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terça-feira, 21 de junho de 2022

As dificuldades na implementação da LGPD

Enquanto que na esfera privada, empresas investem para se adequarem à lei, na pública, mudanças não foram feitas 

 

Apresentada como a legislação que colocaria o Brasil na vanguarda mundial sobre a matéria, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tem papel fundamental para disciplinar o uso de dados pessoais por empresas públicas e privadas.

Adotando o princípio da autodeterminação informativa, a utilização de dados pessoais do usuário depende do consentimento dele. Além dessa hipótese, outras bases legais presentes na LGPD, como o cumprimento de obrigação legal, execução de contrato, proteção da vida e tutela da saúde permitem a extração e utilização de dados pessoais.

Após a edição da Lei, as empresas privadas iniciaram providências para se adequar à LGPD. Contrataram escritórios de advocacia, consultorias em tecnologia e profissionais de Tecnologia da Informação (TI) para implementar cultura de proteção de dados, alterar contratos e documentos, mapear e reduzir riscos em hardwares e softwares, dentre outras medidas. A maioria das empresas privadas concluiu que junto às medidas de adequação, é necessário investir em cibersegurança para impedir invasões aos sistemas e captura de dados pessoais de seus clientes.

O mercado percebeu que ter um diferencial na segurança oferecida ao cliente é uma grande vantagem, sobretudo em ramos com alta competição. Hoje existem escritórios especializados para full service, ou seja, para realizarem a adaptação total da empresa aos termos da LGPD.

Na esfera pública, parece que as coisas não correm muito bem. Noticiou o site Capital Digital que uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), através da Secretaria de Fiscalização de TI (Sefti) em relatório final aprovado pelo plenário da Corte e relatado pelo Ministro Augusto Nardes, apresentou dados preocupantes e decepcionantes em relação à adaptação do setor público à LGPD.

São variadas informações, mas em resumo pode-se dizer que 76,7% em um contingente de 382 órgãos federais não adotam a LGPD. Ainda, somente 45% das organizações concluíram a iniciativa de mapeamento e planejamento das medidas necessárias à adequação e apenas 17% das organizações checadas identificaram todos os procedimentos de negócio que realizam tratamento de dados pessoais.

Segundo Francisco Gomes Junior, especialista em direito digital e presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e Consumidor (ADDP), as informações são muito preocupantes. “Órgãos públicos lidam diariamente com nossos dados e saber que não estão adequados à LGPD traz um sentimento de vulnerabilidade a todos os cidadãos. E se a adaptação legal não foi feita, será que medidas se cibersegurança foram implementadas? Tudo indica que não”.

De fato, em 2021, o Brasil ficou no topo de vazamento de dados. E muitos órgãos públicos foram atacados, como o Ministério da Saúde e o aplicativo SUS (Sistema Único de Saúde) de onde vazaram 200 milhões de dados. Além disso, empresas estatais, Tribunais, vêm reportando com frequência as intrusões que estão sofrendo.

“Até agora a ANPD, encarregada de fiscalizar o cumprimento da LGPD está com uma postura coerente. Estruturou-se inicialmente, foi transformada em autarquia e tem preferido atuar orientando empresas e não sancionando, o que parece ser o mais correto diante do cenário descrito. Obviamente, o caso do Ministério da Saúde, pela repercussão nacional deverá ter seus resultados divulgados para a sociedade, o que ainda não ocorreu”, finaliza Gomes Júnior.

Portanto, sabendo da vulnerabilidade que algumas empresas ainda têm, tome cuidado ao fornecer seus dados e adquira o hábito de acompanhar a utilização deles e seus limites. Todos devemos atuar para proteção adequada.

 

Francisco Gomes Júnior - Sócio da OGF Advogados. Presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP). Autor do livro Justiça Sem Limites. Instagram


Como cobrar clientes inadimplentes?

Um dos maiores desafios de empresas de todos os portes e segmentos é lidar com a inadimplência dos clientes. Infelizmente, com a pandemia, o desemprego e os altos índices de inflação, esse problema só tem aumentado. 

 

De acordo com o Serasa, o Brasil possui, aproximadamente, 65 milhões de inadimplentes – marca que não era atingida desde maio de 2020. Diante desses números, criar uma estratégia adequada de cobrança é a única maneira de minimizar o impacto negativo aos negócios.

Por se tratar de um tema bastante delicado, ter empatia e tato na comunicação é fundamental. É preciso evitar ações que causem constrangimento ou exponham o devedor a uma situação vexatória.

Até bem pouco tempo atrás, o principal recurso utilizado pelas empresas de cobrança eram as ligações de telemarketing. Contudo, com as mudanças frequentes no comportamento do consumidor, tem sido cada vez mais difícil obter sucesso por esse meio.

Por outro lado, os smartphones criaram várias possibilidades de fazer uma cobrança personalizada e automatizada ao mesmo tempo, sem a necessidade de um operador fazendo uma ligação por vez. E, o brasileiro está cada dia mais familiarizado com esses aparelhos. Prova disso é uma pesquisa da Newzoo, que aponta que o Brasil é um dos cinco países com maior número de celulares no mundo.


Canais de contato

Sendo assim, é preciso aproveitar todos os recursos disponíveis a fim de estabelecer uma comunicação clara, direta e empática com o consumidor inadimplente. Uma das possibilidades é o SMS. Esse tipo de mensagem tem como diferenciais o alcance na entrega e o preço atrativo. Seu investimento chega a ser dez vezes menor que outras ferramentas de comunicação segmentada.

Esse sistema de mensageria curta é livre de restrições, como políticas de privacidade, por exemplo. Seu envio chega à 100% da base dos aparelhos móveis do país, sem depender de nenhum aplicativo para recepção ou recurso adicional nos sistemas operacionais. Além disso, as taxas de aberturam giram em torno de 98%, segundo um estudo do Slick Text.

Paralelamente, o RCS (Rich Communication Service) também está despontando fortemente no mercado de cobranças. Desenvolvido pelo Google, pode revolucionar o segmento, trazendo uma maior interatividade entre as partes. O canal possibilita uma troca de mensagens mais harmoniosa, por meio de uma amplitude de recursos disponíveis, como imagens, vídeos, gifs. Tudo isso, amparados por uma intensa segurança de dados.

Outra opção é o voicebot, um agente virtual de voz envolto em inteligência artificial. Esse robô faz uma ligação personalizada e permite interação para que o consumidor inadimplente negocie suas dívidas. Mesmo se tratando de um recurso tecnológico, a qualidade na conversação é elevada, se aproximando muito de um atendente humano – desde que tenha sido feita uma boa programação. Entre suas maiores vantagens, estão o fato de a voz ser um dos meios de comunicação mais inclusivos do mercado, capaz de abordar a maior parte do público de forma muito assertiva.

Em suma, todo consumidor moderno espera uma prestação de serviços eficiente e personalizada, com atendimento instantâneo. Com tamanhos recursos tecnológicos à disposição, utilizá-los a favor da experiência do cliente se torna uma obrigação para um relacionamento de qualidade, entregando soluções que se encaixem em sua situação financeira e evitando desgastes com mensagens excessivas e descontextualizadas.

Nessa missão, o apoio de uma empresa especializada é sempre bem-vindo. Com sua expertise, será muito mais fácil entender quais ferramentas fazem mais sentido para cada público, criando uma jornada de atendimento mais fluída para todos. Construir um acordo de cobrança é um trabalho árduo, que demanda estratégias eficientes. Ao adotar os recursos apropriados, certamente, a empresa terá muito mais êxito em suas negociações.

 

 

Carlos Secron - CEO da Pontaltech, empresa especializada em soluções integradas de voz, SMS, e-mail, chatbots e RCS.

 

Pontaltech

https://www.pontaltech.com.br/

 

Demanda por seguros de autos tem alta de 30% em maio

Na comparação com igual mês de 2021, indicador medido pelo Neurotech traz como destaque os estados do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, nessa ordem

 

A demanda por seguros de automóveis registrou alta de 30% em maio deste ano quando comparada a igual mês de 2021. É o que revela o Índice Neurotech de Demanda por Seguros (INDS). O indicador mede mensalmente o comportamento e o volume das consultas a plataforma da Neurotech, empresa pioneira em soluções de inteligência artificial aplicadas a seguros e crédito, área na qual a companhia mantém um índice similar que já é referência no mercado. 

Em maio, o INDS destaca os estados do Paraná (32,91%), Rio Grande do Sul (30,77%) e São Paulo (24,47%), entre os três primeiros do ranking. Foram seguidos por Rio de Janeiro e Minas Gerais, com alta de 22,55% e 17,86%, respectivamente. 

Em relação a abril deste ano, o crescimento do indicador nacional foi de 18,79%. O movimento foi puxado pela retomada das vendas de veículos novos, que tiveram melhor resultado do ano segundo a Fenabrave. Em maio, o comércio de veículos novos subiu 27,1% na comparação com abril, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. 

Com volume próximo ao de maio de 2021 – leve queda de 0,8% -, a associação considerou o resultado do mês passado surpreendente, ainda que no acumulado desde o primeiro dia do ano as vendas mostrem queda de 17%, com 739,9 mil unidades licenciadas nos cinco primeiros meses do ano. 

Daniel Gusson, Superintendente Comercial de Seguros da Neurotech, avalia que outro motivo, além da busca de melhores condições de preço e o aumento das vendas de veículos novos, é a retomada da circulação a patamares iguais aos de anteriormente à pandemia.

 

INDS - Índice Neurotech de Demanda por Seguros (INDS) abrange o universo das principais seguradoras brasileiras e mensura o apetite do brasileiro a assegurar o seu automóvel.

https://www.neurotech.com.br/categoria/seguros/inds/


Como se recuperar de um negócio que não deu certo

Dar a volta por cima é a solução. Veja como fazer isso. 

 

Não há momento mais propício para falar sobre derrotas e volta por cima, não depois que a seleção brasileira perdeu de 7 a 1 para a Alemanha. Como lidar com o fracasso e superar esse momento difícil? Aqui vai um paralelo entre o futebol e os negócios: como superar um negócio que não deu certo e seguir em frente?

A cultura sobre o fracasso varia muito em cada país – e isso foi extremamente visível com a Copa. Muitos países saíram da competição satisfeitos com o que alcançaram – seja passando pela fase de grupos ou chegando a final – e não para por aí. No mundo dos negócios o fracasso também é interpretado de formas diferentes: nos Estados Unidos, por exemplo, fechar uma empresa é sinal de orgulho, afinal, a pessoa tentou, aprendeu e agora pode partir para uma nova jornada, enquanto no Brasil, o fracasso ou fechamento de uma empresa pode ser sinônimo para o fim de uma carreira.

Não importa o quanto uma derrota pode ser devastadora para um profissional, é preciso que ele avalie a situação e volte para a luta enfrentando os obstáculos - e sem reclamar. Ok, você teve que fechar sua empresa e seu projeto deu errado, mas a cada minuto que você reclama, é um minuto que você perde para colocar em prática uma nova ideia ou simplesmente superar o acontecido.

É importante para você mesmo saber por que e onde aconteceram os erros. Foi no projeto? Faltou estudar os concorrentes e o público alvo? Veja o que aconteceu e pesquise para evitar essas falhas no futuro. Porém, independente dos motivos responsáveis pelo fracasso, perdoe-se. Quanto mais você se martirizar, pior vai ser.

Entenda que não existe garantia de vitória quando o que se quer é algo inovador. Portanto, se você fracassou, é porque tentou algo novo – e o mundo precisa disso: pessoas que tentam coisas diferentes. Além disso, todo fracasso serve para o aprendizado. Mesmo com o negócio não dando certo, com certeza você aprendeu algo com ele - e levará esse aprendizado para o futuro.

Depois de entender os motivos responsáveis pelo fracasso (e se perdoar por isso), reúna energia suficiente para uma nova jornada. Faça planos concretos e conte com o apoio de quem você confia para analisar, criticar e acrescentar detalhes em seus planos. Após esse período difícil, coloque em prática aquilo que está no papel. Jogue fora a energia negativa do último projeto e a transforme em motivação para melhorar o atual. Essas são dicas para todas as pessoas, independente da área. Os jogadores da seleção, por exemplo, precisarão reunir forças, aprender com o fracasso e seguir em frente. 

 

Madalena Feliciano - Gestora de Carreira

madalena@ipcoaching.com.br

www.ipcoaching.com.br

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Professor Aprígio Gonzaga 78, São Judas, São Paulo - SP


75% das empresas no Brasil acreditam que inglês é essencial no trabalho

Entenda a importância da capacitação adequada e os diferenciais para se comunicar em inglês no mundo corporativo

 

De acordo com uma pesquisa realizada pela Page Personnel, 60% das vagas solicitadas atualmente pedem fluência no inglês. Além disso, o estudo revelou que a tendência é que o inglês deixe de ser um diferencial e se torne um requisito daqui a 10 anos. Enquanto isso, um levantamento da Education First Corporate Language Learning Solutions, mostrou que 75% das empresas consideram o uso diário do inglês muito importante.

 

Segundo Júnior Pires, fundador e diretor da HC School, a língua inglesa é o idioma oficial do mundo dos negócios, ou seja, obter esta habilidade facilita a comunicação com empresas do mundo inteiro. “Muitas companhias buscam profissionais capacitados para realizarem negócios no exterior, não apenas empresas multinacionais, mas também as empresas nacionais de diferentes portes que precisam realizar cotações, compras, vendas, eventos, parcerias e networking. Um profissional que consiga se comunicar em inglês tem muito mais oportunidades no mercado de trabalho, além de garantir um salário mais rentável”, comenta.

 

Júnior acrescenta ainda que esse tipo de habilidade pode gerar reflexos para toda a equipe, aumentando resultados e oportunidades para toda a empresa. “Existe uma geração de fluxo de negócios que ocorre de forma natural quando se tem toda equipe de colaboradores fluentes na língua inglesa, independentemente do ramo que se atua, uma vez que se abre um leque de novas possibilidades e oportunidades que não são exploradas e, muitas vezes, desconhecida por aqueles que não têm toda a equipe preparada”, destaca.

 

Inglês diário x Inglês corporativo

 

Apesar das regras gerais do idioma serem necessárias para qualquer situação, vale salientar que o inglês corporativo pode exigir um conhecimento específico, como expressões utilizadas no mundo dos negócios ou a forma de se comunicar diante de diferentes situações, como em uma entrevista de emprego, por exemplo. Por esse motivo, Júnior compartilha que aprender a conviver com esses diferenciais também pode fazer a diferença. “As empresas buscam cursos mais práticos por conta da necessidade de uma comunicação mais assertiva. É de extrema importância que o profissional consiga ser claro ao se comunicar. Uma falha de comunicação pode gerar prejuízos e para conseguir se expressar bem é preciso prática e experiência real com o idioma”, diz.

 

O papel do líder no aprendizado da equipe

 

Júnior destaca que incentivar os colaboradores na prática do inglês também pode gerar excelentes resultados para toda a empresa. Portanto, essa rotina pode começar através das lideranças. “Líderes podem incentivar a prática através de campanhas internas, como ‘a hora do inglês’, em que todos da empresa (em departamentos específicos ou não), só podem se comunicar em inglês. Isso pode ocorrer 1 vez por semana durante uma hora, por exemplo. Desta forma, os colaboradores vão sentir a real falta do inglês no dia a dia e procurar se qualificarem. Uma outra forma interessante é através de incentivos financeiros para custear o investimento no curso ou com investimentos que ofereçam o curso para toda a equipe, se for possível”, indica. 

 

Fonte: Júnior Pires - fundador e diretor da HC School, escola de inglês com ensino à distância disponível globalmente.

www.hcschool.online ou www.hcschoolweb.com 

Instagram: @redehcschool


Vendas do comércio têm a alta mais expressiva do ano em maio, diz Serasa Experian

Com crescimento de 2,1%, o índice foi impulsionado principalmente pelo setor de Veículos, Motos e Peças 

 

Após registrar duas quedas consecutivas nos meses de março (-1,5%) e abril (-1,2%), as vendas do comércio físico brasileiro tiveram a alta mais expressiva do ano, marcando 2,1% frente ao mês anterior. Antes disso, o único crescimento apontado foi em fevereiro, quando o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian marcou leve aumento de 0,4%. O setor de Veículos, Motos e Peças impulsionou a expansão de maio, enquanto o de Móveis, Eletrodomésticos, Eletroeletrônicos e Informática foi o único a revelar queda. Confira os dados completos no gráfico abaixo:

  

De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, existem alguns fatores pontuais que podem ter impulsionado a alta do índice. “O cenário econômico continua instável, afetando o poder de compra dos consumidores e, sendo assim, dificultando a vida financeira dos empreendedores. No entanto, alguns fatores como o saque extraordinário do FGTS e o adiantamento da primeira parcela do 13º podem ter contribuído para o aumento de uma movimentação econômica relacionada ao consumo”.


 

Variação anual revela estabilidade

A atividade do comércio marcou leve alta de 0,1% em maio deste ano na comparação com o mesmo mês de 2021. “Apesar do percentual positivo, economicamente falando, esse crescimento deve ser interpretado como uma estabilidade, pois não é uma alta significativa”, explica Rabi. Ainda na análise ano a ano, foi o setor de Tecidos, Vestuários, Calçados e Acessórios que teve o aumento mais expressivo, esse de 52,5%. Para conferir mais informações e a série histórica do indicador, clique aqui

 


Serasa Experian

www.serasaexperian.com.br


Todo aborto é crime? Entenda a cartilha do Ministério da Saúde e o que está por trás disso


No dia 3 de maio, o Instituto Datafolha divulgou uma pesquisa em que 31% dos brasileiros concordam com a total restrição da interrupção da gravidez no país. Em 2018, esse percentual era de 41%. Hoje, 39% das pessoas concordam que a lei deve continuar como está. 4 anos atrás, o número era de 34%, ou seja, hoje cerca de 4 em 10 brasileiros consideram isso. 

 

Além disso, na edição de 2021 do estudo Global Views on Abortion, da Ipsos, 31% dos brasileiros responderam que o aborto deve ser permitido sempre que uma mulher desejar. A média global foi de 46%. Esse número coloca o Brasil como o quinto país menos favorável à legalização total do aborto em um conjunto de 27 países.

 

Para alavancar essa discussão, no dia 8 de maio, foi divulgado a publicação de uma cartilha do Ministério da Saúde que afirma que “todo aborto é crime”. O documento tem como editor geral o Secretário Nacional de Atenção Primária, Raphael Camara, e defende que casos de aborto previstos em lei devem ser comprovados por “investigação policial”. 

 

A cartilha publicada afirma que: "Não existe aborto ‘legal’ como é costumeiramente citado, inclusive em textos técnicos. O que existe é o aborto com excludente de ilicitude. Todo aborto é um crime, mas quando comprovadas as situações de excludente de ilicitude após investigação policial, ele deixa de ser punido, como a interrupção da gravidez por risco materno".

 

É interessante analisarmos esse ponto já que essa é uma afirmação sem lógica. A excludente de licitude, nada mais é, do que quando está presente certos elementos que excluem que o fato seja crime. Logo, um aborto com excludente de licitude, é um aborto lícito. Um aborto legal. 

 

Tanto que, quando ensinamos sobre aborto na sala de aula, dizemos que o “aborto é uma interrupção de gravidez com morte do produto da concepção”. Só que, quando falamos dessa circunstância do ato de abortar, especificamos que nem sempre o aborto é criminoso. Ele pode ser natural, acidental, legal ou criminoso. O aborto é uma categoria ampla.

 

Se todo aborto fosse ilegal, também seriam considerados ilegais os abortos naturais e acidentais. Ou seja, puniríamos uma mulher que tenha um aborto natural ou se ela cai da escada acidentalmente e tem um aborto. Não é lógico fazermos a equivalência de que todo aborto é criminoso porque existem diferentes formas do gênero aborto. 

 

Como funciona a lei?

 

Dentro do aborto criminoso, existem algumas subespécies: o auto-aborto que está na primeira parte do art. 124; o consentimento para o aborto que está na segunda parte do art. 124; a provocação do aborto com o consentimento da gestante que está no art. 126; e a provocação do aborto sem o concentimento da gestante que está no art. 125.

 

O art. 128 do Código Penal estabelece as hipóteses em que o aborto é legal: ou seja, se não houver outro meio para salvar a vida da gestante, e se a gravidez resultar de estupro - quando isso for procedido com o consentimento da gestante, ou quando ela for incapaz com as autorizações dos seus representantes legais. Também tem a hipótese que foi reconhecida há alguns anos pelo Supremo Tribunal Federal, que é o aborto em caso de fetos anencéfalos.

 

Nós temos duas hipóteses de abortos legais, da mesma forma que temos quatro hipóteses de aborto criminoso. No caso dos abortos legais, temos o aborto necessário terapeutico, que está previsto no inciso 1 do art. 128. Nessa modalidade, o aborto é feito para salvar a vida da gestante, quando não existe outro meio além desse para salvar a vida dela e o médico realiza o pedido para isso.

 

O que mais está sendo discutido nessa cartilha é o aborto sentimental e humanitário, que está previsto no inciso 2 do art. 128. Se exige três requisitos: que a gravidez seja resultado de estupro; que haja o consentimento da gestante ou do seu representante legal se ela for incapaz; e que seja realizado por um médico. Ou seja, nesse caso, não é um aborto legal quando a vítima realiza um auto-aborto em si mesma.

 

Dentro disso, é importante entendermos que, em nenhuma hipótese de aborto legal, exige autorização judicial para fazer o aborto. Com essa cartilha e medidas, o que está se buscando fazer é criar uma burocratização para que venha cavar uma espécie de autorização e investigação, mas não existe isso. Não existe essa autorização judicial.

 

No caso do aborto humanitário, desde sempre nunca foi necessário provar a pré-condenação do estuprador, ou seja, ele pode ser identificado ou não. Isso nunca foi solicitado. O segundo ponto é que para a realização do aborto humanitário bastava, até então, que o médico se convencesse da ocorrência da violência sexual por meio de exames ou pela cópia do boletim de ocorrência.

 

O que está se tentando fazer é burocratizar e inviabilizar um aborto legal. Um aborto que é garantido em lei, inclusive chamado de ‘aborto humanitário’. 

 

Um ponto importante para mencionar é que, com essa burocratização e investigação prévia, estão se criando condições para garantir o que é estabelecido em lei no Código Penal. O mais absurdo é que o Governo utiliza da narrativa que visa proteger os médicos que fazem isso.

 

Mas a questão curiosa é que, se o médico age fazendo o uso de um boletim de ocorrência, acobertado que é uma hipótese de aborto legal/humanitário, o médico não estaria cometendo um crime. Ele já estaria sob o manto de que está agindo através da hipótese de aborto legal.

 

Na realidade, isso seria uma hipótese da descriminante putativa do art. 20, do parágrafo 1, do Código Penal. Ou seja, nesse caso o próprio médico estaria acobertado de não ser imputado um crime. Ele estaria, ali, diante de uma discriminante.

 

O que está por trás dessa cartilha?

 

Na realidade, devemos entender que a  burocratização e criminalização do que é entendido como legal, vem de um objetivo ideológico que está por trás no Ministério da Saúde e do Governo Federal. E qual é esse motivo?

 

Ele vem desde 2020, quando foi alterada a portaria do aborto. A portaria nº 1.145 para a portaria nº 2.282 do Ministério da Saúde, onde se criou a necessidade de investigação e burocratização para o aborto legal que é respaldado na cartilha ditada pelo Ministério da Saúde.

 

Não podemos ser ingênuos, devemos lembrar que o Brasil é um país muito conservador. Qual a tentativa que está por trás desse momento? Em ano de eleição, claramente é possível ganhar votos e aderência. O Governo atual está mal nas pesquisas e, como o aborto sempre foi uma pauta que nunca pôde ser defendida abertamente - já que vivemos em um país conservador e de objetificação do corpo das mulheres, a cartilha se torna um atrativo para se aproximarem de leitores que tem essa mesma pespectiva e são contra o aborto. 

 

Enquanto todos os países da América Latina estão discriminalizando o aborto, o Brasil e, em especial, o Governo Federal está indo em desencontro com a proteção dos Direitos Humanos. Isso é tão real que o próprio Supremo Tribunal Federal (STF), o nosso órgão máximo constitucional, têm adotado posturas contrárias ao Ministério da Saúde.

 

Por exemplo, tivemos o entendimento de que se adicionou aos abortos legais o caso de aborto em caso de fetos anencéfalos. Além disso, há alguns anos também tivemos uma decisão do STF, em um HC, em que se reconheceu a ordem do pedido de Habeas Corpus no caso de aborto, antes do terceiro mês da gestação.

 

Ou seja, quem é responsável por aferir os requisitos de legalidade, está indo na posição contrária do Ministério da Saúde. O que nos prova que, cada vez mais, tudo isso trata-se de uma questão ideológica.

 


Mayra Cardozo - advogada especialista em Direitos Humanos e Penal, também é mentora de Feminismo e Inclusão e líder de empoderamento.


Mensagem que circula no WhatsApp e promete "emprego fácil e bem remunerado" é golpe.


Criminosos se passam por empresas verdadeiras e enganam pessoas com a promessa de ganhos rápidos e lucrativos

 

Criminosos se passam por empresas verdadeiras e enganam pessoas com a promessa de ganhos rápidos e lucrativosSe você ainda não recebeu uma oferta de emprego com bons salários e poucas horas de trabalho pelo WhatsApp, provavelmente irá receber. São centenas de mensagens que circulam pelo mensageiro e tem feito inúmeras vítimas por todo o Brasil.

Em números absolutos, o Brasil tem hoje 11,3 milhões de desempregados. E o que é ruim, pode piorar ainda mais, quando pessoas que já passam por dificuldades cedem as falsas promessas de empregos e oportunidades oferecidas por gente má-intencionada na internet. E além de impactar pessoas desempregadas, atinge também quem busca por renda complementar ou se ilude com oportunidades de ganhos de forma rápida e fácil.

São mensagens enviadas por WhatsApp, Telegram, Facebook e até SMS, oferecendo um valor generoso de ganhos diários, que estão muito acima da média mensal dos ganhos da maioria dos trabalhadores brasileiros. Imagine alguém te oferecendo uma oportunidade de trabalhar por alguns minutos e faturar R$ 500 a R$ 800 por dia? Algo bom demais para ser verdade não é mesmo?


Além das promessas de ganhos fáceis, as mensagens fazem o uso indevido de nome de empresas verdadeiras e sérias, para passar uma falsa credibilidade. Alguns se apresentam como gerentes ou supervisores, eles fazem isso para gerar autoridade e dar uma falsa segurança ao que estão oferecendo. As mensagens que circulam no mensageiro variam, mas de forma geral tem o mesmo objetivo e propostas parecidas. Por exemplo, uma dessas pessoas se identificou como recepcionista da Amazon. Fazem dessa forma para enganar ainda mais pessoas, pois usam o nome de uma empresa conceituada no mercado.

Em resumo, eles tentam te ludibriar da seguinte forma:

- oferecem ganhos diários com valores irreais;

- usam nomes de empresas conhecidas;
- pedem para que você faça um cadastro, acesse o painel deles, e complete tarefas para ganhar dinheiro;

- concedem um "bônus"  para começar;
- E para que você possa "ter mais ganhos", você terá que efetuar depósitos para eles, para só depois sacar seu dinheiro;

- Esse dinheiro depositado será perdido;

A porta de entrada são as mensagens oferecendo as vagas, a prática e a forma como o golpe é aplicado pode variar muito, então tenha sempre muito cuidado. O natural é que as empresas recebam currículos e não o contrário, essa abordagem a números desconhecidos não acontece.

Infelizmente, pessoas agindo de má-fé acabam se aproveitando da inocência e da ganância de muita gente. 

Em uma busca rápida sobre isso no site Reclame Aqui, encontramos inúmeras reclamações de pessoas que caíram nesse tipo de golpe, os relatos mostram perdas de até R$ 8000, veja abaixo:

https://www.reclameaqui.com.br/br-shop/brshopingmall_0aKpmSx1Qm8mG-wA/

https://www.reclameaqui.com.br/amazon-web-services/trabalho-online_t6bCQIlodWFjQCsw/

 

Amador Gonçalves, especialista de segurança da plataforma Site Confiável, listou 5 importantes dicas de segurança para que você não caia no conto da falsa promessa de emprego.

 

1) Desconfie sempre
Não acredite em tudo o que te enviam nas redes sociais e por mensagens no celular. Desconfie de facilidades de ganhos rápidos, pois é totalmente fora da realidade. O padrão para vagas de emprego, é que as empresas, através de canais oficiais, abram vagas e recebam candidaturas e não o contrário.

 

2) Faça uma busca
Antes de qualquer coisa, faça uma busca no Google ou no Reclame Aqui pelo nome da empresa e a tal proposta e veja se tem alguém falando sobre isso. Além disso, você pode consultar o link que recebeu, através da plataforma Site Confiável (www.siteconfiavel.com.br), para saber detalhes e vulnerabilidades sobre o site.

 

3) Fale com alguém

Peça a um amigo ou parente para que te ajudar a analisar se a informação é verdadeira. Alguém de fora, pode te ajudar a pensar melhor, pois não tem vínculo emocional com a oferta de emprego.

 

4) Nunca deposite dinheiro

Em hipótese nenhuma, deposite dinheiro para garantir uma vaga de emprego. Eles podem pedir isso sob o pretexto de que usarão o dinheiro para pagar taxas, exames médicos admissionais, para liberar um suposto acesso a uma plataforma ou usando qualquer outra desculpa. Mas sabendo que a vaga oferece uma condição de ganho irreal e se você não enviar dinheiro e nem enviar seus dados, você estará protegido e não terá prejuízos.

5) Visite a página da empresa no Linkedin

Visite a página oficial da empresa que está supostamente oferecendo vagas e verifique se a empresa está realmente oferecendo estas oportunidades. O Linkedin é uma rede social profissional, certamente teria alguma informação na página da empresa, se a proposta fosse realmente verdadeira.




Congresso aprova projeto que modifica leis em casos de alienação parental

Advogada especialista em Direito Civil, Ana Beatriz Moral explica como agir ao presenciar esse tipo de influência em crianças e adolescentes 

 

O Plenário do Senado Federal aprovou o Projeto de Lei 634/2022, que modifica a Lei da Alienação Parental e o Estatuto da Criança e do Adolescente. O projeto retira a suspensão da autoridade parental da lista de medidas possíveis a serem usadas por juízes em casos de alienação parental.

A prática é caracterizada a partir da interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente, promovida ou induzida por um dos pais, avós ou por qualquer adulto que tenha contato e algum tipo de autoridade sobre esse menor.

De acordo com Ana Beatriz Moral, especialista em Direito Civil e do Consumidor que atua no escritório Duarte Moral Advogados, a justiça pode condenar o indivíduo que pratica alienação parental. “Quando o ato é comprovado, o responsável é condenado a pagar uma indenização por danos morais pelo ato de alienação parental. Além disso, em muitos casos, a decisão é de retomar os laços do menor com o genitor que sofreu com alienação, seja por meio de modificação da guarda, participação ativa ou aumento do número de visitas”, relata.

Atualmente, quando comprovados, os casos de alienação parental acabam gerando a suspensão da autoridade daquele tutor em relação ao menor prejudicado. Para a advogada, a mudança da pena pode trazer benefícios e malefícios ao mesmo tempo. “É benéfico, pois possibilitará o acesso, auxílio e o afeto do infante que está sofrendo com a situação. No entanto, o retira de um ambiente que ele já está habituado, podendo ocasionar distanciamento dos amigos, mudança de escola e outras eventualidades. Em relação aos pais, é notória a prejudicialidade, uma vez que o menor será retirado de seu convívio e esse genitor não poderá participar do seu desenvolvimento, mas claro que, a depender da situação, a retirada faz-se imprescindível”, lamenta.

Embora seja um problema que assola diversas crianças e adolescentes em todo o Brasil, apenas o relato não é suficiente para caracterizar alienação parental. “Por se tratar de um assunto delicado, é importante ter a constatação de provas técnicas que podem ser obtidas com a análise de um psicólogo indicado pelo juiz”, pontua Ana Beatriz.

Em relação aos pais ou tutores do menor, a especialista em Direito Civil afirma que existem dois caminhos para a resolução desse tipo de situação. “O primeiro passo é tentar um acordo entre as partes, com o intuito de evitar um desgaste de eventual processo judicial. Caso as tentativas de acordo não sejam frutíferas, é necessário procurar por um advogado especialista para propor uma ação judicial em razão da alienação parental, pleiteando uma indenização por danos morais, com fundamento na Lei 12.318/2010”, finaliza.

  

Ana Beatriz Moral - Graduanda da Universidade Presbiteriana Mackenzie, poliglota, cursando, dentre outras disciplinas, Direito Contemporâneo Americano, com mais de três anos de experiência em diversos escritórios renomados no Brasil, é conhecida pela sua inteligência, eficiência, criatividade e empatia. Em que pese ainda estar concluindo a faculdade, prestou assistência para clientes internacionais e em um dos principais escritórios responsáveis pelos processos da Lava Jato. Destaca-se também por suas peças brilhantes e diversos vídeos do Youtube.

 

 Duarte Moral

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Brasil é o 3º país com a internet mais rápida, mas um dos últimos com relação ao custo

 

Apesar de ter uma das velocidades mais rápidas, o Brasil se encontra na 78ª ao levar consideração o custo

 

Com uma velocidade média entre os internautas de 90,16 Mbps, o Brasil é o 3º país com a internet mais rápida da América Latina. O país fica somente atrás do Chile e Uruguai.

É o que revela um estudo divulgado pelo CupomValido.com.br, plataforma de descontos online, com dados da Speedtest e Statista sobre a velocidade de internet no mundo.

O destaque vai para o Chile com uma velocidade média de 197,59 Mpbs, que fica em primeiro lugar com a internet mais rápida da América Latina, mas também com a primeira posição a nível mundial.

 


Os mais rápidos e os mais lentos

O Afeganistão é o país com a internet mais lenta do mundo, uma velocidade média de apenas 1,63 Mbps. Seguido de Cuba (1,91 Mbps), Turcomenistão (2,05 Mbps) e Iêmen (2,63 Mbps)

Ao considerar todos os países os países pesquisados, a velocidade média fica em 60,76 Mbps para o download.

O que impressiona, é que o Brasil possui na média, uma internet mais rápida que diversos países desenvolvidos, como a Alemanha (71,58 Mbps), Reino Unido (62,55 Mbps), Itália (52,82 Mbps) e Austrália (51,42 Mbps).

 




Com relação ao custo, o Brasil fica na lanterna

Para descobrir o custo relativo da internet de acordo com poder de compra de cada país, o estudo realizou um ranking da quantidade de horas de trabalho necessário para adquirir o plano mais barato de internet em cada país.

Dentre os 110 países pesquisados, o Brasil ocupa a 78ª posição do ranking. São necessários 411 minutos (ou 6 horas e 51 minutos) de trabalho por mês, para o brasileiro pagar o plano de internet mais barato do país.

Israel é o primeiro país do ranking mundial, sendo necessário apenas 19 minutos de trabalho por mês.

Na ponta oposta, a Nigéria é o país que possui a internet mais cara do mundo. Os nigerianos precisam trabalhar 2.133 minutos (ou mais de 35 horas) por mês, e apesar disso, possuem uma das piores velocidades de banda larga dentre os 110 países pesquisados.

 

Fonte: Speedtest, CupomValido.com.br, Statista


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