Pesquisar no Blog

terça-feira, 21 de junho de 2022

4 pontos de atenção na hora de obter crédito sem garantias tradicionais

Thinksto
Oferecer garantia é um dos principais entraves quando pequenos negócios precisam de dinheiro, mas algumas fintechs permitem opções diferenciadas para não deixar o empreendedor na mão

 

A demanda por crédito pelos pequenos negócios e MEIs, para capital de giro, compra de equipamentos ou até mesmo quitação de dívidas aumentou desde o início da pandemia. Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam que foram captados R$ 166 bilhões em empréstimos e financiamentos voltados a esse grupo apenas em 2021.

Mesmo assim, uma das grandes dificuldades dessas empresas sempre foi conseguir crédito por meios tradicionais, devido à necessidade de garantias como carros ou imóveis. Mas algumas fintechs têm mudado esse cenário, liberando o dinheiro de outras formas para reduzir riscos.

E em alguns casos, no mesmo dia - como a SuperSim, que recebeu aporte recente de fundos de venture capital e oferece crédito até R$ 2,5 mil a quem colocar o celular como garantia atrelado ao sistema da fintech - o aparelho é bloqueado em caso de parcela em atraso ou inadimplência.  

Criada originalmente para atender pessoas físicas, a empresa viu aumentar o número de Microempreendedores Individuais (MEIs) que passaram a buscar esse tipo de crédito na pandemia, mesmo com o valor baixo, para resolver emergências. 

"Hoje, eles respondem por 12% da nossa carteira total de crédito", diz o CEO Antônio Brito. 

LEIA MAIS:  Sebrae lança campanha para orientar empresas a e renegociar dívidas

Já a ACCredito, fintech da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), oferece linhas de crédito orientado e sem exigência de garantias para micro e pequenos empresários paulistas. 

O recurso é concedido por meio de convênio com o Sebrae-SP, que será o garantidor via Fundo de Aval à Micro e Pequena Empresa (Fampe). Nesse caso, os empreendedores são monitorados do momento em que buscam o empréstimo, recebendo auxílio da formalização do pedido até a gestão do recurso recebido. 

Há também a SRM Asset, junto com sua fintech proprietária Trusthub, que oferecem linhas de capital de giro com garantias de recebíveis para pagar em até 36 meses.

A operação é realizada por meio de um FIDC (Fundo de Investimento de Direitos Creditórios), coinvestido com o BNDES, que surgiu para ajudar MPEs no cenário recessivo da pandemia. 

E ainda, a BizCapital, que libera "crédito fumaça" com trava nos recebíveis futuros. Ou seja, nos valores de cartão de crédito e débito, já que a fintech pede acesso aos dados de transação na maquininha que o empreendedor tem expectativa de receber nos próximos dias ou meses.    

Há um Valor Diário Máximo de Retenção (VDMR), segundo a fintech, que será direcionado para a amortização da dívida. Se o empreendedor tiver recebíveis maiores do que o VDMR, é livre para adiantá-los junto ao arranjo de pagamento, ou receber na conta sem ser travado.  

A pergunta é: para um micro ou pequeno negócio, vale recorrer ao crédito dessa forma? Patrícia Peceguini, consultora de negócios e finanças do Sebrae-SP, afirma que hoje as fintechs de microcrédito buscam cada vez mais uma atuação inovadora, levando facilidades às pessoas físicas e jurídicas ainda sem acesso ao sistema bancário, mas que necessitam de recursos de maneira rápida e adequada às suas necessidades. Atendem, ainda, o público que não possui as garantias tradicionais.

Ela explica que pode ser compensador tomar este tipo crédito (como o de bloqueio de celular) para as pessoas que já contraíram dívidas cujos juros são mais altos do que os oferecidos nesta alternativa, sendo assim uma maneira de trocar juros altos por encargos menores. 

"No entanto, é preciso ficar atento ao valor máximo liberado, pois em caso de ausência de pagamento, algumas funções (do celular ou da maquininha) podem ficar bloqueadas." 

Mesmo assim, além de procurar ter as finanças em dia, antes de tomar crédito de qualquer tipo, a consultora diz que é importante ter entendimento sobre as reais causas desta necessidade de capital pela empresa, e quais medidas devem ser tomadas para a melhoria dos resultados. 

Se ainda assim o crédito for necessário, a especialista do Sebrae-SP e Milton Luiz de Melo Santos, presidente da ACCredito, listam a seguir alguns pontos importantes para facilitar essa busca - e sem comprometer o planejamento estratégico da empresa: 


AVALIE ANTES - Patrícia Peceguini cita algumas medidas para melhorar resultados e assim evitar ou postergar o pedido de empréstimo. Entre elas, a abertura de novos canais de vendas, redução de custos, ampliação do prazo de pagamentos a fornecedores, redução no prazo de recebimentos dos clientes e o aumento da produtividade e giro dos produtos. "Enfim, fazer mais com menos."

Mas, se precisar dos recursos financeiros, é recomendada a elaboração minuciosa do fluxo de caixa da empresa, projetado para os próximos seis meses, para identificar a necessidade de capital de giro. 

"A empresa também deve fazer simulações do valor das parcelas, uma vez que estas integrarão o 'contas a pagar', e devem estar previstas nas saídas de caixa futuras", explica.  

Santos, da ACCredito, alerta que vale olhar se a instituição financeira opera com aval do Sebrae/Fampe. "Quando opera, consegue oferecer crédito a uma taxa de juros bem mais baixa", afirma.


O QUE PODE FACILITAR - A declaração correta do valor de faturamento da empresa para o Fisco, seja via IRPJ ou Declaração do MEI, é um fator imprescindível para comprovação da capacidade de pagamento. Já a existência de movimentação bancária na pessoa jurídica é desejável, ou até obrigatória para se obter algumas linhas de crédito, afirma Patrícia.

O bom planejamento demonstrado via sistemas ou planilhas financeiras sinaliza organização e aumenta a confiança na empresa. "Possuir e apresentar ao banco contratos assinados com clientes aumenta a probabilidade de liberação de crédito a juros mais baixos, pois confere maior segurança à operação."  

Além disso, ter histórico de bom pagador faz toda a diferença, segundo o presidente da ACCredito, o que inclui um bom score, não ter apontamentos restritivos e nem pendências financeiras recorrentes. "É preciso ter um certo nível de pontos no seu score, ou o agente financeiro não faz a operação." 


FIQUE DE OLHO - Com relação específica ao momento da tomada de crédito, a especialista do Sebrae-SP orienta a conhecer o Custo Efetivo do Credito (CET), que vai além da taxa de juros da operação, e envolve custos de cadastros, seguros e outros. "Ressaltamos que é direito do consumidor ter acesso a este custo antes de obter o empréstimo", destaca.

É importante comparar opções de crédito em várias instituições, além de fazer uma leitura cuidadosa do contrato. E ter cuidado com sites desconhecidos que solicitam dados, nem fazer depósitos ou pix para liberar o crédito. "Fique atento às possibilidades de fraude", alerta.  

Também é preciso olhar com atenção a instituição financeira ou a fintech onde o contrato será firmado, segundo Milton Santos, porque crédito sem garantia só é concedido a micro e pequenas empresas.

"Há outras linhas do Sebrae/Fampe, mas a ACCredito da ACSP é praticamente a única fintech de crédito autorizada pelo Banco Central como Sociedade de Crédito Direto (SCD) que tem esse convênio."


E AS SOLUÇÕES TRADICIONAIS? As linhas de crédito e microcrédito oficiais, concedidas pelo governo estadual ou municipal e customizadas para o pequeno negócio, também podem ser uma alternativa mais rápida para empresas organizadas que precisam de empréstimo. 

Para as de pequeno porte (MEI, ME e EPPs) localizadas no Estado de São Paulo, Patrícia cita o Banco do Povo Paulista (BPP), que oferece até R$ 21 mil para investimento ou capital de giro.

É necessário que a empresa tenha conta corrente pessoa jurídica, de preferência com histórico de movimentos, e que elabore um plano de utilização dos recursos.

A linha faz parte do Empreenda Rápido, programa do governo do Estado de São Paulo em parceria com o Sebrae-SP, cujo certificado de uma capacitação em gestão gratuita é pré-requisito para aprovação. Os juros são de até 0,55% ao mês, e é necessário que haja um agente do BPP no município onde a empresa está localizada, explica.

No âmbito federal, existem as linhas de capital de giro ligadas ao Fampe, operacionalizadas por vários bancos, como as já citadas pelo presidente da ACCredito, que atuam como parte da garantia. Já o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) estará vigente até 2024 e, assim como o Fampe, pode ser captado direto na maioria das instituições bancárias.

"O empresário deve também consultar o banco onde já possui relacionamento, uma vez que tal histórico e proximidade tende a facilitar a liberação de recursos", lembra a especialista do Sebrae-SP. 

 

Karina Lignelli

https://dcomercio.com.br/publicacao/s/4-pontos-de-atencao-na-hora-de-obter-credito-sem-garantias-tradicionais


Estudo quantifica impacto humano sobre a capacidade de retenção de carbono da Mata Atlântica

Conservação dos estoques de CO2 do bioma é altamente afetada por degradação florestal, que pode levar a emissões pelo menos 30% maiores do que as geradas por mudanças climáticas. O alerta foi feito por cientistas brasileiros na revista Science Advances (exemplo de impacto humano na Mata Atlântica: corte seletivo de madeira; foto: Renato A.F. Lima)

 

Entre os inúmeros benefícios das florestas nativas está o grande potencial de estocar carbono na biomassa de suas árvores, o que pode contrabalancear as emissões de gases de efeito estufa para a atmosfera. Estudo publicado sexta-feira (17/06) na revista Science Advances traz novos subsídios para compreender o conceito de “sequestro de carbono”, um aspecto estratégico no debate sobre mudanças climáticas globais.

“Ainda sabemos pouco sobre quais são os fatores que podem levar florestas a estocar mais ou menos carbono”, diz Renato Augusto Ferreira de Lima, pesquisador do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), atualmente no Centre for the Synthesis and Analysis of Biodiversity (Cesab, com sede em Montpellier, França), e um dos dez cientistas que assinam o artigo. “Neste trabalho nós usamos uma grande base de dados de inventários florestais para avaliar quais são os fatores que têm maior peso para explicar os estoques de carbono atuais na Mata Atlântica. Encontramos que os fatores ligados aos diferentes tipos de impactos humanos sobre a floresta têm o maior peso, sendo este duas a seis vezes maior que fatores como clima, solo e características das espécies de árvores que compõem a floresta”, explica.

Portanto, reverter os efeitos dos impactos humanos nos remanescentes de Mata Atlântica seria a melhor estratégia para aumentar os estoques de carbono florestais. Atualmente, cerca de 50% da população brasileira reside em áreas originalmente ocupadas pelo bioma.

Segundo Marcela Venelli Pyles, doutoranda em ecologia aplicada do Departamento de Ecologia e Conservação da Universidade Federal de Lavras (UFLA), que lidera o estudo, a conservação dos estoques de carbono da Mata Atlântica é altamente dependente da degradação florestal, que pode levar a perdas de carbono pelo menos 30% maiores do que qualquer futura mudança climática. Além disso, as emissões da degradação florestal podem comprometer os esforços de conservação de acordos de mitigação das mudanças climáticas, por exemplo, metas de REDD+ (instrumento desenvolvido no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima para recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados relacionados à recuperação e conservação de suas florestas) e Aichi (20 proposições voltadas à redução da perda da biodiversidade aprovadas na 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica).

Por exemplo, a intensificação de distúrbios dentro de um fragmento de Mata Atlântica pode levar a perdas de carbono de até 10,50 toneladas por hectare, correspondente a emitir 15,24% do carbono estocado em 1 hectare, enquanto a proteção pode alcançar ganhos de carbono no montante de 12,02 toneladas por hectare (+17,44% de estocagem).

Clima mais quente

Além da degradação pela ação humana, a pesquisa apurou o quanto os estoques de carbono da Mata Atlântica são ameaçados pelas mudanças climáticas, mais especificamente aumento de temperatura e estresse hídrico. Se o aquecimento global for restringido a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, como sugerido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas, 3,53 toneladas por hectare (+5,12%) de carbono seriam liberadas apenas da Mata Atlântica. “Mas se o aquecimento global continuar em sua taxa atual, as emissões de carbono podem exceder 9,03 toneladas por hectare [+13,11% em emissões de carbono]”, complementa Pyles.

O artigo ainda indica que as iniciativas com o objetivo de mitigar as mudanças climáticas por meio da restauração de florestas poderiam se beneficiar da inclusão de espécies com maior densidade de madeira, sementes mais pesadas e folhas maiores. O grupo de pesquisadores alerta que as políticas de conservação de carbono devem levar em conta aspectos metodológicos usados para a quantificação dos estoques de carbono. “As diferenças entre metodologias utilizadas em campo podem levar a erros na estimativa de carbono e, consequentemente, à má interpretação e ineficiência de ações de mitigação do clima”, explica Pyles.

O estudo também aponta que a relação entre a biodiversidade e os estoques de carbono é fraca na Mata Atlântica. Isso revela que as políticas de conservação focadas apenas no carbono podem falhar na proteção da biodiversidade e destaca a importância de implementação de mecanismos de incentivos complementares e separados que visem alcançar também a preservação de espécies.

Segundo Lima, os resultados encontrados para a Mata Atlântica podem servir de lição para outras florestas do mundo – diante das crescentes intervenções humanas nas florestas tropicais ao redor do planeta, oferecendo soluções baseadas na natureza no combate às mudanças climáticas.

O artigo é assinado também por Luiz Fernando Silva Magnago (Universidade Federal do Sul da Bahia), Bruno X. Pinho (Universidade Federal de Pernambuco), Gregory Pitta (USP), André L. De Gasper e Alexander C. Vibrans (Universidade Regional de Blumenau), Vinícius Andrade Maia, Rubens Manoel dos Santos e Eduardo van den Berg (UFLA). A pesquisa recebeu apoio da FAPESP, que financiou os estudos de pós-doutorado de Lima.

O artigo Human impacts as the main driver of tropical forest carbon pode ser lido em: www.science.org/doi/10.1126/sciadv.abl7968.

 

 

Ricardo Muniz

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/estudo-quantifica-impacto-humano-sobre-a-capacidade-de-retencao-de-carbono-da-mata-atlantica/38916/


Dia Mundial do Albatroz alerta para as consequências das mudanças climáticas para a sobrevivência das aves

Data deste ano chama atenção para duas espécies do Hemisfério Norte: albatroz-de-laysan e albatroz-de-pés-negros

 

Símbolo de coragem e resiliência frente aos desafios da vida em alto-mar, a albatroz-de-laysan Wisdom é a ave mais longeva de que se tem registros dentre os albatrozes. Com idade estimada em 70 anos, ela sobreviveu a tsunamis, décadas de interação com a pesca e lixo plástico, e agora lida com uma ameaça crescente: as mudanças climáticas, que colocam em risco seu santuário de reprodução e seu alimento. A espécie de Wisdom é um dos destaques do Dia Mundial do Albatroz de 2022, criado pelo Acordo Internacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP) para chamar atenção aos perigos enfrentados por esse grupo de aves, um dos mais ameaçados do mundo em relação às ameaças originadas pelas mudanças climáticas.  

Com participação ativa nos comitês, ações de pesquisas e reuniões do ACAP, o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, une forças com o órgão internacional, governo e outras entidades brasileiras mais uma vez para chamar atenção da sociedade, cientistas e demais públicos para os fatores que colocam em xeque a sobrevivência dessas aves em declínio populacional.  

Nos anos anteriores, o Dia Mundial do Albatroz já abordou temas como o desenvolvimento de pescarias compatíveis com a conservação das aves oceânicas e a erradicação de espécies invasoras (que degradam o habitat e predam as aves).

 

Espécies em destaque

As aves escolhidas para estampar a campanha deste ano são duas das três únicas espécies de albatroz que se reproduzem no Oceano Pacífico Norte: o albatroz-de-pés-negros (Phoebastria nigripes) e o albatroz-de-laysan (Phoebastria immutabilis). As duas espécies são consideradas quase ameaçadas de extinção pela Lista Vermelha da IUCN e têm suas colônias reprodutivas localizadas em atóis próximos às ilhas havaianas do noroeste dos EUA.  

Esses atóis - e as aves marinhas que vivem neles - vivem sob o risco crescente do aumento do nível do mar e do número e gravidade de tempestades que resultam em inundações, ambos considerados uma consequência direta das mudanças climáticas. As inundações de tempestades já fizeram pelo menos uma pequena ilha desaparecer no mar, perdendo locais de reprodução para vários milhares de casais de albatrozes; em outras partes da cadeia de ilhas, como no Atol Midway, tempestades causaram inundações de ninhos de albatrozes e perda de filhotes perto da costa. 

No Hemisfério Sul, onde temos mais de 20 espécies de albatrozes e petréis, o aumento das temperaturas também causa prejuízos. Um exemplo disso é que pesquisas recentes no Atlântico Sul que sugerem que o aquecimento dos mares está aumentando as taxas de ‘divórcio’ entre casais de albatrozes-de-sobrancelha-negra (Thalassarche melanophris), que se alimentam em águas brasileiras.

 

Desafio global

Como tem se provado nas pesquisas e ações do ACAP nos últimos anos, os esforços de conservação devem ser globais - visto que albatrozes e petréis têm o potencial de dar a volta ao mundo todos os anos em busca de alimento e temperaturas favoráveis. 

Tatiana Neves, fundadora e coordenadora geral do Projeto Albatroz tem, desde 2019, o cargo de vice-presidente do comitê assessor do ACAP e participa ativamente das discussões internacionais sobre o tema. Segundo ela, é necessário sensibilizar as pessoas e os atores públicos sobre a urgência de ações para impedir o agravamento  das mudanças climáticas não apenas para proteger albatrozes e petréis, mas a biodiversidade marinha como um todo. 

“Todos os ecossistemas estão interconectados. Portanto, proteger o oceano e as demais áreas do planeta das mudanças climáticas, contribui também para a conservação de aves, plantas, peixes, mamíferos, microorganismos e outros seres vivos. Na Década do Oceano, isso se torna ainda mais importante”, afirma. 

Para Andrei L. Roos, Analista Ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE/ICMBio) e atual coordenador do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (Planacap), embora as espécies-alvo deste ano vivam no Hemisfério Norte, é preciso lembrar que as mudanças climáticas também impactam as aves da porção Sul: “principalmente no que diz respeito às alterações nos ecossistemas e na disponibilidade de alimento para as espécies que frequentam a nossa costa. Por isso, temos que chamar a atenção da sociedade para participar da conservação desse grupo de aves”.

 

Programação

O ACAP, o Projeto Albatroz e diversas outras entidades e organizações dentro e fora do Brasil estão trabalhando conteúdos exclusivos em suas redes sociais para ajudar a aumentar a consciência do público sobre as mudanças climáticas e a crise de conservação enfrentada pelos albatrozes e petréis ao redor do mundo, além de ressaltar o esforço global de cientistas e instituições para aproximar espécie das pessoas e sensibilizá-las sobre sua importância.  

No dia 15 de junho (quarta-feira), a partir das 11 horas, o Projeto Albatroz realizará uma AlbaTalks especial sobre o assunto no YouTube, com a presença do coordenador científico da instituição, Caio Azevedo Marques; o pesquisador Gabriel Canani Sampaio, do Projeto Albatroz; além de Lucas Krüger, pesquisador do Instituto Antártico Chileno especializado em aves marinhas e de Patricia Serafini, médica veterinária do CEMAVE/ICMBio, e colaboradora no Banco Nacional de Amostra de Albatrozes e Petréis (BAAP).

 

Sobre o ACAP

O Acordo para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP) reúne 13 países cujos mares territoriais são utilizados por albatrozes e petréis para a alimentação, migração ou reprodução, principalmente na porção meridional do planeta. Atualmente, são signatários do acordo: Brasil, Argentina, Austrália, África do Sul, Chile, Espanha, Equador, França, Nova Zelândia, Noruega, Peru, Reino Unido e Uruguai. 

O ACAP tem o intuito de coordenar os esforços dos países envolvidos e estabelecer metas para a conservação destas aves. Em 2008, o Governo Federal ratificou a adesão do Brasil ao acordo. A entrada do país no ACAP é estratégica devido à alta incidência de capturas em nosso mar territorial. Estima-se que até 4 mil albatrozes e petréis morram incidentalmente todos os anos fisgados pelos anzóis das pescarias de espinhel somente no Brasil. 

O Acordo estabelece diretrizes multilaterais para proteger estas aves ao redor do mundo. Em linhas gerais, ele propõe a troca de dados e resultados de pesquisas sobre a ocorrência de albatrozes e petréis nos países participantes, a criação de planos de ajuda mútua entre as nações, além de recomendar práticas e usos de medidas que visem diminuir a captura incidental de aves marinhas.

Saiba mais sobre o ACAP no site: https://acap.aq/

 

Projeto Albatroz

Reduzir a captura incidental de albatrozes e petréis é a principal missão do Projeto Albatroz, que tem o patrocínio da Petrobras. O Projeto é coordenado pelo Instituto Albatroz - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que trabalha em parceria com o Poder Público, empresas pesqueiras e pescadores. 

A principal linha de ação do Projeto, nascido no ano de 1990, em Santos (SP), é o desenvolvimento de pesquisas para subsidiar Políticas Públicas e a promoção de ações de Educação Ambiental junto aos pescadores, jovens e às escolas. O resultado deste esforço tem se traduzido na formulação de medidas que protegem as aves, na sensibilização da sociedade quanto à importância da existência dos albatrozes e petréis para o equilíbrio do meio ambiente marinho e no apoio dos pescadores ao uso de medidas para reduzir a captura dessas aves no Brasil. 

Atualmente, o Projeto mantém bases nas cidades de Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC), Itaipava (ES), Rio Grande (RS), Cabo Frio (RJ) e Natal (RN). 

Mais informações: www.projetoalbatroz.org.br 

 

Normas de compliance e LGPD aplicadas ao agronegócio


É mais que reconhecida, atualmente, a importância do agronegócio no cenário econômico brasileiro, tendo dele decorrido os principais lucros durante o período pandêmico, enquanto, por outro lado, o setor de serviços foi o mais afetado. Impossível deixar de mencionar, ademais, a importância do agronegócio a nível mundial, já que está destinado a atingir um fim maior, ou seja, a concretização de direitos fundamentais do cidadão relacionados à vida digna, à saúde e, principalmente, à alimentação. Isso importa em dizer que a atividade econômica que o campo desenvolve traz com ela uma carga, que é inafastável, de responsabilidade social, ambiental e econômica. A essa necessidade de se dar conformidade às responsabilidades decorrentes da atividade exercida, a partir do fornecimento de certificações e bonificações àqueles que atingem a conformação almejada, dá-se o nome de compliance.

No ambiente corporativo, um programa de compliance está relacionado a um conjunto de medidas e procedimentos que tem o propósito de oferecer uma orientação de comportamento para os casos de violação que sejam mais prováveis e mais plausíveis, mitigando situações de exposição a riscos e redução de perdas. Mais do que isso, segundo escrevem Renato Barichello Butzer e Emanoel Lima da Silva Filho em artigo intitulado Compliance no Agronegócio: Visão Geral (In: ZANCHIM, Kleber Luiz (coord.) – Direito Empresarial e Agronegócio – São Paulo: Quartier Latin, 2016), o conceito de compliance evoluiu para se tornar, além de uma mera recomendação, um verdadeiro estímulo ao cumprimento de normas internas e externas pelos agentes de cada empresa, incutindo em cada um a ideia de integridade. Ultrapassando os limites da gestão empresarial, a necessidade de conformação e incentivo a tais políticas é também verificada no campo do agronegócio, sobretudo para a observância de exigências ambientais, anticorrupção e voltadas à exportação.

Apesar de ser tema que está em voga na atualidade, já há tempos que as políticas de incentivo à melhor responsabilidade social, ambiental e econômica atingem o agronegócio. Cita-se aqui, por exemplo, a Política Agrícola Comum (PAC), lançada pela União Europeia em abril de 1962 e vigente até os dias atuais, que tem como objetivos principais, conforme descrito na página da PAC junto ao site da Comissão Europeia: apoiar os agricultores e melhorar a produtividade do setor agrícola, garantindo um abastecimento estável de alimentos a preços acessíveis; assegurar um nível de vida digno aos agricultores europeus; contribuir para a luta contra as alterações climáticas e a gestão sustentável dos recursos naturais; ajudar a conservar o espaço e as paisagens rurais em toda a União Europeia; dinamizar a economia rural, promovendo o emprego na agricultura, na indústria agroalimentar e nos setores afins.

Voltando os olhos ao cenário nacional, após fortes impactos causados por notícias seguidas e contínuas de escândalos de corrupção, desmatamento, trabalho escravo e ausência de fiscalização nas commodities que são objeto de exportação (a exemplo da “Operação Carne Fraca”, de 2017), também o governo brasileiro passou a incentivar – e, mais do que isso – a exigir que boas práticas fossem adotadas e cumpridas por aqueles que exercem a agroindústria, com vistas a melhorar a imagem do país perante a comunidade internacional e a impedir que novos embargos e outros impactos negativos voltassem a ocorrer.

Destaca-se, dentre as campanhas existentes, a certificação denominada “Selo Mais Integridade”, que é um reconhecimento concedido pelo governo federal a empresas do agronegócio que adotam práticas de governança e gestão com o objetivo de diminuir os riscos de desvios de conduta, sob a ótica da responsabilidade social, da sustentabilidade e da ética, e que se empenha a contribuir para a diminuição das práticas de fraude, suborno e corrupção.

Para além da obrigatoriedade de observância e aplicação das regras gerais de compliance, importante mencionar, ademais, a necessidade de conformidade, pelo agente do agronegócio, às regras básicas voltadas à proteção de dados, sobretudo após a entrada em vigor da Lei n. 13.709/2018 (LGPD), em setembro de 2020. Apesar de ainda serem pouco explorados os impactos da proteção de dados no setor do agronegócio, não há dúvidas que o empreendedor agroindustrial, em razão da própria representatividade e da extensão que são inerentes à atividade exercida, atua também com maior exposição a incidentes de segurança da informação, tanto de seus dados quanto de dados de terceiros, o que implica na imperiosidade de se incluir regras de proteção de dados junto aos programas de compliance, com o fim de implementar medidas para assegurar o seu cumprimento.

Equivocadamente, existe a ideia de que apenas empresas que atuam com grande volume de dados ou que prestam atividades diretamente a pessoas físicas devem respeitar as normas de proteção de dados. Entretanto, todos os agentes do setor do agronegócio devem ter em mente que, assim como entidades de qualquer outro setor, eles operam, em algum grau, com tratamento de dados pessoais que estão necessariamente sujeitos à LGPD e a outras normas de proteção de dados (inclusive em grau internacional, considerando a participação costumeira do setor em importações e exportações), estando também sujeitos, por consequência, às sanções administrativas impostas pela ANPD ou por órgãos estrangeiros, que vão desde a advertência, passando pela multa de 2% do faturamento, até a proibição parcial ou total do exercício de operações relacionadas a tratamento de dados, sanção que pode inviabilizar a manutenção da atividade.

Estudo denominado “Visão 2030: O Futuro da Agricultura Brasileira”, desenvolvido pela Embrapa e pelo Sebrae, mostrou as profundas transformações ocorridas no setor rural brasileiro nas últimas décadas e como a adoção de tecnologias no campo está em franco avanço. O resultado da pesquisa aponta que, dos 753 produtores entrevistados sobre os temas “tecnologia” e “agronegócio”, 84% utilizam pelo menos uma tecnologia digital em seu processo produtivo; 70% usam internet e tecnologia em atividades relacionadas à produção rural e 57,5% se valem do uso de mídias sociais para divulgação de dados ou produtos. Isso só reforça a tese de que os empresários do setor precisarão destinar cada vez mais recursos para garantir a integridade de suas informações, implementando a política de tratamento de dados em seus projetos de responsabilidade social, ambiental e econômica.

É certo, então, que para todos os agentes do agronegócio, conceder atenção especial aos preceitos da legislação nacional e internacional de proteção de dados, a fim de evitar usos indevidos de dados pessoais, incluindo a ocorrência de incidentes de segurança da informação, além de adotar políticas mínimas de responsabilidade social, ambiental e econômica, representa não somente uma forma de evitar ou reduzir o risco de penalidades, mas também a melhoria de sua imagem e reputação, além do consequente ganho de vantagem competitiva em relação a concorrentes que não estão adequados às regras de compliance.

 

Anelise Ambiel Dagostin - advogada no escritório Medina Guimarães Advogados, no setor Contencioso Cível. Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Maringá. Pós-graduanda em Direito Ambiental e do Agronegócio pela PUC-PR. E-mail: anelise.dagostin@medina.adv.br 

Luana Martins Moreira - advogada no escritório Medina Guimarães, no setor Recuperação de Crédito. Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Maringá. Pós-graduanda em Direito Societário e Contratos Empresariais pela PUC-PR. E-mail: luana.moreira@medina.adv.br


Mudanças na educação: 7 métodos de ensino que já existem e vão além do tradicional

                                    

Divulgação
Experiência BeGreen
A previsão é que até 2030 ocorram mudanças expressivas no cenário educacional mundial

 

Quando o assunto é educação, o que vem em mente para a maioria dos brasileiros é aquela visão tradicional de uma sala de aula, em que os alunos estão em suas mesas e cadeiras e o professor à frente discorrendo sobre determinada matéria. Mas, graças à tecnologia, à necessidade nas mudanças em educação e ao aparecimento de startups e empresas dispostas a mudar o mercado, outras metodologias já vem sendo aplicadas na formação de estudantes e profissionais brasileiros. 

O último relatório do World Innovation Summit for Education (WISE) mostrou, inclusive, que até 2030 devem ocorrer mudanças expressivas no cenário educacional mundial, impactando professores e alunos. Abaixo você confere sete métodos de ensino que já existem e estão em prática, transformando a educação no Brasil e no mundo. 

 

·         Design thinking 

Ao aprender por meio desse método, a pessoa busca a resolução de problemas por meio do pensamento visual. Ele também estimula o trabalho em equipe, a colaboração e a coletividade, uma vez que seu processo une aspectos sociais, como visão de mundo e cultura, com o intuito de obter uma solução mais completa para os problemas enfrentados. A partir do design thinking, o estudante é convidado a compreender as necessidades “humanas” do sujeito a ser impactado pela solução proposta. E ainda mais interessante é que essa metodologia pode ser utilizada em qualquer área, visto que visa a satisfação do “agente problema”, o que só pode ser alcançado quando trabalhado tendo a empatia com base da solução da questão. No Brasil, esse tipo de ensino é muito aplicado em empresas, uma vez que foi identificado seu poder para a transformação no trabalho, elevando a criatividade. Exemplo disso é o trabalho que a Isvor executa em suas consultorias de educação corporativa. 

 

  • Streaming para o Novo Ensino Médio 

Em um catálogo de cursos contendo opções como "Novas Mídias: Podcast + Cinema + YouTube" e "Money: Educação Financeira”, o estudante do ensino médio escolhe o conteúdo que considerar mais relevante, pode pausar para continuar a assistir depois e ainda descobrir novas habilidades pelo caminho. Esse recurso é uma das opções de aprendizado criadas após as mudanças na lei para o Novo Ensino Médio e foi desenvolvido pela edtech ICE Play. “A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabeleceu novas carga horária e modalidade de aulas a serem totalmente aplicadas até 2023, mas muitas escolas já escolheram começar em fevereiro deste ano para que seus alunos não tenham acúmulo de disciplinas. São 600 horas a mais, totalizando 3 mil horas/aula durante todo o Ensino Médio, com 60% de conteúdos tradicionais (como Português, Matemática e História) e 40% de novos conteúdos (os chamados, itinerários formativos), o que significa que as escolas devem ofertar novas disciplinas, capacitar ou contratar novos professores e providenciar a infraestrutura necessária”, explica o professor e CEO da startup Gabriel Gonçalves. O formato de streaming de cursos para o Ensino Médio da ICE Play é voltado às habilidades do futuro e conta com 10 cursos por semestre. Alguns dos mais procurados dentre os disponíveis para os 1200 alunos que já usufruem do sistema, estão o "We Program I: Programação de Websites" e "Solta o Verbo: curso de oratória". 

 

  • “Work base learning” 

Imagine que você é um estudante e tem a oportunidade de experimentar solucionar a questão de uma grande empresa antes de estar inserido no mercado de trabalho. Seria no mínimo interessante, não? Muito utilizada no Canadá e nos Estados Unidos, a metodologia de “aprendizagem baseada em trabalho” tem como objetivo preparar os alunos para o mercado de maneira eficaz, indo além do ensino teórico e técnico como os modelos tradicionais fazem. No Brasil, esse método é utilizado pela Escola Korú (www.escolakoru.com.br). Os estudantes devem desenvolver soluções para problemas reais das empresas parceiras da Korú. As práticas de trabalho funcionam da seguinte forma: começam com o processo de ‘discovery’ [descoberta], que é investigar o problema que deve ser solucionado; depois, os estudantes criam um MVP [produto mínimo viável] e, por fim, realizam um pitch para a empresa parceira, que pode aceitar ou ajustar a solução em diálogo com os alunos. “Tal prática  permite o desenvolvimento e a aprendizagem de habilidades interpessoais  e aumenta a possibilidade de empregabilidade”, diz Raíssa Florence, cofundadora da Korú. 

 

·         Ágil 

Ir além da tarefa e exercer a pró-atividade é desafiador, mas mais fácil do que você imagina para a metodologia de ensino Ágil. Tal método foi criado como uma resposta aos formatos tradicionais, mais pesados, para o desenvolvimento de softwares e é baseada em quatro pilares: (1) indivíduos e interações são mais que processos e ferramentas; (2) softwares em funcionamento são mais que documentação abrangente; (3) colaboração com o cliente é  mais que negociação de contrato; e (4) responder às mudanças deve ser mais do que seguir o plano. Deste modo, essa  metodologia prevê que o aluno seja o protagonista de seu aprendizado, dispondo de um ensino menos conteudista e mais prático.  

 

  • Método Montessoriano 

Febre entre os influenciadores digitais que compartilham a rotina dos processos educativos dos filhos pelas redes sociais, o Método Montessoriano é aplicado em também em escolas infantis no Brasil e se estende até as residências das famílias adeptas. A ideia é dar mais autonomia e liberdade individual às crianças como, por exemplo, com mobiliário compatível com a estatura dos pequenos. Em busca de sempre manter o respeito aos limites do desenvolvimento de cada um, o método desenvolvido pela médica italiana Maria Montessori, engloba as habilidades sociais, físicas e psicológicas da criança. Para isso, dois pontos podem ser destacados como fundamentais: (1) o aprendizado por si mesmo, de acordo com o desenvolvimento natural e períodos sensíveis da criança, respeitando o próprio ritmo como seres individuais; e (2) o ambiente propício ao aprendizado, pensado para atender as necessidades específicas dos pequenos. 

 

·         Educação Maker 

Você acredita que pode construir ou, se preciso, consertar seus próprios objetos? Então você é parte da cultura maker e pode se dar bem com esse método de aprendizagem. Tal metodologia foge dos padrões das aulas expositivas, pois as sessões de ensino são focadas em oficinas, em “colocar a mão na massa”. Por meio dela, os alunos têm a oportunidade e também os recursos necessários para desenvolver e testar novas ideias. Essa metodologia é vista, no Brasil, mais em instituições que proporcionam experiências e as escolas fazem visitas e imersões para diversificar seu ensino. É o caso, por exemplo, da BeGreen. A rede de fazendas urbanas oferece a escolas e universidades visitas às estufas, onde os participantes plantam e colhem hortaliças, além de vivenciar, na prática, a aplicação da tecnologia para transformações sustentáveis na produção de alimentos. “Vivenciar é uma poderosa forma de aprendizagem, tem o poder de impactar as escolhas individuais e coletivas que os estudantes farão dali pra frente”, afirma Matheus Ramalho, gerente de Marketing da BeGreen. O compartilhamento, a experimentação e o desenvolvimento de ideias é o que faz com que os alunos sejam protagonistas no aprendizado por meio da transdisciplinaridade.  

 

  • Americana 

Talvez o mais conhecido desta lista tenha esse posto devido ao sucesso de temáticas envolvendo o “high school” em séries e filmes. Nos enredos é possível ver os alunos trocarem de sala de aula, estudantes da mesma idade em níveis diferentes da mesma matéria e muitas outras peculiaridades. O motivo é simples: o sistema educacional americano funciona com base em créditos, isto é, cada matéria tem um valor atribuído a ela, e o estudante deve ter uma quantidade mínima de pontos em área de estudo específicas para se formar, além de um número mínimo de pontos somando todas as áreas de estudo. Cada estado americano pode definir quais são as matérias ou número de créditos necessários para obter o diploma. Na maior parte dos casos, o aluno deve cursar matemática, inglês, uma matéria da área de ciências sociais e uma matéria da área de ciências. Além das disciplinas obrigatórias, as escolas americanas oferecem outras eletivas. Essas matérias não são compulsórias individualmente para a formatura, mas o estado americano pode exigir que o estudante tenha um número mínimo de créditos de qualquer matéria eletiva para se formar.


Férias de Julho: veja como aproveitar com economia


Julho é mês de férias escolares e sabemos que durante esse período os pais costumam se planejar para aproveitar o momento em família. Mas muitas vezes os gastos também podem fugir do controle, por isso é preciso ficar atento diante das muitas oportunidades de lazer. Parques de diversão, idas ao shopping, lanchonetes, viagens, além das programações especiais de férias, podem extrapolar o orçamento e trazer surpresas desagradáveis na volta às aulas.

Entretanto é possível curtir as férias sem se preocupar tanto com o bolso. Confira algumas orientações para não comprometer as finanças:


Decisão dos sonhos

Estabelecer metas e decidir quais sonhos serão realizados durante as férias são dois passos muito importantes para se planejar financeiramente e fazer com que eles aconteçam. Independente do tamanho desse sonho, o planejamento é essencial para que os gastos não ultrapassem o orçamento disponível.

Para que isso aconteça de forma organizada, reunir todos os integrantes da família é essencial, ressaltando que essa reunião deve ser um momento de descontração da família, com a participação e consideração das ideias de todos.


Pesquisar para poupar

Depois da definição dos sonhos, fazer uma boa pesquisa para encontrar passeios mais em conta é a melhor saída. No caso de pacotes de viagens, passagens e hospedagens nos dias de semana costumam ser mais baratas. Veja também os dias de entrada mais barata em cinemas e teatros e utilize a meia entrada.


Incentive as crianças

As férias também podem ser uma ótima oportunidade para introduzir a educação financeira na vida dos filhos. Para isso, nada melhor do que o incentivo de realizar o sonho das férias, seja ele uma viagem, a ida até um parque de diversões ou até mesmo um passeio com os amigos. Ações simples e que fazem diferença nas contas do mês como, por exemplo, tomar banhos menos demorados para economizar energia e água, reciclar o lixo ou lembrar de apagar as luzes, tudo isso pode ajudar a criar um pensamento mais sustentável, além de contribuir para a realização do sonho.


Divirta-se muito gastando pouco

Existem muitas atividades que podem garantir a diversão sem gastar muito ou quase nada. Por exemplo, um piquenique no parque, passeio de bicicleta, dia da leitura, noite do pijama, sessão de cinema em casa, enfim, as possibilidades são inúmeras. Veja qual programa se encaixa melhor nos gostos dos seus filhos e boas férias!
 

Reinaldo Domingos - está a frente do canal Dinheiro à Vista. É Doutor em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (Abefin) e da DSOP Educação Financeira. Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira.

 

Metaverso é o próximo passo para aproximar empresas e clientes

De acordo com o vice-presidente da ABTD Alexandre Slivnik, o universo virtual será de grande importância para os negócios e no dia a dia das pessoas 

 

O movimento de popularização do metaverso segue em constante crescimento, chamando a atenção, até mesmo, de empresas e investidores. Trata-se de uma nova camada da realidade, integrando os mundos real e digital em um ambiente imersivo que pode ser utilizado com diversas novas tecnologias.

Nesse universo as pessoas podem interagir umas com as outras, trabalhar, estudar e ter uma vida social por meio de seus avatares. O principal objetivo é que elas não sejam apenas observadores, mas participem desse mundo virtual.

Uma pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial revelou que 65% das crianças que estão na escola primária nos dias de hoje, irão trabalhar em empregos que ainda não existem. De acordo com Alexandre Slivnik, vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), que realiza cursos e palestras há vinte anos, com a concepção do metaverso esses números tendem a crescer. “Esse estudo aconteceu antes da pandemia e da criação do metaverso. Com a aceleração digital que vivemos nos últimos anos, as empresas entraram nesse universo e entenderam a possibilidade real de fazer negócios. Imagino que o número previsto pela pesquisa deva subir para 75% ou 85%”, revela.

Para o palestrante, essa nova realidade digital terá o poder de aproximar ainda mais as interações. “Muitas pessoas não vão precisar sair das suas casas para se conectar com um cliente, por exemplo. Usando o metaverso, será possível ter uma relação de maior proximidade e conexão se comparado com o que a internet proporciona nos dias de hoje utilizando computadores e celulares”, pontua.

Slivnik afirma que é necessário estar preparado para as mudanças que estão por vir. “O mercado de trabalho vai ganhar ainda mais possibilidades dentro do metaverso. Porém, apenas para aqueles que estiverem preparados. Essa preparação não vem apenas com estudos, mas sim estando aberto a novas oportunidades de aprendizado. Quanto mais as pessoas estiverem abertas para aprender, maiores serão as chances de adaptação e oportunidades neste novo mundo”, relata.

A inclusão é parte crucial para que as mais diversas pessoas deem uma oportunidade ao metaverso. “Um dos principais desafios é fazer com que todas as pessoas estejam imersas nesse universo. Afinal, as pessoas com uma idade mais avançada, que têm algum tipo de dificuldade com a tecnologia, podem se sentir ultrapassadas ao ficarem de fora. As empresas que quiserem se destacar dentro do metaverso terão que pensar de forma inclusiva em todos os sentidos, já que todas as pessoas precisam estar inseridas dentro desse contexto. A primeira companhia que conseguir superar esse desafio, definitivamente vai sair na frente”, afirma o palestrante.

Para Slivnik, a novidade veio para ficar. “No médio e longo prazo nós veremos muitas empresas usando o metaverso para realizar treinamentos e ações de desenvolvimento por imersão, que vão além das simples reuniões virtuais que ficaram na moda durante a pandemia. Com isso, será possível interagir ainda mais. A meu ver, nós teremos grandes transformações nos próximos cinco anos e o metaverso será crucial nesse sentido”, finaliza.

 

Alexandre Slivnik - reconhecido oficialmente pelo governo norte americano como um profissional com habilidades extraordinárias na área de palestras e treinamentos (EB1). É autor de diversos livros, entre eles do best-seller O Poder da Atitude. É diretor executivo do IBEX – Institute for Business Excellence, sediado em Orlando / FL (EUA). É Vice-Presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (CBTD). É professor convidado do MBA de Gestão Empresarial da FIA / USP. Palestrante e profissional com mais de 20 anos de experiência na área de RH e Treinamento. É atualmente um dos maiores especialistas em excelência em serviços no Brasil. Palestrante Internacional com experiência nos EUA, EUROPA, ÁFRICA e ÁSIA, tendo feito especialização na Universidade de HARVARD (Graduate School of Education - Boston / EUA). www.alexandreslivnik.com.br.

 

Como tornar o recrutamento online mais assertivo?

Encontrar bons profissionais é um desafio constante. O match perfeito depende de inúmeros fatores – abrangendo as hard skills, soft skills e muitas outras características importantes para o bom desempenho do recém-contratado. O processo que, antes, demandava um trabalho árduo e cansativo por vias presenciais, se tornou mais ágil e otimizado graças à adoção das entrevistas online.

A tecnologia no setor quebrou todas as barreiras geográficas, antes limitantes para a busca do profissional perfeito para uma vaga. Horas parados no trânsito, longas distâncias até a sede da empresa e dificuldades em conciliar uma série de entrevistas em meio às demais responsabilidades, eram empecilhos que, hoje, foram praticamente extintos.

O contato e acesso entre o contratante e o candidato foram extremamente favorecidos com a digitalização da área de recrutamento e seleção. Em meio à inúmeras plataformas de gestão de processos, organização de testes e canais de comunicação, se tornou muito mais fácil elaborar um processo seletivo à distância – trazendo um enorme ganho de eficiência para todos os envolvidos e, acima de tudo, mais assertividade quanto à escolha do profissional.

Com a possibilidade de entrevistar e recrutar profissionais de quaisquer lugares do mundo, o poder de comparação é muito maior, diante de uma base de candidatos bem mais ampla para análise de todos os requisitos exigidos para a vaga. Observando tamanha tendência, cada vez mais empresas estão direcionando investimentos para essa missão.

Em um estudo divulgado pela Deloitte, 56% das companhias já estão reformulando os seus processos de RH para torná-los mais digitais. Ainda, 81% dos negócios em toda a América Latina consideram que um departamento de recursos humanos tecnológico é essencial para a prosperidade no mercado. As oportunidades de crescimento e destaque por meio de um processo de recrutamento online são imensas – mas, acende certos cuidados a serem tomados nessa adaptação.

O processo seletivo ideal deve sempre encontrar um ponto de equilíbrio em sua análise. Ao invés de exigir que os candidatos respondam à inúmeras etapas, questionários e testes, é preciso desenvolver uma metodologia justa e direta – evitando desgastes de extensas horas de questionários. Afinal, já se tornou claro que recrutamentos pautados apenas nas hard skills se mostram ineficientes como fatores decisivos para a seleção de um candidato.

O conhecimento técnico é apenas a ponta de um imenso iceberg de habilidades e competências de um profissional excepcional. As empresas que se apegarem apenas a esse quesito, estarão fadadas a uma limitação de recrutamento – visto que todo candidato pode ser treinado e capacitado internamente para uma aprendizagem contínua em prol do crescimento da organização no mercado. Todos esses pontos de análise devem funcionar em harmonia, e não sendo desvalorizados diante de apenas uma característica.

Uma vez selecionado um amplo grupo de candidatos, é importante utilizar os recursos tecnológicos, visando a comparação de cada perfil com a aderência à cultura organizacional, conhecimentos técnicos necessários e habilidades interpessoais para um bom relacionamento interno.

Uma boa organização, disciplina, boa vontade e respeito, devem ser valores essenciais no processo de recrutamento. É preciso obter a maior quantidade possível de informações acerca de cada profissional e, principalmente, nunca deixar de organizar uma conversa pessoalmente para a decisão final – afinal, o feeling obtido em uma entrevista presencial é algo único e insubstituível, mesmo no universo digital. Unificando as facilidades digitais na fase de avaliação e o bate papo frente a frente, as empresas terão mais chances de encontrar o profissional ideal.

 

 Ricardo Haag - sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.

 

Wide

https://wide.works/

 

Inadimplência bate recorde e atinge 66,1 milhões de brasileiros em abril, revela Serasa Experian

Saque extraordinário do FGTS e antecipação do 13º podem ser usados para quitação de dívidas; Serasa e mais de 100 empresas parceiras disponibilizam condições especiais para começar o segundo semestre no azul 



O Indicador de Inadimplência da Serasa Experian revelou que, desde o início deste ano, mais de 2 milhões de pessoas se tornaram inadimplentes. Em abril, o país alcançou o número recorde de consumidores com o nome no vermelho (66.132.670), atingindo a maior quantidade da série histórica do índice, iniciada em 2016. Além disso, no mesmo mês, a soma das dívidas chegou a R$ 271,6 bilhões. Confira os números absolutos no gráfico abaixo:



Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o aumento da inadimplência ao decorrer de 2022 era uma movimentação esperada, mas existem fatores que podem auxiliar o consumidor nessa situação. “Sabemos que a instabilidade econômica do país vem afetando grande parte da população. No entanto, algumas ferramentas como o saque extraordinário do FGTS e a antecipação do pagamento do 13º salário para aposentados podem e devem ser utilizadas para reorganizar as finanças pessoais, amenizar dívidas e tentar tirar o nome do vermelho”.

Rabi também explica como a influência do Cadastro Positivo pode ser um fator determinante para a adimplência dos consumidores. “A possibilidade de ter acesso a um crédito de qualidade permite às pessoas mais fôlego e capacidade de colocar as contas em dia. Além disso, com análises mais assertivas, esses tomadores evitam linhas de crédito que podem ser prejudiciais, como o cheque especial, que possui juros muito altos, podendo comprometer a quitação de dívidas”.

Um estudo inédito da Serasa Experian revelou um salto de 22,1 milhões (14% da população adulta) sobre número de brasileiros que conquistaram a oportunidade de ter acesso a um crédito de qualidade. O montante foi de 59,1 milhões para 81,2 milhões. Além disso, o levantamento mostrou que esses 22,1 milhões de consumidores possuíam o Serasa Score abaixo de 500 e, por isso, poderiam não ser aprovados em análises de concessão feitas pelo mercado de crédito. No entanto, essa pontuação amena não era causada por negativações, mas pela insuficiência de informações que os credores tinham sobre os possíveis tomadores de crédito. Problema que foi solucionado com a implementação do Cadastro Positivo.

Com relação ao perfil das dívidas, os segmentos de Bancos e Cartões possui 28,1% dos débitos, enquanto contas básicas como água, luz e gás representam 22,9%. Feita a comparação com abril de 2021, o setor de Financeiras foi o que teve maior aumento na participação de inadimplência, indo de 9,6% para 12,4%. “As financeiras costumam oferecer crédito para perfis de risco, como os de consumidores inadimplentes. Por isso, quanto mais instável ficar o cenário econômico, mais a inadimplência desse setor tende a crescer”, explica Rabi.



O recorte por faixa etária mostra que os inadimplentes estão, em sua maioria, nas faixas de 26 a 60 anos de idade (35,2%) e de 41 a 60 anos (34,8%). Para conferir mais informações, clique aqui.

No Azul: Limpa Nome permite quitar dívidas por até R$ 100

Diante do cenário extremamente desafiador registrado pelo Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas elaborado pela Serasa Experian, a empresa realizou um levantamento de todas as ofertas disponíveis na plataforma Limpa Nome com as mais de 100 empresas parceiras: são mais de 15 milhões de ofertas que podem ser quitadas por até R$ 100 em bancos, financeiras, securitizadoras, telefonia, varejo e universidades, que oferecem descontos diferenciados.

A Serasa também contabiliza mais de 43 milhões de ofertas com opção de parcelamento, sendo que 5 milhões delas podem ser quitadas em até 24 vezes. De acordo com Aline Maciel, gerente do Serasa Limpa Nome, o nome do consumidor é retirado dos birôs de proteção ao crédito já na primeira parcela. “Mas é fundamental que o pagamento das demais parcelas seja concluído para que a dívida não seja retomada”, observa Aline.





Serasa Experian

 www.serasaexperian.com.br


Posts mais acessados