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quinta-feira, 20 de abril de 2023

A importância do plasma para salvar vidas de pacientes com EII

Campanha #plasmajabrasil visa sensibilizar autoridades para a captação de plasma e produção de imunoglobulina

 

#juntostrazemosmudanas

                                      #plasmajabrasil

 

“Juntos, Trazemos Mudanças”. Esse é o tema da Semana Mundial de Erros Inatos da Imunidade (EII) deste ano, que acontece de 22 a 29 de abril, e a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) reforça a importância no diagnóstico dos EII e, assim, um tratamento precoce, diminuindo as sequelas e aumentado a qualidade de vida do paciente. Erros Inatos da Imunidade (EII) são defeitos genéticos em algum setor do sistema imunológico que predispõem a uma maior chance de desenvolver infecções comuns de forma recorrente, como otites, pneumonia, sinusites, entre outras infecções graves ou por microorganismos incomuns, assim como doenças alérgicas graves, autoimunes, inflamatórias e câncer.

 

São aproximadamente 500 doenças que fazem parte do grupo dos EII, mas o desconhecimento por parte dos médicos do mundo todo é uma grande barreira para se chegar ao diagnóstico precoce. Estima-se que cerca de 70% a 90% dos pacientes ainda não estejam diagnosticados. Além disso, há a subnotificação. Apenas 2 mil pessoas com EII no Brasil constam no registro da Sociedade Latino-americana de Imunodeficiências.

 

Nunca é demais divulgar os Sinais de Alerta em crianças e adultos para que o diagnóstico seja feito precocemente para salvar vidas. Neste sentido, a inclusão da contagem de TREC e KREC no Teste do Pezinho Ampliado, que já é realidade em algumas cidades brasileiras pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tem se mostrado um dos grandes aliados. Permite o diagnóstico e tratamento precoce de defeitos imunológicos mais graves, podendo evitar a morte e proporcionar qualidade de vida ao paciente e sua família. O Teste do Pezinho deve ser realizado entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê e a vacinação contra BCG deve aguardar o resultado, pois, pacientes com EII graves desenvolvem complicações após sua aplicação.

 

Com a melhora do diagnóstico, os pacientes precisarão do tratamento. A reposição de imunoglobulina é necessária em até 2/3 dos pacientes identificados com EII. A Dra. Anete Grumach, Coordenadora do Departamento Científico de Erros Inatos da Imunidade da ASBAI, reforça ainda a campanha criada pela Associação: Plasma Já Brasil. Ela conta que os pacientes sofrem com o fornecimento irregular de imunoglobulina humana, medicação de extrema importância para quem tem EII, e a pandemia fez agravar a falta do insumo. “No Brasil, a situação é particularmente complicada, pois não temos sistema de captação de plasma para produção nacional da imunoglobulina, nem a partir de sangue total doado, tampouco de doação específica de plasma. O produto é 100% importado”, comenta Dra. Anete

 

10 sinais de Alerta para Erros Inatos da Imunidade (EII) em Crianças

(Fundação Jeffrey Modell)

1) Quatro ou mais novas otites em um ano;

2) Duas ou mais sinusites graves em um ano;

3) Dois ou mais meses em uso de antibióticos, com pouco efeito;

4) Duas ou mais pneumonias em um ano;

5) Dificuldade para ganhar peso ou crescer normalmente;

6) Infecções cutâneas recorrentes, profundas ou abscessos profundos;

7) Candidíase persistente em cavidade bucal ou infecção fúngica cutânea persistente;

8) Necessidade de antibioticoterapia venosa para tratar infecções;

9) Duas ou mais infecções generalizadas incluindo septicemia;

10) História familiar de imunodeficiência primária. 

 

10 sinais de Alerta para Imunodeficiências Primárias em Adultos (Fundação Jeffrey Modell)

1) Duas ou mais novas otites em um ano;

2) Duas ou mais novas sinusites em um ano, na ausência de alergia;

3) Uma pneumonia em um ano, por mais de um ano;

4) Diarreia crônica com perda de peso;

5) Infecções virais recorrentes (respiratórias, herpes, verrugas, condiloma);

6) Necessidade recorrente de antibioticoterapia venosa para tratar infecções;

7) Abscessos profundos e recorrentes de pele ou órgãos internos;

8) Candidíase oral persistente ou infecção fúngica persistente em pele ou outros locais;

9) Infecção por micobactérias normalmente não patogênicas;

10) História familiar de imunodeficiência primária.

 



ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
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Vacinação é principal ferramenta no combate à meningite

Doença endêmica grave preocupa especialistas e autoridades da saúde frente à queda da cobertura vacinal em todo o país

 

Caracterizada por uma inflamação das meninges, as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, a meningite é uma doença grave e contagiosa, causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus e fungos, dentre outros, e agentes não infecciosos como, por exemplo, traumatismo.

Meningites de origem infecciosa, principalmente as causadas por bactérias e vírus, são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública, pela magnitude de sua ocorrência e potencial de produzir surtos. Devido à relavância do tema, a data de 24 de abril, marcada como o Dia Mundial de Combate à Meningite, visa destacar a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.

Geralmente, a transmissão das infecções virais e bacterianas ocorre por meio do contato com saliva e secreções respiratórias de um indivíduo contaminado, havendo necessidade de contato íntimo, como entre residentes da mesma casa, pessoas que compartilham o mesmo dormitório, creches, escolas entre outros.

Conforme a pediatra Rafaela Bellotti, que atua no Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, gerido pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, nos períodos mais frios, a incidência maior é de meningite bacteriana, devido às aglomerações em espaços fechados. Já a meningite viral é mais frequente no verão, já que o agente causador é transmitido por via oral.

A especialista explica que, em todos os casos, a única forma de realmente combater a doença, evitando surtos que colocam em risco toda a população, é com ações contra a desinformação, principal fator que levou ao atual cenário de baixa adesão à vacinação no país. “O perigo maior está com as crianças, que são as principais vítimas fatais de uma doença que poderia ser evitada com vacina”, reforça.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a queda da cobertura vacinal nos últimos anos no Brasil foi preocupante: a aplicação da vacina meningocócica C (conjugada) em menores de um ano de idade caiu, em apenas cinco anos, de 87,4% para apenas 47%. Ao mesmo tempo, somente no ano passado, foram confirmados aproximadamente 6 mil casos da doença, com mais de 700 óbitos em diversas regiões do país.



Cobertura vacinal

O Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde fornece a vacina meningocócica C em três doses: aos 3 e 5 meses, com reforço aos 12 meses (que pode ser aplicado até antes dos 5 anos de idade). Já a vacina meningocócica ACWY (vacina conjugada quadrivalente) é realizada em dose única, para adolescentes entre 11 e 14 anos.

Dra. Rafaela ainda lembra que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza as demais imunizações fundamentais para evitar a contaminação da doença:

- Vacina BCG: em dose única ao nascer, a criança fica protegida contra a meningite tuberculosa.

- Vacina pentavalente: em três doses, aos 2, 4 e 6 meses, a imunização previne o bebê contra a meningite causada pela bactéria Haemophilus influenzae sorotipo b.

- Vacina pneumocócica 10: aplicada em três doses, aos 2 e 4 meses, com reforço aos 12 meses, esta vacina previne contra a meningite causada por 10 sorotipos da bactéria Streptococcus pneumoniae.

Atenção aos sintomas

A meningite se manifesta com sintomas como febre, intensa cefaleia, vômitos, rigidez na nuca, apatia e falta de apetite. “Quando a doença acomete recém-nascidos e bebês, pode ser mais difícil detectar esses sintomas, então os pais precisam ficar atentos caso a criança se mostre irritadiça, menos responsiva a estímulos, aparecimento de abaulamento da fontanela (percebida como um inchaço na moleira), tenha convulsões, demonstre dificuldade para comer e apresente vômitos”, frisa a pediatra.

Em caso de qualquer suspeita da doença, a orientação é procurar um médico pois, devido a sua gravidade, torna-se fundamental o rápido diagnóstico e início do tratamento com antibiótico venoso.

A médica salienta que o paciente com meningite requer internação imediata para evitar o agravamento. “Sobretudo nos casos mais graves, como o da meningite meningocócica, a rápida intervenção médica pode evitar que a doença evolua para o coma e, até mesmo, para o óbito”, alerta.

Dra. Rafaela destaca, ainda, que, além da vacina, os hábitos adquiridos durante a pandemia são muito importantes e eficazes para o controle tanto da transmissão da meningite como de qualquer outra doença viral ou bacteriana.

“Manter as mãos higienizadas e usar máscaras diante de sintomas de infecção, principalmente em ambientes fechados, podem salvar vidas”, finaliza.


CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”

 

Abril Marrom: veja 7 dicas de como manter a saúde dos olhos e prevenir a cegueira

Divulgação/ZEISS

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% das causas de deficiência visual podem ser tratadas quando diagnosticadas precocemente.

 

Catarata, retinopatia diabética, glaucoma e a degeneração da retina são algumas das doenças que levam milhões de pessoas à cegueira em todo o mundo. E, apesar da importância da visão, é comum que o acompanhamento periódico junto ao oftalmologista e até mesmo o tratamento de doenças oculares já identificadas sejam deixados de lado pelos pacientes, colocando em risco a sua qualidade de vida e capacidade de enxergar.

De acordo com a projeção da Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% das causas de deficiência visual poderiam ser tratadas precocemente. O relatório da entidade aponta ainda que aproximadamente 285 milhões de pessoas em todo o mundo têm a visão prejudicada, sendo que a maioria dos casos poderiam ser evitados ou dispõem de tratamento.

Criada para alertar a população sobre doenças oculares que podem levar à cegueira, a campanha Abril Marrom, discute a importância do diagnóstico precoce, tratamento e reabilitação das doenças que afetam a visão. Referência mundial em soluções para a saúde da visão, a alemã ZEISS reforça a campanha e faz alerta para a importância dos cuidados adequados com a visão.

“O cuidado com a visão é parte do nosso DNA e por isso apoiamos as ações de conscientização da população sobre a importância da saúde ocular”, afirma Guilherme Haddad, diretor da divisão médica da ZEISS Brasil. “Muitas doenças são silenciosas, então o acompanhamento com um oftalmologista é fundamental para evitar consequências graves como a cegueira”, completa.

Veja 7 dicas de como manter a saúde dos olhos e prevenir a cegueira.


1. Faça exames oftalmológicos regulares

A catarata é um exemplo de doença silenciosa e que evolui de forma muito lenta, motivo pelo qual nem sempre é possível percebê-la de imediato. Por isso, mesmo que você não tenha sentido grandes mudanças na sua visão, é importante ir ao médico oftalmologista regularmente.

Não deixe de informar ao médico especialista tudo sobre seu histórico familiar e os hábitos diários, incluindo as suas atividades no trabalho. Assim, ele terá como realizar exames mais precisos e adequados de acordo com a necessidade de cada paciente.


2. Proteja seus olhos dos raios UV

Procure usar óculos de sol com proteção UV quando estiver ao ar livre e evite olhar diretamente para o sol. A incidência de raios ultravioleta (UV) é um agravante para a possibilidade de desenvolver problemas na visão. Por isso, use óculos que protejam sua visão filtrando 100% dos raios nocivos. Como o Brasil tem registrado alta incidência de raios ultravioleta, o item é indicado principalmente para quem se expõe ao sol de forma recorrente.


3. Mantenha uma dieta saudável

Comer uma dieta equilibrada, com alimentos ricos em nutrientes como vitamina C, E e zinco, pode ajudar a prevenir doenças oculares. Quem sofre de diabetes tem mais chances de ter doenças como a catarata, por exemplo. Por isso, mantenha a dieta controlada, com visitas frequentes ao médico, seguindo as recomendações nutricionais e tomando os medicamentos prescritos.


4. Pare de fumar

O tabagismo está associado a várias doenças oculares, como degeneração macular relacionada à idade e catarata. Você sabia que fumar também pode aumentar as chances de desenvolver outras doenças da visão? O cigarro compromete a circulação sanguínea da retina, reduz a quantidade de antioxidantes no sangue e afeta a visão. Outro fator de risco é o consumo frequente e elevado de bebidas alcoólicas. Por isso, procure evitar esses hábitos para te uma visão saudável.


5. Evite o uso excessivo de dispositivos eletrônicos

Prolongar o uso de dispositivos eletrônicos pode causar fadiga ocular, vista cansada e dores de cabeça. E o dano pode ser ainda maior para as crianças. De acordo com um estudo publicado na revista Nature, o modelo de ensino em casa durante o período da pandemia aumentou a taxa de progressão da miopia em crianças, em comparação com os anos anteriores.

Já uma pesquisa publicada na revista Lancet mostrou que, entre 2019 e 2020, a progressão da miopia cresceu 40% entre os jovens de 5 a 18 anos, principalmente devido às restrições de circulação impostas pela pandemia. Os números mostram a importância das atividades ao ar livre e como o hábito contribui para diminuir a progressão da miopia, sobretudo entre jovens e adolescentes.


6. Evite lesões e mantenha uma boa higiene ocular

Lave as mãos com frequência e evite tocar seus olhos com as mãos sujas para prevenir a disseminação de infecções oculares, que podem causar sérios danos para a visão. Coçar os olhos também pode provocar o descolamento de retina, assim como alterações na córnea e hemorragias. Além disso, procure utilizar óculos de proteção durante a prática de esportes ou atividades de trabalho que possam causar lesões oculares.


7. Busque soluções cirúrgicas, quando indicado

Existem muitas formas de prevenir e impedir o avanço da catarata, mas a única forma de tratamento é o cirúrgico. O procedimento para remoção da catarata, seguido do implante de lentes intraoculares (LIOs), não só possibilita ao paciente voltar a enxergar, como ainda rejuvenesce a visão e aumenta a segurança na locomoção. A ZEISS conta com um portfólio completo de Lentes Intraoculares (LIOs) premium para diferentes perfis, hábitos e necessidades. Desta forma, o paciente pode escolher, junto com seu médico, o nível de independência dos óculos.


Clamídia: praticamente metade da população brasileira nunca ouviu falar de doença silenciosa que pode causar infertilidade, diz estudo

Além disso, entre as pessoas entrevistadas, 76% nunca fizeram um exame para saber se têm a doença


Todos os anos, cerca de 131 milhões de pessoas são contaminadas pela Clamídia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Os números preocupam especialmente porque é uma doença silenciosa que, se não tratada de maneira adequada, pode trazer diversas consequências — incluindo a infertilidade feminina e masculina. 

A maior parte das infecções por Clamídia ocorre sem causar nenhum sintoma. Foi devido a essa característica predominantemente assintomática, que a doença se disseminou pelo mundo. Por isso, também, conforme apontam especialistas, acontece com frequência da doença ser descoberta somente quando o casal vai tentar a gravidez e não consegue. E, pertinente ao assunto, o último estudo feito pela Famivita constatou que 49% dos brasileiros e brasileiras nunca ouviram falar sobre a Clamídia. Outro dado capturado pela pesquisa foi que 78% das mulheres que estão tentando engravidar, mencionaram desconhecer a doença. 

Causada pela bactéria Chlamydia Trachomatis, a enfermidade é transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas (vaginal, anal e oral) ou de mãe para filho, no momento do parto. Considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), ela atinge os órgãos genitais de homens e mulheres e pode também afetar os olhos e a garganta.

O prejuízo à capacidade reprodutiva é uma consequência comum da Clamídia. Isso porque quando ela se desenvolve e vai se tornando um problema mais grave, pode atingir órgãos responsáveis por isso. Nas mulheres, por exemplo, a Clamídia pode significar infertilidade, à medida que provoca a inflamação do útero e das tubas uterinas, causando a Doença Inflamatória Pélvica (DIP). Isso pode fazer com que as tubas fiquem obstruídas, impedindo a passagem dos espermatozoides ou do embrião. Favorece, ainda, a gestação ectópica, ou seja, fora do útero, considerada de risco para a mulher.

Os homens também podem se tornar inférteis como consequência da Clamídia. As duas principais doenças relacionadas são a prostatite e a epididimite, inflamação na próstata e no epidídimo, respectivamente. Estas enfermidades podem prejudicar ou impedir o transporte dos espermatozoides, causar alterações seminais e distúrbios hormonais, incluindo diminuição do número total de espermatozoides.


Quem vê cara, não vê infecção

As IST's são causadas por vírus, bactérias e outros agentes e disseminadas principalmente pelo contato sexual sem proteção. Anteriormente elas eram chamadas de DST's (doenças sexualmente transmissíveis). A nomenclatura foi alterada porque, segundo a OMS, o termo “doença” se refere a um problema de saúde que resulta em sinais visíveis no organismo, e muitas pessoas contraem as IST's e não apresentam nenhum sintoma, como no caso da Clamídia. 

Porém, apesar de ser assintomática em cerca de 70% dos casos, a Clamídia pode se revelar em alguns sinais, como vontade frequente de urinar e ardência durante o ato, corrimento vaginal ou uretral, inchaço na vagina, nos testículos e no ânus, entre outros. E o estudo feito pela Famivita também explicitou que entre as pessoas entrevistadas, 76% nunca fizeram um exame para saber se têm Clamídia, sendo que 22% responderam que sim, realizaram a análise e deu negativo, e 2% disseram que tiveram um resultado positivo. 

Importante ressaltar que o índice de pessoas que já receberam um exame positivo para Clamídia convergiu para a faixa etária dos 45 aos 49 anos, com 30%. Além disso, as análises que retornaram positivamente, relativas às pessoas entrevistadas, em geral, foi de 12%, sendo que 18% concentraram-se nos exames dos homens.

As informações por Estado, deram conta que o Espírito Santo é a localidade em que mais pessoas têm ciência acerca da Clamídia, com 63%, seguida pelo Amapá, com 62%. Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal aparecem nesse ranking com 58%, 56% e 55%, respectivamente. Já Maranhão e Rondônia empataram, com 41% respondendo saberem a respeito dos perigos da Clamídia.

 

A saúde começa pela boca: entenda como a higiene bucal pode prevenir demência, infarto, diabetes e pneumonia

 
A saúde bucal é um componente essencial do bem-estar geral, e a falta de higiene adequada pode levar a problemas de saúde muito além dos dentes e gengivas. A cirurgiã-dentista e especialista em periodontia Dra. Bruna Conde explica como bactérias na boca podem afetar várias áreas da saúde, incluindo diabetes, demência e pneumonia, e destaca a importância do exame periodontal como parte dos cuidados regulares de saúde.


 

O Perigo Escondido na Boca


O ambiente interno da boca é um refúgio perfeito para o crescimento de bactérias, que se alimentam dos nutrientes encontrados nos alimentos e bebidas que consumimos. Quando as bactérias nocivas se acumulam ao redor dos dentes e gengivas, elas podem levar à doença periodontal, uma infecção e inflamação das gengivas e dos ossos que cercam os dentes.

 

Aproximadamente 47% das pessoas com 30 anos ou mais têm algum tipo de doença periodontal, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças. “Se não for tratada, a doença pode progredir de gengivite (inflamação gengival) para periodontite, uma forma mais grave da doença que pode resultar na perda de dentes e ossos.” alerta Bruna Conde.


 

Conexões entre Saúde Bucal e Doenças Sistêmicas

 

Diabetes

A relação mais bem estabelecida entre saúde bucal e doença é a conexão entre a doença periodontal e o diabetes. A inflamação sistêmica causada pela doença periodontal pode afetar a capacidade do corpo de sinalizar a necessidade de insulina e responder a ela. Estudos mostraram que o tratamento da doença periodontal em diabéticos pode reduzir seus custos gerais de saúde em 12% a 14%.

 

Pneumonia

A pneumonia por aspiração bacteriana pode ocorrer quando grandes quantidades de bactérias da boca são inaladas e se instalam nos pulmões. Isso é especialmente preocupante para pacientes hospitalizados, idosos em abrigos e aqueles que não podem cuidar adequadamente de sua higiene bucal. O atendimento odontológico preventivo pode reduzir o risco de desenvolver esse tipo de pneumonia.

 

Doença Cardiovascular

A Dra. Bruna Conde comenta que há uma ligação significativa entre a periodontite e o infarto, derrame, acúmulo de placa nas artérias e outras condições cardiovasculares. Embora a relação exata ainda não seja clara, as bactérias periodontais podem viajar para as artérias em pacientes com doenças vasculares, potencialmente desempenhando um papel no desenvolvimento da doença. A inflamação nas gengivas também tem sido associada a níveis mais altos de proteínas inflamatórias no sangue, que estão relacionadas a problemas cardíacos. 

 

Complicações na Gravidez

A doença periodontal grave tem sido associada a bebês prematuros com baixo peso ao nascer. O tratamento da doença periodontal durante a gravidez pode melhorar o peso ao nascer e reduzir o risco de parto prematuro e morte fetal ou neonatal. As bactérias orais também podem causar inflamação no útero e afetar a placenta e os tecidos fetais.

 

Demência

Os pesquisadores estão cada vez mais interessados no papel da saúde bucal na demência, particularmente na doença de Alzheimer. As bactérias encontradas na boca foram identificadas no tecido cerebral de pacientes com Alzheimer, sugerindo um papel potencial na doença.

 

A doença periodontal pode afetar o cérebro diretamente através da infecção do sistema nervoso central ou indiretamente, induzindo inflamação sistêmica crônica que afeta o cérebro. No entanto, a doença periodontal é apenas um fator de risco entre muitos para pessoas com predisposição ao mal de Alzheimer ou outras formas de demência.

 

“A saúde bucal é um aspecto crucial da saúde geral, e a falta de cuidados adequados pode levar a problemas sistêmicos graves. É essencial incluir o exame periodontal (exame das gengivas) como parte dos check-ups regulares com um dentista para garantir a detecção precoce de doenças periodontais e prevenir complicações futuras. Visite o dentista especialista em Periodontia e descubra se tem alguma doença na gengiva. Pode ser assintomático, não espere sentir algo para procurar ajuda. Além disso os profissionais da saúde de outras áreas deveriam encaminhar e tratar em conjunto com o periodontista para bem estar completo dos pacientes.” Finaliza a Dra. Bruna Conde. 




Dra. Bruna Conde - Cirurgiã-Dentista.
CRO SP 102038


Doença de Chagas: devemos falar dela todos os anos

Sim, 14 de abril já passou, mas sempre é tempo de falar sobre a conscientização que a o Dia Mundial da Doença de Chagas propõe. Afinal, embora seja uma doença antiga, com mais de 120 anos de história registrada, a Doença de Chagas permanece contagiando muita gente e, em mais casos do que deveria, matando milhares de pessoas em todo o mundo. Presente em mais de vinte países somente no continente americano, estudos mostram que 90% das pessoas portadoras da doença desconheçam sua condição por falta de acesso a um diagnóstico adequado, o que revela que, além de tudo, ela também continua negligenciada pelas políticas de saúde em muitos lugares. 

A doença de Chagas afeta mais de 6 milhões de pessoas em todo o mundo, a maioria delas na América Latina. Entretanto, devido ao aumento da mobilidade da população, a doença é cada vez mais detectada em outros países e continentes. Cerca de 30 mil novos casos e 10 mil mortes são relatados na América Latina a cada ano. No Brasil, o número médio de casos e óbitos é relativamente baixo, mas como as mortes se concentram em apenas um estado do país (no Pará), é importante ressaltar a importância da criação de políticas públicas regionais específicas para reduzir a proliferação da doença no Norte do Brasil. 

Embora muitos acreditem que a Doença de Chagas é transmitida pela picada do barbeiro, não é isso que ocorre. A transmissão acontece quando a pessoa que foi picada coça o local e as fezes eliminadas pelo barbeiro penetram pela pequena ferida da picada. As fezes do barbeiro contêm o protozoário chamado Trypanosoma cruzi, é ele que gera a doença.   

A transmissão pode também ocorrer por transfusão de sangue contaminado e durante a gravidez, da mãe para filho.   

Ao ser infectado, o novo portador da Doença de Chagas pode apresentar sintomas como febre, mal-estar, inflamação e dor nos gânglios, vermelhidão e inchaço nos olhos, aumento do fígado e do baço. Porém, como muitas vezes a a febre tende a desaparecer rapidamente, muitas pessoas não dão a atenção necessária para o problema. Em alguns casos, os sintomas não são percebidos e a pessoa descobre a doença 20 ou 30 anos depois de ter sido infectada.   

Assim que cai na circulação sanguínea, o Trypanosoma cruzi imediatamente afeta os gânglios, o fígado e o baço. Em seguida, atinge coração, intestino e esôfago e vai deixando suas marcas. Nas fases crônicas da doença, pode haver destruição da musculatura desses órgãos, além de flacidez provocada pelo crescimento, e um aumento substancial do coração, do cólon e do megaesôfago. Essas lesões são definitivas e irreversíveis.   

A doença de Chagas pode não provocar lesões importantes em pessoas que apresentem resposta imunológica adequada, mas pode ser fatal para outras. Por isso, é extremamente importante atentarmos para o diagnóstico. O período de incubação dura de cinco a 14 dias após a infecção pelo protozoário e o diagnóstico é feito através de exame de sangue, que deve ser prescrito, principalmente, quando o paciente vem de zonas endêmicas e apresenta os sintomas acima relacionados. 

Caso se confirme que a pessoa é portadora, o tratamento deve ser iniciado imediatamente – vale destacar que essa intervenção costuma ser satisfatória na fase aguda da doença, que ocorre enquanto o protozoário ainda está circulando no sangue. As medicações que combatem a doença de Chagas – nifurtimox e o benznidazol – devem ser ministradas em hospitais devido aos efeitos colaterais que elas podem causar.  

Na fase crônica, que ocorre após a aguda, essas medicações não têm a mesma eficácia, então o tratamento passa a ser direcionado às manifestações da doença, a fim de controlar os sintomas e evitar complicações.   

Infelizmente, não existe vacina para a doença de Chagas. Desta forma, o único caminho que temos para romper o ciclo da doença é conscientizar a população. As pessoas precisam conhecer os fatores de risco de infecção, ter acesso a protocolos de manejo clínico atualizados, contar com profissionais de saúde treinados e a disponibilidade, pelo Serviço Público de Saúde, principalmente, de insumos para a oferta de diagnóstico e tratamento. Esta é uma questão de saúde pública que afeta milhares de pessoas e representa um grande impacto socioeconômico para todo o mundo, por isso devemos falar da Doença de Chagas todos os anos, até que ela deixe de nos impactar. 

   

Sandra Gomes de Barros - infectologista e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro - Unisa   


A Infecção Fúngica Que Pode Afetar Suas Unhas Sem Você Perceber Chama-se: ONICOMICOSE

Como Prevenir Este Mal?

 

Sabemos da importância de cuidarmos bem da saúde das nossas unhas, certo? Mas mesmo assim, existem alguns problemas que podem passar desapercebidos e a Onicomicose é uma delas. Por isso, a Dra. Marta Botelho alerta para uma condição que muitas pessoas desconhecem e que pode afetar a saúde das unhas de mãos e pés: A ONICOMICOSE.

 

A palavra se refere a uma infecção fúngica que atinge as unhas das mãos e dos pés e é causada por fungos que se desenvolvem a partir das substâncias que compõem as próprias unhas, como a queratina.

 

"A onicomicose gosta de ambientes úmidos, podendo acontecer não apenas nas unhas dos pés e das mãos, mas também entre os dedos", explica a especialista em saúde dos pés, Reflexologia e Palestrante.

 

A infecção, pode ser assintomática, o que dificulta o diagnóstico, que, diferentemente da micose de pele, que pode apresentar manchas, descamação e coceira.

A onicomicose pode ser percebida somente quando já iniciou o processo de deformidade das unhas, gerando desconforto e afetando também a estética, que em alguns casos pode apresentar dor e até mesmo um odor desagradável. A onicomicose deixa as unhas quebradiças, espessas e irregulares.

 

Segundo Dra. Marta Botelho, a onicomicose pode levar à complicação, indo inclusive para a região genital ou para o couro cabeludo, sempre atingindo as partes úmidas, inclusive entrando na corrente sanguínea quando a condição já está em um grau elevado. 

A transmissão da onicomicose é comum por meio de objetos pessoais contaminados, como lixas, tesouras, cortadores e alicates de unha, escovas de cabelo e pentes. "Não é comum, mas a onicomicose pode ser transmissível, passando de uma pessoa para outra pelo contato direto", alerta Dra. Marta Botelho.

 

O contágio também pode ocorrer em piscinas e praias, por isso é importante tomar cuidados simples, como fazer as unhas alguns dias antes de frequentar clubes e praias e evitar sapatos apertados e o uso do mesmo par de meias por vários dias.


 

Para prevenir a onicomicose, a Dra. Marta recomenda:


·      Evitar o uso frequente de sapatos apertados,


·      Trocar as meias regularmente e não compartilhar objetos pessoais de higiene.


·      Além disso, ela indica que uma alimentação rica em fibras e vitaminas pode ajudar a fortalecer a imunidade e, consequentemente, diminuir as chances de desenvolver a doença.


 

Os tratamentos para a onicomicose podem incluir medicamentos antifúngicos, como cremes e esmaltes medicinais, ou, em casos mais graves, a remoção da unha. É importante estar atento aos sinais da doença, que pode se apresentar como pequenas manchas amareladas, esverdeadas, brancas, com ou sem maceração.

 

É importante lembrar que a onicomicose pode ser uma condição recorrente, portanto é fundamental seguir as recomendações médicas e cuidados preventivos para evitar futuras infecções.

Não deixe de cuidar da saúde das suas unhas e fique atento aos sintomas da onicomicose. Em caso de dúvidas ou suspeitas, consulte um especialista.

 

Dra. Marta Botelho - Podóloga, Especialista em Saúde dos Pés, Reflexologia e também palestrante, está disponível para entrevistas e pode fornecer mais informações sobre essa condição que afeta tantas pessoas.
@martabotelho_podologa

Especialista em coluna detalha quatro principais causas de travamento da lombar

Algumas patologias na região podem causar dores gravíssimas e limitantes. Conheça algumas dessas doenças a seguir

 

A coluna lombar é uma das partes mais importantes do corpo humano, pois suporta grande parte do nosso peso e é responsável pelos movimentos realizados no dia a dia. No entanto, muitas pessoas sofrem com o travamento da coluna, que pode ser causado por diversos fatores.

Para ajudar a esclarecer as principais causas de travamento da coluna lombar, o Dr. André Evaristo Marcondes, ortopedista e especialista em coluna do Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, listou as quatro causas mais comuns vistas em seu consultório. Confira quais são abaixo:

1 - Miofascial: dor que surge devido a uma contratura ou estiramento muscular. Manifesta-se quando um movimento muito brusco machuca o músculo fazendo ele se contrair, ou quando este mesmo movimento estira o músculo, causando uma ruptura ou lesão muscular.

2 - Discogênica: dor decorrente do disco intervertebral. Essa dor pode vir de uma lesão inicial, conhecida como ruptura interna de ânulo fibroso, onde a membrana externa fibrosa do disco intervertebral sofre uma ruptura parcial, desencadeando dor lombar de leve a moderada intensidade. Essas lesões são tratadas inicialmente de forma conservadora (com fisioterapia e fortalecimento muscular), podendo necessitar, em último caso, de procedimentos minimamente invasivos (bloqueios foraminais ou ablações intradiscais).

Mais frequentemente, essa dor vem das temidas hérnias de disco, onde ocorre ruptura completa do disco intervertebral, com extravasamento do conteúdo interno do disco e compressão de estruturas neurológicas adjacente, causando dor lombar de fortíssima intensidade que geralmente vem associada com irradiação para membros inferiores. Essas são lesões mais graves, que muitas vezes demandam tratamento cirúrgico - com graus variados de agressividade na intervenção cirúrgica.

3 - Discopatia degenerativa:  desgaste e degeneração que pode variar desde uma desidratação do disco intervertebral, passando por um estágio intermediário de alargamento do disco e perda da capacidade de absorção de impacto conhecida como protrusão, até estágios de degeneração mais grave conhecido como espondilose lombar (desgaste dos discos intervertebrais).

4 - De origem facetária: são quando as articulações sofrem graus variados de deterioração que podem ser, desde uma simples instabilidade entre as articulações, até a destruição total da cartilagem e o atrito intenso de uma estrutura óssea sobre a outra, causando dores de grande intensidade.

Ainda, de acordo com o Dr. André Evaristo, o diagnóstico preciso e precoce permite a resolução da maioria dos casos através da mudança dos hábitos de vida. "Atividade física regular contínua de baixo impacto, medicações por longos períodos, acompanhamento por equipe multidisciplinar como educador físico e fisioterapeuta. Procedimentos algumas vezes invasivos mas de baixíssimo risco, como infiltrações e rizotomias. Apenas nos casos mais graves exigem a necessidade de tratamento cirúrgico", afirma.

O médico ressalta que a demora no diagnóstico e no início do tratamento sem dúvida vai ser um fator de maior gravidade, tanto da patologia quanto da agressividade do tratamento necessário para a resolução do problema, e em especial com piores resultados colhidos em pacientes crônicos versus os resultados colhidos em pacientes agudos. 



Dr. André Evaristo Marcondes – Ortopedista Especializado em Coluna – Mestre em Saúde Pública Global pela University of Limerick (Irlanda), possui especialização em Cirurgia de Coluna, em Ortopedia e Traumatologia, e graduação em Medicina pela Universidade de Marília. Preceptor do Grupo de Coluna do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina do ABC. É membro da North American Spine Society (NASS), Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Fez residência médica em Ortopedia e Traumatologia no Hospital do Servidor Público Municipal (SP) e, atualmente, atende no Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, AACD e Grupo C.O.T.C. Centro de Ortopedia, Traumatologia e Coluna. Instagram: @dr.andrecoluna | dicasdrcoluna.com.br


Os novos limites da fertilidade: tecnologia e jurídico quebram paradigmas para área da saúde

Popularização do congelamento de óvulos e da inseminação in vitro como benefícios corporativos levanta questões éticas sobre privacidade e reprodução

 

Um número cada vez maior de empresas brasileiras tem oferecido benefícios ligados à fertilidade, como forma de investir em saúde e qualidade de vida para seus colaboradores.

No Brasil, o congelamento de óvulos custa em média R$ 20 mil, enquanto a fertilização in vitro (FIV) pode chegar a R$ 30 mil. Nenhum deles é custeado por convênios médicos, já que a Lei 9.656/1998 (Lei dos Planos de Saúde) desobriga operadoras e seguradoras a financiarem tratamentos do tipo. Diante desse cenário, quem deseja ter acesso a técnicas artificiais de reprodução tem de recorrer às economias particulares ou, como tem se popularizado, receber o benefício da empresa em que trabalha.

“No mundo todo, as pessoas estão optando por terem menos filhos e cada vez mais tarde. É uma tendência que favorece os cuidados de fertilidade, mas que ainda esbarra no alto custo. Quando as empresas passam a disponibilizar o acesso a tratamentos da área, a retenção do colaborador - sobretudo em cargos de liderança - aumenta”, afirma Aleksandra Jarocka, CEO e fundadora da Fertably - startup que oferece benefícios corporativos ligados à fertilização.

No modelo de negócio da Fertably, as empresas custeiam integral ou parcialmente os tratamentos de seus colaboradores. Como resultado, 97% das pessoas que recebem o benefício declaram que são mais propensas a permanecerem no emprego justamente para não perdê-lo.

Mas, se por um lado, o cuidado com a fertilidade tem se popularizado no mundo corporativo, por outro, também têm crescido as discussões éticas sobre o tema. É o caso, por exemplo, da possibilidade de escolher o sexo do bebê: uma situação que tem levado as conversas entre médicos e paciente até os tribunais. 

Enquanto alguns profissionais de medicina oferecem a opção da escolha, outros - mesmo sabendo a informação a partir dos testes realizados no embrião - recusam-se a compartilhá-la com os futuros pais, sob alegação de limites éticos. Mas, em casos como esses, o que diz a justiça?

"O entendimento legal hoje obriga o profissional médico a passar toda e qualquer informação relevante para a pessoa que está contratando seus serviços. Ou seja, se o médico souber o gênero do embrião, ele é obrigado a revelar ao paciente, questionado ou não, durante a consulta", explica Alisson Santos, advogado e cofundador da Forum Hub - legaltech que oferece serviços jurídicos online e com uso de inteligência artificial. 

De acordo com Santos, a dualidade em torno do tema e a posição de órgãos como o Conselho Federal de Medicina (CFM) ainda permitem uma maior autonomia do médico na divulgação ou não da informação. “No entanto, com o aumento na busca por esse tipo de tratamento, são imbróglios que necessariamente precisarão ser revistos”. 

Carla, 35 anos, realizou tratamento de fertilidade, com o congelamento dos óvulos e a inseminação in vitro. No caso dela, o médico se recusou a informar o sexo dos embriões, alegando limites éticos. Já para Elaine, 42, a informação foi revelada, o que lhe permitiu escolher qual dos embriões seria priorizado. 

“Os limites da fertilidade no Brasil estão se alterando rapidamente, lastreados pela tecnologia. É necessário garantir que as demais áreas, como a jurídica, acompanhem a discussão e ofereçam suporte necessário para os pacientes”, diz Aleksandra

 

Fórum Hub

Fertably

 

Medicina indica de que forma o consumo de vinho aflora os sentidos

 

Foi dada a largada para o grande Congresso Paulista de Neurologia. Em sua 14ª edição, o evento se configura como um dos mais tradicionais e respeitáveis da especialidade. Neste ano, será sediado na cidade de Santos durante os dias 31 de maio a 03 de junho, no Blue Med Convention Center, trazendo relevantes e atualizados temas para a discussão. A programação do congresso foi dividida entre diferentes atividades. Entre elas, está a de Neuroenologia, que acontecerá no segundo dia de evento, 01º de junho, coordenada por Lécio Figueira Pinto, neurologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).

 

Consumo de vinho e os sentidos

De acordo com Lécio Figueira Pinto, neurologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), a Neuroenologia se constitui como uma ciência diretamente relacionada à questão neurológica que estuda os sentidos – olfato, visão e paladar – em relação à esta bebida. A área busca entender de que forma o vinho interage na percepção dos indivíduos e como suas diferentes nuances (cor, brilho, intensidade e sabor) poderão influenciar a experiência do consumo.


“O vinho nos causa impressões completamente diferentes. Você pode ver a cor e sentir o aroma de um deles e achar que será leve e doce por conta do aroma, mas na realidade acabar sendo muito intenso em termos de sabores e vice-versa. É muito interessante que há uma experiência no sistema olfatório e outra completamente distinta para o paladar. O sistema sensorial é um ponto fascinante”, explica.


Experiências

Tais diferenças entre aromas, texturas e sabores podem ser explicadas pelo fato de haver inúmeras quantidades de uvas pelo mundo, algumas mais ácidas, outras mais doces. Mas não obstante, o modo e o local em que as frutas são cultivadas também têm uma relação direta ao gosto que a bebida terá ao fim de sua produção.


O médico exemplifica dizendo que uma uva Malbec pode ser utilizada para a produção de um vinho mais claro, voltado para salientar o sabor da fruta em si, com pouco tanino e sendo fácil de beber, porém, é possível que com essa mesma uva seja produzido um vinho mais intenso, deixado em barricas de carvalho, com notas de baunilha e especiarias, remetendo a um sabor mais pesado e ocasionando uma degustação completamente diferente.


Contudo, o médico alerta para o consumo saudável e consciente da bebida, evidenciando o cuidado para a ingestão de álcool. “Devemos nos basear na ciência e, a partir deste ponto de vista, não é recomendado que uma pessoa comece a beber. No entanto, no caso do vinho, recentemente uma revista importante de Neurologia avaliou o impacto do uso de álcool no risco de acidente vascular cerebral (AVC). Na análise, foi observado cada tipo diferente de bebida, de modo que o consumo de vinho mostrou reduzir riscos e até ser protetor em relação ao AVC isquêmico. Neste contexto, realmente há evidências dizendo que o vinho é melhor que outras bebidas, principalmente os destilados.”

 

www.congressopaulistadeneurologia.com/cpn2023



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