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terça-feira, 17 de agosto de 2021

Cringe

 Opinião

 

Ouvi esses dias a palavra “cringe” e aprendi que se trata de uma discussão de jovens de 15 anos em relação a jovens de 25 anos e que o objeto do debate são as condutas consideradas pelos primeiros como “vergonhosas”. Os segundos se defendem afirmando que seus gostos são marcas identitárias e que sentem muito orgulho delas. Aprendi também que as redes sociais bombaram por causa desse confronto durante cerca de… três dias. No momento em que escrevo sobre isso, o tema já não é relevante, como, de resto, parece que nunca foi.

Eu, no entanto, embarco com gosto no episódio e ponho-me a matutar: vivo já perto dos sessenta anos, vejo-me como um terreno com várias camadas geológicas superpostas, sem que pertença, como unidade, a nenhuma delas. Vi, certa vez, esse recorte em uma pedra de milhões de anos e um amigo geólogo explicou-me de que fase era cada uma delas. Vi as camadas e vi a pedra. Chamei de pedra.

Esse é o ponto do meu ensimesmamento. Não sou mais a criança do final dos anos sessenta, que ainda tem na memória o eco do pai gritando feito louco depois do gol do Clodoaldo. Mas sou. Não sou mais o adolescente que vibrou com o gol do Kempes, depois do bate-rebate com o goleiro e com os zagueiros da Holanda, e com o delírio dos argentinos, cobrindo o estádio com papeizinhos picados, tremendo tudo ao redor. Mas sou. Não sou mais o jovem professor que dava aula na escola particular enquanto, na rua de trás, o carro de som chamava os estudantes para irem às ruas e pintarem os rostos e tirarem o presidente corrupto do poder. Bom, creio que meu ponto de vista já está demonstrado.

Incorporo, como um cavalo de várias entidades, muitos tempos e muitas marcas dos tempos em mim, sem que eu deixe de considerar que sou eu mesmo, o mesmo menino que ganhou um time de botão para brincar na varanda com os amigos e, desde então, nunca deixou de torcer pelo time cujas carinhas estampavam as pequenas rodas brancas feitas de osso por um artesão habilidoso cujo nome gostaria de ter sabido para agradecer e compartir as alegrias de minhas vitórias.

Na verdade, tudo isso me parece evidente e essa história de “cringe” soa quase um apelo, um pedido de ajuda, como se a falta de atenção e, principalmente, a falta de memórias das experiências não vividas ou não percebidas, criasse uma sombra em torno da própria pessoa e impedisse que ela se visse, se reconhecesse, não fosse pelo gesto repetido pelos outros, a roupa usada pelos outros, a frase dita pelos outros, a música ouvida pelos outros e nos quais ela, enfim, percebe que esteve ali e que, portanto, deve ser desse jeito. Por isso, essa repulsa pelos gestos, roupas, frases e músicas dos outros que não são os outros dele, da idade dele, da paisagem em torno dele. Trata-se de um esforço de manutenção da identidade tão precária, tão fraquinha, que pode, a qualquer momento, ser soprada pelo riso de alguém satisfeito com a sua própria vida.

Disse, certa vez, Paulinho da Viola: “meu tempo é hoje”. Não tenho um tempo, não sou de um tempo, não respondo por tempo nenhum. Por mim, viveria ainda muitos tempos, porque acho bacana essas nuances todas e, se não uso todas elas, não é por reprovação, mas por desmazelo com certos cantos da vida, certos cômodos que visito pouco, mas não sem me recriminar por essa sovinice com a minha própria possibilidade de estar no mundo.

Quem me falou do  “cringe”  foi uma amiga somente uns poucos anos mais nova que eu. Ela estava indignada e proferiu palavras não muito republicanas para os jovens que, pelo que entendi, achincalharam, entre outros, a Sandy e o Júnior. “Como se hoje existisse coisa melhor”, reclamou exaltada. Achei graça. E lembrei, de novo, do Paulinho da Viola.

 


Daniel Medeiros - Doutor em Educação Histórica e professor no Curso Positivo.

danielmedeiros.articulista@gmail.com
@profdanielmedeiros


FOMO: seu filho sofre quando está offline? Pode ser sinal de dependência tecnológica

Identificado pela primeira vez pelo Dr. Dan Herman, em 1996, e citado em 2000 em um trabalho acadêmico publicado no The Journal of Brand Management; a síndrome FOMO (do inglês, Fear of Missing Out) representa um medo patológico de estar perdendo algo nas redes sociais, de ficar por fora do mundo virtual.  

“A ansiedade de não saber o que está se passando nas redes sociais ou de acessar e descobrir que ‘perdeu’ vários posts interessantes, pode desencadear reações negativas. Daí a importância de ficar atento às mudanças de comportamento do seu filho”, diz Stella Azulay, fundadora da Escola de Pais XD, Educadora Parental pela Positive Discipline Association, especialista em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental e Mentora de pais e adolescentes. 

De acordo com o estudo Status of Mind (estado da mente) da Royal Society for Public Health (RSPH), a internet tem causado danos importantes aos jovens: 

- A mídia social tem sido descrita como mais viciante do que cigarros e álcool 

- Quase 91% das pessoas de 16 a 24 anos usam a internet para redes sociais 

- As taxas de ansiedade e depressão em jovens aumentaram 70% nos últimos 25 anos 

- O uso da mídia social é associado ao aumento das taxas de ansiedade, depressão e falta de sono 

- O bullying virtual é um problema crescente, com 7 em cada 10 jovens que afirmam ter passado por ele 

Segundo Stella, os sinais de alerta são óbvios. “Seu filho não desgruda do celular, mesmo quando está à mesa (atitude essa que você jamais deve permitir); ele não se concentra nos estudos porque fica o tempo todo atualizando o feed das redes sociais, ávido por novidades; vai a eventos apenas para postar as fotos nas redes (acredite, isso acontece mais do que se imagina) ou, ao contrário, o jovem deixa de curtir momentos reais para ‘viver’ no mundo virtual”.

 

Como ajudar seu filho

Se não tratada, a FOMO pode gerar uma dependência tecnológica e, consequentemente, depressão, transtorno de ansiedade e falta de motivação para realizar as atividades habituais. Para quem já está em um estágio avançado de vício pela internet, há tratamentos específicos no Instituto Delete, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo. São espaços especializados no atendimento de pacientes com problemas relacionados à tecnologia. Outra dica: se você desconfia que seu filho pode estar dependente, faça o teste no site do Serviço do Ambulatório de Transtornos do Impulso, também do Hospital das Clínicas.  

“Vale frisar que é fundamental ficar atento ao comportamento dos filhos e ter consciência da responsabilidade que é criar jovens nos dias de hoje, que podem usufruir dos benefícios da internet, mas nem sempre têm estrutura emocional para lidar com as dores das redes sociais”, finaliza Stella Azulay.


Saúde mental: quando se deve desconfiar de que algo diferente está ocorrendo?

Conheça os sintomas mais comuns da ansiedade, depressão, estresse e síndrome do pânico

 

Entre as doenças mais negligenciadas estão as ligadas ao cérebro e à mente, como ansiedade, estresse, síndrome do pânico e depressão. Há tanto tabu, que quem está sofrendo os distúrbios tenta esconder e os que relatam algum tipo de sintoma para amigos ou familiares, muitas vezes escutam que "isso é passageiro e logo vai passar". E, se a pessoa insiste em dizer que algo está errado, é mais comum ainda as outras dizerem que "depressão é coisa de quem chora o dia todo, trancado num quarto escuro e é claro que o seu problema não é isso".

Crianças, adolescentes e mulheres estão entre as principais vítimas da doença e, sobretudo, da negação. Os motivos são os mais variados, pode até ser uma herança genética, mas é fato que o mundo moderno, com toda a sua complexidade, exigência, riscos e problemas, está impactando o emocional das pessoas. E o tem colaborado ainda mais para o agravamento dos casos é a falta de tratamento desde quando os sintomas começam a aparecer. A psicóloga da Zero Barreiras, Patricia Lenine, alerta:

"Quando uma pessoa ou alguém da sua convivência, como um familiar ou amigo, está com falta de disposição, não se levanta da cama com a mesma energia para desempenhar suas atividades diárias, se irrita com os outros facilmente, ou seu comportamento está fugindo do padrão habitual, pois não consegue dormir, ou mesmo se dormindo a noite inteira, não acorda descansada, porque o sono não foi tranquilo e reparador, é um sinal de alerta. Algo dentro dela está avisando que as coisas não vão bem e que é fundamental tomar certas medidas para evitar consequências mais sérias. Em geral, é alguém de fora que chama atenção para o problema. A roda da vida quase sempre impede que a própria pessoa perceba com clareza o que está acontecendo com ela. E perceber esses primeiros sinais é super importante", diz a psicóloga.

Abaixo estão algumas características que indicam como são alguns problemas emocionais mais comuns:



Ansiedade

O transtorno da ansiedade generalizada (TAG) é um distúrbio caracterizado pela "preocupação excessiva ou expectativa apreensiva", persistente e de difícil controle, que perdura por seis meses no mínimo e vem acompanhado por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono.

Nesses casos, o nível de ansiedade é desproporcional aos acontecimentos geradores do transtorno, causa muito sofrimento e interfere na qualidade de vida e no desempenho familiar, social e profissional dos pacientes.
O transtorno da ansiedade generalizada pode afetar pessoas de todas as idades, desde o nascimento até a velhice. Em geral, as mulheres são um pouco mais vulneráveis do que os homens.

Os sintomas podem variar de uma pessoa para outra. Os mais comuns são:

Inquietação;
Fadiga;
Irritabilidade;
Dificuldade de concentração;
Tensão muscular.
Existem também outras queixas que podem estar associadas ao transtorno da ansiedade generalizada:
Palpitações;
Falta de ar;
Taquicardia;
Aumento da pressão arterial;
Sudorese excessiva;
Dor de cabeça;
Alteração nos hábitos intestinais;
Náuseas;
Aperto no peito;
Dores musculares.


O relacionamento entre pais e filhos e suas implicações na saúde menta


Ser pai é "adotar" o seu filho


O relacionamento entre pais e filhos, em todo o decorrer da vida, é cheio de altos e baixos. Isso porque, embora seja uma das relações mais duradouras e importantes que temos, ela, como qualquer outra, envolve, não só amor, mas também cuidado, afeto, ou a falta dele, desentendimentos, expectativas e outros sentimentos que podem determinar as nossas vivências.

Quando nasce um filho, a vida dos pais muda de tal forma que, tudo o que antes era projetado para si, agora é direcionado também ou unicamente à criança. Ou seja, o que antes era gasto consigo mesmo, agora é destinado aos cuidados do mais novo membro da família. Isso envolve, além de questões financeiras, também questões individuais de expectativas, desejos e vontades.

Desse modo, com o cuidado voltado para o filho, os pais podem deixar de lado algumas questões pessoais. Os estudos para conseguir a carreira dos sonhos, a mudança de profissão, a compra de um carro novo… Essas questões, embora individuais, em alguns casos, podem ser transferidas aos filhos. “Assim, alguns pais estimulam ou ainda tentam determinar o futuro da sua prole de forma a torná-lo igual ao seu, ou como esse desejava, ou o colocam como “eternos devedores” de tudo que foi investido com eles em uma espécie de 'Agiotagem Emocional'”, explica o psicólogo Alessandro Scaranto.

De acordo com o especialista, “é muito frequente casos em que pais projetam em seus filhos questões que eles mesmo não conseguiram alcançar”. Seja na escolha da profissão, de pares nos relacionamentos ou ainda no modo geral em que o filho leva a vida, o genitor acredita que a sua prole é uma cópia exata de si mesmo e que deve concretizar as suas vontades.

Contudo, “isso é um tremendo equívoco, já que causa um grande sofrimento para o filho”, alerta o psicólogo. Isso porque, ao não ser entendido na sua individualidade, ele acredita que deve se moldar aos gostos e vontades dos pais para poder ser aceito por eles. O profissional explica ainda que “somos seres únicos desde o nosso nascimento. Assim, ademais às influências do ambiente externo, a nossa singularidade é inata”. Por isso, transferir desejos dos pais aos filhos não leva em conta as diferenças que os filhos podem ter dos seus genitores.

Aceitar quem é o seu filho e creditar a ele a autonomia nas suas escolhas de vida é uma qualidade que pais devem ter. Isso promove um relacionamento paterno com muito mais confiança e abre espaço para reconhecer as individualidades dos filhos. “Independente do laço sanguíneo, cada indivíduo é, em si, uma unicidade, uma individualidade. Reconhecer isso é permitir aos filhos ser quem eles desejarem, por isso é necessário que o pai “adote” o seu filho, o entenda e respeite como uma pessoa exclusiva, que tem a função de seguir o seu próprio caminho”, finaliza o especialista.

 


Alessandro Scaranto - Psicólogo, acunpunturista e massoterapeuta

@scaranto_psicologia


Luto na pandemia: como o RH pode cuidar dos colaboradores?

O distanciamento social, causado pela pandemia da Covid-19, trouxe muitos impactos na vida emocional das pessoas, como aumento de índices de depressão e ansiedade. Nesse sentido, as empresas também tiveram que se adaptar e aprender a lidar com essas questões tão delicadas.

Porém, além dos sintomas acima citados, o luto coletivo na pandemia também foi uma grande questão vivida por todos nós. Para quem não está familiarizado com o tema, luto coletivo é o sentimento que experienciamos após grandes tragédias, podendo ser elas naturais (como um tsunami, ou furacão) ou até mesmo a pandemia na qual estamos vivendo.

O sentimento de luto afeta, não somente as pessoas impactadas diretamente, mas também àquelas que têm contato com as notícias. Ou seja, estamos todos no mesmo momento. Por isso é importante também entender como as empresas e RHs podem auxiliar seus colaboradores a viver esse luto de uma forma mais humana e saudável.


O luto na pandemia

Sabemos que não foram apenas mudanças físicas e estruturais que ocorreram durante a pandemia. Em um curto espaço de tempo, tivemos que nos adaptar a novos hábitos e maneiras de viver, bem como interagir com as pessoas.

Todas essas mudanças, por conseguinte, nos trazem uma bagagem emocional muito grande e relevante, empresas que oferecem ações acolhedoras durante esses cenários mais delicados, proporcionam experiências mais compreensivas e humanas.

O luto por si só, já não é um ritual simples. Agora, adicionados todos os fatores e limitações da pandemia, o que já não era fácil, ficou ainda mais complicado. As incertezas do ambiente no qual estamos vivendo, somados a questões emocionais internas, corroboram para que este processo seja muito complicado.

Nesse sentido, lidar com as emoções, associado a longa jornada de trabalho, pode ser bem desafiador, por isso, as empresas e RHs devem estar cada vez mais atentos, a fim de promover um ambiente de suporte e apoio para seus colaboradores.


Um olhar do RH para o luto dos colaboradores

A pandemia, como já foi dito anteriormente, nos trouxe muitas mudanças. Porém, uma das mais importantes, sem dúvidas, foi a preocupação do mundo corporativo para com a saúde mental dos colaboradores.

Antes, o que era visto, talvez, como um mero detalhe sem importância, hoje é tido como uma das maiores prioridades. É interessante analisar que, não somente startups começam a ter esse olhar ativo para a saúde mental, mas também as grandes corporações.

Dessa maneira, vemos cada vez mais, benefícios de saúde mental surgindo para conseguir atender às demandas de mercado. Algumas práticas podem ser muito bem-vindas na hora de promover a saúde mental dos colaboradores, principalmente quando estamos tratando de um processo de luto. Separamos algumas que podem ajudar:

• Licença para o colaborador: permitir que o colaborador tenha um espaço para viver o luto, afastado do trabalho, é essencial para passar por este processo. É importante garantir que exista uma política interna para assegurar este direito;

• Criar um ambiente de escuta ativa: rodas de conversa podem ser bons momentos para os colaboradores compartilharem experiências e sentimentos. Falar é muito importante para aliviar o peso desta fase;

• Benefícios focados em saúde mental: além de benefícios de saúde, ter uma cesta de benefícios que contemplem também a saúde mental do colaborador, é de grande valia.

O papel da Atenção Primária no Luto

Para quem ainda não é familiarizado com o termo, a Atenção Primária existe para ser o seu primeiro ponto de contato com o sistema de saúde. É por ela que você, como indivíduo, vai tratar cerca de 90% dos seus problemas de saúde, sejam eles crônicos ou não.

Em outras palavras, você possui uma equipe de saúde que te acompanha ao longo de sua vida, de forma integral e coordenada. Ela também é responsável em acompanhar como andam outros aspectos de sua saúde, que não só a física, mas também, a mental e social.

Vivenciar um luto impacta praticamente todas as esferas de nossas vidas. Ter um acompanhamento nesse momento, é essencial para ter forças e poder passar por esse período de uma maneira menos traumática.

O atendimento psicológico na Atenção Primária tem como objetivo sanar questões mais pontuais, agudas, e não perenes - diferentemente da terapia longitudinal. A ideia é que as vidas tenham um amparo ainda mais especializado e maior para lidar com questões complexas e emergenciais.

 

Rafael Barreto - Enfermeiro com residência em Atenção Primária pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, é mestrando pela mesma faculdade. Rafael já atuou como enfermeiro de família por quase dois anos no Albert Einstein e hoje é também Head de Saúde da Cuidas.

7 sinais de que você está no “piloto automático”; veja como virar a chave

O celular toca. Você se levanta da cama, toma banho, toma café, se arruma, pega o transporte, leva o filho na escola, chega ao trabalho, dia após dia. Rotina.  

Esse movimento constante, incluindo as mesmas atividades, pode facilmente levar o cérebro ao que chamamos de “piloto automático”, um dos maiores inimigos da atenção. 

 

“A rotina tem sua importância e nos ajuda a economizar tempo e esforço mental; além de nos dar segurança quanto aos resultados que queremos obter, mas há limites para ela. Felizmente, existem diversas maneiras de sair deste piloto automático e praticar o que chamamos de atenção ativa no dia a dia”, explicou Patrícia Lessa, Diretora Pedagógica do Supera– Ginástica para o cérebro. A especialista complementa com alguns exemplos: “podemos experimentar fazer compras em um local diferente, pois cada local terá a organização dos seus itens de maneira específica, exigindo de nós uma maior demanda atencional ou mesmo fazer um caminho diferente do que estamos acostumados para chegar em casa. Cada novidade introduzida na rotina colocará nossa mente em estado maior de alerta”, explicou.

 

Contudo, segundo Patrícia, apenas estes exercícios praticados vez ou outra não são suficientes para uma mudança expressiva. “É preciso ampliar a nossa atenção para oferecer ao nosso cérebro os estímulos corretos para que ele consiga performar melhor em diferentes faixas etárias. Esses estímulos, para que sejam assertivos, precisam envolver, novidade, variedade e grau de desafio crescente”, lembrou.

 

Atenção plena: um desafio para os dias atuais - As consequências de um estilo de vida acelerado vão desde pequenos esquecimentos a até o chamado lapso de memória. É necessário se preocupar a partir do momento em que eles se tornem frequentes; principalmente, em atividades que eram consideradas rotineiras. Em alguns casos, algumas disfunções comportamentais e dificuldades na linguagem também podem ser considerados indícios do início de alguma demência mais séria. 

 

Confira alguns sinais de que você está colocando o seu cérebro no automático – e veja como mudar isso. 

 

·    Falhas de memória – O que define uma boa memória é a capacidade de acessar com facilidade as informações que retemos enquanto estudamos, viajamos e conversamos com as pessoas. Antes de acessar estas informações, temos que ter também boa capacidade de retê-las, e isto ocorre, entre outros fatores, pela nossa capacidade de atenção. Viver atenta e intensamente o presente também é uma forma de reter informações. Outra forma é praticar exercícios para o cérebro, estimulando neurônios e fortalecendo conexões.

 

·    Senso de urgência, para tudo – Você já parou para pensar no que é realmente importante para a sua vida? Já dizia o ditado: aquilo que damos atenção, cresce. Em um mundo exigente e multitarefas – do qual muitas vezes não temos total controle, é preciso criar ilhas de atenção não apenas para dar conta de todas as atividades, mas para que isso aconteça de forma a não prejudicar nossa capacidade cognitiva. Uma dica é se organizar, priorizando tarefas mais difíceis para o começo do dia, quando o cérebro está mais ativo e descansado. 

 

·    Dificuldade em concentração - Quando falamos em concentração, nos referimos à capacidade de manter-se atento por período contínuo. Ter concentração é também ter atenção. Cansaço, sonolência, uso de substância psicoativas e álcool interferem na atenção. A prática de estimulação cognitiva ou ginástica para o cérebro atua diretamente neste sentido. 

 

·    Culpa por descansar – Você já foi acionado por seu chefe no final de semana? Já se sentiu culpado por estar descansando? Por incrível que pareça, a última frase é uma queixa constante de profissionais, sobretudo de quem tem uma rotina repleta de afazeres, metas altas e muita cobrança no ambiente de trabalho. “É comum ouvirmos as pessoas dizerem que estão ‘precisando de férias’. Isso nada mais é do que uma verbalização do que o corpo está pedindo: uma desaceleração das tarefas, uma mudança de rotina para que ele possa trabalhar mais e melhor”, pontuou Patrícia Lessa, Diretora Pedagógica do Supera.

 

·    Cérebro multitarefas – É quase impossível viver em 2021 sem experienciar, na prática, o conceito de multitarefas. Por vezes, nem mesmo às crianças é dada a oportunidade do ócio, sem uma rotina com muitas coisas a fazer. Entre oferecer ao cérebro um período de descanso ou desafiá-lo a aprender coisas novas, a dica, segundo a especialista, é o caminho do meio. “Aprender a tocar um instrumento diferente, estudar, ir ao cinema, fazer amigos, participar de discussões, escrever e fazer ginástica cerebral são alguns exemplos de atividades que ativam os neurônios e restabelecem as conexões entre eles, sempre respeitando os períodos de descanso”, lembrou. 

 

·    Irritabilidade e outros sintomas – Uma consequência dos nossos tempos são transtornos psíquicos, muitas vezes evidenciados por sintomas como a irritabilidade permanente. É preciso estar atento a pequenos sinais do corpo pedindo os estímulos certos ou um pouco mais de descanso e organização da rotina.  

 

·    Sensação de insuficiência – Em uma sociedade sedenta por resultados constantes, a cobrança mais cruel muitas vezes vezes é mais intensa internamente do que externamente. É possível dosar esta sensação com foco no autoconhecimento e estímulos que ajudam o cérebro a alcançar seu potencial máximo, trazendo mais qualidade de vida e performance.


Quadros de depressão e ansiedade aumentam na pandemia

Confira cinco dicas que vão te ajudar a prevenir o adoecimento mental

 

Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o ‘mal do século XXI’, a depressão representa quase um quarto (23%) dos atendimentos ambulatoriais e hospitalares em saúde mental no Sistema Único de Saúde. E com a pandemia esse quadro foi agravado ainda mais,  fazendo dos distúrbios psicológicos uma grande herança desse período. Segundo pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) em onze países, o Brasil é o que mais tem casos de ansiedade (63%) e depressão (59%). 

Silenciosa, a depressão ainda é muito incompreendida inclusive por quem sofre do problema. Que tem como parâmetro de adoecimento apenas o aparecimento da tristeza profunda, que dificulta ações cotidianas simples como levantar da cama, comer, trabalhar ou estudar. Mas esquecem , muitas vezes, esse é um processo lento e invisível, que pode comprometer o bem-estar da pessoa antes mesmo do sintoma mais evidente aparecer.  

O psicanalista Luciano Noceti e Vieira, que integra a Rede de Profissionais credenciadas a Rede CELOS da Fundação Celesc de Seguridade Social (CELOS), lembra ainda que níveis avançados de angústia também baixam consideravelmente a imunidade do organismo. O que facilita a ocorrência de inúmeras doenças oportunistas.  

Por isso, a importância de se investir em um acompanhamento psicológico, para evitar os chamados altos e baixos. E para ajudar neste processo, ele separou cinco dicas para prevenir a depressão. Confira:  

1-         Procure identificar os mecanismos de auto sabotagem que o inconsciente faz uso para manter a repetição dos fracassos;

2-         Não se vitimize. Tente não se viciar no sofrimento e procure se implicar no que está acontecendo;

3-         Haja por conveniência. Nós recebemos de volta nossa própria mensagem. Dê amor, carinho, companheirismo e limites para receber amor, carinho e companheirismo de volta. Às vezes demora um pouco para retornar, mas funciona;

4-         Se questione a cada manhã: Será que meu problema é complicado ou o desejo de resolução que é fraco?

5-         Caso esteja difícil articular os passos anteriores, procure um psicanalista ou psicólogo. E, caso necessário, um psiquiatra que te ajude a fazer contato com teu próprio desejo. O desejo é a mola propulsora da vida.


Aprenda a desenvolver e a cultivar o equilíbrio emocional

O que vem à sua mente ao ouvir a expressão bem-estar?

 

Estamos passando por uma situação adversa que causa medo, ansiedade, angústia e incerteza. Diante de um cenário assim, é fácil perder o controle e agir impulsivamente, causando ainda mais desequilíbrio.

 

O autocontrole ou autorregulação é uma força que se refere à habilidade de controlar excessos de todos os tipos, como parar de fumar, regular gastos e despesas, assim como administrar suas próprias emoções.

 

Tudo que sentimos e presenciamos podem afetar diretamente o nosso bem-estar de forma positiva ou negativa.

 

Para construir uma vida mais saudável, produtiva e feliz, precisamos desenvolver o equilíbrio emocional, pois ele será responsável por processar e filtrar de maneira adequada cada sensação.

 

Equilíbrio emocional é a capacidade de domínio sobre os pensamentos e ações em meio às influências emocionais, administrando e gerindo essas emoções de maneira racional e harmonizada. Desse modo, ele é responsável por manter sua saúde mental mesmo em momentos desafiadores.

 

Então, como administro meu equilíbrio emocional?

 

Para que você consiga gerir melhor seus sentimentos e aumentar o seu nível de bem-estar, separei algumas dicas de como manter o equilíbrio emocional.

Confira abaixo minhas recomendações para desenvolver essa habilidade:

 

Pare e reflita antes de agir: relaxe por alguns minutos, respire lentamente, acalme o corpo e os pensamentos;

 

Exercite o poder da gratidão: isso permitirá renovar as energias e realizar um constante aprendizado para o autoconhecimento emocional;

 

Permita-se sentir as emoções: ou seja, entender e expressar o que sente;

 

Seja positivo: procure ver o lado bom de cada momento, cultivando hábitos e ocasiões felizes;

 

Procure soluções assertivas: tome atitudes de maneira racional, vendo outras maneiras de vencer o problema. Busque autoconhecimento!

 

Você costuma controlar suas emoções ou suas emoções costumam controlar você?

 

Para sua autodescoberta, conte com profissionais capacitados da área de saúde mental.

 

Aprenda a diminuir crises de stress, ansiedade e a prevenir doenças psicossomáticas, alcançando o seu florescimento. Sim, lembre-se de que você pode muito mais do que imagina!

 

Rosangela Sampaio - psicóloga, coautora de obras como "O poder do autoamor", "Sem medo do batom vermelho" e "Mulheres Invisíveis, além de apresentadora do programa Mulheres Em Flow.

@rosangelasampaiooficial

canal do Mulheres Em Flow


Conheça os cuidados com dreno pós-cirurgia


Especialista ensina como higienizar o dreno em casa

Vermelhidão e dor local podem ser sinais de infecção


Seguir as recomendações médicas após uma cirurgia plástica interfere diretamente no sucesso de um procedimento. Uso adequado de cintas e malhas, realização correta de curativos, reabilitação com fisioterapia, realização de drenagem linfática com profissional capacitado e a manipulação correta de drenos, quando indicados no pós-operatório, são considerados fundamentais para atingir com sucesso o resultado final desejado. 

O uso de drenos dependerá de cada cirurgia, técnica escolhida e até mesmo da rotina do cirurgião. Eles servem, principalmente, para drenar líquidos (sangue, secreções) que possam acumular na região operada. Os procedimentos mais comuns de cirurgia plástica que utilizam o dreno incluem as cirurgias abdominais e as de mama.

O cirurgião plástico, Dr. Fernando Amato, explica que o dreno está indicado para evitar o acúmulo excessivo de líquidos nos primeiros dias de pós-operatório. Ele pode ser inserido abaixo da cicatriz da cirurgia e fixado com pontos, é mantido de acordo com o volume e aspecto do líquido que está saindo. 

Geralmente, o líquido acumulado na cirurgia pode drenar em quantidade maior, principalmente, nas primeiras 48 horas. “No caso de sentir dor no local do dreno ou qualquer outra alteração, o paciente deverá buscar orientações com o seu médico”, orienta Dr. Amato.

Em casa – Alguns cuidados devem ser ressaltados para as pacientes que recebem alta com o dreno a vácuo. Abaixo, o Dr. Fernando Amato explica como fazer a limpeza do dreno em casa: 

 

· Lave as mãos antes e depois de manipular o dreno e use luva descartável. 

 

· Feche o clampe, limpe a válvula com álcool, abra a tampa do dreno e despreze o conteúdo em um recipiente adequado. 

 

· Com uma das mãos comprima o frasco do dreno contra uma superfície firme para expelir o ar e com a outra mão, feche a tampa e abra o clampe, realize esta operação a cada seis horas, ou mais vezes se necessário.

 

· Anote o débito do dreno com dia, quantidade e cor.

 

· Não lave o recipiente do dreno. Se as conexões derem problema, procure um médico.

 

No banho, deve-se evitar molhar o curativo, pois pode aumentar o risco de infecção. “Caso o curativo molhe durante o banho, será necessário refazê-lo. Não deve ficar com curativos molhados.”, explica Dr. Amato. 

O cirurgião plástico, que é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), alerta também para alguns sinais de que algo pode estar errado com o dreno, entre eles estão febre, vermelhidão, aumento do líquido drenado com o passar dos dias, cheiro desagradável, inchaço e dor intensa no local do dreno.

 

 

 

Dr. Fernando C. M. Amato Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).

 

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Com a chegada do inverno, incidência de doenças cardíacas aumentam e oferecem risco maior a pacientes cardiopatas infectados com a COVID-19

 Risco para complicações como o infarto costuma aumentar 30% no inverno. De acordo com especialista do Hospital Santa Catarina - Paulista, se infectados pelo coronavírus, indivíduos com complicações cardíacas podem apresentar sintomas mais graves


Durante o período de inverno, surge um alerta em relação ao aumento na incidência de cardiopatias, o que gera ainda maior preocupação em meio a pandemia, visto que doenças desta natureza estão entre os principais fatores de risco associados à COVID-19. Dados do Instituto Nacional de Cardiologia mostram que, durante esta estação, o risco para complicações como o infarto costuma aumentar em 30%. Como a vulnerabilidade frente ao coronavírus é maior para cardiopatas, os cuidados relacionados ao coração devem ser redobrados com a chegada das estações frias. Além disso, para pacientes que já possuem complicações cardiológicas, a infecção pelo coronavírus pode se manifestar de maneira mais grave. Segundo estudo¹ publicado no acervo científico Arquivos Brasileiros de Cardiologia em 2020, a taxa de letalidade por complicações cardiovasculares é de 10.5% para pacientes que se enquadram nestas características - problema que pode se agravar devido aos impactos da queda na temperatura no coração.

Este fenômeno ocorre, pois o frio causa a contração dos vasos sanguíneos, levando a uma descarga elevada de adrenalina que pode provocar um aumento na pressão arterial. Por isso, o coração se torna mais ativo neste período e pode sobrecarregar. Segundo o Dr. Nilton Carneiro, cardiologista do Hospital Santa Catarina - Paulista, alguns hábitos que surgem durante o inverno também contribuem para o aumento na incidência das cardiopatias. "Além da sobrecarga no sistema cardiovascular causada por vasoconstrições, alguns costumes sociais ligados à estação também estão associados a este fenômeno. Entre estes temos a alimentação inadequada, que envolve o consumo em excesso de sódio e alimentos gordurosos. Outro fator relevante são as aglomerações características deste período, que também levantam um alerta para a disseminação da COVID-19", adiciona o especialista.


Síndrome Coronária Aguda está entre as principais complicações

Entre as principais complicações cardiológicas afetadas pela queda na temperatura estão a hipertensão, infarto, insuficiência cardíaca descompensada e as arritmias. De acordo com o Dr. Carneiro, uma das condições de maior incidência no clima frio é a Síndrome Coronária Aguda. "A SCA é, na verdade, um grupo que engloba duas outras condições, a angina e o infarto, que estão entre as enfermidades mais afetadas pelo impacto do inverno no coração'', completa. Este quadro é caracterizado por qualquer diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo para o coração, frequentemente causados por rompimentos ou coágulos nas artérias. O sintoma mais frequente associado à SCA é a dor no peito, que pode evoluir para dores no braço, capazes de incitar outros indícios como o suor em excesso, náuseas e dificuldade de respirar. O aumento na incidência destas complicações durante este período do ano gera um alerta adicional em meio a pandemia, visto que os cardiopatas possuem maior vulnerabilidade frente a COVID-19. "Além do risco ser superior para indivíduos com patologias desta natureza, caso acometidos, estes podem sofrer uma descompensação da condição cardiológica já presente. Por isso, a preocupação para este grupo é maior na pandemia, principalmente nestas estações específicas", completa o especialista.


Pessoas sem histórico podem apresentar problemas cardíacos devido à COVID-19

Mesmo para pacientes isentos de problemas cardíacos, a infecção pelo coronavírus é capaz de causar a incidência de complicações relacionadas ao coração, que também podem ser agravadas por baixas temperaturas. Uma pesquisa² publicada neste ano, no banco de dados da Cochrane, ONG britânica especializada em pesquisas na área de saúde, identificou que para pacientes que precisaram de internação, a probabilidade da incidência de determinadas condições cardiológicas pós-Covid pode variar em torno de 10%. Os dados utilizados são baseados em 220 estudos internacionais sobre o tema. Entre as cardiopatias mais comuns que podem surgir como resultado da infecção estão a arritmia, taquicardia, extrassístoles e a miocardite. Os principais sinais que podem indicar a presença destas enfermidades incluem palpitações, dor no peito, falta de ar e tontura. Por isso, aqueles já curados da COVID-19 precisam ficar atentos à manifestação de sintomas no órgão, principalmente com a chegada do inverno, que poderá contribuir para a gravidade destas possíveis repercussões. "Para aqueles que tiverem sequelas no coração como um resultado da infecção pelo coronavírus, as estações frias podem servir como fator desencadeante adicional", finaliza o Dr. Carneiro.


Prevenção

A principal ação que pode contribuir para reduzir o risco imposto pela queda na temperatura é evitar a exposição ao frio. A utilização de mais camadas de roupas e o uso de aquecedores portáteis podem facilitar esta indicação. Quando o assunto é a prevenção das complicações cardíacas em geral, recomenda-se a adoção de uma rotina de exercícios e dieta saudável, além do controle de doenças como diabetes, colesterol alto e hipertensão. Para aqueles já com diagnóstico confirmado, existem outras ações singelas que podem ser incorporadas ao cotidiano para aliviar os sintomas das condições. Entre estas estão a suspensão do consumo de cafeína, redução do consumo de bebidas alcoólicas e a evasão de fatores que causam estresse.

 


Hospital Santa Catarina

 

¹ "O coração e a COVID-19: o que o cardiologista precisa saber", estudo publicado no acervo Arquivos Brasileiros de Cardiologia em 2020. https://www.scielo.br/j/abc/a/F5BDXsNWzSjbwzqfV6WPQbF/?lang=pt

² "COVID-19 and its cardiovascular effects: a systematic review of prevalence studies", estudo publicado em 2021 no banco de dados da Cochrane, ONG britânica especializada em pesquisas na área de saúde. Os dados utilizados são baseados em 220 estudos internacionais sobre o tema, conduzidos na China (47.7%), EUA (20.9%) e Itália (9.5%).
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD013879/full

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