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sexta-feira, 18 de março de 2022

Dia Internacional das Florestas

Estruturação de políticas públicas e ações coordenadas são urgentes para garantir a preservação de florestas e áreas verdes

Pessoas dependem diretamente das florestas para obter abrigo, alimentos, medicamentos, energia e renda, afirma especialista

 

Brasil tem 12% das florestas do mundo e é o país que mais perdeu área florestal na última década

O Brasil é o país que mais perdeu área de floresta na última década, com 1,5 milhão de hectares perdidos a cada ano, nos últimos 10 anos. Foto: Pixabay

 

Projetos de plantio e restauração, florestas em regiões urbanizadas, parques e corredores verdes preservam a vida de espécies, reduzem ilhas de calor, contribuem com a captação de água, minimizam impactos de enchentes, melhoram a qualidade do ar, diminuem ruídos, proporcionam serviços ecossistêmicos e ainda favorecem atividades ligadas ao lazer, bem-estar e qualidade de vida para a população. Esses são importantes exemplos de ações e os consequentes impactos positivos oferecidos pela natureza que valem ser lembrados neste Dia Internacional das Florestas (21/3).

 

“As florestas abrigam cerca de 80% da biodiversidade terrestre mundial, o que já deveria ser o suficiente para que fossem mais protegidas. Mas o papel que elas têm na saúde e no bem-estar humano reforçam ainda mais a necessidade de políticas públicas para garantir a sobrevivência desses ambientes. Bilhões de pessoas dependem diretamente das florestas para obter abrigo, alimentos, medicamentos, energia e renda”, diz a pesquisadora Teresa Magro, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e professora associada do Departamento de Ciências Florestais da Universidade de São Paulo (USP).

 

O Dia Internacional das Florestas foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1971, para conscientizar a população sobre a importância das florestas para a vida no planeta. Cobrindo praticamente um terço da superfície terrestre, as florestas fornecem serviços essenciais, como a produção de alimentos, regulação do clima e proteção do solo e dos recursos hídricos.

 

De acordo com o Relatório de Avaliação Global dos Recursos Florestais de 2020 da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 12% das florestas do mundo estão no Brasil, totalizando 497 hectares de área florestal. Entretanto, o mesmo relatório aponta que o Brasil é o país que mais perdeu área de floresta na última década, com 1,5 milhão de hectares perdidos a cada ano, nos últimos 10 anos. O mundo, todos os anos, perde 10 milhões de hectares, o que faz com que de 12% a 20% de emissões globais de dióxido de carbono (CO2) deixem de ser absorvidas pela floresta e sejam lançadas diretamente na atmosfera.

 

Para Cecília Herzog, também membro da RECN, professora e pesquisadora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), a importância das florestas pode ser considerada por diferentes ângulos, desde o nível macro, por sua relação direta com as mudanças climáticas, até no aspecto regional ou local, observado na saúde e qualidade de vida da população nos centros urbanos. “As florestas nos fornecem serviços ecossistêmicos de valor inestimável. Desde a regulação do clima e das chuvas necessárias para garantir as atividades econômicas diversas, como a agricultura, passando pelo fornecimento de água e energia, até a sensação de bem-estar que a natureza proporciona, mesmo por meio de ilhas verdes nas selvas de pedras”, ressalta a pesquisadora.

 

As florestas têm no desmatamento a sua maior ameaça. De acordo com dados do Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, elaborado pelo projeto MapBiomas, 13,8 mil quilômetros quadrados foram desmatados no País em 2020, 99% de forma ilegal, um crescimento de 14% em comparação com 2019. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o desmatamento no Cerrado aumentou 7,9%, entre agosto de 2020 e julho de 2021, alcançando a marca de 8.531 quilômetros quadrados perdidos, o maior desde 2015. O desmatamento na Amazônia, em 2021, foi o pior em 10 anos, de acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Os dados apontam que mais de 10 mil quilômetros de mata nativa foram destruídos no ano passado — um crescimento de 29% em relação a 2020.


 

Cada árvore conta

 

Entre as medidas de proteção de áreas florestais está a criação de Unidades de Conservação, que podem ser públicas ou privadas. Além de proteger a biodiversidade local, as unidades têm potencial de contribuir com o desenvolvimento regional. A Fundação Grupo Boticário, por exemplo, mantém duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN): a Reserva Natural Serra do Tombador, em Cavalcante, no Cerrado goiano; e a Reserva Natural Salto Morato, no município paranaense de Guaraqueçaba, no coração da Grande Reserva Mata Atlântica. Enquanto a primeira tem concentrado esforços nas ações de conservação e pesquisas científicas, especialmente em relação à ecologia do fogo, a segunda tem investido amplamente em ações recreativas e educativas, sendo aberta à visitação e vivência com a natureza. Juntas, elas preservam mais de 11 mil hectares de vegetação nativa. 

A manutenção de áreas como essas traz uma série de benefícios para toda a sociedade, especialmente por meio de serviços ecossistêmicos fornecidos pela natureza, como a proteção a nascentes, garantindo a qualidade de recursos hídricos, sequestro de carbono e proteção de espécies raras e ameaçadas. Outros benefícios fundamentais são a geração de ICMS Ecológico para os municípios onde as reservas estão localizadas, o conhecimento científico gerado a partir de diversas pesquisas de campo e o desenvolvimento socioeconômico do entorno, especialmente por meio de atividades de turismo ecológico.

 


Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) www.fundacaogrupoboticario.org.br

 

 

Fundação Grupo Boticário


Avaliação escolar: qual o seu papel?

Por muito tempo, a avaliação foi elencada como vilã no cotidiano escolar dos estudantes. Os jargões “vale nota?”, “vai cair na prova?”, entre outros, ilustravam o caráter imediatista de se aprender ou anotar o conteúdo apenas para poder “tirar” nota nas avaliações que se apresentavam e tão somente de forma classificatória. 

Há muito tempo a avaliação escolar tem sido alvo de grandes discussões com o intuito de torná-la uma etapa mais eficiente no processo de ensino e aprendizagem. Desprezar os paradigmas modernos de avaliação educacional é não valorizar o papel significativo que essa ferramenta apresenta, pois, por meio dela, é possível monitorar o progresso do aluno, orientando-o sobre pontos de melhoria e desenvolver aulas alinhadas às lacunas de aprendizado que precisam ser preenchidas.  

A avaliação deve ser vista como um investimento no desenvolvimento de habilidades não consolidadas e, em última instância, converter em notas os aprendizados apresentados pelos alunos. A classificação dos alunos por nível de desempenho acontecerá como uma consequência natural do processo de avaliação. O olhar para os resultados precisa ser amplo e direcionado para todos e tudo o que o sistema avaliativo abraça. 

Atualmente, a avaliação escolar é composta por diferentes modalidades e trabalhar na integração com esses modelos pode garantir excelentes resultados, porque cada um deles contempla habilidades diversas, atingindo as singularidades dos diversos perfis de alunos. São elas: 

- Avaliação Diagnóstica: como o próprio nome já diz, esse instrumento avaliativo é utilizado para que o professor tenha subsídios sobre o aprendizado do aluno. Geralmente é feita antes de iniciar um ciclo, ajudando a identificar uma base para iniciar os trabalhos e as eventuais defasagens no aprendizado. Esse tipo de avaliação pode ser quantificado, mas o objetivo é colher evidências pedagógicas que apontem as fragilidades e potencialidades do aluno frente ao processo de ensino e aprendizagem. No programa de avaliação diagnóstica temos as avaliações de sondagem em larga escala aplicadas por empresas especializadas.  

- Avaliação Formativa: trata-se de um conjunto de práticas que utiliza diferentes métodos avaliativos para medir, de maneira profunda e individual, o processo de ensino e aprendizagem. Nesta modalidade, temos como critérios para as atividades avaliativas a participação do aluno em trabalhos em grupo, debates, seminários, autoavaliação etc. Além disso, é chamada de formativa por indicar como os alunos estão se modificando em direção aos objetivos pré-estabelecidos e sua função é acompanhar esse processo para o alcance das metas planejadas. 

- Avaliação Somativa: avalia o desempenho escolar do aluno como um todo e, geralmente, acontece quando se encerra um ciclo. Por meio desse instrumento é possível delinear e nivelar o aprendizado escolar de um determinado número de estudantes. É reconhecida pela sua função classificatória por meio da atribuição de notas. 

Trabalhar todos os tipos de avaliação é importante, pois ao entrelaçar os resultados é possível ter uma visão global do processo de aprendizado de cada aluno e, assim, com resultados fidedignos, as intervenções pedagógicas podem ser mais adequadas, garantindo um cotidiano escolar producente que resultará numa educação de qualidade.

 

“Quem é sábio ouça essas coisas, e considere atentamente as benignidades do Senhor”.
-- Salmos 107:43

 

Andréa Fanton - assessora pedagógica do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré Internacional


Governo de SP acaba com uso de máscaras em locais fechados

 João Dória informou, ontem, quinta-feira (17), que não será mais obrigatório o uso de máscaras de proteção em ambientes fechados. Essa flexibilização desobriga o uso de máscaras nesses locais, com exceção do transporte público, como ônibus, trens e metrôs.  

O novo decreto será publicado em edição extra do “Diário Oficial do Estado" e já está valendo. A utilização das máscaras agora se torna opcional em ambientes como escritórios, comércios, salas de aula, academias, entre outros. A decisão foi baseada em análises técnicas do Comitê Científico do Coronavírus de São Paulo. Os especialistas levaram em consideração o índice de vacinação com duas doses no estado, que atingiu a meta definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS) de 90% da população elegível, ou seja, acima de 5 anos imunizada. Mas já é a hora de tirar a máscara? A taxa de transmissão pode aumentar com a ausência das máscaras? Quais as precauções que os cidadão deve tomar se resolver tirar a máscara nesse momento? Já é vida normal ou será preciso ainda tomar cuidado? Para responder essas e outras questões, os hospitais IGESP e HSANP disponibilizam infectologistas e especialistas de outras áreas que podem auxiliar nessas questões.


 Hospital IGESP


Consumo Fora do Lar (OOH) no mundo ainda não atinge nível pré-pandemia, mostra Kantar

 Relatório Barômetro OOH destaca bom desempenho de refrigerantes e lanches no último ano

 

 

Por todo o mundo, à medida que as restrições vão acabando e a confiança dos consumidores cresce, os hábitos de consumo vão gradualmente retornando ao que eram antes da pandemia de Covid-19, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. De acordo com novo relatório Barômetro OOH da Kantar, líder global em dados, insights e consultoria, as categorias que mais vêm se beneficiando com o retorno das pessoas às ruas são lanches e bebidas não alcoólicas fora de casa (OOH), que começam a mostrar rápida recuperação.


Globalmente, as vendas em valor fora do lar aumentaram pelo terceiro trimestre consecutivo no 4º trimestre de 2021, com incremento de 19%, em comparação com uma queda de 25% no mesmo período em 2020. Isso impulsionou o valor de mercado total dentro e fora do lar em 6% ano a ano, com as maiores contribuições (quase ¾) vindas do Reino Unido, Espanha, China e França.


Apesar do cenário geral positivo, ao observar a evolução dos gastos OOH nessas categorias ao longo dos três últimos anos, percebe-se que ela ainda é 10% menor do que era no quarto trimestre de 2019. E mesmo que a proporção do valor total das vendas de OOH tenha aumentado de 30% para 34%, na comparação entre os quartos trimestres de 2020 e 2021, não atingiu o nível pré-pandêmico de 39%.

 

O desempenho de bebidas consumidas fora do lar foi melhor do que o de lanches, com crescimento de 22% e 14%, respectivamente, em 2021, no comparativo com 2020. A recuperação tem sido mais rápida nas categorias mais dependentes das ocasiões fora de casa, como bebidas não alcoólicas, café e sorvetes, que mais sofreram durante o isolamento social, principalmente por não conseguirem reproduzir os momentos de consumo fora do lar dentro de casa, como fizeram, com sucesso, chocolates e salgadinhos.

 

As vendas com refrigerantes em ocasiões fora do lar contribuíram com 49% do total do valor de mercado In&Out, versus 42% no 4º trimestre de 2020, mas ainda abaixo dos 57% que representavam em 2019. Enquanto isso, apesar de não terem voltado aos níveis pré-pandemia, as categorias café e sorvete estão crescendo.

 

Desempenho do Fora do Lar no Brasil

 

No Brasil, o mais recente estudo Consumer Insights 2021, mostra que o consumo de alimentos e bebidas fora de casa caiu 7 pontos percentuais nos últimos três anos – em 2019, fora do lar representava 47% do consumo total brasileiro, e em 2021 chegou a 40%. Vale ressaltar, no entanto, que no 4º trimestre de 2021 a venda em unidades de alimentos e bebidas fora do lar alcançou seu melhor patamar desde o 2º trimestre de 2020.

 

São Paulo e Rio de Janeiro foram as regiões mais impactadas por essas medidas, mas já apresentam um cenário de retomada visto a partir do segundo semestre de 2021. Enquanto isso, cidades do Nordeste e do Sul já retornaram aos patamares pré-pandemia. 

 

Com a inflação acima de 10%, nem o repasse de preços e nem o aumento do número de compradores (+2,1%) foi suficiente para frear a queda em valor do consumo fora de casa no Brasil, que ficou estável em -0,5% entre 2020 e 2021.

 

No curto prazo, a busca por sabor é a principal responsável pela retomada do consumo fora de casa, tendência que vem impulsionando as categorias de indulgência em momentos de socialização. O consumo de balas e gomas, por exemplo, cresceu 1,9% em 2021 na comparação com 2020. Sorvetes (+1,8%), bolos (+0,8%), biscoitos (+0,8%) e hambúrgueres (+0,5%) também aparecem entre os itens mais procurados pelos brasileiros fora do lar.

 

O estudo indica que incentivar a retomada da frequência de compras fora do lar (que caiu 9,5% nesse mesmo período) pode ser a melhor estratégia para alavancar os resultados em 2022, e retornar a números semelhantes aos do período anterior à Covid-19.

 

O relatório Barômetro contemplou entrevistados de 8 países – Reino Unido, França, Espanha, Portugal, China, Tailândia, México e Brasil -, sendo que por aqui a amostra contou com 2.370 indivíduos de sete regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Recife.

 


Kantar

www.kantar.com/brazil


Saúde 5.0: inovação na saúde avança em ritmo acelerado

Passados dois anos do surgimento da Covid-19, ainda lutamos contra a doença. Mesmo com o desenvolvimento de vacinas, ainda estamos trabalhando para imunizar toda a população e tentar voltar a ter uma vida o mais próxima do normal.

Especificamente na saúde, em dois anos de pandemia, houve uma revolução. O surto do coronavírus demonstrou para as instituições de saúde a indispensabilidade de se ter uma medicina mais estratégica, com atuação alinhada e moldada para a prestação de serviços à distância.

Ao mesmo tempo, não se pode deixar de considerar o esforço gigantesco de toda a ciência no intuito de encontrar soluções que amenizem a difícil realidade trazida pela pandemia.

Como consequência, aparelhos foram aprimorados, novos procedimentos foram criados, normas foram desenvolvidas e uma série de inovações tem surgido a cada dia. Outro importante legado foi a regulamentação da telemedicina no Brasil. Além disso, a oferta de exames remotos cresceu no mundo, por meio de produtos oferecidos por startups.

Os gestores de saúde estão conscientes dessas novidades e têm trazido as inovações para suas empresas, sejam elas hospitais, clínicas ou planos de saúde.

O paciente também vem se tornando cada vez mais conhecedor de sua própria saúde com as facilidades de informação trazidas pela internet, assim como os compartilhamentos pelas redes sociais.

Mesmo antes do advento da pandemia, o setor da saúde já vem, há alguns anos, inserindo a tecnologia de ponta em seus processos. Soluções cada vez mais avançadas passaram a fazer parte do cotidiano de médicos e demais profissionais de saúde. Mas, para além da introdução das novas tecnologias, outro caminho está sendo percorrido: o da ampla conectividade, definido como “Saúde 5.0”.

Intensas transformações já vinham ocorrendo com a denominada “Saúde 4.0”, que possibilitou diagnósticos mais ágeis e precisos, cirurgias menos invasivas com equipe médica sendo auxiliada por tecnologias especiais, como robôs, além de inovações que afetam diretamente o paciente, como o agendamento de consultas on-line por meio de plataformas providas de inteligência artificial e a própria teleconsulta.

No entanto, com a Saúde 5.0, toda a implementação dessa tecnologia avança para um novo patamar, não apenas focado em processos isolados mais eficientes, mas promovendo uma verdadeira integração que considera o novo perfil de paciente, mais exigente, questionador e independente, que usa recursos digitais para o seu atendimento.

Enquanto a Saúde 4.0 considerava uma visão de sistemas integrados para a melhoria de processos, o conceito de Saúde 5.0 traz a visão de sistemas integralmente conectados e que assumem o protagonismo do paciente.

Portanto, a Saúde 5.0 é uma evolução do conceito de Saúde 4.0, com tecnologias sendo desenvolvidas especificamente para o setor e pensadas para uma melhor experiência do paciente.

Com um tratamento mais eficaz, um dos maiores benefícios da Saúde 5.0 é a assertividade em todas as etapas de promoção da saúde, proporcionando agilidade, qualidade e segurança de dados.

A proposta da Saúde 5.0 é, principalmente, oferecer às instituições médicas um sistema inteligente e seguro, proporcionando ao médico o acesso a todos os dados referentes ao paciente em atendimento.

Esperemos agora os avanços para os próximos anos.




José Rubens Almeida - graduado em ciências da computação e diretor da AGM Automação, que produz toda a linha de equipamentos Psiu sem fio. www.psiusemfio.com.br


Burnout como doença do trabalho. O que a Comunicação Interna e RH devem fazer?

 

Um dos temas que ganhou mais espaço dentro das organizações devido à pressão da pandemia foi o cuidado com a saúde mental dos colaboradores. Indo de encontro com esse movimento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a classificar a Síndrome de Burnout como doença do trabalho.

 

Válida desde 1º de janeiro de 2022, a classificação é bastante simbólica, já que neste mesmo mês acontece a campanha Janeiro Branco, que propõe a conscientização sobre as necessidades relacionadas à saúde mental.

 

De acordo com a OMS, o burnout deixa de ser um “simples” problema mental e quadro psiquiátrico e passa a ser considerado como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. 

 

Ainda segundo a organização, os sintomas dessa síndrome são:

  • sensação de esgotamento
  • cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho
  • eficácia profissional reduzida

Neste artigo, saiba como é a atual situação nas empresas e qual o papel de Comunicação Interna e RH no assunto. Confira.

 

Alertas ligados para o burnout

 

Segundo o Índice de Bem-estar Corporativo do Zenklub em 2021, que foi respondido por mais de 1.600 profissionais de 335 empresas, o nível de bem-estar no mercado brasileiro recebeu a nota de 49,25.

 

Um dos fatores de grande impacto na nota foi justamente o burnout, com relatos de esgotamento por parte dos colaboradores. O mesmo estudo mostra que, dentre os “inimigos do bem-estar”, a síndrome aparece em primeiro lugar, com 58,75%.

 

De acordo com a Exame: “se antes o esgotamento e o estresse preocupavam a gestão de pessoas pela falta de engajamento, menor produtividade ou a perda de profissionais, agora o Burnout ganha mais um fator de risco jurídico e financeiro”.

 

A Forbes compartilhou algumas dicas práticas para os profissionais que enfrentam o burnout:

  • Conheça a origem do seu esgotamento;
  • Diga algo, peça ajuda à empresa;
  • Reconecte-se com os seus valores.

 

Comunicação Interna e RH contra o burnout

 

Precisamos levar em consideração que, com o avanço da vacinação e a volta de muitas empresas para um modelo presencial e/ou híbrido, as pessoas estão receosas e nervosas com o que as espera nesse novo cenário. 

 

Sendo assim, a CI deve continuar investindo em uma comunicação transparente, construindo e mantendo relações de confiança com o colaborador.

 

Além disso, a área deve manter em seu radar a constante comunicação sobre a importância do cuidado com a saúde mental, evitando que quadros se agravem e síndromes como o burnout apareçam.

 

Já o RH deve manter a saúde mental e seus cuidados como uma das prioridades para o novo ano (e para os próximos também), pois cuidar do colaborador reflete na sua felicidade e produtividade. 

E, indo além, demonstra grande respeito pelo profissional como pessoa, antes de qualquer vínculo empregatício, algo que é muito buscado hoje em dia.

 

Ações que promovam bem-estar, como benefícios e/ou campanhas que incentivem o equilíbrio entre vidas profissional e pessoal, devem fazer parte do planejamento da área.

 

Gabriel Kessler - CGO do Dialog.ci


Governo Federal anuncia programa de microcrédito digital que vai beneficiar 4,5 milhões de empreendedores

 A iniciativa será executada em parceria com o Sebrae que oferecerá capacitação para os empreendedores interessados em acessar recursos ou ainda se formalizar como MEI


O Governo Federal, por meio do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP), lançou nesta quinta-feira (17), o Programa Renda e Oportunidade - que prevê uma série de medidas para alavancar a retomada do emprego e da economia no país. Uma delas é a criação do programa SIM Digital - Programa de Simplificação do Microcrédito Digital para Empreendedores. A iniciativa, executada pela Caixa Econômica Federal e instituições financeiras interessadas, terá apoio do Sebrae.

A ideia é que os empreendedores recebam capacitação em gestão financeira do Sebrae para mitigar os riscos de aplicação dos recursos em seus negócios e ainda tenham oportunidade de se formalizar como microempreendedores individuais (MEI), com direito aos benefícios da Previdência Social.

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, acredita que a contribuição da instituição será essencial para a redução da inadimplência, mas o mais importante é o impacto que terá no sucesso e sustentabilidade dos pequenos negócios. “Essa capacitação do Sebrae vai permitir que o MEI faça uma reflexão sobre a real necessidade de empréstimo, sobre sua capacidade de pagamento, quanto vai tomar de crédito e quanto consegue pagar por mês”, explicou.

A expectativa é que 4,5 milhões de empreendedores brasileiros sejam beneficiados com o programa nos próximos 12 meses. Segundo o governo, a medida não tem impacto fiscal e contempla R$ 3 bilhões em recursos do FGTS para aquisição de cotas do Fundo Garantidor de Microfinanças - FGM, que irá mitigar os riscos das operações.

Durante cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro, reforçou o papel dos empreendedores na geração de emprego e renda no país. “Quem cria emprego não é o governo federal e sim o empreendedor. Nós damos os meios para que eles possam investir e gerar empregos, facilitando a vida deles, como por exemplo, diminuindo impostos”, destacou.

Na ocasião, o presidente da Caixa Pedro Guimarães afirmou que as operações têm início a partir do dia 28 de março. Segundo ele, os valores do microcrédito para os MEI podem chegar até 3 mil reais, com pagamento em até 24 vezes, com taxas de juros a partir de 1,99% a.m. “No caso dos MEI, as operações serão iniciadas nas agências, mas em dois meses também estarão disponíveis pelo aplicativo Caixa Tem”, informou.

Por sua vez, o ministro da Economia Paulo Guedes, aproveitou para destacar os esforços do governo para aumentar a produtividade, consolidação fiscal e democratização do crédito no país. “Essa medida vai dar condições para que 18 milhões de MEI tenham acesso ao crédito e que funciona como uma rampa de ascensão social para que as pessoas possam reconstruir suas vidas impactadas pela pandemia”, ressaltou.

Em seu discurso, o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, adiantou que o microcrédito digital simplificado terá uma segunda fase. “Teremos um microcrédito de investimento que poderá chegar até R$ 4 mil para compra de equipamentos para salões de beleza, para um pequeno restaurante, para aquele que serve quentinha para os escritórios nas grandes cidades”, afirmou.


Entenda

Em um primeiro momento, o empreendedor que ainda não estiver formalizado terá acesso a um valor menor de crédito, mas ao se formalizar ele se torna habilitado para um segundo empréstimo maior e mais consistente. O Sebrae vai atuar como agente de capacitação no pré-crédito orientado desses negócios já formalizados. Essa capacitação será voltada para a gestão financeira do negócio e será realizada de forma integralmente online, em atividades com 4 horas de duração.


Menor inclinação do eixo da Terra provocou, no passado, o ressecamento do clima no Nordeste

O aumento na duração da estação seca resultou em diminuição da cobertura arbórea e expansão da vegetação de tipo savânica ou campestre no Cerrado. Mudança climática em curso pode levar a situação semelhante no final do século 21 (paisagem do Cerrado na bacia do rio São Francisco; foto: acervo dos pesquisadores)

 

 A bacia hidrográfica do rio São Francisco abriga parte substancial do Cerrado, além de amplas áreas de Caatinga e, em menor proporção, de Mata Atlântica. O Cerrado ocupa a porção central da bacia e seu complexo bioma apresenta diversas fisionomias, variando desde a vegetação aberta, sem árvores e com expressivo estrato herbáceo e pequenos arbustos, até o dossel fechado, com densa ocorrência de árvores.

A densidade da cobertura arbórea tem profunda importância ecológica nesse bioma, exercendo grande influência em fatores como propagação do fogo, fauna local, ciclo hidrológico e balanço de carbono. Reconstruções precisas da vegetação do passado são fundamentais para entender a distribuição e a diversidade atuais da flora do Cerrado e para projetar cenários futuros.

Um estudo recentemente publicado no periódico Quaternary Science Reviews mostra que a densidade de árvores no Cerrado foi majoritariamente controlada pela duração da estação seca nos últimos 45 mil anos.

O trabalho é parte da dissertação de mestrado de Jaqueline Quirino Ferreira e foi coordenado por Cristiano Mazur Chiessi, professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Recebeu apoio da FAPESP por meio de dois projetos (18/15123-4 e 19/24349-9) – um deles vinculado ao Programa de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) e outro ao Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (BIOTA).

“Para correlacionar a variação do clima com a densidade de árvores, utilizamos indicadores independentes de precipitação e vegetação registrados em sedimentos coletados ao largo da desembocadura do rio São Francisco. Mais especificamente, analisamos as composições de isótopos de hidrogênio e carbono em ceras de plantas oriundas da bacia do São Francisco e depositadas em sedimentos marinhos”, diz Ferreira.

Segundo a pesquisadora, essas ceras são lipídeos que se formam sobre as folhas e controlam o processo de evapotranspiração da planta, ao mesmo tempo que a protegem da radiação ultravioleta. A composição dos isótopos de hidrogênio indica o padrão de chuvas na época em que essas ceras foram produzidas. Enquanto a composição dos isótopos de carbono registra a extensão da cobertura arbórea.

“Esses dados, juntamente com análises geoestatísticas e resultados de um modelo climático numérico, sugerem que as mudanças na duração da estação seca da região estariam relacionadas a alterações na radiação recebida do Sol. Estas, por sua vez, foram induzidas por variações na inclinação do eixo de rotação da Terra”, explica Chiessi.


Inclinação variável

Como se sabe, o eixo de rotação da Terra não é ortogonal ao plano no qual ela se movimenta ao redor do Sol. Ele apresenta uma pequena inclinação, que foi provavelmente causada por um impacto que a Terra sofreu de outro corpo celeste no passado remoto. Atualmente, a inclinação axial da Terra é de aproximadamente 23°26’ (vinte e três graus e 26 minutos de arco). Porém, esse valor não é fixo. Devido à atração gravitacional dos outros planetas do Sistema Solar, principalmente de Júpiter e Saturno, ele oscila ciclicamente entre um mínimo de 22°00’ e um máximo de 24°30’. O ciclo completo dura cerca de 41 mil anos.

“Durante o período de máxima inclinação do eixo, o aquecimento anômalo do hemisfério de verão causou uma reorganização da circulação atmosférica tropical, provocando, na bacia do São Francisco, um aumento na duração da estação úmida. Isso possibilitou a expansão da vegetação arbórea. Por outro lado, no período de mínima inclinação, o aumento da duração da estação seca resultou em uma diminuição do número de árvores e na expansão da vegetação de tipo savânica ou campestre na região”, informa Chiessi.

Alterações similares àquelas que ocorreram na circulação atmosférica tropical durante os períodos de mínima inclinação do eixo da Terra são projetadas nas simulações de aquecimento global para o fim do século 21. Assim como nas variações induzidas por modificações na inclinação do eixo da Terra, as mudanças climáticas antrópicas podem alterar a duração da estação seca em diversas regiões do globo. “Na maior parte da bacia do rio São Francisco as projeções indicam aumento na duração e intensidade da estação seca. Tal cenário pode levar, conforme registrado no passado geológico, a uma marcante diminuição da cobertura arbórea do Cerrado”, enfatiza Chiessi.

A compreensão de como os ecossistemas se adaptaram às variações do passado fornece uma perspectiva de longo prazo sobre a magnitude e os aspectos espaciais e temporais das mudanças ecológicas em curso.

O artigo Changes in obliquity drive tree cover shifts in eastern tropical South America pode ser acessado em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0277379122000336?dgcid=coauthor.

  

José Tadeu Arantes

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/menor-inclinacao-do-eixo-da-terra-provocou-no-passado-o-ressecamento-do-clima-no-nordeste/38168/


Alta das commodities deve prolongar ciclo de elevação dos juro

O Copom elevou a Selic de 10,75% para 11,75% e sinalizou que virá um novo aumento de 1 ponto percentual


O impacto gerado pelo conflito no Leste Europeu no preço das commodities deve prolongar o ciclo de altas da taxa básica de juros, a Selic. Na última quarta-feira (16), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa de 10,75% para 11,75%, e sinalizou que virá um novo aumento de 1 ponto percentual na próxima reunião.

Segundo Nicola Tingas, Economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito (Acrefi), o Copom reconhece a imprevisibilidade do cenário atual, “mas vai tentar manter [os juros] em nível nominal com a curva da inflação, garantindo alguma ancoragem de expectativas.”

O economista lembra que o país tangencia a estagnação este ano, e mesmo assim os juros seguem sendo elevados. “Provavelmente em abril o IPCA (a inflação oficial) estará mais próximo de 12% ao ano, e o Copom tentará acompanhar essa curva com a Selic”, diz Tingas.

Com a alta da última quarta-feira, a Selic está no maior nível desde abril de 2017, quando estava em 12,25% ao ano.

Para Flavio de Oliveira, Head de Renda Variável da Zahl Investimentos, um dos impactos dos juros elevados é a fuga de investimentos. “Temos um dos maiores juros reis do mundo, o que inibe o aporte de capital, especialmente do investidor doméstico, que com a taxa de juros em dois dígitos começa a se sentir satisfeito nas suas alocações de renda fixa”, diz.

Esse foi o nono reajuste consecutivo na taxa Selic. Apesar da alta, o BC reduziu o ritmo do aperto monetário. Depois de três aumentos seguidos de 1,5 ponto percentual, a taxa foi elevada em 1 ponto.

O lado positivo dessas altas, segundo Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, é que, como elas começaram há algum tempo, o ciclo de elevação dos juros tende a acabar mais rapidamente na comparação com outras economias.

“Estamos bem posicionados em relação a outras economias, como a dos Estados Unidos, que começaram só agora a elevar os juros”, lembrou Camila.

Também na última quarta-feira, o FED – o Banco Central dos Estados Unidos – elevou as taxas de juros pela primeira vez desde 2018, na tentativa de segurar a inflação, que é a mais elevada naquele país em cerca de 40 anos.


IMPACTO NO CONSUMO

Segundo Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), “os juros ficarão mais altos e o tempo para pagar o financiamento, menor.”

Além disso, o economista diz que com a alta dos juros, haverá retração na concessão de crédito por parte dos bancos. “A piora das condições de crédito e a menor disponibilidade de financiamento no mercado, somada a queda no poder aquisitivo das famílias, dificultarão ainda mais a aquisição de produtos como geladeira, fogão, máquina de lavar, TVs, computadores, celulares, carros e imóveis.”

 

Redação DC 

Da equipe de jornalistas do Diário do Comércio

Fonte: https://dcomercio.com.br/categoria/economia/alta-das-commodities-deve-prolongar-ciclo-de-elevacao-dos-juros


Saque do FGTS é uma boa? Aprenda a utilizar o dinheiro

Boa notícia para quem está precisando de dinheiro é que o Governo Federal publicou hoje (18), no Diário Oficial, a medida provisória que libera o saque de até R 1 mil do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). 

Por mais que o FGTS seja um direito de todos os trabalhadores de carteira assinada, ele normalmente só pode ser utilizado em condições específicas como aposentadoria, demissão sem justa causa e na compra da casa própria.  

O problema é que enquanto o trabalhador não utiliza ele fica depositado na Caixa Econômica Federal, rendendo até mesmo menos que a poupança. Essa medida vem como uma forma de combater a crise atual, a alta dos juros e o alto endividamento que realmente estão impactando no bolso dos brasileiros. 

Para os trabalhadores que optarem pela utilização dos valores, eles estarão disponíveis a partir de 20 de abril até 15 de dezembro e o crédito pode ser por meio de conta poupança social digital, o Caixa Tem. 

Essa renda pode vir em boa hora, mas é preciso cuidado para não a utilizar em gastos desnecessários. "Muitas pessoas usam rendas extras mesmo sem necessidade e em compras que não precisam sem considerar sua situação financeira atual, entrando numa bola de neve de inadimplência. Infelizmente, isso é comum", conta o presidente da DSOP Educação Financeira, Reinaldo Domingos. 

De acordo com o educador, a decisão de como usar o FGTS vai depender justamente da situação financeira em que a pessoa se encontra. "Se você está em uma situação financeira confortável, a melhor orientação é tirá-lo imediatamente da conta corrente e direcioná-lo para uma aplicação que tenha melhores rendimentos". 

Confira orientações para quem está em situação de inadimplência, de equilíbrio financeiro e também para quem já tem o hábito de investir:
 

Em situação de inadimplência 

Caso o valor resgatado seja suficiente para quitar as dívidas em atraso totalmente, mesmo assim é preciso cuidado, avalie se não vai precisar destes valores no futuro, na crise é hora de planejar muito bem os gastos. Além disto, é válido negociar e conseguir descontos, diminuindo grande parte da dívida. Por outro lado, se não for para quitar 100% da dívida, é mais interessante investir o valor e para ter força para negociar no futuro. 

De uma forma ou de outra, o principal a ser feito nessa situação delicada é se educar financeiramente, ou seja, mudar seu comportamento para não mais retornar à inadimplência. O primeiro passo é olhar para a sua situação de forma honesta e levantar todos os números, traçando um planejamento para renegociar a dívida - agora ou no futuro - em parcelas quem respeitem o orçamento mensal.
 

Em situação equilibrada ou de investidor 

Esse dinheiro pode ser a salvação para não se endividar, assim é preciso de muito cuidado, o valor pode acabar ser utilizado em compras supérfluas e de pouca importância, ao invés de contribuir para a conquista de "gordura" financeira neste momento. Também é preciso não esquecer que é preciso sonha e cada pessoa deve ter no mínimo três: um de curto prazo (a ser realizado em um ano), outro de médio prazo (entre um e dez anos) e outro de longo prazo (a ser realizado a partir de dez anos). 

Mesmo nessa situação, é orientável fazer o saque das contas assim que possível e aplicar o valor em investimentos como poupança, CDB e tesouro direto, entre outras, que rendam mais do que o FGTS, que tem rendimento muito baixo por causa da SELIC menor da história. A modalidade escolhida precisa corresponder ao prazo em que se deseja realizar o sonho, tendo em vista a possibilidade de resgatá-lo no momento desejado sem perder rendimentos. 

Enfim, utilizar o FGTS é muito importante no momento, mas é preciso planejamento e cuidado para que esse realmente possa ajudar neste momento ou em momentos futuros. Lembrando que essa crise ainda irá durar por um longo tempo.
 


Reinaldo Domingos - está a frente do canal Dinheiro à Vista . É PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira. Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira.


Varejo volta a crescer após seis meses, mas situação é de cautela

Segundo analista do Sebrae o aumento dos combustíveis pode impactar fortemente o resultado de diversos setores do comércio


O segmento do comércio varejista voltou a registrar crescimento no último mês de janeiro, após uma sequência de seis meses de estagnação. Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor verificou um avanço de 0,8%. Apesar de positivo, o resultado não foi suficiente para recuperar as perdas acumuladas na pandemia e encontra-se 0,8% abaixo do patamar registrado em fevereiro de 2020.

Para o analista de Competitividade do Sebrae, Flávio Petry, as atividades que puxaram os resultados positivamente foram os setores de equipamentos e material para escritório informática e comunicação (0,3%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,8%), e de outros artigos de uso pessoal e doméstico (9,4%). No espectro oposto ficaram as atividades de hiper e supermercados que apresentaram recuo de 0,1%. Também apresentaram perdas os setores de Tecidos, vestuário e calçados (-3,9%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,0%); Móveis e eletrodomésticos (-0,6%); Combustíveis e lubrificantes (-0,4%).

Segundo o analista, para avaliar as perspectivas para o segmento no curto e médio prazo é importante levar em consideração alguns aspectos importantes. Um deles é a sinalização dada pelo IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, principal indicador de inflação medido pelo próprio IBGE. No mesmo período de referência do estudo da PMC, ou seja, janeiro x dezembro, houve um acréscimo de 0,54%, sendo que as categorias que lideraram o avanço deste índice foram Artigos de Residência (1,82%), Alimentação e bebidas (1,11%), Vestuário (1,07%) e Comunicação (1,05%). “Percebe-se que a inflação de determinadas categorias acaba pressionando diretamente no seu desempenho”, comenta Petry.

Outra métrica que auxilia na compreensão do contexto em que o comércio está inserido é o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV IBRE). No último levantamento do Instituto, houve uma elevação de 2,1 pontos em fevereiro, ao passar de 84,9 para 87,0 pontos, primeira alta depois de três meses de quedas consecutivas. Em médias móveis trimestrais o indicador cedeu 0,3 ponto, a sexta queda consecutiva. “Isso demonstra um otimismo ponderado por parte dos empresários do setor. Se por um lado há uma boa perspectiva de recuperação com a flexibilização do funcionamento das atividades que haviam sido mais pressionadas pelas consequências da pandemia, por outro lado, quando se trata de algumas variáveis que podem impactar significativamente toda cadeia, o varejo se demonstra extremamente volátil”, comenta o analista do Sebrae. “Este é o caso dos possíveis impactos que o aumento do custo dos combustíveis pode acarretar no preço final dos produtos, consequentemente pressionando a inflação e influenciando nos resultados de vendas”, acrescenta.

Ainda de acordo com Flávio Petry, considerando que o principal modal logístico utilizado para a distribuição de bens no país é o terrestre, que depende quase que exclusivamente dos combustíveis derivados do petróleo, a expectativa é que diversos segmentos venham a ser impactados. “Essa situação abre uma oportunidade para o fortalecimento das vendas locais que ainda possuem estoque em um primeiro momento. Todavia, com o giro dos estoques, há uma tendência de correção dos valores de modo a repassar parte dos custos direto ao consumidor final”, acrescenta. “Para estar mais bem preparado, o comerciante pode considerar a elaboração de estratégias que passam desde a revisão da estrutura de custo, à avaliação e possível recomposição do seu mix de produtos, avaliação dos canais de vendas e dos serviços agregados”, conclui o analista do Sebrae.


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