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sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Luz Azul: a vilã da saúde ocular


Dentre as diversas mudanças provocadas na sociedade pela epidemia de Covid-19, é impossível não citar os efeitos diretos causados pelo isolamento social. O distanciamento entre as pessoas se fez, e ainda se faz necessário, para conter o avanço do vírus, porém essa medida também afetou a forma como as pessoas lidam consigo mesmas e umas com as outras. Boa parte da população passou a evitar lugares fechados e a despender mais tempo em casa, muitas vezes entretida com o uso de equipamentos eletrônicos, como smartphones, computadores e tablets. E é neste uso desenfreado que mora um perigo: a famosa luz azul. 

Antes de tudo, é preciso entender que a luz azul não está presente apenas em dispositivos eletrônicos, podendo ser encontrada até mesmo na luz do sol. A luminosidade do sol, por exemplo, é formada por uma gama de luzes azul, vermelha, laranja, amarela, verde e violeta, sendo que a mistura de todas essas cores gera a luz branca, visível a olho nu. A luz azul propriamente dita faz parte do espectro da luz branca, podendo ser dividida em dois tipos: a luz azul turquesa (que pode oferecer benefícios à saúde) e a luz azul violeta (que pode prejudicar a saúde e o bem-estar dos seres humanos).

A luz azul turquesa, que pode ser encontrada nos raios solares, contribui para a produção natural de vitamina D, composto importante na regulação de cálcio e fósforo do corpo, além de auxiliar na prevenção de algumas doenças. Ela também ajuda na manutenção de um ciclo de sono saudável, além de aumentar a produção do hormônio serotonina, responsável pela sensação de felicidade e bem-estar. 

Já a luz azul violeta é geralmente encontrada em aparelhos eletrônicos, como smartphones, computadores, tablets, televisores e até mesmo em lâmpadas de LED. Esse raio de luz pode interferir na produção do hormônio melatonina, responsável pela regulagem do ciclo do sono. Desta forma, pessoas que passam muito tempo em contato com dispositivos eletrônicos podem apresentar insônia e outros distúrbios do sono. 

Além disso, a alta exposição à luz azul violeta também pode ser nociva à saúde ocular e do organismo como um todo, uma vez que há indícios que ela também afeta as camadas mais profundas dos olhos, como o cristalino e a córnea, a partir da emissão de raios UVA e UVB. A fadiga ocular é um dos sintomas mais frequentes em quem passa muito tempo conectado, apresentando dores de cabeça, lacrimejamento, ardência, visão embaçada, entre outros. 

De acordo com um estudo realizado pela empresa NordVPN, os brasileiros passam cerca de 91 horas por semana na internet, o que - em termos absolutos - resulta em 41 anos, ou o equivalente a 54% do tempo de vida médio da população do país, que é de 75,9 anos. Os dados são ainda mais alarmantes quando olhamos para a população jovem. Segundo uma pesquisa da McAfee, os adolescentes e pré-adolescentes brasileiros são os que mais passam tempo conectados ao celular no mundo, com uma taxa de uso de 96%. 

Esse contato constante com os aparelhos eletrônicos é a principal fonte de distúrbios na visão causados pela luz azul violeta. Outro levantamento, conduzido pela American Optometric Association – AOA (Associação Americana de Optometria), mostra que entre todas as queixas de saúde, aquelas relacionadas à visão são as mais frequentes para aqueles que trabalham ou passam muito tempo na frente do computador. 

Desta forma, é importante que as pessoas procurem formas de cuidar da saúde da visão, implementando hábitos que diminuam a incidência da luz azul nociva no dia a dia. Uma das melhores maneiras de fazer isso é por meio da utilização de óculos com adição de tratamentos contra essa luz prejudicial. Essas lentes, conhecidas por diferentes nomes, como Digital Comfort, por exemplo, foram criadas pensando nas pessoas que passam muito tempo na frente de computadores e celulares, já que filtram a luz azul violeta e a impedem de chegar até a retina. 

Também é possível implementar o hábito de não usar dispositivos eletrônicos de 2 a 3 horas antes do horário de dormir, além de utilizar aplicativos que regulam a tela do smartphone, deixando-a em tons amarelados ou alaranjados. Assim, é preciso entender que a saúde da visão vai além de consultas regulares ao oftalmologista, sendo necessários cuidados diários com esse que é um dos sentidos mais importantes no corpo humano. 

 

Makoto Ikegame - CEO e Fundador da Lenscope, healthtech que vem revolucionando o mercado óptico brasileiro ao oferecer uma jornada 100% digital na aquisição de lentes para óculos em um processo simples, eficiente e muito funcional. A marca, que também é reconhecida por disponibilizar ao mercado brasileiro as lentes mais finas do mundo, utiliza Inteligência Artificial na oferta de produtos de qualidade superior, de forma acessível e cômoda, sem que o consumidor precise sair de casa.


Mulheres vegetarianas correm maior risco de fratura de quadril


Um estudo com mais de 26.000 mulheres de meia-idade do Reino Unido revela que aquelas com uma dieta vegetariana tinham um risco 33% maior de fratura de quadril em comparação com as carnívoras regulares.

A pesquisa da Universidade de Leeds, publicada na revista BMC Medicine, investigou o risco de fratura de quadril em comedores ocasionais de carne; pescetarianismo, pessoas que comem peixe, mas não carne; e vegetarianos em comparação com os carnívoros regulares. 

Entre 26.318 mulheres, 822 casos de fratura de quadril foram observados ao longo de aproximadamente 20 anos, o que representou pouco mais de 3% da população da amostra. Após o ajuste para fatores como tabagismo e idade, os vegetarianos foram o único grupo de dieta com risco elevado de fratura de quadril. 

Este estudo é um dos poucos para comparar o risco de fratura de quadril em vegetarianos e carnívoros, onde a ocorrência de fratura foi confirmada a partir de registros hospitalares. Os cientistas enfatizam a necessidade de mais pesquisas sobre as causas exatas de por que os vegetarianos correm maior risco.

 

Dietas vegetarianas podem ser “saudáveis ​​ou não saudáveis 

O autor principal do estudo, James Webster, pesquisador de doutorado da Escola de Ciência Alimentar e Nutrição de Leeds, afirmou que o estudo destaca possíveis preocupações em relação ao risco de fratura de quadril em mulheres que têm uma dieta vegetariana. "As dietas vegetarianas podem variar muito de pessoa para pessoa e podem ser saudáveis ​​ou não, assim como as dietas que incluem produtos de origem animal. 

O pesquisador ainda enfatiza que “é preocupante que as dietas vegetarianas geralmente tenham menor ingestão de nutrientes relacionados à saúde óssea e muscular”. Segundo ele, esses tipos de nutrientes geralmente são mais abundantes na carne e outros produtos de origem animal do que em plantas, como proteínas, cálcio e outros micronutrientes. "A baixa ingestão desses nutrientes pode levar a uma menor densidade mineral óssea e massa muscular, o que pode torná-lo mais suscetível ao risco de fratura de quadril”.

 

Dietas à base de plantas crescendo em popularidade 

As dietas vegetarianas ganharam popularidade nos últimos anos com uma pesquisa YouGov de 2021, colocando o tamanho da população vegetariana do Reino Unido em aproximadamente 5-7%. Muitas vezes, é percebido como uma opção alimentar mais saudável, com evidências anteriores que mostram que uma dieta vegetariana pode reduzir os riscos de várias doenças crônicas, incluindo diabetes, doenças cardíacas e câncer, em comparação com dietas onívoras. 

Há também um apelo mundial para reduzir o consumo de produtos de origem animal em um esforço para combater as mudanças climáticas. Compreender o risco de fratura de quadril em vegetarianos está se tornando cada vez mais importante para a saúde pública. 

A coautora do estudo, professora Janet Cade, líder do Grupo de Epidemiologia Nutricional da Escola de Ciência Alimentar e Nutrição de Leeds, disse: "A fratura do quadril é um problema de saúde global com altos custos econômicos que causa perda de independência, reduz a qualidade de vida e aumenta o risco de outros problemas de saúde”. Além disso, ela pontuou que "as dietas à base de plantas têm sido associadas à má saúde óssea, mas faltam evidências sobre as ligações com o risco de fratura de quadril, prazo e o que pode ser feito para mitigar esses riscos". 

A equipe usou dados do UK Women's Cohort Study para investigar possíveis ligações entre dieta e risco de fratura de quadril. A corte nacional de mulheres de meia-idade foi estabelecida na Universidade de Leeds para explorar as ligações entre dieta e doenças crônicas, abrangendo uma ampla gama de diferentes padrões alimentares. As informações dietéticas foram coletadas por meio de um questionário de frequência alimentar e validadas por meio de um diário alimentar de quatro dias em uma sub amostra de mulheres. 

Na época em que foram recrutadas para o estudo de corte, as mulheres tinham idades entre 35 e 69 anos.

 

Efeito do baixo IMC
 

A equipe de pesquisa descobriu que o IMC médio entre os vegetarianos era ligeiramente menor do que a média entre os comedores regulares de carne. Pesquisas anteriores mostraram uma ligação entre baixo IMC e alto risco de fratura de quadril. 

Um IMC mais baixo pode indicar que as pessoas estão abaixo do peso, o que pode significar pior saúde óssea e muscular e maior risco de fratura de quadril. Mais investigações são necessárias para determinar se o baixo IMC é a razão para o maior risco observado em vegetarianos. 

O co-autor do estudo, dr. Darren Greenwood, bioestatístico da Escola de Medicina de Leeds, comentou que "este estudo é apenas parte do quadro mais amplo da dieta e dos ossos e músculos saudáveis ​​na velhice. 

“Mais pesquisas são necessárias para confirmar se pode haver resultados semelhantes em homens, para explorar o papel do peso corporal e para identificar as razões para resultados diferentes em vegetarianos e carnívoros”, apontou ele.

  

Rubens de Fraga Júnior - professor de Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e é médico especialista em Geriatria e Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).  

Fonte: Risk of hip fracture in meat-eaters, pescatarians, and vegetarians: results from the UK Women's Cohort Study, BMC Medicine (2022). DOI: 10.1186/s12916-022-02468-0


Outubro Rosa: alimentos que ajudam a prevenir o câncer de mama

Frutas vermelhas, por exemplo, protegem as células contra radicais livres e atuam no equilíbrio hormonal


A campanha Outubro Rosa é conhecida por conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama, tipo mais comum entre as mulheres. Além dos exames, é possível prevenir a doença com escolhas alimentares saudáveis. 

Segundo a professora do curso de Nutrição da Universidade UNG, Viviani Jaques, o câncer de mama pode ser causado por diversos fatores e um dos agravantes é o consumo de alimentos inadequados.   

“Dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer) mostram que a má alimentação é uma das causas de câncer que pode ser evitada. Portanto, é necessário incluir a adoção de um modo de vida saudável a começar pela mudança dos hábitos alimentares, praticar atividade física e evitar o consumo de bebidas alcoólicas”, explica a nutricionista. 

Ainda de acordo com a especialista em Fitoterapia, o ideal é o consumo de alimentos naturais como frutas e verduras. “Para a prevenção do câncer de mama e também de outras doenças, é importante uma alimentação balanceada, com orientação de um nutricionista, acompanhada pelo consumo diário de frutas, legumes, verduras, cereais integrais e leguminosas”, aconselha Viviani. 

Já o consumo regular de alimentos gordurosos, salgados e enlatados contribui para o aparecimento da doença. A nutricionista orienta evitar frituras, carne vermelha processada e embutidos, como linguiças, salsichas, salames, presuntos, entre outros. “Esses alimentos ultraprocessados possuem conservantes como o nitrito e nitrato que provocam o aparecimento da doença”, sinaliza. 

A especialista separou algumas dicas de alimentos que ajudam na prevenção do câncer de mama.

 

- Frutas vermelhas (melancia, morango, framboesa, amora) - protegem as células contra os radicais livres e atuam no equilíbrio hormonal. Os flavonoides presentes no suco da uva vermelha contêm altos níveis de antioxidantes, como resveratrol e catequina, que previnem o câncer de mama.

 

- Cenoura, acerola, abóbora e manga - possuem um papel importante no combate ao câncer, pois contém a substância carotenoide, que elimina os radicais livres, evitando mutações celulares.

 - Brócolis - vegetal importante com fitoquímico sulforafano, que auxilia na destruição de células cancerígenas.   

- Chá verde - contém catequinas, antioxidantes que ajudam prevenir o câncer. 

- Abacate, azeite de oliva - Possuem “gorduras boas” com propriedades anticancerígenas, que bloqueiam os receptores de estrógeno nas células 

- Salsa, alho, cebola, manjericão, orégano, curry, pimenta preta - contêm propriedades anticancerígenas.   

E o mais importante é sempre fazer os exames preventivos e ter o acompanhamento regular do seu médico.


Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul reforça apelo diante da baixa procura e necessária prorrogação da campanha contra poliomielite

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Vacina é segura e totalmente gratuita protegendo contra doença que pode, em sua forma mais grave, causar morte ou sequelas paralíticas, principalmente em membros inferiores

 

A cobertura vacinal da campanha contra a pólio que está acontecendo no Brasil é de 63% das crianças entre 1 e 5 anos, ou seja, muito abaixo da meta do Ministério da Saúde, que é de 95%. Diante deste quadro, a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul recomenda que os pais atentem para a imunização dos filhos, que é totalmente gratuita e segura.

“O Brasil é considerado de alto risco de retorno de uma doença totalmente evitável com vacinas. A única estratégia que existe é a utilização de vacinas. Um dos fatores importantes que nos colocam em risco é a baixa cobertura vacinal. É uma doença muito séria e que deixa muitas complicações. O recado é de alerta para população", afirmou o médico e membro do Comitê de Infectologia da SPRS, Juarez Cunha.

A campanha incentiva a vacinação em crianças de um a quatro anos, independente da situação vacinal.

"É preciso estimular que os pais levem os filhos para vacinação, não importando se estão ou não com o calendário em dia. É fundamental que vá até o posto de saúde e verifique tudo que precisa ser regularizado. Não deixem de ir. É preciso combater a falsa sensação de segurança que se criou em relação à pólio e, para isso, cabe ressaltar a eficácia e segurança da imunização que eliminou a doença no nosso país", acrescentou.

A vacina é injetável nas doses dos 2, 4 e 6 meses de vida do bebê. As de reforço são aplicadas com um ano e 3 meses e com quatro anos de idade, em gotas.

O Rio Grande do Sul prorrogou a campanha de vacinação contra a poliomielite e multivacinação até 22 de outubro. O Estado imunizou pouco mais de 60% do público-alvo. A extensão do prazo beneficia crianças de 1 a 4 anos contra a pólio e crianças e adolescentes menores de 15 anos que precisam atualizar a caderneta de imunização.

 

Marcelo Matusiak


Brasil está 53% abaixo da taxa de cobertura de mamografia recomendada pela OMS

Estudo revela que após a pandemia o país piorou nos principais indicadores de atenção ao câncer de mama

 

Dados apontam que no ano passado o Brasil registrou a menor taxa de cobertura mamográfica para mulheres entre 50 e 69 anos, atingindo a marca de 17% de alcance, ainda menor que em 2019, quando o percentual era de 23%. Esse e outros indicadores preocupantes foram levantados pelo Panorama da Atenção ao Câncer de Mama no Sistema Único de Saúde, que avaliou procedimentos de detecção e tratamento da doença entre 2015 e 2021. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que 70% da população feminina a partir dos 40 anos realize o exame anualmente. No Brasil, a faixa etária rastreada está restrita ao grupo entre 50 e 69 anos.

Idealizado pelo Instituto Avon - organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua na defesa de direitos fundamentais das mulheres - e pelo Observatório de Oncologia, o estudo analisou dados de rastreamento mamográfico - taxa que mede a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) em atender a população alvo de exames de rastreamento de câncer de mama -- índices de diagnósticos e acesso aos tratamentos no Brasil, com base no DATASUS, com o objetivo de colaborar com políticas públicas de saúde que visem a descoberta precoce, acesso rápido às terapêuticas e a tomada de decisões baseadas em evidências. Entre 2015 e 2021, mais de 437 mil mulheres realizaram procedimentos quimioterápicos no país.

A pior taxa de cobertura mamográfica pertence ao Distrito Federal -- DF, chegando a apenas 4% no período analisado. Seguido pelos estados brasileiros do Tocantins, Acre e Roraima com só 6%.

“Ao observarmos dados tão alarmantes que revelam a deficiência de políticas públicas para a saúde das mamas durante a Covid-19, podemos prever que mais mulheres chegarão ao Sistema Único de Saúde com diagnósticos avançados, menores chances de cura e de qualidade de vida. Os impactos desta pandemia entre 2020 e 2021 aliados à falta de priorização em investimentos na saúde feminina se traduzem em números que vão prejudicar diretamente a saúde das brasileiras pelos próximos anos”, afirma Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon. “O câncer de mama é a principal causa de morte por câncer entre as mulheres no país e quando descoberto em estágio inicial tem 95% de chances de cura”, completa.

Além da taxa de cobertura, os dados de produção de exames apresentaram queda ao serem comparados com o período anterior. Em 2020, a baixa foi de 40% na realização de mamografias e, em 2021, mesmo com a vacina e a retomada de diversas atividades, a redução ainda representou 18% na média nacional.

Em 2020, a região com maior redução de exames foi a Centro-Oeste (50%) e, em 2021, foi a Região Sul (23%). A redução na cobertura e produção de mamografias, principal exame de rastreamento e diagnóstico de câncer de mama, faz com que, consequentemente, a população feminina chegue ao diagnóstico tardiamente. 

“Conhecer o cenário local é fundamental para direcionamento de ações. O Panorama tem esse papel e é um grande aliado do gestor de saúde, tanto da esfera municipal quanto estadual para agir de maneira mais eficaz. O câncer de mama já tinha desafios relacionados ao diagnóstico e acesso ao tratamento e que foram potencializados com a pandemia de Covid-19. Divulgar essas informações alarmantes tanto nacionalmente como regionalmente é de fundamental importância”, analisa Nina Melo, coordenadora do Observatório de Oncologia.


Diagnóstico e tratamento

Adicionalmente, a pesquisa apontou que entre 2015 e 2021 os diagnósticos avançados da doença no Brasil representaram 42% dos casos, em 2020 especificamente chegamos a 43% dos casos avançados que receberam os procedimentos de tratamento no ano e em 2021 chegamos a 45% do total de casos de mulheres que receberam os procedimentos de tratamento nos estágios III e IV. O volume é alto e toma proporções maiores na análise dos estados, como por exemplo, Acre, Pará e Ceará contabilizam mais de 55% dos tratamentos em estágios avançados da doença no período.

Entre as mulheres que fizeram quimioterapia em 2021 para câncer de mama, 45% delas receberam o diagnóstico em estágio avançado, representando 157 mil casos em estadiamento III e IV. Mais de 28 mil brasileiras fizeram radioterapia para o câncer de mama nas mesmas fases da doença.

Mais de 60% de todas as mulheres diagnosticadas no país iniciaram as terapêuticas após o prazo que determina a Lei 12.732/12, que garante às pacientes o início do primeiro tratamento em até 60 dias a partir da confirmação do câncer. O tempo médio no país em 2020 foi de 174 dias entre a confirmação do diagnóstico e o início do primeiro tratamento. As pessoas esperaram 114 dias a mais do que o previsto na lei para iniciar seus tratamentos.

Na análise de perfil étnico racial, a principal constatação é de que mulheres negras correspondem a 47% dos diagnósticos avançados, enquanto apenas 24% dos exames de imagem das mamas foram realizados neste público. Os resultados para mulheres brancas foram de 37% das mamografias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o resultado de diagnósticos avançados também apresenta melhores números nesta população - 39%. Portanto, ainda percebemos importantes diferenças na atenção ao câncer de mama quando refletimos sobre as diferenças entre mulheres brancas e negras.

O levantamento Panorama da Atenção ao Câncer de Mama no Sistema Único de Saúde pode ser acessado na íntegra aqui.


NOTA METODOLÓGICA: O estudo foi realizado a partir dos dados publicados no DATASUS e algumas bases apresentam números atualizados até 2020 enquanto outras já trazem informações até 2021.
 

Instituto Avon

 

 Sobre o Observatório de Oncologia

Plataforma online de Dados Abertos para transformação social, idealizada pelo Movimento Todos Juntos Contra o Câncer.


Quatro medidas que você precisa tomar antes de realizar uma rinoplastia

Pequenas ações quando feitas adequadamente podem garantir o sucesso do procedimento

 

A rinoplastia, conhecida popularmente como cirurgia plástica no nariz, é muito realizada para aperfeiçoar a harmonia entre o nariz e a face. Ela também pode ser feita em conjunto com outras técnicas para melhorar a respiração, como em pacientes que necessitam fazer a correção do septo nasal ou a retirada de parte dos cornetos nasais (carne esponjosa).

Apesar de ser um procedimento considerado de baixo risco e de rápida recuperação, o paciente consegue retornar à sua rotina em poucas semanas, algumas dúvidas surgem na hora de decidir ou não por essa cirurgia.

Com vasta experiência no assunto, o Dr. Eduardo Landini Lutaif Dolci, otorrinolaringologista da Clínica Dolci em São Paulo e professor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, separou quatro medidas que o paciente precisa tomar antes de realizar uma rinoplastia.


Buscar informações do especialista: a internet pode ser uma aliada do paciente na hora de descobrir se o médico é especialista em rinoplastia, se é membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia ou Cirurgia Plástica. Ele pode buscar outros pacientes que já foram operados pelo especialista, para saber o grau de satisfação com o tratamento.



Primeira avaliação: esse encontro é um dos momentos mais importantes antes do procedimento, pois o especialista irá esclarecer todas as dúvidas do paciente, explicar como funciona o pré e o pós-operatório e o que poderá ser feito para melhorar a questão respiratória/estética.

“O paciente precisa sair desta consulta com todas as dúvidas esclarecidas e com expectativas reais sobre o resultado da cirurgia. A decisão precisa ser tranquila e segura”, aconselha o otorrino.


Exames pré-operatórios: o paciente que deseja passar pelo procedimento deverá realizar os exames pré-operatórios convencionais:  exames de sangue (hemograma e coagulograma), eletrocardiograma e tomografia da face.   

“O especialista pode também solicitar uma tomografia computadorizada para analisar a estrutura nasal mais detalhadamente”, explica Eduardo.



Recuperação: cada paciente tem o seu tempo de recuperação, mas, em média, após a realização da rinoplastia, é recomendado um período de repouso de pelo menos sete dias. Durante esses primeiros dias, a região pode ficar inchada e o paciente ter dificuldades para respirar pelo nariz.


Vale lembrar que após a realização do procedimento, o paciente precisa seguir corretamente todas as orientações sugeridas pelo médico, pois o resultado final também dependerá de um pós-operatório feito adequadamente.  

Dr. Eduardo Landini Lutaif Dolci - sócio da Clínica Dolci  Otorrinolaringologia e Cirurgia Estética Facial, em São Paulo; Professor Instrutor de Ensino do Departamento de Otorrinolaringologia da Santa Casa de São Paulo; Membro titular da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial; Membro eleito da Comissão de Residência e Treinamento da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial; Membro titular da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face. www.facebook.com/clinicadolci


Médico alerta sobre os cuidados com a urticária

A urticária é uma dermatose muito comum que consiste em uma reação alérgica na pele e atinge uma a cada cinco pessoas no mundo. A coceira é o principal sintoma e pode ser intensa e causar muito desconforto.

Segundo o dermatologista Antonio Lui, do hospital Santa Casa de Mauá, na maioria das vezes, a urticária não acontece por fatores alérgicos e pode acometer qualquer parte do corpo. “Na maioria das vezes, as coceiras são acompanhadas por um inchaço, conhecido como angioedema ou de uma reação anafilática, merecendo atenção redobrada”, alerta o médico especialista.

Além da coceira, também pode ocorrer lesões avermelhadas na pele, em locais isolados ou próximas uma das outras, as quais algumas vezes somem inesperadamente, não deixando marcas na pele. Pode atingir crianças e adultos. As coceiras e lesões podem provocar outros sintomas como o ardor e o inchaço, o qual deve ser observado de perto, pois caso atinja as mucosas, olhos e vias aéreas dificultando a respiração é preciso buscar um serviço de emergência.

Suas causas não são bem definidas, mas estudos apontam que podem acontecer de forma espontânea, sem motivo aparente ou a partir de alguns estímulos que podem ser imunológicos ou não. Entre algumas dessas causam estão gatilhos emocionais, alimentos, medicamentos, temperaturas, tecidos de roupas, alérgenos, doenças, entre outros.

O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos e relato do paciente, além de análise das lesões e exames de sangue e cutâneos. “O tratamento é feito com anti-histamínicos ou antialérgicos e são eficazes na urticária aguda, quando os sinais somem em menos de seis meses. No caso da urticária crônica, uma alternativa eficaz é a aplicação de um anticorpo, que diminui a ativação da célula responsável pela liberação da histamina, principal substância que causa a urticária”, explica o dermatologista Antonio Lui.

 

Hospital Santa Casa de Mauá

Avenida Dom José Gaspar, 1374 - Vila Assis - Mauá - fone (11) 2198-8300.

https://santacasamaua.org.br/


Lesões nos joelhos perto da Copa preocupam comissões técnicas, jogadores e torcedores

A incidência de novas lesões anuais do LCA é de 69 por 100 mil pessoas, sendo mais comum em homens (82 a cada 100 mil) do que em mulheres (55 a cada 100 mil). Nos Estados Unidos, ocorrem cerca de 250 a 300 mil lesões por ano, com custo estimado de US$ 2 bilhões

 

Ao longo da história, diversos craques brasileiros passaram por dramas envolvendo lesões no joelho às vésperas da Copa do Mundo. O caso mais emblemático ocorreu com Ronaldo Fenômeno, que, num jogo em abril de 2000, rompeu o tendão patelar, mas se recuperou a tempo de disputar e brilhar no Mundial de 2002 - assim como Zico, que passou por drama parecido em 1986. Recentemente, o lateral esquerdo Guilherme Arana sofreu grave lesão no joelho e perdeu a chance de ir ao Mundial.
 
Faltando pouco para o início da Copa do Qatar, os clubes e a comissão técnica da Seleção Brasileira redobram as atenções nesse sentido, pois, na maioria das vezes, a lesão ocorre sem que haja contato com outro jogador.
 
Geralmente, as lesões do ligamento cruzado anterior (LCA) acontecem quando, ao fazer o movimento de rotação da coxa sobre o joelho, o atleta emprega uma força além da capacidade elástica desse ligamento.
 

De acordo com o professor-doutor Julio Cesar Gali, doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e professor livre docente da Disciplina de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP, o joelho é uma articulação que, devido à sua localização anatômica, é particularmente suscetível a traumas, especialmente nos esportes.

 
As lesões nessa articulação ocorrem mais frequentemente em esportes como o futebol, basquete e judô, mas podem acontecer em outras modalidades esportivas, como a ginástica, o vôlei, o tênis e o atletismo.
 
O diagnóstico da lesão do LCA é baseado na história clínica, no exame físico do joelho e nos testes ligamentares específicos. A ressonância magnética é útil para confirmar a ruptura do LCA e mostrar lesões associadas, como, por exemplo, dos meniscos e das cartilagens. O tratamento na urgência deve consistir em enfaixamento, gelo, muletas para evitar o apoio do membro acometido e elevação, para diminuir o inchaço.
 
De acordo com o livre docente da PUC-SP, cerca de um terço dos indivíduos com lesão do LCA conseguem se adaptar à nova situação sem reconstruir o ligamento cirurgicamente. "No entanto, a grande maioria não consegue praticar esportes, devido à possibilidade de entorses de repetição, causadas pela instabilidade ligamentar", explica.
 
O tratamento cirúrgico - grande drama dos jogadores, pois os prazos de recuperação são maiores - é indicado para jovens ou pessoas ativas com interesse na prática desportiva. "As lesões de outras estruturas, como meniscos, demais ligamentos e cartilagem devem influenciar na decisão entre o tratamento operatório e não-operatório."
 
"De qualquer modo, atualmente, os avanços diagnósticos de técnica cirúrgica e de reabilitação são capazes de tornar um joelho praticamente normal após a reconstrução do LCA, devolvendo ao paciente as condições de vida normais e, até mesmo, possibilitando o retorno à prática desportiva", finaliza o especialista.


Dormir bem é cuidar da saúde: 7 benefícios de uma boa rotina de sono

O estresse do dia a dia e a exposição a telas por muitas horas são as principais causas para noites mal dormidas

 

Quando fazemos aquela checklist para melhorar a qualidade de vida, dormir bem parece ser a meta mais simples de se alcançar. Há quem diga que dorme bem desde que nasceu, outros que não se lembram da última vez em que tiveram uma boa noite de sono. O fato é que, dormir mal, pouco ou “em parcelas” pode ser prejudicial à saúde, já que o metabolismo humano depende desse tempo de descanso para colocar toda a engrenagem em funcionamento. 

A correria do dia a dia e o estresse da rotina, mais as longas horas de exposição a telas, são as principais causas para noites pouco e mal dormidas. No Brasil as pessoas dormem, em média, 6 horas e 44 minutos por noite - a quantidade recomendada por especialistas é de 8 a 10 horas de sono por noite. 

Além disso, os brasileiros roncam 25 minutos por noite e têm uma qualidade de sono média de 69,94%. O país está na 30ª colocação do estudo realizado em 38 países pelo Sleep Cycle, o rastreador de sono líder de mercado, utilizado por mais de 1 milhão de funcionários de empresas globalmente. 

O app é o novo parceiro do Gympass e agora todos os usuários da plataforma têm acesso gratuito à versão premium do Sleep Cycle, que inclui funcionalidade para rastreamento do sono, música do sono, meditações, detecção de ronco, treinamento do sono e alarme inteligente. 

Algumas dicas podem ajudar a ter uma noite tranquila, como exercícios de relaxamento antes de ir para a cama (ou até mesmo já deitado), tomar um chá e ler um livro com luz amarela baixa, além de um bom colchão e travesseiro.
 

1. Redução do estresse

Durante o sono, o corpo diminui a produção de cortisol e adrenalina, o que ajuda a diminuir o estresse. Por isso, horas antes de dormir é importante fazer atividades que relaxam e ajudam a indução do sono, como ler, ouvir uma música música ambiente e ligar uma luz amarela e suave.
 

2. Controle do apetite

O sono ajuda a regular os hormônios que afetam e controlam o apetite. Quando se dorme mal esses hormônios desregulam e o desejo por alimentos ricos em calorias, gorduras e hidratos de carbono aumenta. Além disso, os mesmo hormônios desregulados podem levar a falta de apetite e longas horas em jejum, causando desequilíbrio na alimentação e na saúde.
 

3. Melhora do humor

É muito comum encontrar uma pessoa exausta de mau humor, isso porque o cérebro cansado prejudica a produção de serotonina, hormônio regulador do humor, e também o sistema imunológico. Pessoas que dormem bem durante a noite são mais contentes e bem-dispostas durante o dia. Além disso, quando dormir mal se torna um problema crônico pode causar transtornos de humor de longo prazo, como depressão ou ansiedade.
 

4. Melhora da memória

Dormir bem permite que o cérebro processe melhor as novas informações e experiências daquele dia. É durante o sono que as memórias recentes são transferidas do córtex motor para o lobo temporal, onde se transformam em informações "enraizadas", que serão lembradas em longo prazo. Por isso, noites mal dormidas podem fazer com que as novas informações não fiquem armazenadas corretamente.
 

5. Melhora do raciocínio

Dormir mal afeta a cognição, a atenção e a tomada de decisões. Por isso, pessoas que dormem mal têm maior dificuldade de resolver problemas de lógica ou matemática e tendem a cometer erros, como guardar as chaves na geladeira. Quantas vezes você já perdeu o celular dentro de casa?
 

6. Rejuvenesce a pele

Uma boa noite de sono ajuda a rejuvenescer a pele e diminui as rugas e linhas de expressão. Durante a noite, as células da pele renovam-se e descansam e é produzida melatonina, que ajuda a prevenir o envelhecimento. Ou seja, de nada adianta usar todo o kit de skincare e não se programar para fazer o principal: dormir bem.
 

7. Ajuda no sistema imune

Dormir bem ajuda o organismo a combater infecções e a manter-se saudável, pois durante o sono o corpo produz proteínas extras que fazem o sistema imune se fortalecer, principalmente para situações de estresse.

 

Sleep Cycle -solução de rastreamento do sono e uma das mais utilizadas em todo o mundo para melhorar a saúde do sono.  

Gympass - plataforma de bem-estar corporativo que estimula todas as formas de atividades físicas, mentais e emocionais para que as pessoas se sintam bem.


Mulheres com câncer de mama têm direitos assegurados pela justiça; saiba quais

Os direitos das mulheres antes e depois do câncer de mama ganham ainda mais destaque nesta época de Outubro Rosa. O Dr.Marcello Válio, reuniu pontos importantes para ressaltar a importância dos direitos das mulheres que precisam de apoio e quais os seus direitos.

Cirurgia de reconstrução, isenção do imposto de renda e saque do FGTS estão previstos por lei. O câncer de mama é uma das principais doenças que causam problemas de saúde pública no Brasil. Entretanto, apesar da gravidade, o assunto raramente recebe a atenção que demanda.

Marcelo Válio, especialista em direito constitucional pela ESDC, especialista em direito público pela EPD/SP e mestre em direito do trabalho pela PUC/SP, doutor em filosofia do direito pela UBA (Argentina) esclarece que os pacientes portadores da doença possuem direitos que podem facilitar o tratamento.

"Pessoas que sofrem com esse tipo de câncer possuem uma série de direitos que podem ajudar nos tratamentos. Elas podem, por exemplo, sacar o FGTS e fazer o pedido do auxílio doença", ressalta.

Mulheres que sofrem com a doença também costumam realizar a retirada das mamas como tratamento, e chegam a esperar até cinco anos para realizarem a cirurgia de reparação. Entretanto, a Lei 9.797 prevê a obrigatoriedade da operação reparadora a essas pessoas.A paciente com câncer também pode iniciar o tratamento pelo SUS no período de até 60 dias a partir do diagnóstico da doença.

"Caso a pessoa tenha esse direito negado, ela pode entrar com uma ação judicial para dar início ao processo de recuperação gratuitamente", explica.

A isenção do imposto de renda também está prevista a quem possui câncer de mama. Ela se sobre os rendimentos da aposentadoria, reforma ou pensão, mesmo quando a doença se manifesta após a pessoa entrar em inatividade.

Vale lembrar, também, que a Lei 13.767 assegura a ausência da pessoa doente por até três dias sem desconto na folha de pagamento.

 

Dr. Marcelo Valio - Especialista em direito constitucional pela ESDC, especialista em direito público pela EPD/SP, mestre em direito do trabalho pela PUC/SP, doutor em filosofia do direito pela UBA (Argentina), doutor em direito pela FADISP, pós-doutor em direito pelo Universidade de Messina (Itália) e pós-doutorando em direito pela Universidade de Salamanca (Espanha).

 

Medicina nuclear é importante ferramenta na detecção de metástase do câncer de mama

No mês de conscientização sobre o câncer de mama, SBMN chama atenção para os exames diagnósticos atuais e sua importância para o manejo da doença
 

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o segundo mais comum, depois da neoplasia de pele não melanoma, e o que apresenta a maior taxa de mortalidade entre as mulheres no Brasil. Só em 2020, foram 17.825 óbitos. Tais dados contribuem, anualmente, para o Outubro Rosa, celebrado mundo afora, para disseminar informações e conscientizar sobre a doença. 

Com o reconhecimento prévio da doença, é possível conter o avanço das células cancerígenas e evitar que elas contaminem outras regiões do corpo, formando as chamadas metástases, estágio mais avançado do tumor. No entanto, no Brasil, mais de 70% das neoplasias de mama são identificadas já em fases mais graves, segundo o Estudo Amazona. Daí, a relevância da Medicina Nuclear como importante ferramenta de precisão e agilidade diagnóstica e terapêutica. 

“O câncer de mama é frequentemente um tumor que gosta de migrar para o osso e a medicina nuclear já vem atuando nesse rastreamento há muitos anos. O primeiro exame disponível para esse diagnóstico é a cintilografia óssea, que pode avaliar todo o esqueleto a partir de uma pequena quantidade de material radioativo injetada na paciente. É um método seguro, barato, que tem cobertura pelo SUS e é usado amplamente. A sua taxa de performance, ou seja, potencial de detectar lesões é da ordem de 85%”, explica a Dra. Adelina Sanches, diretora da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN). 

Ao longo dos anos, a medicina nuclear também passou a observar a drenagem linfática das pacientes e determinar as vias de disseminação de alguns tumores. Tornou-se possível detectar o linfonodo drenador daquela cadeia e retirá-lo no ato operatório para análise. Se identificado que o gânglio está livre do câncer, a cirurgia mutiladora de esvaziamento de axilas não é necessária. 

“Antigamente, toda mulher que tinha um tumor de mama mais avançado, fazia também uma retirada de todos os gânglios da axila. Isso levava à morbidade, que era a presença de efeitos colaterais decorrentes da própria manipulação. O principal deles, que é algo muito relevante, é o inchaço dos membros. Isso porque quando se altera o sistema linfático de uma pessoa, a drenagem dos líquidos é comprometida e muito frequentemente as mulheres ficavam com braços inchados e pesados, um quadro muito difícil de reverter. Tudo isso é analisado no intra-operatório. O cirurgião recebe esse diagnóstico na hora e pode então poupar essa paciente ou esvaziar a axila, se necessário”, afirma a diretora da SBMN. 

Outros exames da medicina nuclear que demonstram uma excelente performance em câncer de mama são as tomografias por emissão de pósitrons (PET/CT). Para tumores muito avançados, a paciente pode avaliar o corpo inteiro, que vai mostrar se ela está com a doença no pulmão, no fígado, em outros órgãos ou no próprio esqueleto. É um exame que apresenta performance até superior à cintilografia óssea. 

“Temos o PET/CT com o FDG, que é um procedimento mais tradicional, que utiliza a glicose marcada com material radioativo. Mais recentemente, nos últimos cinco anos, foi desenvolvido o PET/CT com FES, que é o flúor-estradiol, análogo ao hormônio feminino estradiol. Esse traçador é injetado para rastrear lesões que expressam receptores de estrógenos, presentes em 70 a 80% dos tumores de mama. Ter um traçador específico traz muitos ganhos, pois, se a paciente estiver com um câncer de mama e outro de pulmão, por exemplo, ele permite identificar se a metástase é decorrente da neoplasia de mama ou do pulmão. Isso ajuda muito na deflagração de terapias, muitas vezes até poupando a mulher de novas biópsias e novos procedimentos invasivos”, finaliza a Dra. Adelina Sanches.


Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear - SBMN


Dia do Médico: salvar vidas é o que move e motiva a trilhar esta profissão

Considerando que cada profissão tem sua relevância e contribuição para a sociedade, a profissão ‘médico’ desde sempre foi considerada uma das mais importantes do mundo, por sermos responsáveis por cuidar da saúde dos seres humanos. No entanto, mesmo com um reconhecimento incontestável por parte das outras pessoas, foi na pandemia de Covid-19 que a medicina e os profissionais da área da saúde ganharam notoriedade mais uma vez, ao se colocarem na linha de frente do combate à doença.

Para tentar salvar vidas, médicos e enfermeiros enfrentaram uma batalha diariamente no período pandêmico, especialmente em 2020, quando tudo começou. Neste mesmo ano, o estudo Demografia Médica no Brasil, resultado da colaboração entre o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Universidade de São Paulo (USP), apontou que existiam mais de 500 mil médicos no Brasil. Trata-se do maior quantitativo e da maior densidade de profissionais já registrados desde o começo do século.

Porém, apesar do número bem significativo, existem alguns problemas que precisam ser resolvidos, como por exemplo, a distribuição dos profissionais para cada região do Brasil. Ainda segundo o estudo, enquanto nas regiões Sudeste e Sul e em cidades mais desenvolvidas, a proporção chega a ser muito maior do que a razão de 3,5 médicos por mil habitantes, a região Nordeste possui taxa de 1,69 e a Norte conta com apenas 1,30 médicos por mil habitantes, cerca de 43% menor que a média nacional.

Além desta problemática, é possível citar inúmeras outras. O fato é que todas as áreas da medicina apresentam dificuldades, seja por burocracias que competem ao governo ou autoridades, como melhorar a infraestrutura de um hospital, seja por parte dos próprios pacientes, que precisam fazer um trabalho conjunto com os profissionais de saúde. Eu, como Presidente do Departamento de Imunologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, percebo que questões relacionadas à imunidade das crianças têm sido cada vez menos levadas a sério pela população, o que é uma situação preocupante.

No entanto, existem maneiras simples para garantir o bem estar e desenvolvimento de uma criança durante sua vida, mas para isso, os cuidados devem começar desde cedo. O primeiro deles é a realização do teste do pezinho, feito em crianças recém-nascidas, a partir das gotas de sangue coletadas do calcanhar do bebê. O exame identifica doenças graves assintomáticas ao nascimento e que podem causar sérios danos à saúde, caso não sejam diagnosticadas e tratadas precocemente.

O teste do pezinho deve ser realizado entre o 3º e 5º dia após o nascimento do bebê e pode ser feito no próprio hospital em que ocorreu o parto, caso ofereça o exame. Mas, se não existir essa possibilidade, é possível ir até os postos de saúde do município ou em laboratórios privados. O mais importante é não deixar de submeter os bebês ao procedimento. Atualmente, o texto do pezinho passou a envolver até 50 novas doenças raras, incluindo a triagem das imunodeficiências, sendo que antes englobava apenas seis doenças.

Implementada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) durante os próximos quatro anos, a ampliação da triagem neonatal representa um grande avanço para a saúde pública dos brasileiros. Além do teste do pezinho, existem outros exames importantes que devem ser realizados logo no início da vida dos recém-nascidos, incluindo as vacinas e suas doses de reforço. Os responsáveis precisam prestar atenção ao calendário de vacinação e levar seus filhos para se vacinarem, conforme normas do Ministério da Saúde.

É a parceria entre pais e profissionais da saúde que faz com que os cuidados para tornar as crianças protegidas funcionem. Aliado a isso, a união dos esforços de médicos de diferentes áreas é fundamental para a promoção da saúde da sociedade. O que mais quero é conseguir que cada vez menos crianças sejam diagnosticadas tarde demais, aumentando assim as chances de cura com um tratamento adequado. Ser médico requer vontade, responsabilidade, e principalmente resiliência para lidar com adversidades e problemas, mas salvar vidas é o que nos move e nos motiva para trilhar esta profissão.


Antonio Condino-Neto - médico e pesquisador, é sócio-fundador da Immunogenic, primeiro laboratório especializado em triagem neonatal dos Erros Inatos da Imunidade por meio do teste do pezinho. Condino-Neto fez pós-doutorado em Medicina molecular na Universidade de Massachusetts, é PhD em Farmacologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), no qual foi Professor Titular e coordenador do Laboratório de Imunologia Humana. O especialista é livre docente pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Com mais de 35 anos de experiência, Condino-Neto atua, ainda, como Diretor na Fundação Jeffrey Modell São Paulo, instituição americana voltada para o conhecimento das Imunodeficiências Primárias, e é membro do Comitê de Erros Inatos da Imunidade (EII) da Academia Americana de Asma Alergia e Imunologia.


Complicações do diabetes podem ser evitadas com exercícios físicos, aponta estudo da Unicamp

A liberação do hormônio irisina durante a atividade física pode proteger os rins dos danos causados pelo diabetes


O rim é um dos órgãos mais afetados pelo diabetes, sendo que, no mundo, o diabetes já é a principal causa de doença renal crônica. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, estima-se que entre 10% e 40% das pessoas com diabetes tipo 2 apresentam problemas renais. Entre os casos de diabetes tipo 1, a estimativa é de 30%.
 

Um estudo brasileiro realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), publicado recentemente na revista científica Scientific Reports, aponta que a prática regular de exercícios físicos pode proteger os rins dos danos provocados pelo diabetes. Os resultados da pesquisa indicam que o exercício ativa a liberação do hormônio irisina no músculo e na circulação. Quando chega aos rins, esse hormônio ativa a enzima AMPK, responsável por bloquear os mecanismos da fibrose renal. 

O médico endocrinologista André Vianna explica que os pacientes com diabetes estão mais suscetíveis a problemas renais devido a possíveis inflamações nos vasos sanguíneos. “Quando a pessoa que tem diabetes não consegue um bom controle da glicemia ao longo dos anos, podem ocorrer lesões nos vasos sanguíneos de todo o corpo. Nos rins, essa condição pode levar a uma insuficiência renal crônica”, afirma Vianna. 

Essas lesões e inflamações nos vasos sanguíneos provocadas pelo diabetes podem resultar em graves complicações, como AVC, retinopatia, insuficiência cardíaca, neuropatia e doença renal crônica. André Vianna afirma que a prática regular de atividade física, somada ao tratamento adequado do diabetes, podem evitar a progressão dessas doenças. 

“O exercício físico, seja ele qual for, traz benefícios para todas as áreas da nossa saúde. No caso da pessoa que tem diabetes, manter o corpo ativo melhora o funcionamento da insulina, alivia o estresse, previne essas doenças associadas e ainda ajuda a controlar o peso. É importante dizer que a obesidade ou o excesso de gordura abdominal contribui para a resistência à insulina. Por isso a prática de atividade física diária é fundamental, sempre de acordo com as orientações do médico endocrinologista”, explica.


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