim aquele que não consegue aprender a desaprender para reaprender!"

Alvim Tofler


Inicio esse artigo com essa frase provocativa que me inspira diariamente a buscar o aprendizado contínuo e minha evolução pessoal e profissional, me convidando constantemente a me desapegar de algo que já sei, para me abrir para o “NOVO”. Isso significa se reinventar, se adaptar, evoluir e transformar.

Cada vez mais os profissionais serão valorizados pelas transformações que geraram por onde passaram e pelo seu legado. Hoje, “Reinvenção” é a palavra-chave.

Em mais de 20 anos atuando como mentora, conheci e avaliei a gestão de mais de 1.000 empresas de diversos segmentos e portes. Além de ter contato com as melhores práticas de mercado, também presenciei muitas dores no dia a dia da gestão destas organizações e principalmente nas relações interpessoais. Isso sempre me gerava bastante incômodo e um desejo enorme de contribuir com todos, usando meu aprendizado e atuando como consultora de empresas.

Durante a condução dos projetos, uma das metodologias que aplico consiste em gerar questionamentos e reflexões sobre porque determinada rotina é realizada daquela forma, e, pasmem, as respostas que escuto são: “Sabe que eu não sei?! Desde que cheguei na empresa me disseram que era para ser feito desta forma e assim eu venho fazendo. Nunca parei para me questionar” ou “A empresa criou este controle, mas, para ser bem sincero, não vejo nenhuma utilidade e valia” ou, ainda, “Eu recebo este relatório da outra área, mas nós não utilizamos nenhuma informação dele”.

Aí quando questiono: E você nunca procurou a outra área para dizer isso? A resposta muitas vezes é: “Nosso dia a dia é muito corrido”. Noto que faltam nas relações ingredientes fundamentais: o respeito mútuo no sentido de compreender o impacto do seu trabalho e das suas entregas no trabalho do outro; a comunicação assertiva e humanizada e o alinhamento de necessidades e expectativas.

Triste não é mesmo? Por isso que percebo em muitas organizações uma jornada pesada. Então, meu primeiro convite para você é: Questione e busque compreender o porquê das coisas. Tudo tem que fazer sentido e ter uma utilidade. Cada vez mais neste mundo VUCA acelerado e em constante transformação, precisamos ter rotinas assertivas na gestão que levam ao aumento da produtividade, redução de retrabalhos e alinhamento de propósito, com uma gestão humanizada e engajada para a entrega dos resultados.

Como meu papel é trazer provocações que levem vocês a reflexões sobre as práticas e modelos de gestão que podem estar sendo adotados mas empresa, com a missão de identificar mudanças e gerar transformações proponho abordarmos o contexto da Inteligência Artificial para mostrar a importância de revermos a abordagem de gestão, considerando a potência que ela pode proporcionar ao seu negócio.

A princípio não devemos nos assustar com este avanço nem enxergá-la como uma ameaça de desemprego em massa, mas, sim, compreender que esse avanço tecnológico nos trará inúmeras facilidades, mas que agora devemos focar o nosso olhar nas pessoas, com o objetivo de investir cada vez mais no desenvolvimento das suas habilidades comportamentais, também conhecidas como soft skills, para gerarmos um ambiente saudável e humanizado em busca de melhores resultados.

De acordo com o International Association of Artificial Inteligence, a Inteligência Artificial já é capaz de:

  • Compreender o contexto;
  • Extrair informações relevantes de uma conversa;
  • Planejar e otimizar;
  • Falar;
  • Interagir;
  • Responder adequadamente a um problema;
  • Gerar frases e histórias;
  • Reconhecer pessoas e objetos;
  • Negociar;
  • Aprender padrões;
  • Seguir regras estabelecidas

A partir dessas constatações sobre a Inteligência Artificial, sugiro que você reflita e avalie quais dessas habilidades você já possui e quais deve desenvolver ou melhorar. Elas estão intrinsicamente relacionadas às soft skills que são seus diferenciais que irão garantir seu sucesso pessoal e profissional.

 

Lucedile Antunes - idealizadora dos best-sellers “Soft Skills: competências essenciais para os novos tempos” e “Habilidades do Futuro para o Profissional do Agora” e do recente “Soft Skills Kids: Como desenvolver as habilidades humanas nas crianças para se tornarem adultos bem sucedidos”. É fundadora da L. Antunes Consultoria & Coaching, especialista no desenvolvimento de Soft Skills, Palestrante, Coach e Mentora de Carreira. Apaixonada por apoiar pessoas a evoluírem e por estimular transformações através da expansão de consciência, inspira as pessoas a assumirem seu protagonismo experimentando novas formas de agir e pensar, obtendo resultados completamente diferentes. É coautora de diversos livros e artigos sobre desenvolvimento humano e organizacional.

Instagram: @antuneslucedile

Linkedin: LucedileAntunes

www.lantunesconsultoria.com.br


sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Estudantes internacionais poderão trabalhar mais horas no Canadá

País é o principal destino para cursos de graduação e pós; em 2022, procura já chega a 30%, segundo o STB

 

 

O governo canadense anunciou que a partir de novembro deste ano ficará suspensa a restrição de horas de trabalho permitidas para estudantes internacionais matriculados em cursos de nível superior. Anteriormente, o limite era de 20 horas de trabalho semanais durante o período de aulas e 40 horas nas férias.

 

De acordo com comunicado assinado pelo ministro da imigração do Canadá, Sean Fraser, a medida tem o objetivo de aliviar a escassez de mão de obra enfrentada pelo país agravada pela pandemia de Covid-19.

 

Segundo o Student Travel Bureau (STB), houve nos últimos anos um aumento significativo em termos de vendas e de embarque de brasileiros para os programas de graduação e pós no exterior. Em 2019, o crescimento foi de 20% em relação a 2018. Em 2020, no auge da pandemia, subiu para 10%. Em 2021, o crescimento foi de 90%, este causado, em boa parte, por conta da reabertura das fronteiras. Agora para 2022, a projeção da companhia é uma elevação de 30% em relação a 2021, justamente em razão da ampliação das oportunidades de trabalho.

 

Em 2022, são mais de 915 mil vagas em aberto, segundo o Statistics Canadá – esse número de oportunidades quase dobrou em relação a 2021, quando eram mais de 550 mil vagas. De 2018 para cá, o STB observou um aumento de 30% ao ano nos embarques de brasileiros para programas de ensino superior no Canadá.

  

“Enquanto a nova regra estiver em vigor, o estudante passa a ter a oportunidade de trabalhar por quanto tempo quiser. Além disso, o visto de estudante emitido no Brasil dá permissão para trabalhar também após a conclusão do curso, sendo esse um possível caminho para migração de forma permanente. Outra vantagem é a permissão de levar dependentes. Enquanto os pais podem trabalhar, filhos com mais de cinco anos têm direito à escola gratuita. Sem contar que o dólar canadense tem um valor abaixo do dólar americano e da libra esterlina o que torna o país um dos melhores custos-benefícios para os estudantes”, diz Chris Bicalho, COO do STB.

  

Ranking Graduação e pós: Países que tiveram mais procura entre 2021 até o agosto 

EUA

Canadá

Inglaterra

Holanda

Austrália

Espanha

Itália

Escócia

Suíça

Irlanda


STB - Student Travel Bureau 



Vira-lata caramelo ganha evento para homenageá-lo

                                                                    Foto Gustavo Araújo

Caramelo Weekend acontece nos dias 15 e 16 de outubro e homenageia o vira-lata caramelo


Caramelo Weekend acontece em diversas cidades brasileiras, neste fim de semana (15 e 16)

 

Os famosos cães e gatos sem raça definida (SRD), popularmente chamados de vira-latas, fazem sucesso nos lares brasileiros e nas redes sociais também. Protagonista de inúmeras histórias e memes, os vira-latas caramelo ganharam uma campanha de comunicação, que inclui minidocumentários com histórias reais, uma comunidade para petlovers e, neste fim de semana (15 e 16), uma série de eventos e ações, que contemplam o “Caramelo Weekend”. A iniciativa é da rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET e acontece em diversas cidades do País.

“Buscamos trazer toda a carga emocional a que o ícone vira-lata caramelo nos remete para criar uma campanha leve, divertida e cheia de emoção e interação. Aproveitamos o mês de outubro, que celebra o Dia dos Animais, para promover ações e eventos nas cidades que contam com unidades da rede DrogaVET”, revela o CEO da Deepzo, martech que atende a conta da rede de farmácias, Thiago Balero Joaquim. As ações contemplam desde a degustação da forma farmacêutica flavorizada lançada em alusão à campanha, a calda caramelo, até a distribuição de brindes, encontros de pets, desfiles de fantasias e feiras de adoção. As datas, horários e locais das ações variam conforme a programação de cada unidade participante.

Serviço

Data: sábado e domingo, 15 e 16 de outubro

A programação de cada cidade está disponível no site da marca: www.drogavet.com.br/caes/caramelo-weekend 

 

DrogaVET

Mais informações estão disponíveis no site: www.amoranimalcaramelo.com.br

 

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