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quarta-feira, 18 de maio de 2022

A Chegada do Frio e O Aumento Das Dores, Principalmente as Articulares e Musculares


Pessoas que sofrem com dores crônicas, reclamam por sofrerem mais com o frio. Mas por que no frio sentimos mais dor? A médica, especialista em Tratamento da Dor pela AMB e docente da pós graduação em dor no Hospital Einstein e Sinpain, Dra. Amelie Falconi, vai nos esclarecer
 

 

É muito comum na época de inverno o aumento da procura por consultas médicas devido a piora das dores, principalmente daquelas associadas com as dores articulares e musculares. Isso porque o frio acarreta em algumas alterações no nosso organismo, que podem piorar a dor em quem já sofre com isso. 

Com as quedas da temperatura, nosso organismo realiza diversas medidas para reduzir a nossa perda de calor. No frio os vasos sanguíneos fazem vasoconstrição, eles se contraem e isso faz com que o fluxo do sangue nos nossos membros seja reduzido. Assim, os músculos não ficam aquecidos como ficariam em temperaturas mais quentes, com isso os músculos acabam se contraindo. Essas contraturas musculares exacerbam as dores, especialmente em pacientes que já sofrem com dores miofasciais. É por essa contração muscular que muitas pessoas sentem os músculos doloridos em temperaturas mais baixas. 


Com a diminuição da circulação há um aumento da viscosidade do líquido sinovial, encontrado dentro das articulações e é responsável pela sua lubrificação. E a
rigidez nas articulações, devido ao aumento da viscosidade, também é responsável pela intensificação das dores, principalmente quando já existe uma lesão, o paciente vai ter a percepção da piora da dor, dificultando os movimentos e ficando com rigidez nas juntas. – Explica a Dra. Amelie Falconi. 

É justamente nas mãos e pés, além de outras parte do corpo que são áreas mais periféricas, que a temperatura corporal é mais baixa. E o quadro pode ser pior naquelas pessoas que sofrem alguma insuficiência circulatória. O frio também é responsável pela piora do espasmo vascular ou fenômeno de Raynaud. 

O que fazer para aliviar as dores durante o frio?

  • Aquecimentos com bolsa de água quente ajuda a relaxar a musculatura e melhora a circulação sanguínea, diminuindo as dores.
  • Uso de agasalhos adequados
  • Atividades físicas também ajudam no aquecimento do corpo e na lubrificação das articulações
  • Massagens também ajudam na circulação além de aquecer a região da dor
  • É fundamental a orientação de um profissional médico para avaliar cada situação

O aumento do desconforto, principalmente para quem sofre com dor crônica, precisa ser avaliado com mais cautela quando as dores persistirem por dias ou até semanas, pois pode ocorrer de outro problema estar envolvido.

Seja como for, se faz necessário a avaliação e orientação de um médico profissional da dor – finaliza a Dra. Amelie Falconi.

  

 

Dra. Amelie Falconi - Médica especialista em Dor. Professora de Medicina Intervencionista em Dor Einstein e SINPAIN. Sócia Diretora da Clínica Pro Sport

Coordenada do Comitê de Medicina Integrativa e Dor Crônica da Sociedade Brasileira ide Estudos da Dor – SBED. Autora de diversos capítulos de livros sobre dor.

Instagram: @amelie.falconi_medicin

Twitter: falconiamelie

Atendimento online e presencial -Juiz de Fora


Raro, GIST é um câncer que pode ser assintomático, orienta oncologista

O médico Ramon de Mello explica que esse tumor estar relacionado à herança genética

 

Conhecido como GIST, o tumor estromacal gastrointestinal surge, em alguns casos, associados a síndromes genéticas. “Cerca de 60% dos registros são assintomáticos, mas alguns pacientes podem apresentar manifestações cutâneas como manchas na pele ou coceira nos casos de hereditariedade, bem como hipoglicemia por produção pelo tumor de fator de crescimento, semelhante à insulina”, explica o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal. 

A doença também pode apresentar sintomas como vômito, dor abdominal, dificuldade em engolir ou de digestão, além de anemia. Mais comum após os 60 anos de idade, esse tumor oncológico pode ser diagnosticado no estômago (60% dos registros) e no intestino (30%), bem como ao longo de todo o trato gastrointestinal. “Geralmente, o GIST é descoberto quando solicitamos exames de rotinas ou para cirurgias por outros motivos. A estratégia de tratamento depende do diagnóstico e varia de um paciente para outro”, explica Ramon de Mello. 

A maioria dos tumores GIST não apresenta uma causa definida. Porém, as condições genéticas do paciente podem contribuir para o desenvolvimento da doença como a mutação de alguns genes, especialmente o c-KIT, que é um receptor de proteína. “Encontrado na superfície das células, ele pode provocar a multiplicação das células de forma anômala e descontrolada até formar o tumor”, explica o oncologista.

 

 

Dr. Ramon de Mello - oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.

https://ramondemello.com.br/ 


Pandemia: ganho de peso pode atrapalhar tratamento de pacientes de doenças raras

Especialista alerta para necessidade de acompanhar o peso e manter doses adequadas de medicamentos, além de exercícios e terapias adicionais 

 

O ganho de peso da população mundial é mais uma das consequências do impacto da pandemia na sociedade. A reclusão, alteração de rotina e a ansiedade são as principais causas atreladas às mudanças na forma física das pessoas. Uma pesquisa do Instituto Ipsos aponta que 52% dos brasileiros engordaram entre 2020 e 2021. Em média, o aumento foi de 6,5 quilos, valor considerado alto.

Esse acontecimento também deve ser observado entre a comunidade de doenças consideradas raras. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), elas acometem até 65 pessoas a cada 100 mil indivíduos. Só no Brasil, esse grupo chega a 13 milhões, sendo que a maioria dessas doenças (80%) é de ordem genética[1]

Um exemplo é a distrofia muscular de Duchenne (DMD), que tem como principal consequência a perda de massa muscular de forma progressiva[2]. A necessidade de acompanhamento nutricional dos pacientes com essa condição já faz parte do tratamento multidisciplinar considerado adequado para garantir bem-estar e qualidade de vida. “Com esse cenário de tendência ao aumento de peso, torna-se mais importante ainda que os pacientes diagnosticados com DMD façam o monitoramento e o controle de peso com frequência, principalmente para adequar a dose dos medicamentos de forma que ela se mantenha eficaz”, alerta a pediatra Ana Lúcia Langer. “Sem deixar de lado os exercícios e terapias adicionais que fazem parte de todo o tratamento.” 

O ganho de peso excessivo é prejudicial para pacientes com DMD ao piorar a fraqueza muscular por gerar maior esforço para os músculos que já estão fracos, o que pode comprometer a movimentação, podendo antecipar a necessidade de uso da cadeira de rodas. Também pode prejudicar os benefícios obtidos com o tratamento com corticoides, aumentar o risco de desenvolvimento de escoliose (deformidade na coluna), pressão alta, alterações na glicose sanguínea e no colesterol; prejudicar o funcionamento do pulmão e do coração.[3],[4],[5] “Sem contar que dificulta o transporte, a interação, o desenvolvimento psicossocial dos pacientes, e interfere no cuidado, especialmente após a perda da marcha, tornando as atividades diárias mais difíceis, afetando a qualidade de vida de toda a família ou rede de apoio”, completa a médica. 

Os pacientes com distrofia muscular de Duchenne (DMD) necessitam de menor quantidade de calorias na alimentação para manter o adequado funcionamento do organismo, quando comparados com crianças da mesma faixa etária sem a doença[4],[5]. A especialista reforça que o estado nutricional desses indivíduos requer acompanhamento contínuo. “Precisamos prevenir o aumento de peso para fugir da necessidade de dietas com restrições alimentares severas. Da mesma forma que não é bom ganhar peso, perder muito ou de forma rápida também faz mal, podendo piorar a fraqueza muscular. Temos sempre que proteger o músculo para garantir longevidade na mobilidade do paciente e mais qualidade de vida, por isso o cuidado em monitorar o peso, garantindo que as medicações utilizadas continuem a serem eficazes”, finaliza. 

 

Saiba mais sobre a distrofia muscular de Duchenne (DMD) ²

A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é uma doença de base genética que causa fraqueza e perda de massa muscular de forma progressiva. Ligada ao cromossomo X, afeta meninos.

A alteração genética faz com que a proteína distrofina não seja produzida de maneira adequada. Na ausência desta proteína funcional, a musculatura torna-se frágil e ao longo do tempo vai se degenerando. O saldo final é a fraqueza, que impede os pacientes de subir escadas, caminhar e movimentar os braços ao longo da progressão da doença. Em fases avançadas da DMD, o comprometimento muscular é extenso, afetando inclusive a musculatura respiratória, o que pode acarretar distúrbios pulmonares com risco de morte, exigindo a necessidade de suporte ventilatório, além de complicações cardíacas.

Para mais dicas sobre nutrição de pacientes com DMD, acesse o site do Movimento Duchenne.


  
 

[1] Governo Federal. Acesso em 07/04/2022.

[2] Bushby K, Finkel R, Birnkrant DJ, Case LE, Clemens PR, Cripe L et al. Diagnosis and management of Duchenne muscular dystrophy, part 1: diagnosis and pharmacological and psychosocial management. Lancet Neurol. 2010;9(1):77-93. DOI.

[3] Bushby K, Finkel R, Birnkrant DJ, Case LE, Clemens PR, Cripe L, et al.; DMD Care Considerations Working Group. Diagnosis and management of Duchenne muscular dystrophy, part 2: implementation of multidisciplinary care. Lancet Neurol. 2010 Feb;9(2):177-89. Erratum in: Lancet Neurol. 2010 Mar;9(3):237.

[4] Davidson ZE, Truby H. A review of nutrition in Duchenne muscular dystrophy. J Hum Nutr Diet. 2009 Oct;22(5):383-93.

[5] Davis J, Samuels E, Mullins L. Nutrition considerations in Duchenne muscular dystrophy. Nutr Clin Pract. 2015 Aug;30(4):511-21


Seconci-SP alerta para riscos do aumento dos casos de Covid

Entidade recomenda reforço das medidas de proteção em locais fechados

 

Diante do aumento dos casos de contaminação por Covid, o Seconci-SP (Serviço Social da Construção) alerta para a necessidade de manutenção das medidas de proteção contra a doença. 

A chegada das massas de ar frio, características do outono, aumenta a tendência das pessoas de permanecerem aglomeradas em locais sem a adequada ventilação. Naturalmente, isto eleva o risco de contaminação por Covid, gripe e outras doenças. 

Além disso, é certo que o número de casos confirmados de Covid é maior do que o registrado, pois muitos diagnósticos positivos feitos por meio de auto-teste não são informados às autoridades públicas de saúde. Portanto, o vírus está circulando com uma intensidade maior do que mostram as estatísticas oficiais. 

Há um grande número de pessoas que relaxaram as medidas de proteção, seja por se sentirem protegidas, seja pelo cansaço em adotá-las, ou por simples desinformação. A maior circulação do vírus se dá justamente neste momento de relaxamento, reforçando ainda mais a tendência de aumento de novos casos da doença. 

Mesmo que o indivíduo esteja com a vacinação completa, ele pode ser infectado. Graças à vacinação, a grande maioria dos pacientes contrai a forma leve da doença. Entretanto, isto não elimina completamente os riscos de sequelas como fadiga, perda de memória, perda de olfato e paladar, entre outras, afetando a qualidade de vida e a produtividade. 

Nesta conjuntura, o Seconci-SP recomenda um novo reforço das medidas de proteção, como uso de máscaras, higienização das mãos, distanciamento social e ventilação adequada, especialmente em locais fechados como residências e escritórios, e nos transportes coletivos. 

A entidade também recomenda que as empresas estimulem a vacinação da terceira dose por aqueles que ainda não a tomaram. Todas estas medidas são relevantes para frear o aumento da circulação do vírus e diminuir a possibilidade de surgimento de novas cepas mais transmissíveis e agressivas.


No mês da Luta Antimanicomial, entenda as diferenças entre residência terapêutica e hospital psiquiátrico

 

Crédito: canva

Com propostas diferentes e ainda sim complementares, devido principalmente à luta antimanicomial, ambas foram elaboradas sob ideais humanitários

 

O dia 18 de maio é importante para a medicina, principalmente para parte dela que trata a saúde mental, porque nele é celebrado o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Tanto a data como todo o mês colocam em evidência a importância do combate contra a intolerância com indivíduos que possuem psicopatologias que requerem tratamentos especiais, como por exemplo, a necessidade de hospitalização. 

A data relembra antigas mobilizações e divulga outras recentes em torno do fechamento de manicômios e a formalização de novas legislações que defendem propostas cada vez mais humanitárias no tratamento desses pacientes. Entre elas, estão os hospitais psiquiátricos e, a longo prazo, as residências terapêuticas. 

Com concepções completamente diferentes e complementares, os estabelecimentos não se assemelham nem na formação da equipe necessária e tampouco na estrutura física do ambiente onde está localizado. As residências terapêuticas são dispositivos que podem ser acionados no momento da estabilidade do paciente. E ao contrário dos hospitais psiquiátricos, as residências terapêuticas podem servir como uma solução definitiva de moradia para os pacientes, onde os mesmos encontrarão afeto, convivência, suporte em todas as suas necessidades e ajuda para usufruir da máxima autonomia que seu quadro permitir. 

De acordo com o médico psiquiatra sócio e diretor da Sig Residência Terapêutica, Ariel Mazur Lipman, é necessário entender que mesmo no período da estabilidade, muitos pacientes precisam de cuidados, como controle da sua medicação, cuidados com alimentação, higiene, convivência, lazer, etc. 

“Muitas vezes as famílias não conseguem prover todo esse cuidado, por questão de falta de tempo, esgarçamento das relações ou até mesmo morte/envelhecimento das pessoas que proviam todo esse suporte. Portanto, as residências terapêuticas ocupam esse espaço de prover todas as necessidades dos portadores de doenças psiquiátricas crônicas”, explica. 

Assim, as residências terapêuticas devem ser cogitadas quando o paciente está estabilizado de seus sintomas mais graves e uma solução mais definitiva se mostra necessária, na tentativa de prover a melhor vida possível e prevenir a reincidência das crises. É pensado como uma proposta de moradia, trazendo um novo olhar para a convivência com doenças psiquiátricas e um local para chamar de lar. 

Já os hospitais psiquiátricos devem ser utilizados em situações de crise. Momentos em que os pacientes estão com comportamento de risco e por isso precisam estar em um ambiente seguro e extremamente controlado. Neste caso não há um período determinado, que deve ser o menor período possível. 

“A chave para entender a diferença entre hospitais psiquiátricos e residência terapêutica está na compreensão da diferença de cuidado na crise e no período de estabilidade” explica Lipman. Os hospitais psiquiátricos são dispositivos que devem ser acionados no período da crise, momentos em que o tratamento deve ser feito de forma intensiva, o acompanhamento médico e multidisciplinar deve ser feito com muito mais frequência e recursos devem ser usados para garantir que o paciente não coloque em risco a si e terceiros. 

 

Sig Residência Terapêutica


Maio Vermelho alerta para câncer de boca: doença pode passar despercebida e ser confundida com problemas de saúde bucal

 Apesar de discreta, a neoplasia é mais comum em homens acima de 50 anos; Oncologista comenta sinais para ficar de olho e importância do diagnóstico precoce

 

Podendo surgir de maneira silenciosa, o câncer bucal merece atenção - principalmente por boa parte dos óbitos ocorrerem pela demora no diagnóstico. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é estimado que a cada ano do triênio 2020/2022 sejam detectados 15.190 novos casos de câncer de boca e orofaringe, sendo 11.180 em homens e 4.010 em mulheres. 

De acordo com o Dr. Andrey Soares, oncologista da Oncoclínicas em São Paulo, os sintomas costumam ser discretos, podendo passar despercebidos. "Aftas insistentes, feridas na boca que não cicatrizam, manchas brancas e sangramento repentino precisam ser avaliados para o diagnóstico correto", explica. 

Muitas vezes, o câncer de boca pode até mesmo ser confundido com problemas de saúde bucal. "Por isso, é muito importante falar sobre o assunto e levar a informação à diante. Dessa maneira, a partir do surgimento da doença, é possível identificar a condição para que o tratamento seja realizado o quanto antes”, comenta o oncologista.

 

Prevenção e diagnóstico 

Como forma de prevenção, é muito importante manter visitas regulares ao dentista, além dos cuidados com a higiene da boca de maneira geral. "Isso pode evitar que o câncer seja descoberto em estágios mais avançados, salvando vidas", reforça. Além disso, é fundamental evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e também o tabagismo. 

O diagnóstico pode ser realizado através do exame clínico, mas para que o câncer seja de fato confirmado, é necessário biópsia. Após a descoberta, o médico irá solicitar exames para verificar o estágio e definir o melhor tratamento. São eles: 

  • Tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética: traz informações importantes quanto à extensão das estruturas comprometidas, bem como auxilia no diagnóstico diferencial com lesões benignas;
  • PET/CT: realizado em alguns casos para avaliar se há lesões relacionadas à doença em outros órgãos (metástases);
  • Exames de sangue: os exames de sangue não podem diagnosticar tumores da boca. No entanto, são solicitados para avaliar o estado de saúde geral do paciente, especialmente antes do tratamento; e
  • Exame odontológico: antes do tratamento radioterápico, o médico pode solicitar ao paciente um exame dentário preventivo e, caso necessário, realizar a remoção dos dentes antes do início do tratamento. No caso de haver a remoção de uma parte da mandíbula ou do palato, o ortodontista irá trabalhar para garantir que os dentes artificiais e os dentes naturais remanescentes se encaixem corretamente.
     

"Vale lembrar ainda que o diagnóstico do câncer de boca ocorre na maioria das vezes em homens acima de 50 anos", comenta Andrey. Contudo, a doença pode acontecer em diversas partes da região, como lábios, bochechas, assoalho bucal, gengiva, amígdalas, céu da boca, entre outras.

 

Tratamento 

Geralmente, o tratamento da neoplasia é, na maioria das vezes, realizado de maneira cirúrgica - seja para lesões menores ou maiores. Dentre os procedimentos, a quimioterapia também é uma alternativa para complementar a cirurgia ou ainda quando ela não pode ser realizada. 

"O procedimento consiste na retirada do tumor da região e também de linfonodos do pescoço. Além disso, pode ser realizado outros procedimentos caso necessário, como a ressecção de segmentos ósseos", explica Andrey Soares. 

Contudo, o tratamento pode incluir:

  • Radioterapia IMRT: é um tipo de radioterapia que tem maior precisão na hora de tratar o tumor. Com isso, o paciente apresenta menos efeitos colaterais e os resultados são mais expressivos;
  • Terapia-alvo: são drogas que funcionam de forma diferente da quimioterapia padrão. Elas tendem a ter efeitos colaterais diferentes (e menos graves) e atuam impedindo que a célula tumoral se multiplique, retardando ou mesmo interrompendo o crescimento das células cancerosas. Esta terapia pode ser combinada com a radioterapia para alguns tipos de câncer em estágio inicial ou com a quimioterapia em casos avançados; e
  • Imunoterapia: esse tipo de tratamento aumenta a atividade das células de defesa do paciente para combater a doença. Pode ser utilizado combinado ou não com quimioterapia, a depender de características clínicas do paciente e da expressão do PDL1, que é uma proteína presente na superfície do tumor.


Fatores de risco 

Diversos especialistas acreditam que o desenvolvimento do câncer de boca está relacionado ao estilo de vida. Além disso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos casos da neoplasia estão ligados ao álcool e ao tabagismo. 

Durante a pandemia, de acordo com um estudo realizado pela Fiocruz, 33% dos fumantes brasileiros aumentaram o uso de cigarros no período. Segundo Andrey Soares, foi possível notar ainda uma maior ingestão de bebidas alcoólicas. Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig) apontou que 17,2% dos entrevistados declararam um aumento do consumo de álcool. "A médio e longo prazo isso pode impactar nos diagnósticos de câncer, como o de boca, fígado, intestino, entre outros. Por isso, é muito importante que o uso excessivo, tanto do álcool como do tabagismo seja freado pela população para evitar danos maiores", explica. 

Uma dieta pobre em vitaminas e minerais, além da exposição excessiva aos raios UVA e UVB nos lábios, sem proteger a região, podem também contribuir para o surgimento do câncer de boca. "É importante reforçar que nos últimos anos o HPV também tem sido um fator de risco entre os mais jovens, principalmente pelo sexo oral sem proteção. Como alternativa, as medidas preventivas, como o uso de preservativos e a vacinação, devem ser sempre colocadas em prática para contornar o desfecho da condição", finaliza o oncologista da Oncoclínicas.


HÉRNIA DE DISCO: UMA ABORDAGEM DIFERENTE PARA RESOLVER O PROBLEMA

Poucas pessoas realmente sabem o que é a hérnia de disco, a grande maioria só ouviu falar

 

Nos últimos tempos muitas pessoas têm falado sobre a hérnia de disco com mais frequência que no passado. Algumas estratégias de tratamento desse problema vão desde massagens, eletroestimulação, acupuntura, até cirurgias. Todas elas têm por fundamento resistir à compressão e aliviar os sintomas.

Essa patologia, que antes era considerada algo relacionada a idosos, hoje acomete todas as idades. “Do ponto de vista físico, hoje nossa juventude tem características dos velhos da antiguidade. Isso se dá pelo fato de que, no passado, os trabalhos eram essencialmente braçais. Além do trabalho, o modo de vida daquela época também tinha uma maior demanda física, pois não existiam carros, trens, aviões, navios, elevadores, televisão, videogame, celulares, ou seja, até se você não tivesse um trabalho, você seria muito mais ativo do que pessoas altamente ocupadas hoje em dia”, afirma o personal trainer Samorai, especialista em movimentos e treinamento 3Dimensional.

 

O movimento tem sido considerado um grande aliado desse tratamento, já que se torna um ótimo meio para reabilitação ou prevenção dessa lesão. “Ao contrário das abordagens tradicionais, no treinamento 3Dimensional não olhamos o sintoma, mas sim as causas. Toda e qualquer lesão, seja ela hérnia, tendinite ou qualquer outra, não são causas em si, mas resultado da quebra da harmonia do nosso corpo. Esse é um princípio fundamental do pensamento 3D, em condições normais de funcionamento, ninguém deveria ter hérnia”, explica Samorai.

 

É importante descobrir a causa dessa hérnia. Isso pode ocorrer de duas formas: um acidente ou o resultado de pequenas disfunções que são desenvolvidas ao longo do tempo e que geram compensações no movimento. Por exemplo, uma pessoa que bate o carro. Nessa batida, uma energia muito grande chega ao disco que não é capaz de suportar e se danifica gerando a lesão. Outro exemplo diferente é uma pessoa que nunca sentiu nada, está fazendo o que sempre fez e trava, não conseguindo se mexer com uma dor insuportável e sem nenhuma posição que alivie.

 

“Para entender essa dor temos que entender para que serve o disco. Em uma explicação mais acessível, o disco seria como um amortecedor. Por ser uma região muito enervada, vital e sensível do corpo, ele tem inúmeras estratégias para dispersar cargas que poderiam chegar nesta região, comprimindo raízes nervosas ou mesmo gerando inflamações. Essas estratégias vão desde o controle dos movimentos até a força muscular. Se a carga passar por todas essas barreiras, ainda tem o disco para terminar de absorver esse pouco de carga que restar”, diz Samorai.

 

Devido ao modelo sedentário de vida que grande parte da população tem hoje, o tempo todo os discos estão absorvendo cargas que antes seriam absorvidas pelos músculos, pela cadeia de reação, pelas amplitudes articulares, por um movimento controlado e preciso. Como a função do disco não é suportar tanta carga e com tanta frequência, ele vai se deformando até que algum dia encontre uma raiz nervosa e a dor aparece. 

Samorai explica que no caso de atletas ou pessoas ativas, por mais treinados que sejam, muitas vezes os padrões de movimento não são perfeitos. Uma pisada como os pés rodados para fora, por exemplo, pode, e muito provavelmente será, uma causa de hérnia de disco. Um peitoral encurtado também ou até mesmo uma timidez. Nesse caso, a cadeia de reação é a pessoa ser tímida e, por isso, ela se fecha projetando os ombros para frente. Essa posição aumenta significativamente a sobrecarga na base da coluna e isso por si só já seria potencialmente uma causa de uma hérnia.

O personal ainda afirma que de nada adianta pendurar a pessoa de ponta-cabeça ou aplicar choquinhos para aliviar a dor, se não for corrigido o problema da pisada dela que é uma das causas da lesão. Em conjunto com a analgesia, uma abordagem na causa, já que sem ela, uma cirurgia ou uma prótese não impedirá que o estresse continue chegando à região, visto que nada mudou em relação à causa. 

“Resumindo, atividade física é um elemento fundamental para prevenção, mas essa atividade tem que ser 3Dimensional, com movimentos analisados sob essa ótica para que disfunções sejam corrigidas e esse movimento seja realizado com controle, precisão, amplitude, força e harmonia”, conclui o especialista.

 

Samorai -  Criador do Método de Treinamento 3Dimensional, Samorai é Bacharel em Esporte pela USP, Movement Specialist pelo Gray Institute dos USA e International Educator do Gray Institute, além de ser uma das cinco pessoas que podem ministrar cursos desse instituto em qualquer lugar do mundo. Samorai é palestrante internacional, estuda áreas como Antroposofia e Pedagogia Waldorf, massoterapia e quiropraxia.

 

Instituto de Performance Samorai

Rua Comendador Miguel Calfat, 437 - Vila Nova Conceição

(11) 97970-3567

@samorai3d


Infectologista do Sabará Hospital Infantil explica sobre a Hepatite Misteriosa

OMS registra 348 casos e no Brasil 41 crianças estão sob investigação

 

Além das Síndromes Respiratórias Graves que já ocorrem nesse período do ano, esse surto de hepatite de causa desconhecida está preocupando os pais.

 

De acordo com dados da OPAS/OMS foram identificados 348 casos prováveis de hepatite aguda desconhecida em crianças e adolescentes em 21 países, sendo que Brasil, 41 casos suspeitos em investigação pelo Ministério da Saúde em nove estados. No estado de São Paulo, até o dia 13/05, 16 casos suspeitos estavam sendo investigados.

 

A doença recebeu esse nome porque as crianças infectadas não apresentavam os vírus mais comuns responsáveis pelas hepatites A, B, C, D e E. A hepatite é uma inflamação do fígado e atinge pessoas de todas as idades. Porém, essa em especial, tem afetado principalmente as crianças na faixa dos dois a cinco anos, embora a definição de caso provável inclua crianças de zero a 16 anos. Nesta hepatite, chama a atenção o percentual mais elevado que o habitual de formas graves, que requerem transplante de fígado como tratamento.

 

Os principais sintomas são a coloração amarelada da pele e dos olhos, vômitos, fezes esbranquiçadas, dor abdominal, diarréia e náusea.

 

De acordo com o infectologista e gerente médico do Sabará Hospital Infantil, Dr. Francisco Oliveira Junior, ainda não é possível identificar o causador desse tipo de hepatite. “Existe possibilidade desta hepatite resultar da interação entre uma infecção prévia pelo vírus SARS-CoV-2, causador da covid-19, seguida pela infecção por outro vírus, provavelmente um Adenovírus, com uma resposta inflamatória exagerada. As informações disponíveis sobre esta condição ainda são limitadas, apesar dos esforços de pesquisadores de vários países. A hipótese mais plausível é que a causa seja infecciosa, provavelmente viral, mas até o momento, nenhum agente etiológico foi confirmado.”

 

Segundo dados de um boletim anterior da OMS, divulgado no dia 23 de abril, dos 169 casos notificados naquela data, 85 casos foram testados para adenovírus, dos quais 74 (87%) foram positivos. “O adenovírus é responsável por síndromes respiratórias, que podem causar pneumonia viral, bronquiolite, gastroenterite (com diarreia e vômito), conjuntivite e síndromes urinárias, mas não é conhecido por causar hepatite grave em crianças saudáveis”, explica o infectologista. 

O especialista esclarece que nesse momento, o melhor é manter as normas básicas de higiene, como higienização frequente das mãos, cuidado na hora de tossir ou espirrar para evitar a contaminação das pessoas próximas (etiqueta da tosse), cuidado na higienização de alimentos ingeridos crus e da qualidade da água e manter sempre o ambiente bem arejado. Além disso, crianças com sintomas de hepatite devem ser levados para avaliação médica, reforça Dr. Francisco.


Maio amarelo: especialistas reforçam importância da reabilitação à redução de sequelas por acidentes de trânsito

Lesões na coluna, fraturas expostas e traumatismo craniano estão entre os danos mais frequentes 

 

Considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um problema grave de saúde pública, os acidentes de trânsito estão entre as causas que mais matam brasileiros por ano – 89 pessoas por dia morrem em decorrência deste problema, segundo dados do banco de dados públicos do Sistema Único de Saúde (DataSUS).

Somente em 2021, de acordo com informações do Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (Renaest), foram registrados mais de 630 mil acidentes nas estradas brasileiras. Além disso, um estudo recente divulgado pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) alertou para o aumento de ocorrências de internação de motociclistas envolvidos em acidentes de trânsito no Brasil. Conforme o levantamento, em 2021, foi registrado um número 14,3% maior do que no ano anterior, com mais de 71 mil ocorrências.

Além do alto risco de óbito, muitas das lesões decorrentes de acidentes de trânsito podem deixar sequelas incapacitantes definitivas, principalmente se a vítima não receber um atendimento adequado de primeiros socorros e se houver demora para iniciar um programa de reabilitação correto e eficiente.

“Infelizmente, as estatísticas só trazem número de acidentes e de mortes, ou seja, faltam dados em relação ao número de sequelados e o consequente impacto socioeconômico”, destaca Andréa Thomaz, fisiatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

A fisioterapeuta Michelle Lisidati Franchini, que também atua na Rede São Camilo SP, explica que o dano mais comum neste tipo de acidente está ligado à coluna lombar e cervical (pescoço).

“Quando estamos dentro de um carro em movimento, nosso corpo está com a mesma velocidade que ele. Por isso, quando nos chocamos com outro veículo ou objeto, somos projetados para frente, em um movimento brusco que afeta toda essa parte da coluna”, detalha.

Segundo ela, o problema também ocorre quando há colisão por trás, uma vez que o banco atua sobre as costas, empurrando a pessoa para frente. “Quem dirige com a cabeça muito afastada do encosto, por exemplo, tem maior probabilidade de sofrer danos na coluna, nestas situações.”

Além disso, a especialista destaca que os traumas mais comuns em acidentes de trânsito são aqueles que ocorrem por penetração, quando objetos cortantes atingem o corpo; por impacto, danificando os órgãos e tecidos; e por aceleração e/ou desaceleração, afetando os órgãos internos.

Dessa forma, como podem ocorrer vários tipos de lesões e muitas delas não são visíveis, o atendimento adequado (e preferencialmente o mais rápido possível) é fundamental para evitar piorar as lesões iniciais e minimizar os riscos de sequelas.

A especialista ressalta que o processo de reabilitação deve ser iniciado o quanto antes, tão logo o paciente esteja estável clinicamente. E é muito importante ter uma equipe multidisciplinar nos planos de cuidado destes pacientes, já que as sequelas podem não ser só físicas.

“A reabilitação já se inicia na fase aguda, logo após a ocorrência do trauma, principalmente pelos cuidados respiratórios, pela prevenção das úlceras de pressão e das deformidades dos segmentos paralisados ou imobilizados”, salienta.

 

Lesões mais comuns provocadas por acidentes de trânsito


Traumatismo craniano ou cranioencefálico:

Inclui fratura do crânio e pode ocorrer acometimento do cérebro. Dependendo da intensidade da batida, as lesões podem ser graves e, às vezes, até irreversíveis.


Fratura exposta:

Pode ser grave pelo elevado risco de contaminação e infecção dos tecidos, pelo risco de amputação e pela perda de sangue; sua recuperação pode ser mais lenta, uma vez que será preciso reconstituir a pele e fibras musculares rompidas.


Fratura de quadril: 

Muito comum em acidentes com alta energia; lesões nessa região do corpo podem causar hemorragia interna grave, o que pode ser fatal em poucas horas caso o sangramento não seja identificado e tratado imediatamente.


Fratura na coluna vertebral:

Uma fratura vertebral pode lesionar a espinha dorsal, situação em que as sequelas podem ser bastante graves e, muitas vezes, irreversíveis, incluindo a perda de movimentos de todos ou alguns membros do corpo, a perda do controle da bexiga e do intestino, e, também, a perda ou redução da sensibilidade.

 

Do primeiro atendimento à reabilitação: um longo processo

Michelle destaca que a reabilitação do paciente vítima de acidente de trânsito envolve reaprender ações básicas, como as atividades de vida diária, para que possa alcançar o máximo de independência e qualidade de vida.

De acordo com a profissional, uma boa avaliação fisioterapêutica, diagnóstico e tratamento do paciente têm como objetivos principais a manutenção ou ganho da amplitude de movimento dos membros, ganho de força muscular, diminuição do edema e manutenção da circulação adequada, além de prevenção de complicações respiratórias.

“Com a tecnologia atual, é possível alcançar ótimos resultados nesse sentido. Equipamentos eletroterapêuticos e de hidroterapia, por exemplo, são alguns dos inúmeros recursos que utilizamos durante o tratamento de pacientes nos ambulatórios de reabilitação da Rede São Camilo SP, sempre monitorados por uma equipe multiprofissional, que inclui fisioterapeutas, fisiatras, educadores físicos e fonoaudiólogos, entre outros”, ressalta.

Já o tempo de recuperação pode variar bastante, dependendo do tipo de lesão. O profissional de educação física Cássio Couto Moares, que também atua no Hospital São Camilo de São Paulo, afirma que pacientes com politrauma podem necessitar de até seis meses de tratamento.

De acordo com Cássio, lesões graves da coluna e/ ou crânio podem levar a condições neurológicas incapacitantes que se caracterizam por alterações da motricidade e da sensibilidade, além de outros distúrbios dos segmentos do corpo localizados abaixo da lesão, fatores que implicam no tempo e tipo de tratamento mais adequado a cada caso.

“Estudos mostram que um ano após o trauma, a velocidade de recuperação diminui acentuadamente e há pouca recuperação espontânea posterior a isso. Nestes casos, orientamos que o paciente mantenha uma reabilitação contínua”, alerta.

 

E atividade física: ajuda ou atrapalha?

Cássio frisa que, antes de iniciar qualquer programa de exercício físico, o paciente deverá fazer uma avaliação de pré-participação e estratificação do risco cardiovascular. Estando apto a praticar atividade física, o paciente seguirá um programa específico voltado para o tipo de lesão sofrida.

“É importante deixar claro que o exercício físico é sempre benéfico de forma ampla, tanto para a saúde física como mental. No entanto, em casos de recuperação de acidentes, o acompanhamento multiprofissional é crucial para evitar agravamento dos danos”, reforça.

 



Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp


Maio Roxo alerta sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais

Estudos, segundo a nutricionista Karla Lacerda, pós-graduada em Nutrição Funcional, apontam que a doença pode ter origem hereditária e o controle aos sintomas pode ser feito com dieta adequada 

 

As atividades do Maio Roxo têm como ponto central o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal (DII), no dia 19, data que chama atenção da sociedade na busca de promover diálogo e soluções para qualidade de vida das pessoas que convivem com alguma destas doenças. 

A nutricionista Karla Lacerda, pós-graduada em Nutrição Funcional que também responde pela Diretoria Científica do motor de processamento de exames da startup CalcLab, empresa que agiliza e facilita a interpretação de exames laboratoriais, explica que a campanha busca visibilidade sobre as doenças intestinais para estimular autoridades e profissionais de saúde a agir e prestar o devido apoio. 

Organizações de pacientes que representam mais de 50 países em 5 continentes lideram a campanha que teve seu início em 2010 e hoje traz voz para as 10 milhões de pessoas em todo o mundo que vivem com doença inflamatória intestinal. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), com base nos dados do DataSUS, no país, têm observado de 2012 a 2020 o aumento dos casos, sendo as mais comuns: a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Foram analisadas informações de 212.026 pacientes de ambos os sexos, sendo 140.705 com doença de Crohn e 92.326 com retocolite ulcerativa. 

A SBPC ainda alerta que o registro de novos casos, subiu de 9,41 por 100 mil habitantes em 2012 para 9,57 por 100 mil habitantes em 2020, uma variação anual média de 0,80%. A prevalência, que é a soma dos casos, passou de 30,01 por 100 mil habitantes para 100,13 por 100 mil habitantes no mesmo período, uma variação média de 14,87% por ano. 

Karla explica que a DII, incluindo Crohn (CD) e colite ulcerativa (UC), é um grupo de doença inflamatória crônica do trato gastrointestinal, não tem cura e tem causa desconhecida. A inflamação recorrente e crônica da parede intestinal está relacionada a fatores genéticos, ambientais, microbianos, imunológicos e apresentam sintomas como dor abdominal, diarreia, febre, sangue nas fezes, fadiga, perda de apetite, perda de peso, úlceras na boca, anemia ou intolerâncias alimentares, segundo a literatura médica. 

“Existe uma possível predisposição genética para o aparecimento da doença e uma tendência a ter mais frequência em membros de famílias em que já se registaram casos anteriores”, porém, diz a nutricionista, a DII pode ser o resultado de um sistema imunológico anômalo. O mau funcionamento do sistema se manifesta ao tentar combater um vírus ou bactérias invasoras, gerando uma resposta imune inabitual que faz com que as células do trato digestivo também sejam atacadas. 

“Quando funciona adequadamente, a imunidade ataca esses organismos estranhos para proteção do corpo, mas na presença dessa doença, o sistema imunológico reage incorretamente aos gatilhos ambientais que causam inflamação do trato gastrointestinal”, afirma Karla. 

Tendo em vista o histórico familiar de DII, possivelmente as pessoas têm maior probabilidade de ter herdado essa resposta imunológica inadequada e não a doença em si. 

A nutricionista esclarece que a dieta, o estresse, carência de zinco, vitaminas D e A, parasitoses, infecções, etilismo, alergias alimentares, obesidade, metais tóxicos e toxinas ambientais podem ativar os genes que levam à doença e podem agravar os sintomas de DII, apesar de não serem causadores dessa condição. 

Karla vai além: a nutrição, no entanto, tem um papel fundamental nesse quadro, pois com a remoção de alérgenos, inclusive glúten e lácteos, a redução de gorduras saturadas e o ajuste da desnutrição com uma dieta rica em frutas, verduras e legumes, de nutrientes como vitaminas e minerais, especialmente a vitamina D ajudam a potencializar e modular a saúde do intestino e sua microbiota. 

A ocidentalização da dieta, que inclui déficits de vitaminas, aumento da ingestão de alimentos ricos em gordura e açúcar e menor consumo de fibras e frutas resulta em crescente incidência das DII, que são frequentemente associadas a distúrbios nutricionais significativos. “Com a nutrição, é possível aplicar uma alimentação equilibrada e para cada momento da doença. Torna-se imprescindível inserir nutrientes de todos os grupos, de forma ajustada aos sinais e sintomas para recuperar o peso, manter um bom estado nutricional e impedir que a microbiota intestinal seja prejudicada”. 

A prevenção com uma alimentação adequada pode amenizar os sintomas evitando: gorduras industrializadas, leite e derivados, açúcar, alimentos que aumentam a produção de gases (como couve-flor, alho, feijão, repolho e batata doce), cafeína, álcool, sorbitol, alimentos picantes ou com muitos conservantes, chicletes e balas. 

De acordo com Karla, hábitos como atividade física, técnicas de relaxamento e terapia também são encorajados visto que corpo e mente estão relacionados e a tensão emocional pode influir no curso da Doença. “Conflitos emocionais ocasionalmente precedem a recidiva ou o diagnóstico de uma DII”. 

Para o diagnóstico, os médicos utilizam um conjunto de evidências a partir de achados clínicos que incluem os sinais e sintomas, exames sanguíneos, de fezes, endoscópicos, de imagem e uma combinação de endoscopia (para a doença de Crohn) ou colonoscopia (para a colite ulcerosa), estudos de imagem, como radiografia de contraste, imagem por ressonância magnética ou tomografia computadorizada, às vezes, até histopatológicos para que o especialista confirme a enfermidade e inicie o tratamento. 

“A dieta é o elemento determinante para o desenvolvimento saudável da microbiota intestinal e seu perfil bacteriano. Atualmente, a maioria das doenças podem ter relação direta com o padrão alimentar. Por isso, busque sempre orientação profissional e auxílio médico ao aparecer qualquer sinal ou sintoma”, finalizou a nutricionista.

 

Karla Lacerda - idealizadora do CalcLab, nutricionista pós-graduada em Nutrição Funcional e ainda responde pela Diretoria Científica do motor de processamento de exames do CalcLab.


Dia Nacional do Combate à Cefaleia chama a atenção para causas e tratamentos das dores de cabeça

Geriatra indica soroterapia para o alívio das crises de enxaqueca

 

Comemorado em 19 de Maio, o Dia Nacional do Combate à Cefaleia é uma data para refletir sobre um mal que afeta cerca de 15% da população mundial em algum momento da vida. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), estima-se que 2% das pessoas sofrem com enxaqueca crônica (um tipo de cefaléia), uma doença incapacitante e que compromete a qualidade de vida. No Brasil, pelo menos 30 milhões de pessoas enfrentam o problema, que é três vezes mais comum em mulheres do que homens. A doença também atinge mais os idosos, atingindo 51% da população com mais de 65 anos. A geriatra e clínica geral Márcia Umbelino explica que dores de cabeça frequentes podem ter inúmeras causas e o diagnóstico requer uma atenção mais detalhada, com uma avaliação mais global do organismo e do estilo de vida do paciente. 

  • A cefaleia pode ser causada por estresse, por variações hormonais (como no período da TPM na mulher), por problemas de coluna, falta ou até mesmo excesso de algum nutriente, questões relacionadas à má qualidade do sono tensional, problemas de visão, dentre muitos fatores que devem ser investigados para se chegar à causa do problema - destaca Márcia - Mas o que ocorre na maioria dos casos, é que o paciente fica apenas se medicando com analgésico e não trata a causa, o que pode agravar as dores de cabeça e o problema acaba evoluindo para uma enxaqueca crônica, de difícil tratamento. 

Segundo a médica, é muito comum o idoso sofrer de cefaleia por conta dos efeitos colaterais decorrentes dos muitos medicamentos exigidos pela idade avançada. Dentre as alternativas para combater o problema, Umbelino destaca a soroterapia, tratamento intravenoso feito uma vez por semana que é capaz de substituir até 10 cápsulas diárias ingeridas pelo idoso.

  • Primeiro o paciente passa por uma anamnese e exames para identificar possíveis deficiências de nutrientes, intoxicações, problemas hormonais, hábitos nocivos, doenças crônicas, entre outros. Depois dessa avaliação, identificamos medicamentos e nutrientes que o paciente precisa suplementar. Porém, em vez de muitos comprimidos, fazemos um soro, injetável com dosagem semanal - relata a médica, acrescentando que na soroterapia é possível regular as dosagens para uma semana de tratamento, porque os efeitos colaterais são reduzidos e a absorção é quase total, enquanto com o medicamento, que passa por estômago e intestino, é menor. 

Entre as substâncias que podem ajudar a combater as cefaleias, Márcia Umbelino destaca Zinco, Magnésio, vitamina B6 e equinácia (um fitoterápico), além daquelas que ajudam na produção de dopamina, geralmente deficientes em pessoas que sofrem com enxaquecas. “Existem pacientes que usam inúmeros medicamentos para minimizar as dores e elas não desaparecem. Muitas vezes técnicas complementares são mais eficazes do que a medicação convencional. O importante é o paciente buscar tratamento e não achar que tem que se acostumar com a dor. Essa é a maior importância desta data que marca o combate à Cefaleia: lembrar que paciente que sentir dor não é normal e que existem tratamentos possíveis!”, ressalta a doutora.

 

Sono de qualidade: entenda a importância da melatonina para noites mais tranquilas

Polaris aponta benefícios da ação desse importante hormônio na regulação da qualidade do sono


Chega a noite e você já começa a se preocupar com o momento de ir dormir? A insônia é uma companheira frequente nas suas madrugadas? Dificuldades com o sono são comuns e afetam grande parte dos brasileiros. Pesquisas recentes, realizadas pelo Instituto do Sono, revelaram que 66% dos brasileiros têm problemas para dormir.

O problema foi agravado nos últimos anos, com o aparecimento da pandemia. Casos de estresse e preocupações são alguns dos principais ladrões de sono. Mas como auxiliar o organismo a ter noites mais tranquilas e saudáveis? Essa é uma questão que pode ser resolvida com o uso da melatonina. 

A melatonina é um hormônio tão importante no organismo que, além de interferir na regulação do sono, é considerada uma biomolécula multifuncional envolvida em funções imunomodulatórias, anti-inflamatórias, antioxidantes, neuroprotetoras e antitumorais, como explica a nutricionista da Polaris, Roberta Thawana. "A melatonina é sintetizada a partir do triptofano, especialmente pela glândula pineal, e liberada quando em condições de baixa luminosidade. Sua secreção acontece à noite e está relacionada com o sono, redução da temperatura e controle do ciclo circadiano de forma geral. Isso significa dizer que a melatonina é um hormônio fundamental para controlar nossa saúde e nosso bem-estar. Por isso, estar atento a dicas de como regular a produção desse hormônio vai interferir em diversos aspectos da nossa saúde", afirma. 

Além de noites mais tranquilas, sua propriedade antioxidante e anti-inflamatória ajuda na imunidade e no controle de refluxo e de enxaquecas. Roberta aponta algumas dicas para dar aquela forcinha ao organismo na produção de melatonina. “Praticar exercícios físicos com frequência, manter uma rotina saudável de sono, com hora para dormir e para acordar, respeitando os limites de necessidade de descanso do seu corpo, ingerir alimentos mais leves antes de ir dormir e, principalmente, o grande desafio da modernidade: fique longe de telas azuis antes de ir dormir”, aponta. 

Sim, é isso mesmo. Aquela espiadinha no celular, já na cama, prestes a ir dormir, não é um bom aliado na saúde do seu sono. O ideal é, a partir do cair da tarde, já ir se desligando dos aparelhos de tela azul, como computadores, celulares, tablets e tevê, para já dar o sinal ao seu organismo de que é hora de repousar, de diminuir o ritmo e entrar no clima para uma tranquila e saudável noite de sono. 

Outra forma saudável é manipular melatonina na quantidade necessária para regular o organismo. “Para isso, consulte seu médico de confiança e verifique se está tudo ok com suas taxas de melatonina. Se precisar da suplementação, o ideal é consumi-la próximo da hora de ir dormir. Uma boa noite de sono recarrega as baterias e nos deixa sempre alerta para enfrentar os desafios do dia a dia”, finaliza a nutricionista.

 

Polaris Healthcare


Asma, uma das principais doenças respiratórias

Com mais de 235 milhões de casos pelo mundo, a asma é grave e negligenciada pelos pacientes


No mês de conscientização sobre a asma, a Associação Amigos Múltiplos da Esclerose (AME) e a Crônicos do Dia a Dia (CDD) promovem um alerta sobre a gravidade da doença que acomete mais de 235 milhões de pessoas pelo mundo, sendo que o Brasil é o 8º país em prevalência. Essa condição afeta diretamente as vias respiratórias inferiores, que se estreitam, produzindo mais muco e dificultando a absorção do oxigênio pelos pulmões. Até hoje não se sabe ao certo a origem do problema, mas os médicos afirmam que os fatores genéticos, como casos de rinite, obesidade e tabagismo na família influenciam diretamente no quadro. Além disso, questões ambientais como exposição à poeira, ácaros e fungos, somadas a variações climáticas e infecções virais, agravam a situação.

Entre os sintomas estão a tensão no peito, tosse, falta de ar ou respiração ofegante, chiado grave, ansiedade ou pânico, suador, movimento rápido das narinas e peito inflamado. Diante da cianose, o diagnóstico seguido do tratamento é indispensável para preservar a vida do paciente. A avaliação é feita por meio de análise clínica e teste de função pulmonar para classificar a gravidade do problema. Nomeada de Espirometria, por meio de um aparelho chamado espirômetro, esse exame é capaz de detectar uma série de distúrbios respiratórios e seus graus de comprometimento. Para sua realização, o paciente enche os pulmões de ar e assopra o aparelho com força, durante um período de tempo determinado pelo médico.

Sobre a importância desse diagnóstico, Gustavo San Martin, diretor executivo da AME/CDD reforça que “o diagnóstico é fundamental para a boa qualidade de vida do paciente que sofre de asma. Assim é possível definir o tratamento que vai impedir o agravamento da doença. Por isso, nós da AME/CDD nos preocupamos tanto em propagar essa conscientização".

A partir desta análise, o tratamento ideal será definido. No entanto, independentemente da escolha terapêutica, a adesão do paciente ao tratamento é crucial para determinar o controle real da doença e seus sintomas. Segundo Gustavo, o que acontece é que, quando o paciente inicia o tratamento e sente uma melhora dos sintomas, ele abandonar o medicamento por, erroneamente, achar que a doença está controlada. “Por isso que aqui na AME/CDD nós nos preocupamos tanto em promover essa conscientização sobre a asma. Ter conhecimento sobre a doença e sua gravidade ajuda a prevenir problemas, melhorando a qualidade de vida do paciente”, reforça o diretor executivo da AME/CDD.



Sobre a AME/CDD

O objetivo do trabalho da CDD - Crônicos do Dia a Dia é apoiar todo o potencial humano para ampliar as perspectivas de vida das pessoas com condição crônica de doença, através de projetos e conteúdos, para que as pessoas não sejam definidas nem reduzidas a seus diagnósticos. A CDD disponibiliza acolhimento dedicado a pessoas com diagnósticos crônicos, realizando uma média de 3 mil atendimentos online por mês, junto com a associação coirmã AME - Amigos Múltiplos pela Esclerose. Mais informações site.


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