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domingo, 20 de março de 2022

Como a comunicação no Whatsapp influencia no nosso dia a dia

O Whatsapp se tornou uma rede social pessoal e profissional por conta da pandemia; a psicóloga Vanessa Gebrim explica como isso pode afetar a ansiedade das pessoas e a melhor forma de equilibrar o uso

 

Nos últimos anos, as redes sociais têm começado a ganhar mais espaço na vida das pessoas. Principalmente durante o período de pandemia, isso aumentou ainda mais. Para se ter ideia, de acordo com a pesquisa TIC Domicílios 2020, lançada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), por conta da pandemia, o Brasil chegou a marca de 152 milhões de usuários da internet. Além disso, uma pesquisa da Mobile Time aponta que o volume de mensagens trocadas entre clientes e empresas pelo Whatsapp no primeiro trimestre de 2021, cresceu 251% se comparado ao mesmo período de 2020.


Para a psicóloga e especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP, Vanessa Gebrim, é necessário prestar atenção para que o uso das redes sociais não se torne um problema. “O aumento do uso do whatsapp também se dá porque as mensagens de áudio facilitam muito. Acaba sendo mais fácil, pois nem sempre a pessoa está disponível para ouvir. Dependendo da ocasião, ler se torna mais fácil e prático. Quando falamos do uso do whatsapp para trabalho, se a pessoa não souber administrar, isso pode ser um problema. É importante ter bom senso e saber equilibrar, para não prejudicar o lado profissional e nem o pessoal. Para quem tem dificuldade, já existem aplicativos para separar mensagens pessoais de profissionais”, explica.

 

Um estudo publicado pelo periódico científico The Lancet diz que a pandemia provocou o aumento global em distúrbios como a depressão e a ansiedade. O recurso que permite acelerar a velocidade dos áudios, oferecido pelo Whatsapp, pode ser um problema para quem já sofre com essas questões. “A busca pela cultura de urgência pode desencadear sintomas de ansiedade e também pode causar perdas nas interações. Acaba tendo uma diferença no ritmo, entonação, nas pausas e até na respiração do locutor. O resultado é que a comunicação se torna fria, distante e se perde a qualidade dos relacionamentos. Isso pode acabar gerando um padrão em que passamos a nos ver sempre correndo. Acelera as relações, a intimidade e tudo pode ficar mais superficial”, entende. 

 

Cuidado com a ansiedade

 

As mensagens de texto como mensagens de áudio, sejam elas longas ou curtas, ajudam as pessoas a se comunicarem de maneira rápida. Mas essa praticidade não significa que essa maneira é mais saudável. “Isso pode acabar distanciando as pessoas. Pode dar uma falsa ideia de que supre um encontro real, mas também pode dar uma sensação de monólogo, porque nem sempre a pessoa vai responder no horário que você envia ou até pode ser que a pessoa esqueça de te responder. Dependendo da situação psicológica da pessoa, a falta de resposta talvez não seja um problema, mas pode gerar sentimento de rejeição ou raiva. A questão é que as pessoas se encontram tão sobrecarregadas, que, muitas vezes, não conseguem responder porque a demanda de mensagens é muito grande”, explica Vanessa.


Uma das desvantagens desse uso é que as conversas acabam ficando superficiais. Não existe mais “conversa olho no olho” e isso acaba provocando um empobrecimento muito grande nas relações. “Ao mesmo tempo que o whatsapp tem a vantagem em deixar todo mundo ao seu alcance, isso acaba prejudicando a oportunidade de as pessoas conviverem de maneira mais profunda com quem se ama. Além disso, cada vez que é checada uma conversa no celular a atenção é desviada. Tem um estudo na Universidade da Califórnia que fala que, a cada interrupção que acontece em nosso dia, levamos em média 23 minutos para recuperar o foco. Quanto tempo custa se formos interrompidos a cada instante como acontece no whatsapp? O prejuízo, com certeza, acaba sendo muito maior”, complementa Vanessa. 

 

O importante é equilibrar

A melhor forma de começar a usar as redes sociais de forma mais saudável, é encontrar o melhor equilíbrio. “O ideal é limitar o uso, reservando alguns horários durante o dia para checar as mensagens. Estabelecer limites nos horários das refeições e também na hora de dormir. Se possível, desativar notificações e silenciar também os grupos. Evitar o uso automático, e principalmente, quando não tiver um objetivo naquele momento, prejudicando coisas importantes, como uma conversa em família, trabalho, estudo e descanso. Caso isso não funcione, uma boa alternativa é procurar uma ajuda psicológica, para entender se esse comportamento exagerado está consumindo o tempo e a energia no dia-a-dia”, conclui Vanessa Gebrim.

 

Vanessa Gebrim - Pós-Graduada e especialista em Psicologia pela PUC-SP. Teve em seu desenvolvimento profissional a experiência na psicologia hospitalar e terapia de apoio na área de oncologia infantil na Casa Hope e é autora de monografias que orientam psicólogos em diversos hospitais de São Paulo, sobre tratamento de pacientes com câncer (mulheres mastectomizadas e oncologia infantil). É precursora em Alphaville dos tratamentos em trauma emocional, EMDR, Brainspotting, Play Of Life, Barras de Access, HQI, que são ferramentas modernas que otimizam o tempo de terapia e provocam mudanças no âmbito cerebral. Atua também como Consteladora Familiar, com abordagem sistêmica que promove o equilíbrio e melhora relações interpessoais.


Transfobia: comentários de ódio nas redes reforçam o debate sobre a toxicidade na internet e a importância da saúde mental

Saúde mental é fundamental para encarar ofensas nas redes
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Psicólogo explica como o autoconhecimento é fundamental para lidar com ofensas no virtual


Os comentários transfóbicos sofridos pelo influencer Paulo Vaz, mais conhecido como Popó Vaz, reforçam como as redes sociais podem afetar a vida das pessoas, principalmente diante dos discursos de ódio e ofensas. Após a morte de Paulo, internautas associaram o acontecimento a inúmeros comentários de ódio e preconceito feitos nas redes contra ele no final de semana após vídeo íntimo vazado do marido, Pedro HMC, também influencer.

O acontecimento levanta mais uma vez o debate sobre a toxicidade na internet e saúde mental diante das redes. O psicólogo Hamilton Kida, fundador da Rainbow Psicologia, primeira empresa de profissionais de psicologia no Brasil focada em unir a comunidade LGBTQI+ à saúde e bem estar mental, explica a importância do autoconhecimento diante da violência virtual em comentários ofensivos e maldosos. "A gente precisa aprender a filtrar o que é importante para nós e, principalmente, dar voz para quem a gente é. Se as coisas que nós sentimos sobre nós mesmos, o que nós pensamos, quem nós somos, estiverem fortalecidas, dificilmente vamos nos abalar com comentários de ódio", explica Kida.

Se conhecer também é fundamental para compreender os sinais e dar um tempo dos aplicativos quando necessário. Para isso, é preciso observar sempre dois pontos. O primeiro é avaliar se estar ali realmente te faz bem, é usar o termômetro do bem-estar para saber sair quando aquilo te provocar coisas ruins. Entender esse jogo é possível com saúde mental e as boas escolhas alimentam essa busca por uma relação mais equilibrada consigo mesmo. "A gente precisa perceber aquilo que não está nos trazendo coisas boas. Não te fez bem, não fique ali e isso vale para além das redes sociais”, reforça o psicólogo. O segundo ponto está em saber também viver uma vida offline, com atividades que não te deixam extremamente conectado. 

O detox das redes sociais pode ser uma opção para que o internauta avalie melhor sua vida e sua relação com as plataformas, inclusive com os comentários que ouve ou lê. 

Psicóloga fala sobre luto coletivo diante das tragédias humanitárias que afetam o Brasil e o mundo

Professora e Coordenadora da graduação em Psicologia do Centro Universitário São Camilo, Gláucia Benute, explica o conceito de luto coletivo e como este sentimento pode afetar a saúde mental de jovens e adultos diante de catástrofes naturais recentes, tempos de pandemia e da Guerra entre Rússia e Ucrânia. Ouça a entrevista também em áudio, no link: https://open.spotify.com/episode/0NtXRY0xdqny73r2x0Iwom?si=1289c0ba3fc940d7

A pandemia de Covid-19 superou a marca de 650 mil mortes no Brasil. A recém iniciada guerra entre Rússia e Ucrânia teria vitimado, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 136 civis entre os dias 24 e 28 de fevereiro, além de 400 feridos neste mesmo período. Em Petrópolis, no Rio de Janeiro, 233 pessoas perderam a vida em deslizamentos devido às fortes chuvas que atingiram a cidade no final do mês de fevereiro.

 

De acordo com a Coordenadora da graduação em Psicologia do Centro Universitário São Camilo, Glaucia Benute, a sequência de tragédias humanitárias que ceifam centenas de vidas afetam “nossa saúde física e mental”“A perda de um ente querido mexe com a subjetividade de cada um. No entanto, quando se trata de luto coletivo nem sempre este é um processo reconhecido, mas é uma condição que também merece atenção e cuidado, uma vez que ele afeta diretamente o processo do luto individual e também pode levar à sintomas de fadiga e de ansiedade e depressão, quando não elaborado adequadamente”.

 

Segundo a psicóloga, as notícias sobre a Guerra entre Rússia e Ucrânia podem despertar sentimentos profundos de angústia e medo. “Essa questão da guerra nos aproxima da questão da finitude e do fracasso. A angústia é intensa, tanto pelo que diz respeito à possibilidade de uma proporção estratosférica, colocando todos em contato com um risco nuclear muito grande, quando pelo contato direto com a morte de pessoas que estavam tranquilas em seus lares e que estão perdendo tudo, do direito de comer ao direito de viver, intensificando sentimentos de medo, frustração e impotência nos colocando em contato com nossas limitações, fundamentalmente no que diz respeito à falta do poder de proteger as pessoas que estão sofrendo e expostas a esta condição da guerra e, da fragilidade para protegermos as pessoas que amamos e a nós mesmos”.

 

Acompanhe abaixo a análise da professora Gláucia Benute e entenda o que é o luto coletivo, sua relação com a saúde mental e saiba como lidar com as emoções neste momento. 

 

O que é o luto e a diferença entre o processo de luto individual e coletivo? 

O luto é uma situação de perda.  É um processo que deve ser natural e que toma diferentes formas dependendo da sociedade e da cultura que é vivido. Os rituais acontecem através das crenças individuais de um povo, o velório é muito comum, mas na pandemia está acontecendo de uma forma diferente pela transmissão do Coronavírus. E isto transforma o modo de lidar com o luto, complicando ainda mais o processo de superação e abalando a saúde física e mental. De fato, trazem complicações físicas. Na pandemia, vivenciamos o luto por outras pessoas que não fazem parte de nosso círculo familiar e de amigos, acarretando em sentimento de angústia e medo. Quando a morte chega tão perto, pensando nas perdas e rupturas, as consequências físicas ficam evidentes. 

 

O que o luto coletivo representa a longo prazo para a saúde mental? 

Além das mortes ocasionadas pela Covid-19, tivemos vários casos de acidentes naturais e agora o mundo vê de perto a guerra na Ucrânia, que está levando à morte um grande número de pessoas e tudo isto traz medo. O excesso de imagens das tragédias, a comoção pelo sofrimento alheio afetam a saúde psíquica e pode mudar a nossa individualidade de como lidamos com a nossa vida diária. A perda de um ente querido mexe com a subjetividade de cada um. O luto coletivo precisa ser compreendido, é um processo que precisa ser cuidado, ele faz parte do mesmo processo do luto individual. Traz uma fadiga intensa que leva a crises de ansiedade e depressão. No momento atual, a saúde mental tem sido observada com muita atenção, pelo fato de as pessoas estarem vivenciando a proximidade com a morte. As pessoas precisam de uma reorganização diária. 

 

Qual a sua opinião em relação à exposição na mídia dos eventos trágicos? 

É necessária para sabermos o que está acontecendo no mundo, mas temos que ter bom senso em relação ao que deve ou não ser veiculado. Nós já estamos muito expostos a esse sentimento, se pudéssemos elencar qual seria o sentimento mais complicado, podemos mencionar o pavor e depois o pânico. Quando isto acontece, o indivíduo desenvolve um comportamento de medo de, por exemplo, sair na rua, deixar o filho ir a uma festa, ir ao shopping. Cria-se uma situação comportamental que muda a vida no dia-a-dia da pessoa devido ao desenvolvimento de sintomas de ansiedade e isto afeta gravemente a saúde mental. 

 

A invasão da Rússia na Ucrânia traz um sentimento de medo globalizado, como vemos isto no Brasil? 

Medos vão se somando. Essa questão da guerra nos aproxima da questão da finitude e do fracasso. A angústia é muito intensa, porque a guerra pode ter proporção estratosférica, de um risco nuclear muito grande. O medo é ainda maior, por nós, pelas pessoas que amamos e também por aqueles que estão vivenciando a guerra. Alguém tomou a decisão de iniciar a guerra e está pondo em risco a vida de outras pessoas, é uma sensação de impotência, porque não temos como impedir. O sofrimento do outro é sentido como poderia acontecer com você, os sintomas ligados ao luto podem se intensificar ainda mais. A retomada da vida diária pode ficar difícil, porque a imagem de lembranças de pessoas falecidas acabam trazendo sentimentos muito fortes. Neste momento, as pessoas têm que ficar atentas como estão se sentindo e avaliar se precisam de ajuda profissional. 

 

A coletividade pode ser um recurso para superar? 

Depende como vamos lidar com o sentimento coletivo. É difícil na verdade, o sentimento é de fadiga intensa. Estamos no primeiro trimestre de 2022 e as pessoas não estão com a sensação de "vamos iniciar um novo ano", nós estamos exaustos pela pandemia, ainda estamos vivendo este luto e as outras tragédias estão se somando, aí para piorar a situação vem a guerra. Será que temos condição de superar, se ainda estamos vivendo este processo? Quando perdemos um ente querido, temos que superar vagarosamente o nosso dia a dia, fazendo reflexões, vivenciando o luto, mas com tantas tragédias, ainda não deu tempo para ressignificar tudo isto. Estamos no processo dessas perdas, as pessoas ainda sentem fadiga e exaustão. As pessoas precisam individualmente olhar para a saúde mental. A irritabilidade, o nervoso, a sensação de vazio devem ser observados. 

 

Como superar o luto? 

Deve-se pensar que o luto é um processo normal e precisa acontecer para superação da perda. Este sentimento de tristeza é natural, mas ao longo do tempo precisa retomar a vida, superando aos poucos, toda a tristeza tem que ser transformada em lembrança. O que eu chorei pela perda hoje, não pode ser igual em um ano. Essa tristeza tem que ir se transformando ao longo do tempo.


Alegria e felicidade: o efeito dominó dos sentimentos

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A felicidade é um sentimento que alguns dizem não existir, já outros afirmam acontecer apenas em alguns momentos da vida.  Eu, pessoalmente, me agrego àquelas que a sentem como uma emoção permanente, provedora de bem-estar e alegria de viver.

Isso porque mesmo tendo vivido diversas experiências, acontecimentos bons e ruins, sofrido tristeza, dor e agonia, por exemplo, a felicidade sempre esteve ao fundo. Como um esteio, ela me acolhe todos os dias do renascer e na reflexão de minha rotina.

Entretanto, não posso deixar de admitir que, vez por outra, se faz presente o que foi escrito por Freud: “O Homem civilizado trocou uma parcela de suas possibilidades de felicidade por uma parcela de segurança." (Mal-Estar na Civilização, 1975, p.138. ESB).

No que tange ao sentimento de alegria, se torna interessante porque ele se inclui em várias situações de vida, podendo, inclusive, assumir diversos tons, e até semitons, com diferentes qualidades de vibrações.

Há o sentimento de alegria de viver, por exemplo, ao qual se agrega o sentimento de paz. Esse é duradouro, pois a pessoa sente alegria com a vida e consigo mesma, apesar dos sofrimentos que possa estar enfrentando. Mas existe, também, o sentimento de alegria transitória, que costuma ser sentido pelo recebimento de um presente, pelo encontro com uma pessoa, por uma conquista na vida, etc. Estas são alegrias por situações temporárias e que se apresentam de forma fugaz, rasteira e passageira.

Já a alegria festiva costuma ser sentida em ocasiões de festas e feriados, por exemplo.  A curiosidade desta qualidade é que ela está agregada aos sentimentos de mágoas, tristezas, revoltas, ou seja, aos sofrimentos internos. Essa relação eleva o seu tom e chega quase ao de sentimento de euforia.

Portanto, se é de alegria em alegria que vamos tocando a vida, é quando ela se une ao sentimento de felicidade que se inicia a formação de uma complexidade. Em um efeito dominó, ela faz ressoar diversos outros sentimentos e nos viabiliza sentir que a nossa vida está sendo vivida.

 

Beatriz Breves - psicóloga, psicanalista, física e psicoterapeuta. Sua especialidade é a Ciência do Sentir e os mais de 500 sentimentos listados durante 35 anos de pesquisa.

 

Distúrbios do sono, associados ao aumento do estresse na pandemia, afetam mais de 65% da população

Quando não tratado, o problema impacta a saúde mental e pode causar doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, além de obesidade e diabetes

 

Considerado tão fundamental quanto qualquer outro hábito que contribua para uma vida mais saudável, a qualidade do sono se tornou alvo de diversos estudos relacionados aos efeitos da pandemia de Covid-19. Isso porque, segundo especialistas da área, importante parcela da população mundial passou a apresentar dificuldades para dormir no período, tendo como principais agravantes o estresse e a ansiedade.

De acordo com um levantamento feito pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), 70% dos pacientes ouvidos, com idade acima de 18 anos, passaram a ter dificuldade para iniciar ou manter o sono durante a pandemia. O problema afeta também 58,6% das crianças, com idade entre 0 e 3 anos, percentual três vezes maior quando comparado a dados anteriores, conforme revela a pesquisa.

Esses dados, semelhantes aos da pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), indicando que cerca de 65% da população do país sofre de baixa qualidade de sono, trazem um fator preocupante. Segundo a análise, cerca de 34% destas pessoas afirmam ter insônia, mas somente 21% têm o real diagnóstico da doença.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de SP Paulo Nakano explica que, durante a pandemia, o aumento do estresse na população gerou uma piora significativa na qualidade do sono e, consequentemente, na saúde mental.

“Devido às mudanças na rotina e nos horários das atividades, à permanência nos domicílios e às inseguranças trazidas pela pandemia, muitos indivíduos passaram a dormir mais tarde que o habitual, a apresentar sono fragmentado, horários não regulados de sono e a passar mais tempo na cama, mesmo acordados”, destaca.

O médico ressalta que a piora do sono pode causar irritabilidade, alterações no humor, na capacidade de concentração, piora da memória e queda do desempenho profissional e/ou acadêmico.

Ele reitera, ainda, que o problema vai além da saúde mental. Quando um indivíduo está privado de sono, tem maior tendência ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares, Diabetes tipo 2, obesidade, aterosclerose, alterações gastrintestinais e imunológicas, entre outras.

“Há relação entre a duração do sono com hormônios reguladores do apetite, por exemplo, fazendo com que o indivíduo privado de sono sinta mais fome e maior desejo por alimentos calóricos”, salienta.

O especialista também revela que pessoas com distúrbios do sono tendem a apresentar maior resistência à insulina, bem como aumento de estresse oxidativo e dos marcadores inflamatórios sistêmicos, favorecendo inúmeras doenças.

Sintomas e tratamentos

Conforme o médico, a sensação de “estar sempre com sono” pode servir de alerta. Ela explica que sentir-se cansaço e sonolento, mesmo após dormir a noite inteira, e com dificuldade de se concentrar nas tarefas do dia a dia e demora para pegar no sono, mesmo sentindo-se esgotado, estão entre os primeiros sinais de distúrbios do sono. 

A recomendação é procurar ajuda médica quando as alterações do sono estão trazendo prejuízos ao cotidiano, afetando as relações interpessoais e atividades diárias. O tratamento dependerá do histórico do paciente e tipo de distúrbio identificado, podendo incluir uso de medicamentos associados a terapias multidisciplinares.

Além disso, o neurologista orienta a adoção de hábitos simples, que contribuem para a melhora da qualidade do sono:

- Estabelecer a rotina de ir para a cama e acordar sempre no mesmo horário;

- Se possível, arejar bem o quarto e criar um ambiente silencioso e sem luz;

- Evitar realizar atividades físicas à noite, dando preferência para o turno da manhã;

- Preferir alimentos leves no jantar e evitar bebidas alcoólicas ou estimulantes, como café ou chá preto;

- Não realizar atividades na cama, como ver TV, e evitar ler e-mails e notícias ou checar redes sociais na hora de dormir;

- Meditação e atividades leves ajudam a relaxar e a “desligar” o cérebro, favorecendo o sono.


 

Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp

Dia da Mundial da Felicidade: a busca incessante da sociedade pelo bem-estar

O terapeuta Beto Colombo, acredita que as pessoas cada vez mais se tornam especialistas em tecnologias e robôs, mas conhecem cada vez menos em relação a eles mesmos.

 

O Dia Mundial da Felicidade foi criado pela Organização das Nações Unidas - ONU em 2012, com o objetivo de promover a felicidade e alegria entre os povos do mundo, evitando os conflitos e guerras sociais, étnicas ou qualquer outro tipo de comportamento que ponha em risco a paz e o bem-estar das sociedades. Embora estejamos enfrentando uma pandemia que perdura por mais de dois anos e agora estamos vivenciando a guerra entre a Rússia e Ucrânia, a determinação da data, 20 de março, é uma forma de ressaltar a importância da felicidade na vida das pessoas em todo o mundo.

Beto Colombo, terapeuta especializado em filosofia clínica explica que cada um direciona o modo como quer levar a vida, a partir das suas escolhas. Segundo ele, durante a jornada da vida podemos encontrar flores ou pedras, lugares calmos, barulhentos, com sombras, chuvas ou sol, a felicidade está em apreciar o caminho. 

O terapeuta relata que uns buscam ter e outros ser, por isso é fundamental entender o que te traz felicidade e bem-estar emocional. Colombo afirma, que a população entende de tudo, mas não compreende a si mesma. “Muita gente sabe muito sobre quase todos os assuntos, são profundos entendedores de como as tecnológicas funcionam, mas são analfabetos existenciais em relação a eles mesmos. Se, existencialmente, você não se sente bem no seu lugar, possivelmente aquele não é o seu lugar”.
 

1- Conecte seu corpo a mente para desacelerar o pensamento

Saia um pouco do mundo das ideias. Com o isolamento social, desenvolvemos a tendência de ficar idealizando muito as coisas, pensando mais e agindo menos.
 

2- Viva o presente e respeite o tempo das coisas

A ansiedade, na grande maioria das vezes, é gerada por pessoas que vivem no futuro. Essas pessoas costumam acelerar a mente para chegar naquela busca que está elaborando.
 

3- Confie no seu caminho

Há quem diga que ainda não encontrou um caminho na vida. Porém, essas são pessoas que se perderam de si, querendo dar uma resposta à sociedade. Elas vivem pautadas na opinião alheia, e acabam pagando um preço muito alto, já que a sociedade exige sempre mais e mais.
 

4- Não seja um escravo da razão

No meu novo livro, ‘Todo Caminho é Sagrado’, eu falo muito sobre respeitar a nossa intuição, e não se deixar guiar tão somente pela razão, pelo que é lógico. Nós vivemos em uma sociedade que dá muito valor as coisas e se esquece da humanidade, preferindo dar ouvidos somente à razão. Então em ‘Todo Caminho é Sagrado’, eu falo de respeitar aquilo que nós somos, e não ser um escravo da razão. O livro trata disso, do desapego de cargos, de coisas, de pessoas, de pensamentos, da ditadura da razão. 

“Há uma grande diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho. Não existe caminho errado, todo caminho leva a algum lugar, a felicidade não está na chegada, a felicidade está na jornada”, assegura Beto. 

Vamos aproveitar o dia da felicidade para lembrar que apesar de todas as dificuldades, sempre haverá novas possibilidades de viver momentos de muita alegria.


O que eu jamais quis ser na vida

Opinião


Eu tinha onze anos quando fui sozinho, pela primeira vez, pegar o ônibus para ir à escola. Ingressara no quinto ano, primeiro ano ginasial da minha época, e meu pai já achava que eu era grande o suficiente para me virar por conta. Recebia o dinheiro justo para ir e vir, um “se cuide” e um “nada de medo”. E eu ia, cheio de pavor. Pavor de errar o ponto para descer, de ser molestado, de cair, de minha mãe estar longe e não ouvir os meus apelos. Durante a viagem, ficava ao lado do motorista, pertinho da porta e observava todos os movimentos que ele fazia. Foi assim que se formou, na minha cabeça, minha primeira ideia de uma profissão: motorista de ônibus. Por algum tempo, apreciei a ideia e povoei meu futuro com a fantasia de estar sentado naquela cadeira alta, diante do imenso parabrisas, o volante girando lentamente enquanto fazia a curva, trocando marchas secas e descansando a mão no câmbio enquanto encarava uma ladeira ou esperava o sinal ficar verde. 

Até que conheci um amigo que tocava violão. Na vila onde eu morava, os meninos e as meninas se reuniam debaixo dos postes competindo com as mariposas até a hora que os pais mandavam entrar. O meu avisava com um assobio. Enquanto isso, ficávamos ouvindo o José Carlos tocar o seu violão verde escuro com tons de preto e cordas de nylon que faziam um barulho engraçado quando ele deslizava os dedos pelo braço do instrumento. Encantei-me. Pedi ao meu pai um violão, sabendo que seria difícil para ele, a vida eram moedas contadas para as coisas óbvias, como comer e vestir; o médico era o seu Davi, farmacêutico da comunidade, a escola era pública, a cabeleireira era minha mãe, as brincadeiras eram com as coisas que não serviam, onde haveria espaço para um luxo desses? Um violão? 

Mas, em algum momento, passados uns quatro ou cinco anos, quando eu já havia esquecido desse desejo, meu pai compra um instrumento para mim. E diz: “Agora é com você. Se vira”. E lá fui eu atrás do José Carlos para ver se ele me ensinava a tocar, já sem saber se era isso que eu queria. O tempo havia passado para ele também, agora era aluno de Odontologia e não queria mais saber de ficar debaixo dos postes tocando sambas e boleros. Voltei pra casa meio desenxabido, sem saber o que fazer e com medo de ainda sofrer as consequências desse sonho tresloucado, sem talento e sem ajuda. Lembro-me eu, durante um tempo, quando meu pai estava em casa, eu dedilhava o violão, concentrado nas duas notas que aprendera meio ao léu. Depois, nem isso. Não seria músico, não seria motorista de ônibus. O futuro era um campo nublado, sem horizontes definidos.

Já adolescente, conheci uns amigos de meu irmão mais velho que me apresentaram algumas leituras. Eu já gostava de ler, mas só as coisas da escola, revistas, o dicionário Caldas Aulete, a enciclopédia dos bichos, a Delta Larousse, edição de 1969. Nunca esqueço do primeiro livro que esses novos amigos me emprestaram: "A idade da Razão". Um livro vermelho, de capa dura, de uma coleção que vendia nas bancas. Eram os idos dos anos setenta e comecei a enxergar um mundo que não havia percebido ainda: o mundo que estava diante de mim o tempo todo, as calçadas, os muros, as árvores de raízes grossas, entre tantas coisas cuja existência eu não notava. Logo depois, veio uma biografia de Guevara, um livro de poemas de Neruda, um texto de Marcuse que não recordo exatamente qual foi mas que me impressionou muito, "As vinhas da Ira, de Steinbeck, "A Pérola, Ratos e Homens", "A Educação pela Pedra", do João Cabral, "Dentro da noite veloz", do Gullar e "1919", do John dos Passos, "A morte de Artêmio Cruz", de Carlos Fuentes, e então eu sabia que estava perdido para sempre. 

Pedi uma máquina de escrever para o meu pai e ganhei dele uma Olivetti verde clara que se tornou meu bem mais precioso por muito tempo. Tudo o que escrevi nela eu acabei perdendo e, até hoje, é uma das minhas maiores frustrações. O que será que eu sabia e pensava naqueles anos atormentados da adolescência e da descoberta do mundo? Só guardo sombras desse tempo que findou com o meu êxodo do Nordeste para o Sul, e um novo ciclo de angústias e incertezas.

Aos dezoito anos, pedi ao meu pai para me apresentar ao diretor de uma escola na qual ele estava terminando o supletivo do ensino médio. Eu havia acabado de entrar na universidade e falei, meio exibido, se na tal escola não haveria uma vaga para um aprendiz de professor. Logo eu que tremia as pernas para falar em público. Mas, os livros que tinha lido, todos eles pediam para serem compartilhados e aquele parecia ser um bom caminho. Poucos dias depois meu pai disse: "Vai lá falar com o diretor que parece que ele tem alguma coisa pra você." Eu fui e continuo professor (e aprendiz) até agora, 39 anos depois desse momento insano e mágico.

Nunca quis ser outra coisa além do que indicava o meu desejo. E meu desejo nunca quis ser coisa diferente de um alguém fazendo algo para alguém: dirigindo, tocando, escrevendo, ensinando. Nas coisas que eu queria ser, na imagem na minha cabeça, sempre havia alguém olhando para mim ou para o que eu estava fazendo ou tinha feito. E o olhar que me dizia o que eu era não era o meu olhar, mas desse "outro" para quem eu dirigia minha atenção e minha intenção. Meu lugar de fazer coisas sempre esteve povoado de pessoas. Elas foram meu sustento e meu ganho, meu estímulo e meu destino. 

Passado tanto tempo  - a vida agora já não é um horizonte largo de margens indistintas -, continuo com a mesma sensação e o mesmo desejo, como um velho amigo que sempre esteve ao meu lado. Não tenho mais o violão, que quebrou em uma mudança; não tenho mais a máquina, emprestada a um colega de trabalho que saiu da cidade e levou-a consigo; os ônibus não têm mais o motor na frente nem câmbios altos sem embreagem. Tenho só essas lembranças das pessoas que eu quis ser enquanto eu me tornava a pessoa que eu sou. E confesso possuir um sentimento de orgulho indisfarçável, uma conquista que não me furto de contar: se eu fosse apresentado a eles e eles a mim, creio que passaríamos um bom tempo debaixo daqueles postes, cantando uns sambas e jogando conversa fora, falando dos dias vividos e dos sonhos por haver, como velhos companheiros.


Daniel Medeiros - doutor em Educação Histórica e professor de Humanidades no Curso Positivo.
daniemedeiros.articulista@gmail.com
@profdanielmedeiros


20 de março - Dia Internacional da Felicidade: Como ser feliz em meio a pandemia, guerras e crise econômica?

 Brasil ocupa a 41º posição no ranking global de felicidade; Acabar com a pobreza, proteger o planeta e reduzir as desigualdades são considerados três aspectos para uma vida feliz
 

Estamos no mês da felicidade, comemorado oficialmente no dia 20 de março, a data surgiu com o intuito de reconhecer o conceito de felicidade na vida das pessoas em todo o globo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), existem três aspectos para uma vida com bem-estar e mais feliz: acabar com a pobreza, proteger o planeta e reduzir as desigualdades. No entanto, em meio a pandemia e guerras que o mundo enfrenta atualmente, como ser feliz com tantos desafios? 

O Brasil ocupa a 41º posição no ranking dos países mais felizes do mundo, segundo o World Happiness Report. Alguns aspectos contribuem para que estejamos tão distantes dos países nórdicos que estão no pódio da felicidade: Finlândia, Islândia e Dinamarca. Somos considerados o país mais ansioso do mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o segundo país com o maior número de pessoas com burnout, síndrome relacionada ao excesso de trabalho e estresse. 

Para Renata Rivetti, diretora da Reconnect Happiness at Work, empresa especialista em felicidade corporativa e liderança positiva, um dos motivos que fazem com que países como a Finlândia tenha altos níveis de felicidade está relacionado ao equilíbrio entre a vida pessoal e ao trabalho, realidade que ainda é muito distante do Brasil. 

“A pandemia mudou a perspectiva das pessoas em relação ao tema que passou a ser amplamente discutido, nunca se falou tanto em felicidade e bem-estar. No entanto, o maior desafio é como falar da importância de encontrar a felicidade em nossas vidas, em meio a tantos obstáculos?”, comenta Rivetti.  

Segundo Renata, um ponto importante para entendermos essa infelicidade é de que talvez a nossa sociedade esteja buscando a felicidade da forma errada. “Acreditamos que seremos felizes quando alcançarmos um objetivo e conquistas materiais. A verdade é que toda vez que conquistamos algo, há duas consequências que impedem uma felicidade duradoura: o aumento permanente de nossas expectativas e a comparação social. Podemos conquistar algo, mas sempre alguém terá ou será “mais" do que eu. Sempre verei alguém mais bem-sucedido e isso me mantém num ciclo incessante”, diz. 

“É fato que não vivemos em um mundo ideal, mas é possível adotar um estilo de vida e uma relação com a carreira que nos traga felicidade. A felicidade está relacionada a um propósito, ter relações positivas, apoio de pessoas, gostar do que faz”, explica Rivetti.

 

Reconnect Happiness at Work - empresa especializada em felicidade no trabalho e liderança positiva.


Dia 20 de março - Dia Mundial da Felicidade

 

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A felicidade nas pequenas coisas, agora!

No Butão, um jovem professor, desmotivado com o trabalho e sonhando em se tornar cantor famoso na Austrália, é enviado pelo governo do país a Lunana, uma comunidade longínqua, de difícil acesso, que fica há muitas horas de caminhada da cidade mais próxima. O cenário não poderia ser mais desolador para Ugyen Dorji, o protagonista do filme “A Felicidade das Pequenas Coisas”, que concorre ao Oscar de melhor filme estrangeiro. 

Ainda que desgostoso, o jovem assume a tarefa de ensinar às crianças da pequena vila e a relação entre os personagens vai se transformando pelo acolhimento dos alunos, que depositam imensa confiança no professor, “aquele que pode tocar o futuro”, que, por sua vez, começa a perceber seu trabalho de outra maneira. O paradoxo da vida moderna com a sabedoria milenar dá o tom de voz harmônico do filme. 

Não por acaso, nasceu no Butão em 1972, o conceito de Felicidade Interna Bruta, instituído pela ONU em 2012. A Felicidade passou então a ser aceita como um objetivo humano fundamental e que deve, portanto, balizar a vida de todos em sociedade, reconhecendo a necessidade de se aplicar um enfoque mais inclusivo, equitativo e equilibrado, promovendo o desenvolvimento sustentável em políticas públicas. 

À medida que emergiu para medir o bem-estar emocional como uma fonte de riqueza, hoje é amplamente utilizada nas mais diversas organizações e sustenta-se em nove pilares básicos:

  • bem-estar psicológico;
  • saúde;
  • uso do tempo;
  • educação;
  • vitalidade comunitária;
  • cultura;
  • governança;
  • meio ambiente;
  • padrão de vida.

Mas, isso não é tudo. Consoante à instituição da FIB, em 2012 a Assembleia geral da ONU lançou também o World Happiness Report que traça em 162 países (atualmente) um relatório de satisfação do indivíduo com a vida, trazendo informações que norteiam uma melhor atuação nas mais diversas áreas, a partir da percepção de pessoas.

Os dados são lastreados basicamente em níveis de:

  • PIB -- indicador econômico;
  • Expectativa de Vida -- dados da Organização Mundial da Saúde (OMS);
  • Apoio Social -- suporte de familiares ou amigos em momentos de necessidade e/ou lazer;
  • Liberdade para fazer as próprias escolhas;
  • Generosidade -- prática de altruísmo, compaixão social;
  • Percepção de corrupção em esfera governamental, nas organizações, nos negócios.

O dia 20 de março é quando se celebra o Dia Internacional da Felicidade. Nesta data também ocorre o lançamento do relatório anual. Embora o World Happiness Report seja baseado em uma ampla variedade de fontes, a mais importante continua sendo a Gallup World Poll. Uma análise mais generalista do último estudo (março de 2021, disponível worldhappinessreport) leva a conclusões não surpreendentes envolvendo a pandemia do COVID-19 e como ela afetou significativamente a saúde mental da sociedade em todo o planeta, ao mesmo tempo em que trocou um paralelo entre a confiança e o bem-estar. Quanto mais confiantes as pessoas se sentiam no lidar com as outras e com as instituições, maior a percepção de satisfação. 

Nada novo para a ciência da felicidade, como é conhecido o conjunto de estudos e pesquisas em Psicologia Positiva e Neurociência em torno do bem-estar subjetivo. Pessoas consideradas felizes também são mais produtivas, criativas, gozam de maior imunidade, se relacionam melhor com os outros, são mais generosas, gentis e tendem, num efeito causal, a confiar mais nos outros (Elas confiam e, por isso, são mais satisfeitas? Ou, porque são felizes, confiam mais?). 

Há ainda uma ligação direta entre resiliência e confiança. Para as organizações, numerosos estudos vinculam essa emoção -- e as estruturas motivacionais necessárias para criá-las, a uma produtividade maior, do que fatores como salário. Como exemplo, uma descoberta da Gallup de 2019 indica que, em média, as pessoas em empresas de alta confiança se sentem menos estressadas (74%), têm mais energia (106%), são mais engajadas (76%) e sofrem menos desgaste no trabalho (40%).
 

A biologia da confiança

A professora e autora Brené Brown enfatiza, em sua obra, a importância de se desconstruir o conceito de confiança em qualidades e comportamentos específicos, para que possa ser mais facilmente compreendido e compartilhado nos relacionamentos com parceiros, amigos, familiares e colegas de trabalho:

  • Limites: Posso confiar em você para ser claro sobre o que está bem e o que não está bem neste relacionamento? Posso confiar em você para entender e respeitar meus limites?
  • Confiabilidade: Você vai seguir em frente e fazer o que você diz que vai fazer? Posso confiar nessas coisas sobre você de forma consistente e ao longo do tempo?
  • Autorresponsabilidade: Posso confiar que, quando você cometer um erro, você o assumirá? Estou disposto a me responsabilizar pelos meus erros?
  • Cofre: Você guarda em confiança o que eu compartilho com você? Mantemos em confiança o que os outros compartilharam conosco?
  • Integridade: Posso confiar que você agirá de forma íntegra, incluindo a escolha da coragem em vez do conforto; escolher o que é certo sobre o que é divertido, rápido ou fácil; e praticar seus valores e não apenas professá-los?
  • Não julgamento: Eu sei que posso desmoronar e estar em luta e dor e que você não vai me julgar? Eu confio que você vai me procurar quando você também estiver sofrendo e lutando para que eu possa ter a oportunidade de ser solidário? Somos capazes de oferecer e pedir ajuda regularmente uns aos outros?
  • Generosidade: Você vai assumir que minhas intenções são boas -- e quando você não tiver certeza, você vai verificar comigo? Podemos fazer suposições e interpretações generosas de nós mesmos e dos outros em termos de palavras, comportamentos e ações?

A confiança é um aspecto fundamental de todos os relacionamentos porque exige que escolhamos ser vulneráveis ​​e corajosos. No longa da fila do Oscar os moradores da pequena Lunana nos recordam que a felicidade é simples, mas a ilusão de necessidades geradas por demandas de um mundo ultrarrápido anseia a alma e embaça a visão. Humildade, delicadeza e respeito são antídotos eficazes para o caos emocional e fazem parte do desenvolvimento sustentável da humanidade.

 

Sandra Teschner - chief happiness officer certificada pela Florida International University, pós-graduada em Neuropsicologia e administradora de empresas. É fundadora do Instituto Happiness do Brasil, um centro de estudos e projetos de Felicidade Intencional. Também é palestrante, escritora e engada social.  

Dia da felicidade: 4 dicas de atividades terapêuticas

Psicólogo cadastrado no Getninjas elenca atividades que trazem leveza e alegria ao dia a dia

  

No dia 20 de março é comemorado o Dia da Felicidade, data que visa ressaltar a importância da alegria na vida das pessoas. Em 2022, a comemoração ganha ainda mais importância por conta do cenário pandêmico, de crise econômica e sanitária mundial que impactam a saúde mental de muitos. Pensando em ajudar as pessoas a recuperarem um pouco da tranquilidade, o psicólogo Abel Antonio, que atende pelo GetNinjas, maior aplicativo de contratação de serviços do país, selecionou algumas atividades terapêuticas que podem promover o bem-estar.
 

Escreva um diário:

Segundo o profissional, ter um diário ajuda a liberar emoções não expressas e diminui a tensão interna gerada em situações de conflito nas interações familiares, sociais e profissionais. Além disso, a atividade promove a capacidade de auto reflexão e a organização de pensamentos. A pessoa pode se sentir mais relaxada depois de colocar o que tem em mente no papel. Para adotar a prática, é indicado escolher o melhor horário para escrever e decidir sobre o que quer escrever.
 

Aprender a tocar um instrumento musical:

O aprendizado de um novo instrumento auxilia no controle da ansiedade e de pensamentos recorrentes. Isso acontece, pois a atividade faz com que a mente se concentre na coordenação motora integrada. Além disso, o estudo musical proporciona a sensação de triunfo e perseverança, já que conseguir tocar uma música mais complicada pode ser uma grande conquista e envolve disciplina.
 

Aprender outro idioma:

Assim como acontece no aprendizado de outras habilidades, o estudo de outro idioma melhora aspectos como memória, capacidade de atenção e de percepção. Além disso, para fugir do tédio, pode ser interessante ter um amigo virtual estrangeiro com quem conversar e treinar as habilidades de conversação.
 

Folhear álbuns antigos:

Reunir todos os moradores da casa para rever álbuns antigos pode ser uma atividade desestressante e divertida. Segundo Abel, a atividade nostálgica remete à vários momentos da vida e acaba sendo um exercício de memória e de resgate da história e da identidade individual e coletiva. Para o profissional, revisitar essas emoções pode trazer sensações alegres e reconfortantes.


No dia Nacional do Pão Francês, aprenda receita especial ensinada pela Chef Léo Oliveira

De um jeito simples e didático, a Chef renomada ensina como preparar acompanhamento para o quitute mais amado do brasileiro

Não tem quem resista ao pão francês! O alimento nacional conhecido por diversos nomes, de acordo com as diferentes regiões do país, também é chamado como, carioquinha, pão de sal, cacetinho ou filão, entretanto a realidade é uma só: ele é unanimidade na mesa dos brasileiros e segundo a Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip), o quitute é o produto mais consumido nas cerca de 70 mil padarias espalhadas pelo Brasil. 

Associados a cafés da manhã, lanches e quitutes, uma das maiores iguarias da culinária brasileira é tão importante que ganhou uma data única para celebrar sua gostosura, assim, no dia 21 de março é comemorado o Dia Mundial do Pão Francês. 

Para comemorar a data, a Chef Léo Oliveira, separou uma receita fácil, gostosa e descomplicada, além de ser a cara do brasileiro, para quem deseja celebrar esse dia da melhor maneira: degustando um bom e crocante pão francês. 

Confira a receita abaixo:
 

Lanche de carne maluca no pão francês 
 

Foto: Divulgação Chef Léo Oliveira

Ingredientes do recheio

 - 500g de carne cozida e desfiada (carne sugerida: Acém)

- 150g de bacon em cubinhos

- 400g de calabresa cortada em tiras

- 2 cenouras raladas em ralo grosso

- 1/2 pimentão verde picado

- 1 cebola média picada

- 1 sachê de 340g de molho de tomate

- 100g de azeitonas picadas

- 2 dentes de alho

- 50 ml de azeite

- 2 sachês de tempero pronto para carne

- 1 colher de chá de tempero baiano

- 20 ml molho shoyo

- Sal para correção

- 10 pães franceses (cortados ao meio)


Modo de fazer

1) Cortar o acém em cubos médios, temperar com sal, alho, cebola, pimenta do reino, refogar bem, acrescentar 500ml de água, e cozinhar em panela de pressão por 45 minutos. Depois é só retirar da panela, desfiar e reservar.

2) Em uma panela, coloque um fio de azeite e frite o bacon, na sequência coloque a calabresa e continue fritando. Acrescente o alho e depois a cebola, continue fritando. Acrescente os pimentões e refogue mais um pouco, agregue a carne cozida e desfiada, os temperos, azeitonas, e shoyo.

3) Fazer uma correção com o sal. Acrescente a cenoura ralada em ralo grosso e o molho de tomate, refogue por mais dois minutos. Desligar o fogo e acrescentar o cheiro verde.

4) Para montar, corte o pão ao meio e faça um buraco para rechear.
 


Chef Léo Oliveira - profissional de 53 anos, natural de São Paulo, é graduada em gastronomia pela Universidade Anhembi Morumbi, com formação internacional em confeitaria artística e participação no curso de Cozinheiro Chef Internacional do Senac. Com a sua bagagem de conhecimento e experiência, voltou a dar aulas em casa e em cursinhos até abrir seu canal no YouTube com o intuito de dividir suas receitas e técnicas. Hoje, seu canal conta com quase 3 milhões de inscritos.

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