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terça-feira, 17 de agosto de 2021

Brasil atinge 50 milhões de brasileiros com a vacinação completa contra a Covid-19

31,9% do público-alvo de 160 milhões de adultos acima de 18 anos já receberam a duas doses ou dose única da vacina

 

Mais uma importante marca foi alcançada na luta contra a Covid-19 nesta terça-feira (17). Mais de 50 milhões de brasileiros já estão totalmente vacinados contra a Covid-19. Isso significa que 31,9% da população acima de 18 anos já tomaram as duas doses ou a vacina de dose única.

Para que as vacinas atinjam a efetividade esperada, é necessário tomar as duas doses (ou a dose única). O Ministério da Saúde reforçou a campanha para incentivar os brasileiros que ainda não completaram o ciclo vacinal a procurarem uma unidade de saúde para a segunda dose.

A orientação é que a segunda dose seja aplicada no período recomendado: 12 semanas para as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Astrazeneca/Fiocruz e 4 semanas para a Coronavac/Butantan. No entanto, mesmo pra quem perdeu o prazo, a orientação é procurar um posto de vacinação para completar o ciclo vacinal.

Com o avanço da campanha de vacinação, em ritmo acelerado, a meta é imunizar com as duas doses toda a população adulta até o fim do ano. O Brasil já aplicou mais de 168 milhões de doses, no total. Mais de 70% (117 milhões de pessoas) da população acima de 18 anos já está com a primeira dose no braço. Desde o início da campanha no País, em janeiro, o Ministério da Saúde já entregou mais de 207 milhões de doses de vacinas para todos os estados.


Queda nos números

O ritmo acelerado da vacinação no Brasil já reflete no cenário epidemiológico nacional. Além da redução no número de casos e óbitos pela doença, todos os estados e Distrito Federal registraram taxa de ocupação de leitos Covid-19 abaixo de 80% na última semana.

É a primeira vez no ano que o Brasil atinge esse índice, reforçando a importância da imunização para acabar com o caráter pandêmico no País.

O andamento da vacinação contra a Covid-19 pode ser conferido na plataforma LocalizaSUS, atualizada diariamente. Acesse aqui localizasus.saude.gov.br.

 

 

Ministério da Saúde


É hora de realinhar os ponteiros da cultura de que o passageiro "tudo pode" no setor aéreo

Opinião


Para que uma companhia aérea possa operar no nosso país, hoje, ela terá que se inteirar de uma infinidade de leis, decretos, resoluções, portarias, dentre outros tantos regulamentos internacionais, a depender da extensão da sua operação.

Existem, nada menos, que 17.442 regulamentos nacionais editados especificamente para o setor aéreo, conforme informações extraídas da Plataforma RegBR lançada pela ENAP – Escola Nacional de Administração Pública. Em termos de resoluções editadas pela ANAC, agência reguladora do setor, existem 519 resoluções, das quais permanecem em vigor 471. O setor de transporte – aéreo e terrestre –  é disparado o mais regulado em nosso país.

Para o passageiro fica a impressão de não existirem regras, o que fica evidente e sacramentado quando avaliamos a jurisprudência dos processos judiciais e administrativos que envolvem companhias aéreas em nosso país, já que grande parte das decisões ignoram as legislações especiais sobre o tema e aplicam as regras gerais previstas no Código de Defesa do Consumidor, indo de encontro ao que prevê nosso ordenamento jurídico quanto à hierarquia das normas e a prevalência da legislação específica.

Um excelente exemplo disso é a questão envolvendo as modalidades de passagens aéreas comercializadas. Vejam que, conforme previsão e autorização regulamentar, temos bilhetes oferecidos pelas empresas que não são reembolsáveis em caso de desistência da viagem, e justamente por isso, eles são comercializados por valores mais baixos, já que possuem condições específicas. Isso não exclui, por outro lado, que as companhias apresentem outras opções de passagem, claro, com um custo mais elevado, mas que preveem o direito ao reembolso em caso de desistência da compra.

O passageiro, aparentemente atento ao que vem acontecendo no Judiciário, e com plena ciência de sua escolha, muitas vezes opta pela passagem mais barata e depois bate nas portas da Justiça sob a alegação de cláusula abusiva, em clara afronta à regra do pacta sunt servanda, que cai por terra com o acolhimento da tese pouco amistosa.

Na prática, agora quem define as sanções e obrigações que deverão ser impostas às companhias aéreas é o Poder Judiciário, que quase sempre acolhe o argumento do passageiro, reconhecendo uma abusividade na condição daquele contrato, ignorando o amplo dever de informação cumprido pelas empresas e alterando as regras de um relacionamento extremamente e rigorosamente regulado. Ignoram, inclusive, que o passageiro escolheu, por livre e espontânea vontade, e tendo total ciência das condições que lhe foram apresentadas, contratar uma passagem sem possibilidade de reembolso, mesmo inequivocadamente ciente dessa regra.

Ou seja, o que se vê aqui é uma intervenção abusiva do Estado numa relação particular, prática que é vedada pelo nosso ordenamento jurídico, que preconiza, por sua vez, a mínima intervenção do Poder Público nas relações contratuais privadas.

A impressão que sem tem é que o Poder Judiciário desconhece a complexidade da operação aérea e as especificidades do setor, bem como protege o passageiro demasiadamente, criando a cultura de que o passageiro “tudo pode”. Mas não deveria ser assim. Ora, as regras estão sempre dispostas de forma clara e assertiva. Não há que se falar em desconhecimento, tampouco abusividade, quando se oferecem diversas modalidades de passagem e o passageiro opta por uma delas. A comercialização de modalidade de passagens aéreas sem reembolso é prática comercial mundial de todo o setor, por diversos fatores, e ela é inclusive benéfica para ambas as partes. Fato é que diminuir o valor da passagem possibilita que mais pessoas tenham acesso ao transporte aéreo, entretanto, isso parece ser desprezado por nossos julgadores.

E o que dizer das regras de no-show? O posicionamento atual do STJ é pela abusividade da norma que autoriza o cancelamento automático por parte da companhia aérea do trecho de retorno, quando o passageiro não comparece ao seu primeiro trecho de viagem. Veja que essa prática é regulada por normas específicas do setor aéreo, mas que não são “aceitas” pelo Judiciário brasileiro. Tal entendimento acaba por interferir nas regras de mercado, já que, ao repreender tal prática, se impede a comercialização de passagens e, consequentemente, ignora os altos custos envolvidos numa operação aérea e toda a sua complexidade e especificidade, colocando em risco, inclusive, a viabilidade da operação.

O que se pede, apenas, neste caso, é que o passageiro que decida não embarcar em determinado trecho de sua viagem, seja por qual motivo for, avise a companhia aérea e, assim, ela manterá seu trecho de retorno ativo. Mas para que avisar, já que basta bater as portas do Judiciário que ele concederá, além do reembolso integral da passagem, juros, correção monetária e, eventualmente, indenização por dano moral? O passageiro não só é dispensado de cumprir regras, como é premiado com vultuosas indenizações.

Percebe-se que o passageiro brasileiro já está atento ao fato de conseguir tudo no Poder Judiciário, de modo que não segue nenhuma regra e, ainda, é premiado, quase como em uma loteria. É vantagem, para o passageiro, processar a companhia aérea em nosso país, mesmo que o descumpridor das regras tenha sido ele próprio.

Um adendo interessante é o fato de o Brasil estar entre um dos países mais custosos para uma companhia operar no mundo. Seja por conta dos altíssimos impostos, seja pelo custo dos insumos, pesa contra nós o volume gigantesco de ações judiciais que envolvem o setor. Aqui, tirando raríssimas exceções, se despreza a Convenção de Montreal, em que pese sermos um de seus países signatários. Culturalmente se protege o passageiro além da medida, equiparando-o ao consumidor padrão de um mercado não regulado, prolatando sentenças protecionistas, quebrando princípios básicos do direito e instaurando uma verdadeira insegurança jurídica para quem decide investir e operar em nosso país.

E aonde chegaremos com isso? Hoje temos apenas três grandes companhias operando nacionalmente. Considerando a magnitude do nosso território, não era para termos mais? O Brasil é um país continental, extremamente turístico, de modo que, em tese, qualquer companhia deveria ter o interesse de operar por aqui. Mas, por conta dos custos envolvidos na operação, das excessivas regulamentações e do desprezo das normas internacionais e nacionais específicas do setor, temos pouquíssimas opções. Quem perde somos todos nós.

Sendo o setor aéreo um dos mais regulados no Brasil, não há razão para se ignorar a legislação específica que regulamenta a operação aérea. Regras devem valer e ser cumpridas por todos. Sejam passageiros, sejam fornecedores, todos devem seguir a legislação, sem distinção, antes que a escassez de companhias seja tão alta, que os custos das passagens se tornarão acessíveis, apenas, para as classes mais elevadas, como um dia foi a nossa realidade.

Não existe outra saída, é preciso que representantes das empresas, dos passageiros, o Poder Judiciário e ANAC sentem à mesa com urgência para realinhar os ponteiros e ajustar o curso das decisões, respeitando as regulamentações nacionais e internacionais. 

 

Renata Martins Belmonte - líder de equipe da área de Recuperação de Créditos do escritório Albuquerque Melo Advogados, graduada pela Universidade São Judas Tadeu e pós-graduanda em Processo Civil pela EPD - Escola Paulista de Direito (SP).


Brasileiro quer ver dinheiro gasto em férias retornando para comunidades locais, aponta pesquisa

Relatório de Viagens Sustentáveis da Booking.com revelou que o turista brasileiro quer impactar positivamente comunidades dos destinos que visita em suas próximas viagens

 

Devido à pandemia do coronavírus, passamos mais tempo em casa do que estávamos acostumados, e o período nos fez refletir sobre o que mais gostamos nas experiências de viagem, com muitos viajantes percebendo que as culturas locais têm um papel essencial nisso. No mundo todo, as comunidades se uniram como nunca antes, e o Relatório de Viagens Sustentáveis* da Booking.com mostra que as pessoas estarão mais conscientes quando forem conhecer outros locais além da própria comunidade.

De acordo com o levantamento, os brasileiros são a segunda nacionalidade dentre os 30 países pesquisados que mais querem ver o dinheiro gasto em suas viagens voltando para a comunidade local (81%), atrás apenas dos tailandeses. E 92% dos viajantes do país dizem que farão atividades/visitarão pontos turísticos para garantir que o impacto econômico de sua viagem seja distribuído igualmente por todos os níveis da sociedade - seja por meio de compras em pequenas lojas independentes ou pela participação em experiências autênticas representativas da cultura local. Entre os viajantes mais comprometidos com essa ideia estão os brasileiros (85%), italianos (84%) e espanhóis (82%). Esse é um bom indicador de que, quando for seguro viajar novamente, as pessoas pensarão em como suas viagens podem ter um efeito regenerativo de longo prazo para ajudar as comunidades locais.

Além disso, a pesquisa mostrou que muitas pessoas desejam ter uma compreensão mais profunda da cultura dos seus destinos de viagem, assim como ajudar as comunidades locais a se reerguerem. É o caso de 76% dos viajantes brasileiros, por exemplo, que dizem que estão determinados a ter experiências genuínas e que reflitam a cultura local na sua próxima viagem. Isso se traduz em jantares em restaurantes autênticos ou na participação em atividades organizadas pelas comunidades.

Inclusive, 78% dos entrevistados do país revelaram que o impacto da pandemia do Coronavírus os encorajou a fazer viagens mais sustentáveis no futuro. E para 94%, aumentar a compreensão cultural e a preservação do patrimônio cultural é um aspecto importante das viagens sustentáveis.

Iniciativas sustentáveis de viagem que têm como base a comunidade não são novidade. Já há empresas de todos os tamanhos trabalhando nesse setor, e a Booking.com está procurando maneiras de integrar mais dessas opções em seus anúncios. Além disso, a empresa já apoia e oferece mentoria a iniciativas desse tipo, como start-ups e organizações do mundo todo, cujo foco é conectar viajantes com experiências locais autênticas que beneficiem as comunidades dos destinos. 

 

* Pesquisa encomendada pela Booking.com e realizada com 29.349 entrevistados em 30 países. Para participar, todos deveriam ter mais de 18 anos, terem viajado pelo menos uma vez nos últimos 12 meses e estarem planejando uma viagem em 2021, e serem responsáveis pela decisão ou estarem envolvidos no processo de tomada de decisão da viagem. A pesquisa foi feita on-line e ocorreu em março de 2021.

 

 

Vendas no comércio eletrônico crescem mais de 150% desde o início da pandemia

Até mesmo produtos como carnes, motos e carros são adquiridos pela internet, segundo a Receita Federal

 

As vendas no comércio eletrônico, o e-commerce, dispararam em 2021 até maio, com crescimento de 153,5% no país, em relação ao período anterior à pandemia. A alta nos cinco meses de 2021, se comparado ao mesmo período de 2020, chega a 74,4%. Os dados são da Receita Federal, que monitora as operações de comércio eletrônico por meio de notas fiscais eletrônicas. 

Para o diretor de marketing da MyPharma, startup paranaense que auxilia farmácias nas vendas e-commerce com ferramenta especializada para loja virtual, Carlos Henrique Soccol, os dados mostram uma necessidade que já havia antes mesmo da pandemia, de as empresas se adequarem para vendas online. “E a demanda trouxe essa necessidade de adequação. O consumidor é quem dita o futuro do mercado e do varejo. Todos os indicadores mostram que o e-commerce no Brasil cresceu muito, mas ainda está no começo. Nos próximos 5 a 10 anos, é provável que toda experiência de compra, mesmo no varejo físico, seja feita de forma online e sob encomenda”, avalia. 

A necessidade de isolamento por conta da pandemia do novo coronavírus, somada ao próprio medo das pessoas saírem de casa, fez com que a população percebesse o quanto é confortável comprar pela internet. “Esse cenário obrigou as pessoas que ainda não tinham comprado online, a comprarem. Uma vez que se conhece uma experiência melhor, dificilmente o consumidor volta atrás nos hábitos”, considera Carlos. 

Carlos reforça ainda que as empresas que não se adequaram ao digital precisam fazer isso para não perder dinheiro. “Quem ainda não se adaptou ao e-commerce já perdeu muito dinheiro, mas pode evitar perder ainda mais. Ainda dá tempo de se adequar já que mesmo depois da pandemia, a tendência é que o comércio online continue crescendo. As novas gerações estão crescendo habituadas às telas e a fazer tudo online, e isso vai ditar, mais ainda, o sucesso ou o fracasso dos negócios que estiverem ou não adaptados aos novos canais de compra”, finaliza o diretor da MyPharma

De acordo com a Receita, o valor das vendas no e-commerce atingiu R$ 114,8 bilhões de janeiro a maio deste ano. Comparado apenas ao mesmo período de 2020, a alta é de 78%. Além da venda de produtos eletrônicos, que já ganhava destaque no e-commerce desde antes da pandemia, chama a atenção a comercialização de alimentos, de veículos e, também, de produtos farmacêuticos e médicos.


Especialista destaca previsões financeiras para o 2º semestre

Saiba mais sobre os investimentos que merecem atenção, como está o apetite dos estrangeiros no Brasil e o recorde das IPOs

 

“O 2º semestre de 2021 já começou com preocupações no avanço dos casos da variante Delta da covid-19. Desta forma, os investidores ficaram mais reticentes e interromperam o ciclo de aportes na bolsa brasileira, que vinha em um fluxo positivo desde março”. A afirmação é do assessor de investimentos da iHUB, escritório credenciado XP,  Diogo Santos. 

“Essa preocupação acontece de forma global, pois o receio é que novas medidas de restrições sejam implementadas e isso pode atrapalhar diretamente o crescimento das economias”, explica Silva.

A expectativa dos agentes econômicos é de forte retomada da economia brasileira, devido a estimativa que o PIB cresça acima de 5% ainda esse ano. O ponto de esperança para esse cenário positivo é o fluxo da vacinação, que está sendo grande aliada dos sistemas de saúde e, consequentemente, da economia. 

Mas, um ponto de atenção está no radar dos investidores: caso novas cepas surjam e as vacinas não sejam eficazes, o jogo pode virar. 

 

Investimentos que merecem atenção na 2ª metade do ano

Quando o assunto é investimentos, sempre é importante levar em consideração o perfil do investidor e o balanceamento da carteira, pois são dois fatores imprescindíveis para a escolha de investimentos. 

De acordo com Silva, no campo da renda fixa tem se observado muitas opções de títulos como CDB, LCI e LCA com taxas atrativas, como o IPCA+6%, ou 120% do CDI. Já nos títulos pré-fixados, com o aumento da taxa Selic de 4,25% para 5,25% a.a, é possível encontrar títulos que estão pagando 11% a.a. 

“Na renda variável o cenário é de volatilidade, pois temos no campo político as reformas e estamos às vésperas de eleições. Mas, quem está disposto e se sente confortável com esse nível de volatilidade ainda há muitas oportunidades na bolsa brasileira. Setores como o varejo, locação de automóveis, papel e celulose, shoppings e commodities estão atrativos, conforme a carteira recomendada pela XP”, comenta Silva.

 

Como ficam as commodities? 

Atualmente, o momento é do “boom” das commodities, que vem da recuperação das economias da China e Estados Unidos. Com a retomada da economia, dada pelo avanço das vacinações, a demanda de commodities disparou em relação a 2020.

Outro fator que contribuiu para essa evolução é o excesso de liquidez global, causado pelos pacotes de estímulos trilionários. Um exemplo é o minério de ferro que bateu sua máxima histórica ao atingir U$191 a tonelada. Os índices de commodities que englobam uma cesta de produtos também operam em suas máximas, como o Refinitiv. 

Silva explica que uma commodity importante e que está sob atenção é a energia, devido à forte crise hídrica, onde o Brasil registra o menor nível de chuvas em 91 anos. O setor elétrico, por ter sua principal matriz nas usinas hidrelétricas, está em estado de alerta, por conta do risco de apagão. 

“Isto fez o preço da energia disparar, o que impacta diretamente na renda das famílias. Hoje, a energia é comercializada na bandeira vermelha, faixa de preço da energia que pune o consumo com o objetivo de diminuir a demanda doméstica, mas também afeta setores como a agricultura e indústria”, explica. 

Como a energia é driver de inúmeras atividades e setores, o aumento no preço gera forte pressão inflacionária, contribuindo para que o Banco Central seja obrigado a subir os juros. 

 

Reforma tributária x investimentos 

Para o investidor é possível segmentar os impactos da reforma tributária em três frentes: Fundos Imobiliários, Fundos e Ações. Abaixo, o assessor de investimentos da iHUB lista os principais pontos positivos e negativos: 

Começando pelo lado positivo, os dividendos dos fundos imobiliários, por exemplo, não serão impactados, portanto, o imposto de renda continuará a incidir apenas sobre a valorização das cotas, outro ponto positivo para os FIIs é que deve haver uma equiparação da alíquota com à das operações com ações. 

Atualmente, os FIIs pagam 20% sobre o lucro obtido com a venda das quotas, com a nova regra passarão a pagar 15% sobre o lucro, assim como ocorre com as ações.

Já para os fundos de investimentos são previstas mudanças muito positivas como a fixação da alíquota de IR em 15%, independente do prazo em que o investidor permanece no fundo, o que acabaria com o escalonamento que temos hoje, que começa em 22,5% e chega em 15%, sobre o lucro, de acordo com o tempo de permanência do cotista no fundo. A reforma prevê ainda o fim do come-cotas em maio, mantendo apenas a cobrança em novembro.

Para as empresas da bolsa de valores, o ponto positivo será que a alíquota de IR também diminuirá gradualmente, passando a ser de 25%, como é cobrado hoje, para 20% a partir de 2023. Caso seja aprovada, essa mudança vai aumentar o lucro das empresas em 6%.

Um ponto positivo para o investidor pessoa física que pratica day-trade é que a alíquota para este tipo de operação, que hoje é de 20%, passará a ser de 15%, assim como as ações e os FIIs e, além disso, a apuração passaria a ser trimestral e não mais mensal.

Na esteira dos pontos negativos, o que se destaca é a tributação dos dividendos, o governo pretende taxar em 20% os dividendos distribuídos aos acionistas provenientes de empresas da bolsa independentemente do valor recebido.

A proposta sugere ainda extinguir os Juros sob Capital Próprio (JCP). Como hoje as empresas alocam os JCPs como despesas em seus balanços, eles diminuem a base tributária. Com a extinção deste mecanismo o lucro das empresas será impactado. 

Os bancos são os maiores utilizadores deste mecanismo contábil. Com sua extinção seus balanços podem sofrer, porém esta queda será parcialmente absorvida pela redução na alíquota de IR.

O investidor estrangeiro enxerga esse movimento com muito bons olhos, à medida em que a reforma visa simplificar a legislação tributária, esse movimento atrai mais investidores e esse ingresso de capital estrangeiro tende a gerar uma valorização da moeda brasileira. 

 

Aumento das IPOs na B3  

O mercado de capitais está aquecido este ano, cerca de 38 empresas entram na bolsa de valores, com um valor aproximado de R$112 bilhões, considerando IPOs e Follow-ONs. Sendo que em 2020, a bolsa de valores registrou 28 IPOs. 

Atualmente, 20 empresas estão com seus pedidos de IPO em análise na CVM, são elas: Vix Logística, Ammo Varejo, Topico, Althaia Indústria Farmacêutica, Conasa, Agribrasil, CSN Cimentos, Nova Harmonia, Invest Tech, Madero, Bluefit Academias de Ginástica, Athena Saúde Brasil, São Salvador Alimentos, Grupo Avenida, Rio Energy Participações, Hortigil Hortifruti, Nadir Figueiredo, Monte Rodovias, Rio Branco Alimentos e Librelato.

 

Apetite dos estrangeiros por investimentos no Brasil 

Quando comparado com o exterior, a bolsa brasileira está barata, tanto em reais, quanto em dólar e o investidor estrangeiro sabe disso. A conexão entre a entrada e saída de capital estrangeiro na bolsa em 2021, já está positiva em R$41 bilhões, de acordo com dados da B3. 

“O investimento estrangeiro deve seguir com esse fluxo positivo de entrada no país, porém, muito atento ao avanço das reformas, aos riscos políticos que vieram da presidência, do congresso e também ao cenário pré-eleitoral, levando em consideração que o ambiente global permaneça constante”, comenta Santos. 

 

Ibovespa e Taxa Selic 

Neste ano, a XP está trabalhando com um alvo que o Ibovespa pode chegar a 145 mil pontos. De acordo com os analistas da corretora, esse seria o valor justo da bolsa, quando avaliamos as empresas por seus múltiplos. 

Já com a taxa Selic a previsão é que ela alcance 8% a.a, mas isso não significa um movimento de retorno para a poupança, quem saiu deste investimento dificilmente vai voltar, pois existe um investimento mais seguro e rentável, o tesouro direto, de acordo com Santos. 

“O caso das pessoas que retornam à poupança é devido a uma experiência ruim com o mercado financeiro, onde provavelmente investiram em produtos inadequados aos seus perfis. Quanto à taxa Selic certamente é possível que ela atinja o patamar de 8% a.a. Vemos esta preocupação na última ata do COPOM onde foi reafirmado o compromisso da instituição com o controle da inflação”, comenta o especialista. 

A maioria dos economistas ainda apostam na Selic por volta de 7% a.a, mas não há uma tendência de fuga para a poupança, porém,  pode haver uma migração de parte dos investidores da bolsa para a renda fixa. Isto porque com a elevação da taxa Selic, a relação risco x retorno pode ser mais atrativa na renda fixa para alguns investidores, à depender do perfil.

 

Moedas de emergentes frente a vacinação

O valor de uma moeda entre tantas outras variáveis é composto pela capacidade de geração de riqueza do país. Comparado a outras moedas emergentes como do México, Colômbia e Turquia, o real foi a moeda que mais se desvalorizou durante a crise do coronavírus. Na mesma época, o dólar era cotado um pouco acima dos R$4,60 e disparou para quase R$6,00 em um curto espaço de tempo. 

“Esse movimento é natural em crises, onde o capital dos investidores migram para as moedas mais fortes, mas isso já vem se corrigindo e gradualmente o dólar vem cedendo”, explica Santos. 

O avanço da vacinação traz normalidade e desenvolvimento econômico, fortalecendo a saúde financeira das empresas, o que leva ao crescimento econômico do país e consequentemente da moeda. Há alguns entraves que impedem um avanço maior da nossa produtividade como a elevada e burocrática carga tributária, carência em infraestrutura, leis trabalhistas engessadas, risco político, entre outros.  

Vale salientar que os Estados Unidos estão passando por um momento pouco típico, momento este de elevada inflação. Provavelmente levará o FED (banco central americano) a realizar dois movimentos, o primeiro é interromper os pacotes de estímulo e o segundo é elevar os juros, já isso pode influenciar os fluxos financeiros globais e impactar na nossa taxa de câmbio.

 

Diogo Silva- assessor de investimentos na iHUB Investimentos, empresa especializada em assessoria de investimentos credenciada à XP Investimentos. Possui mais de 2,5 mil clientes, somando mais de R$1 bilhão ativos sob custódia. É formado em economia pelo Mackenzie e possui experiência em assessoria private na XP Investimentos.


MAPA aposta em big data para o RH do futuro

'O RH do futuro já faz parte do presente', ressalta a gerente técnica, Nayara Teixeira

 

Não há dúvidas, a crise causada pelo novo coronavírus transformou as relações trabalhistas e, consequentemente, o departamento de Recursos Humanos e a gestão de pessoas. “Mesmo nas dificuldades geradas pela crise, foi preciso redesenhar e criar o futuro do nosso trabalho, fazendo da disruptura uma oportunidade de elevar o nível da nossa atuação e, claro, dos nossos resultados”, explicou a psicóloga e gerente técnica da MAPA, Nayara Teixeira.

Segundo a especialista, é nítido que a necessidade de implantar novas tecnologias já eram sentidas por muitos gestores, mesmo antes da pandemia.

Exemplo disso, em 2017, ao entrevistar mais de 10 mil líderes de RH, a Deloitte descobriu que 73% já consideravam a temática “RH digital” como algo importante ou muito importante. Além disso, a pesquisa apontou que 56% das empresas estavam reformulando seus programas de RH para aproveitar as ferramentas digitais.

“Na verdade, o RH do futuro já faz parte do presente, mas com a velocidade das transformações, os diretores e líderes precisam ter em mente, de forma bem definida, o propósito da empresa, aplicando da melhor forma todos esses recursos”, pontuou.

Recentemente, em um levantamento realizado pela KPMG, com 1200 executivos de Recursos Humanos, ficou claro que quem acredita no papel estratégico do setor está mais disposto a investir em transformação digital, sendo 67% contra 48% dos demais grupos.

Como exemplo das novas metodologias, Nayara explica que, na MAPA, o uso da big data tem auxiliado no trabalho, evitando a paralisação de processos. De acordo com ela, com a utilização dessas ferramenta, durante um processo seletivo, por exemplo, a mudança acontece desde a triagem do currículo até a entrevista de contratação.

“Entre as inúmeras vantagens, conseguimos otimizar os processos de seleção, evitando que as etapas fiquem paralisadas. Com o uso de big data, é possível fazer as avaliações necessárias e manter o contato com os envolvidos no processo, atualizando todos os passos de forma online”, completou.

“Contamos, ainda, com um novo DashBoard, onde é possível visualizar resultados individuais e grupais de maneira dinâmica e automatizada, comparando o resultado de diferentes colaboradores e líderes, de acordo com aquilo que é essencial para cada vaga e perfil almejado”, exemplificou a gerente.

Por fim, Nayara explica que, independentemente do tipo de tecnologia implementada, o uso não diz respeito apenas à inclusão de uma nova ferramenta no rotina da organização, mas de uma mudança cultural por completa.

“Cada vez mais, o foco das equipes estará concentrado nas operações realizadas de maneira online, exigindo um novo olhar da gestão de pessoas. É preciso desenvolver as habilidades necessárias para oferecer o suporte adequado à execução dos serviços, atendendo as demandas exigidas no chamado RH do futuro”, finalizou.

 

Como se sair bem em uma entrevista técnica?

A entrevista técnica é uma das etapas mais importantes de um processo seletivo, onde será avaliado como o candidato aborda, reage e soluciona problemas e situações corriqueiras da empresa. Muitos encaram esta fase com nervosismo e ansiedade, prejudicando seu desempenho perante os recrutadores. Se sair bem em uma entrevista técnica pode ser determinante para a contratação, se alguns cuidados forem levados em consideração.

Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o Brasil é um dos países mais ansiosos do mundo – cerca de 33% da população sofre deste problema. Quando não administrado, esse sentimento pode impactar negativamente diversos aspectos de nossa vida, inclusive, em situações tensas como em entrevistas de emprego.

Já se tornou comum entre os candidatos encararem este momento como uma avaliação intensa, feita somente pelo recrutador, em uma dinâmica focada em perguntas e respostas. Porém, a real proposta de uma entrevista – especialmente a técnica – é completamente o oposto. Ela deve ser encarada como um bate papo entre duas pessoas, onde não somente o responsável pela seleção da companhia irá conhecer melhor o candidato, como ele também irá entender melhor o que está sendo buscado e, se possui interesse na vaga.

O entrevistador trará situações reais vividas na empresa, para descobrir de que forma os interessados iriam resolvê-las – informações que não são identificadas meramente no currículo. É o momento de mostrar tudo o que sabe, seus conhecimentos e experiências. Para que essa entrevista ocorra da melhor forma possível, é indispensável estudar a fundo a organização antes desta conversa. É inadmissível avançar com um candidato em uma entrevista, sem que ele saiba a área de atuação da empresa e o perfil exigido pela vaga em questão.

Por mais que seja uma avaliação voltada às habilidades técnicas, se engana quem acredita que as soft skills não são analisadas em conjunto. Muito mais do que ter o conhecimento necessitado, são as habilidades comportamentais que auxiliarão fortemente na resolução dos desafios da organização de forma eficiente.

Com isso, não deixe de demonstrar interesse pela vaga ofertada. Uma entrevista ativa, onde o candidato interage com o recrutador e alinha suas expectativas, pode ser muito mais marcante do que as de seus concorrentes. Inclusive, aproveite o momento para perguntar tudo o que será esperado do novo profissional. Conte todas as suas experiências, de que forma contribui para as empresas conquistarem os resultados e, mesmo que não tenha alguma experiência ou habilidade demandada, deixe claro que está disposto a aprender e evoluir.

A preparação é a chave do sucesso em uma entrevista técnica. Assim, tudo funcionará como um ciclo: mostrando seu interesse pela empresa, seu interesse por meio da interação ativa e, os caminhos percorridos durante suas conquistas profissionais. Nunca minta sobre sus habilidades, pois, eventualmente, elas serão cobradas no trabalho e podem dar-lhe uma imagem extremamente negativa no mercado. Ao invés disso, inverta a situação e evidencie sua boa vontade para crescer e aprender com a companhia. Confie em si mesmo e explore suas grandes qualidades.

 

 

Vanderlei Abrantes - cofundador da StarHire.

 

SEDA Intercâmbios

https://www.sedaintercambios.com.br/

 

Empresa de assinatura digital cresce 60% na pandemia

Assinatura digital acaba com uso de papéis; Tecnologia é totalmente segura, reduz custos e facilita a vida das pessoas e empresas

Pixabay






Tecnologia proporciona mais segurança, redução de custos e rapidez nas assinaturas em documentos

Após um ano de pandemia e inúmeras adaptações na rotina dos brasileiros, a tecnologia surgiu como uma poderosa aliada em diversas ocasiões. Seja no trabalho remoto, nas compras online, no recebimento de produtos em casa ou nas consultas virtuais, quase tudo mudou.

Para que os negócios continuem sendo realizados com total confiança jurídica e segurança de saúde aos envolvidos, uma ferramenta que já era usada por algumas empresas nos últimos anos ganhou forte destaque na vida das pessoas físicas durante a pandemia: o uso das assinaturas digitais.

“Essa funcionalidade permite assinar praticamente todos os tipos de documentos e contratos sem sair de casa. Isso facilita a vida, gera economia de tempo e dinheiro, tem ampla segurança e beneficia ainda mais nos cuidados com a saúde em tempos de isolamento e trabalho remoto”, explica a sócia-diretora da Ative Certificado Digital, Paula Renata Nogueira.

Com a assinatura digital, fica dispensado o reconhecimento de firma em cartórios, evita-se gastos com deslocamentos, estacionamentos, motoboy, impressão de papel e perda de tempo.

Mais de 500 serviços públicos, de 28 órgãos diferentes, já utilizam e aceitam as assinaturas digitais em suas atividades. Dessa forma, essas entidades economizaram R$ 345 milhões nas despesas anuais do governo e eliminaram 146 milhões de horas que o cidadão desperdiçava em deslocamentos, filas e burocracia.

“A assinatura digital só não é aceita - por enquanto - em registros de nascimento, certidão de óbito, escritura de compra e venda de imóvel e em registro de imóveis”, explica Paula.

 

Origem e crescimento do mercado 

O mercado da certificação e assinatura digital existe há 20 anos no Brasil, contabiliza 9.895.183 certificados ativos no país para empresas e pessoas físicas e exibe avanços tecnológicos que facilitam cada vez mais a vida de seus usuários.

“O segmento ainda caminha para a maturidade e consolidação, mas quem já descobriu e adota as vantagens do universo digital não quer voltar para o meio físico na formalização de contratos envolvendo papéis, carimbos, cartórios e vai e vem de documentos. Tudo isso está ficando para trás”, conta a sócia-diretora da Ative.

Em 2020 havia 5.361.933 certificados digitais no país, segundo o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, um verdadeiro ‘boom’ sobre 2019 que contabilizava 2.024.198 certificados.

Aproveitando a ocasião da pandemia – que impôs medidas de restrições e isolamento social - a Ative Certificado Digital nadou de braçada em 2020 e cresceu 60% em relação a 2019. Em 2021, a empresa emite cerca de 200 certificados por mês e pretende ampliar ainda mais os negócios.

De acordo com Paula, o governo prevê que haja 40 milhões de certificados digitais até o fim de 2022. “É uma oportunidade de ouro e estamos trabalhando arduamente para atender a enorme demanda que vem pela frente e vai melhorar a vida de todos os brasileiros”.

Em estimativa conservadora, o mercado de certificação digital movimenta receitas diretas da ordem de R$ 1 bilhão por ano, com cerca de 37 mil agentes de registros credenciados pelas autoridades competentes.

 

Departamento de Trânsito

Desde 1º de março, quem possui Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e já tenha feito cadastro de biometria do Detran também poderá realizar a emissão de certificado digital por videoconferência.

Dessa forma, pode-se assinar digitalmente documentos e validá-los com a mesma legitimidade reconhecida em cartório. A transferência de veículos também já pode ser realizada com o uso da assinatura digital.

 

Exemplos práticos

Uma das maiores empresas de alimentos do mundo, a BRF, conseguiu reduzir em 72% o tempo de formalização de contrato, de 25 para 7 dias.

A Comgás diminuiu em 65% o período de tramitação de seus contratos, com impacto de 14% na produtividade.

O círculo virtuoso da assinatura digital começa a ocorrer quando um fornecedor é convidado pelo seu cliente a assinar digitalmente os documentos. Depois de conhecer o processo, a tendência é que esse prestador de serviços comece a implementar em sua própria empresa para então repassá-la à sua rede de relacionamentos.

 

Segurança

Assinatura digital tem código único e um sistema de chaves criptografadas; qualquer tentativa de adulteração faz com que a assinatura seja rompida

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A assinatura digital envolve tecnologia sofisticada, operações matemáticas que geram código único e um sistema de chaves criptografadas.

Essas chaves possuem total eficácia para assegurar que um documento não foi alterado após ter sido assinado. Também garantem que a pessoa que o assinou é de fato quem se apresenta como autor. Ao mesmo tempo, impedem que quem assinou o documento negue ser de sua autoria. Por isso, é a opção mais segura e viável de formalização no mundo digital.

O registro de cada transação ou uma simples mudança no documento permitem o seu rastreamento e contribuem de modo decisivo com as políticas de conformidade com as normas, leis, regulamentos, políticas e diretrizes das empresas, especialmente as do setor bancário e financeiro. “Uma simples tentativa de adulteração faz com que a assinatura seja rompida”, esclarece Paula.

 

Como ter uma assinatura digital

O processo de obtenção do certificado digital é rápido e compreende quatro momentos distintos. Com a documentação necessária, a foto e biometria, em cerca de 24 horas já é possível usar a assinatura digital em quantidades ilimitadas.

O custo anual para ter uma assinatura digital na Ative é de R$ 130 para pessoa física e de R$ 190 para pessoa jurídica.

 

Acordos coletivos ajudam a estabelecer novas diretrizes nas relações de trabalho

Pandemia impulsionou diálogo e negociações entre as partes


Desde que entrou em vigor – há quase quatro anos –, a reforma trabalhista de 2017 (Lei nº 13.467/17) divide opiniões quanto à alteração que promoveu nas relações coletivas de trabalho e a seus esforços para modernizar as regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Agora, em meio ao contexto desafiador da pandemia, a reforma está novamente em pauta à medida que os acordos coletivos que vêm sendo celebrados pelos sindicatos – estes enfraquecidos – vêm alcançando nova força: em diversas situações, a legislação tem determinado que “o acordado está acima do legislado”, ainda que dentro dos parâmetros estabelecidos pela CLT.

“A reforma ampliou as possibilidades de negociação e validou o ajuste de vontade das partes da relação de trabalho: as condições que foram objeto de negociação firmada em acordo coletivo passaram a ter maior validade, muitas vezes prevalecendo sobre a convenção coletiva ou a lei", explica a advogada e especialista em Direito do Trabalho, Karolen Gualda.

A flexibilização é polêmica, mas, com ela, “o Brasil fica alinhado aos países que buscam a liberdade sindical – que alia a intervenção do Estado para a imposição dos direitos básicos do trabalhador de um lado e, de outro, viabiliza a autorregulação das condições de trabalho por meio dos entes coletivos”, observa o também advogado especialista em Direito do Trabalho e Juiz, Otavio Calvet. Para ele, “a maior flexibilidade é um instrumento para conquistas dos trabalhadores, mas, para a equação ser perfeita, há de se ter um movimento sindical forte e bem estruturado – o que, no momento, infelizmente, parece não ser a regra, principalmente após o fim da contribuição sindical compulsória”. Ainda assim, ele crê que tudo isso fortalece o sindicalismo brasileiro, “que agora precisa suportar a responsabilidade por criar acordos a partir do desejo da coletividade, expressa em assembleia e concretizada em negociação”.

A advogada Karolen Gualda concorda: “Os sindicatos sérios, realmente empenhados em defender sua categoria, ainda exercem grande poder nas negociações e conseguem garantir a manutenção dos direitos e a ampliação dos benefícios ofertados aos trabalhadores”. E completa: “Nesse momento de pandemia foi possível observar uma grande atuação dos sindicatos na negociação de inúmeros acordos onde regras trabalhistas foram flexibilizadas. O intuito, claro, era garantir-se a manutenção das vagas de emprego, e com isso, jornadas de trabalho foram flexibilizadas, verbas rescisórias puderam ser parceladas, o trabalho híbrido foi implementado, enfim, diversos temas foram levados ao debate para que, ao fim, pudessem ser implementados. Não obstante, é oportuno lembrar que a Justiça do Trabalho sempre poderá analisar o caso concreto caso alguma dessas regras flexibilizadas seja questionada judicialmente.”

De acordo com ambos os especialistas, os novos acordos coletivos comprovam a modernização promovida pela reforma trabalhista.  "Apesar das críticas pertinentes que recebeu, ela foi um avanço para a legislação trabalhista: era preciso se adaptar às novas realidades, aos novos formatos de relação de trabalho e aos novos trabalhadores”, diz Karolen Gualda.

Para Otavio Calvet, os acordos coletivos hoje em negociação refletem que, muitas vezes, a vontade da categoria é diferente da regulação criada pelo legislador. “O caminho do futuro é uma legislação mais leve, flexível e responsável, que possa alcançar a maior parte da população ativa e que esteja alinhada a uma nova ideia de Direito e Processo do Trabalho, onde cada ator social deve suportar as responsabilidades de suas escolhas”, conclui o especialista.

 


Fontes:

Otávio Calvet - advogado e especialista em Direito e Processo do Trabalho; Juiz do Trabalho no TRT/RJ; Mestre e Doutor em Direito do Trabalho pela PUC de São Paulo; Mestre em Direito Social pela Universidad Castilla La Mancha – Espanha. Professor convidado de pós-graduação: ATAME, IEPREV, IMADEC, Faculdade Baiana de Direito, IBMEC, FDV, CERS. Coordenador Pedagógico da Pós-Graduação online da Faculdade ATAME. Coordenador Pedagógico e Professor do Atameplay. Membro honorário do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB).


Karolen Gualda - advogada especializada em Direito do Trabalho na Natal & Manssur Advogados, com experiência em contencioso trabalhista. Formada pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) e pós-graduada em Direito e Processo do Trabalho pela Universidade de São José do Rio Preto (UNIRP).

 

Lei do Superendividamento: como renegociar dívidas?

Três em cada 10 brasileiros estão inadimplentes. A média de suas dívidas chega a quase R$ 4 mil, segundo dados divulgados pelo Serasa. Com a pandemia, esse cenário se agravou, devido ao aumento do desemprego, que atingiu seu patamar recorde, de acordo com o IBGE – em 14,7% até o primeiro trimestre. Diante de dados tão preocupantes, a nova Lei do Superendividamento pode ser a grande salvação dessas pessoas para que consigam se recuperar economicamente.

Temos enfrentado situações severas nos últimos anos, intensificadas pela pandemia e pelo fim do auxílio emergencial. Muitas lojas fecharam, profissionais perderam seus empregos e, na tentativa de obter créditos e aumentar prazos de pagamento, acabaram aumentando ainda mais suas dívidas em um efeito dominó. Como forma de ajudar todos os devedores de boa-fé, a Lei pretende evitar que sofram ainda mais com juros abusivos, de forma que ainda tenham a mínima renda necessária existencial para sua sobrevivência.

Dentre suas propostas, algumas se destacam como mais promissoras à essa finalidade. Como exemplo, está a mudança proposta no processo de recuperação judicial, visando acordos mais justos aos consumidores. Será possível solicitar uma revisão dos contratos com um novo plano de pagamento, com prazo estendido para cinco anos, ao invés de 24 meses, como era antes. Para isso, a lei também garantirá que o devedor consiga arcar com suas dívidas mantendo uma renda mínima, de forma que não contraia novas dívidas durante esse processo.

Ainda, para que tenham todo o suporte necessário, a lei prevê que o Banco Central e o Procon – instituições responsáveis por essa concessão – passem por um treinamento intenso, visando o aprendizado de todas as novas regras e meios de proporcionar acolhimento. A medida é uma excelente forma de fazer com que as normas sejam respeitadas e prevalecidas. Tudo, com total transparência, uma das principais mudanças que impactam diretamente os credores.

Com sua aprovação, os bancos estão proibidos de ocultar os reais riscos da contratação de um empréstimo. Todos os custos totais envolvendo juros, tarifas e encargos sobre atrasos, devem ser informados – caso contrário, tomarão medidas ilegais com permissão de reivindicação dos direitos por parte do consumidor. Uma forte rigorosidade necessária para o objetivo desejado.

Solucionar o enorme número de pessoas superendividadas só será possível por meio de uma reeducação financeira, assim como a Lei também defende. O consumo consciente deve ser estimulado, possibilitando acesso a recursos financeiros de maneira mais sustentável. Todos devem entender os prós e os contras de solicitar a concessão de crédito e, principalmente, como concluir o plano de pagamento sem adquirir novas dívidas durante o processo.

Em termos gerais, a Lei do Superendividamento pode contribuir para que os devedores consigam se recuperar financeiramente, sem novos prejuízos. Para isso, é imprescindível focar no trabalho de conscientização da população, via educação financeira. Ainda, com um maior conhecimento e preparo dos órgãos envolvidos nessa concessão, podemos futuramente, colher resultados excelentes dessa proposta.

 

Marcos Guerra - Superintendente do Comercial e Marketing na Pontaltech, empresa de tecnologia especializada em comunicação omnichannel.

https://www.pontaltech.com.br/

 

8 dicas para ensinar educação financeira por meio da mesada

Especialista orienta como os pais devem administrar esse instrumento de educação financeira


Muitos adultos ainda acreditam que dinheiro não é assunto para as crianças, que elas devem se preocupar apenas em brincar e estudar, imaginando que são os estudos que as tornarão indivíduos bem-sucedidos futuramente. Mas uma das bases para um futuro melhor passa pela educação financeira, que deve estar presente na vida de todos desde cedo. Por isso, é fundamental ensinar crianças e adolescentes não apenas a economizarem, mas também fazer com que aprendam corretamente o manejo do dinheiro em busca de uma vida melhor e sem sobressaltos.

Ao ensinar uma criança a lidar com o dinheiro, quando adulta, certamente, ela terá maiores chances de administrar melhor o salário, empreender e organizar a vida. Vai saber guardar para comprar mais tarde ou no momento certo, e também a guardar para poupar mais e mais. De acordo com o consultor pedagógico da Conquista Solução Educacional, Fernando Vargas, a mesada é um poderoso instrumento de educação financeira, pois possibilita à criança a capacidade de ordenar o orçamento, definir escolhas sobre como usar o dinheiro e desenvolver um plano de poupança, uma espécie de "bê-á-bá" das finanças. 

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha em todo o Brasil aponta que apenas 16% dos jovens entrevistados recebem dinheiro mensal dos pais. "Em primeiro lugar, é essencial entender que, em cada idade do desenvolvimento, a visão da criança com relação ao dinheiro muda. Em segundo, é preciso ter consciência de que as crianças estão expostas, desde os primeiros anos de vida, a uma cultura consumista e embasada na ideia de que o dinheiro é mais importante que a ética e os princípios morais", acrescenta Vargas.

Para ajudar os pais nessa missão tão importante que é a de construir as bases para a maturidade financeira dos filhos por meio da mesada, o educador dá algumas orientações.


Regularidade

Segundo Vargas, a mesada só faz sentido se for dada com regularidade, sempre na quantia e na data combinadas, para que a criança seja capaz de planejar os gastos, organizar e ter controle de sua poupança. "Gosto da ideia de 'semanadas' para crianças dos 3 aos 10 anos de idade pois, nessa faixa etária, a noção de tempo é mais curta. Dos 3 aos 5 anos, os pais terão a função de habituá-las a esperar para receber e gastar o dinheiro. Deve ser fixado um dia específico e manter a disciplina de respeitar esse prazo para ensinar a criança a lidar com a ansiedade." A partir dos 11 anos é possível introduzir a mesada. Nessa fase, a noção de tempo já é maior. 


Montante

Para o especialista, não existe valor certo nem definido para uma mesada. O montante ideal é aquele que vai ao encontro do orçamento e da realidade de cada família, sem excessos e variações, para que possa atingir os objetivos da educação financeira. "Sugiro o seguinte cálculo: R$ 1,00 por idade, semanalmente. Por exemplo, cinco anos = R$ 5,00 por semana. E quando passar a ser mensal, multiplicar o valor semanal por 4", aconselha. Com o tempo, e a partir do cenário econômico e familiar de cada um, esse valor pode ser revisto e acordado entre pais e filhos.


Evitar barganhas e castigos

Vargas destaca que é importante nunca usar a mesada como forma de ameaça ou castigo: “Se você não melhorar suas notas eu corto sua mesada” ou “Só lhe darei a mesada se você me ajudar a arrumar a casa”. O objetivo da mesada é ensinar educação financeira para a criança e jovem, deixando que vivam as primeiras escolhas em relação ao dinheiro, não uma troca ou instrumento para chantagem e barganhas. Eles não podem aprender que o dinheiro depende desses subterfúgios.


Dar sentido e significado à prática

Outro ponto fundamental é sempre justificar o motivo da mesada (ou semanada) no dia do pagamento: “Essa mesada é para que você aprenda a lidar com seu dinheiro desde já”. Ao destacar isso todas as vezes, os pais deixam claro que não estão dando aquele valor simplesmente por dar e sim, com o objetivo de aprendizado, delegando assim responsabilidade no uso do dinheiro.


Manter ao alcance dos olhos

A criança deve colocar o dinheiro guardado em um pote de vidro transparente e com tampa para que ela possa ver o dinheiro aumentando gradativamente, descobrindo, dessa forma, o prazer de poupar e que quem poupa sempre tem. O cofrinho fechado, segundo o especialista, não é uma boa opção, pois impede a criança de avaliar a sua poupança e a quantidade guardada. 


Registrar os gastos

Dos 6 aos 10 anos, os pais devem estimular a criança a registrar, todos os dias, seus gastos em um caderno, no computador ou até mesmo utilizar algum aplicativo para esse fim. O registro possibilitará à criança dar concretude ao vai-e-vem financeiro. A maioria das pessoas não descobre o motivo de suas dificuldades financeiras porque não registra e não utiliza os dados a seu favor. 


Ensinar a poupar e também a gastar

Quando já são um pouco maiores, também é importante que os adultos fiquem atentos em relação à total ausência de gastos, pois, se a criança não usa e não gasta em nada, a educação financeira também se dará de forma incompleta e sem equilíbrio. "Se os adultos pagam tudo para a criança e não são estabelecidos objetivos, a criança terá dificuldades em saber aplicar e usar bem o dinheiro a seu favor no futuro, além de desfrutar a vida em plenitude emocional", alerta Vargas.


Permitir os tropeços

Um dos benefícios da mesada é propiciar à criança que ela experimente o susto e angústia de falir. Tendo aprendido as consequências do uso precipitado ou displicente do pouco dinheiro que possui, os filhos aprenderão a evitar, no futuro, tropeços mais graves, com quantias significativamente maiores. "Um dos pontos mais importantes nesse processo de aprendizagem é a falência. Se os pais adotam o sistema de mesada, estão dando chance aos filhos de, ocasionalmente, perderem tudo e aprenderem de maneira prática, antecipada e significativa. E se há uma fase boa na vida para ir à falência é na infância. Diante dessa situação, a criança passará a ter mais controle e disciplina com seus gastos para não deixar acontecer novamente, ou seja, é um aprendizado para toda vida", explica.

"O principal objetivo de educar os filhos em relação ao dinheiro é levá-los a atingir a maturidade financeira, isto é, a capacidade de adiar desejos de agora em função de futuros benefícios. A educação financeira para crianças e jovens deve ser um projeto permanente, não existe idade certa para começar, mas é desejável que seja iniciada o quanto antes. A mesada, desde que bem administrada entre pais e filhos, pode ser um poderoso aliado nesse processo de aprendizagem", conclui o educador.

 


Conquista Solução Educacional


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