Se confirmada a projeção, resultado será semelhante ao registrado no mesmo período do ano passado
O varejo paulista deve encerrar o último trimestre
do ano com a geração de cerca de 47,5 mil postos de trabalho com carteira
assinada, de acordo a Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (PESP), índice
da Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(FecomercioSP). Se confirmados estes números, a criação de vagas será
semelhante à registrada no mesmo período de 2021, quando o segmento gerou
47.472 empregos celetistas no Estado.
Mensalmente, o setor comercial – formado pelas divisões varejista, atacadista e
de comércio e reparação de veículos – tem mantido uma geração de vagas em torno
de 15 mil novos vínculos, patamar relevante, embora menor que o observado em
2021. Contudo, para os últimos três meses do ano (especialmente em outubro e
novembro), a expectativa é de que também haja uma aceleração na geração de
empregos, graças à proximidade das tradicionais datas comemorativas, impactando
principalmente os segmentos do varejo.
O desempenho das vendas e a empregabilidade do setor serão influenciados também
pela capacidade da população de transformar a renda em consumo, aponta a
FecomercioSP. Neste sentido, a desaceleração inflacionária, o avanço do crédito
em 2022 e a queda do desemprego podem contribuir, mas os aumentos da
inadimplência e do endividamento familiar, por outro lado, devem ser motivos de
cautela.
No mês de agosto, o comércio paulista gerou 14.572 novas vagas, com contribuição
importante da divisão varejista, responsável pelo surgimento de 9.136 vínculos
empregatícios. Dentre as atividades que compõem o varejo, os hipermercados e
supermercados se destacaram, criando 2.620 vagas. Já no acumulado do ano, o
comércio registra quase 50 mil novos postos de trabalho, com liderança da
divisão atacadista (24.020).
Na capital paulista, o oitavo mês do ano terminou com a geração de 4.716 novos
empregos, puxados, assim como ocorreu no Estado, pelo varejo (2.775 vagas), em
especial pelos hipermercados e supermercados (425 vagas). Desde janeiro, o
comércio paulistano criou mais de 18 mil empregos. A divisão atacadista
continua liderando, com 8.368 vagas. Ao todo, o setor comercial da capital
conta com 862.996 vínculos trabalhistas ativos.
Emprego no setor de serviços
As atividades do setor de serviços foram responsáveis por criar mais de 41 mil
(41.088) empregos celetistas, no mês de agosto. O número aponta para uma significativa
retomada da geração de emprego, sendo o segundo melhor resultado mensal do ano.
Esta aceleração foi resultado de dois movimentos setoriais e sazonais. Um deles
foi o desempenho da divisão de serviços educacionais (9.990 vagas), puxado pelo
retorno às aulas da segunda metade do ano letivo. O outro foram as atividades
dos serviços administrativos (8.910 vagas), influenciadas pelo segmento de
disponibilização de mão de obra temporária (especialmente relevante no último
quadrimestre do ano). A tendência deste segundo apontamento, inclusive, deve
ser mantida para os próximos meses, bem como a evolução do setor de serviços,
em geral.
No acumulado no ano, de janeiro a agosto, são quase 295 mil empregos a mais no
setor. Dentre os grupos, destaque para as divisões de educação (50.776 vagas),
de transporte e armazenagem (40.278 vagas) e de alojamento e alimentação
(40.591 vagas). Na capital, o mês de agosto registrou a criação de 14.170 novas
vagas. No ano, por sua vez, são 110 mil postos de trabalho criados.
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (PESP) sofreu uma reformulação em sua metodologia e, agora, analisa o nível de emprego celetista do comércio e serviços do Estado de São Paulo a partir de dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, passando a se chamar, portanto, PESP Comércio e Serviços.
FecomercioSP