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segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia compartilha dicas para a prática segura do skate

O skate foi sucesso nas Olímpiadas e promete continuar em alta com a animação e a curiosidade dos brasileiros pelo esporte

 

O mundo inteiro assistiu o sucesso da estreia do skate nos Jogos Olímpicos 2020, e com as medalhas de prata da fadinha do skate, Rayssa Leal, de apenas 13 anos; Kelvin Hoefler e Pedro Barros, o entusiasmo pelo esporte cresceu no Brasil. 

O sucesso foi tanto que o Google Trends registrou um aumento de quase 100% na procura da palavra “skate” nas pesquisas da web entre os dias 25 e 26 de julho.

Com o sucesso brasileiro nos Jogos Olímpicos, a motivação pela prática de esporte tende a crescer por aqui. Desta forma, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT faz algumas recomendações para quem quer se aventurar neste esporte.  Segundo Jean Klay Santos Machado, presidente da Comissão de Campanhas Públicas e Responsabilidade Social da SBOT e atuante em trauma ortopédico, é fundamental, antes de tudo, comprar um skate que seja regulamentado e que sejam realizadas revisões periódicas para assegurar o adequado funcionamento do equipamento.

“É preciso ressaltar a importância do uso de equipamentos de segurança, além de um tênis próprio para a prática do esporte que proporcione maior estabilidade para o tornozelo. Também é importante o uso de joelheira, cotoveleira e capacete”, afirma Jean Klay. 

 

Recomendações para praticar o esporte com segurança: 

       Escolha o modelo ideal de skate para você, em termos corretos, a escolha do formato do equipamento;


       Use sempre equipamentos de segurança como joelheira, cotoveleira e capacete;


       Comece em lugares tranquilos e realizando manobras mais fáceis, aprendendo aos poucos;


       Atente-se à sua postura, com os joelhos levemente flexionados, para facilitar o equilíbrio.

 

A prática do esporte

A prática do skate tem mais de 50 anos e tornou-se popular devido ao aprimoramento tecnológico das pranchas e do aparecimento de parques específicos para a sua prática, com rampas e pistas desafiadoras confeccionadas de cimento.  “Só para dar uma ideia da evolução deste esporte, no final dos anos 1970, havia cerca de 20 milhões de jovens skatistas nos Estados Unidos e 2 milhões no Reino Unido. No entanto, paralelo a essa primeira onda de disseminação, houve aumento das lesões entre os praticantes, o que levou ao subsequente declínio da difusão do esporte no início dos anos 80”, acentua William Dias Balangero, presidente do Comitê de Trauma Ortopédico da SBOT.

A frequência de lesões associadas ao skate chegou a ser de 66.000 por ano em uma população de até 15 milhões de praticantes nos EUA.  Fraturas das extremidades superiores e inferiores são as mais frequentes atingindo entre 22 e 74% dos casos. “Mais da metade dos ferimentos, que envolvem abrasões, contusões e de fraturas, acometem o cotovelo, o punho e o antebraço. Essas lesões ocorrem quando o skatista usa o membro superior para proteger a cabeça durante as quedas”, compartilha Balangero.

Para evitar lesões sérias, ainda mais para um público iniciante, o ortopedista Jean Klay, alerta sobre a importância de um acompanhamento adequado por profissionais capacitados no treinamento desta modalidade esportiva. “As lesões mais comuns são as entorses que podem ser acompanhados das lesões ligamentares, principalmente de tornozelo e joelho. Já as fraturas são mais comuns no punho e no cotovelo, devido as quedas. Em caso de lesões, não deixe de procurar um ortopedista membro titular da SBOT”, finaliza Klay.  

Agosto Dourado: entenda a importância da boa saúde da mãe para a primeira alimentação do bebê

Segundo pesquisador, aleitamento pode ser alternativa para a suplementação direta de vitamina D em recém-nascidos que amamentam

 

Agosto Dourado é um mês dedicado à conscientização da população sobre a importância do aleitamento materno para a saúde da mãe e, principalmente, do bebê. Esse ato de amor ultrapassa os benefícios do contato mãe e filho e influencia diretamente na saúde do pequeno, fortalecendo a imunidade, combatendo a anemia e reduzindo as taxas de mortalidade infantil. Mas, para que a amamentação ocorra de forma saudável, o médico pediatra Carlos Alberto Nogueira-de-Almeida, Professor Adjunto do Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Carlos, selecionou perguntas comuns de consultório para que você entenda mais sobre esse tema que ainda gera muitos questionamentos. Confira:

Mamãe saudável produz mais leite?

Não, ela produz leite de melhor qualidade. Produzir mais leite não é algo bom, o ideal é que produza a quantidade certa. E qual seria esta quantidade? Depende do bebê, do modo como ele interage e mostra a necessidade dele para a mãe. Tanto que mães de gêmeos ou trigêmeos produzem a quantidade certa para eles. A resposta é a interação bebê e mãe, por exemplo, a maneira como ele suga o seio, o número de vezes que procura a mama, esse comportamento irá definir a quantidade certa.

 

A mãe que amamenta retorna ao peso mais rapidamente?

Verdade, um maior peso é necessário na gestação para mantê-la. Após o parto, a mulher guarda um pouco de gordura como reserva, uma preparação para o período de aleitamento. Assim, toda mãe que tenha tido uma gravidez normal e saudável, após o bebê nascer, ainda tem um pouco de gordura. Deste modo, quando amamenta, tende a usar essa gordura e, assim, volta naturalmente ao peso de antes da gravidez.

 

Bebê em aleitamento materno exclusivo precisa suplementar vitamina D?

Isso é muito variável e há dois tipos de conduta: a individual, que o pediatra frente a um paciente específico vai decidir de acordo com o estado nutricional de vitamina D da mãe e de uma série de outros aspectos. Se formos seguir indicações em nível populacional, a recomendação atual da Sociedade Brasileira de Pediatria é para que sim, todos os bebês recebam suplementação de vitamina D, o que chamamos de suplementação universal. E isso deve ocorrer até os dois anos de idade.

 

Deve-se evitar o consumo de álcool e café durante a amamentação?

Recomendamos que a alimentação durante a lactação deva ser normal, mas saudável. Nenhuma pessoa deve consumir muito álcool todos os dias, inclusive uma lactante. Lógico que no período de lactação recomendamos que a mãe não abuse de algumas substâncias, especialmente tabaco, álcool e drogas. Se for consumir álcool, que seja muito pouco, uma dose de vinho, de vez em quando, não fará mal. Assim como café, e ela tomava muito café antes, não deve mais fazer isso. Agora, se for consumido de forma saudável, não há problema. A menos que a mãe perceba que o bebê tem mais cólica e fica irritado quando ela toma café. Nestes casos, deve suspender. Mas é uma situação particular.

 

Quais benefícios o aleitamento materno pode trazer para a mulher que amamenta?

Esta é uma ótima pergunta, pois sempre falam apenas do bebê. Benefícios para a mãe: a já citada tendência de perder peso rapidamente. A amamentação reduz a incidência de algumas doenças, como câncer de mama e de colo de útero e diabetes. A mulher, quando amamenta libera alguns hormônios que dão uma sensação de bem-estar e colaboram para que ela tenha um bom estado mental durante este período difícil que é a amamentação. Além disso, cria vínculos com o bebê. Há vários outros, mas estes considero os mais importantes.

 

Quais os benefícios da amamentação para o bebê?

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), da Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Nutrologia, a criança deve ser amamentada exclusivamente até o sexto mês de vida. E esta amamentação pode ser continuada até dois anos ou mais. Então, até os seis meses, a criança deve receber exclusivamente leite materno. A partir do sexto mês, a amamentação não precisa mais ser exclusiva, e se inicia a alimentação complementar. Depois, a criança entra na dieta da família, mas se tiver, por exemplo, um ano e meio, pode continuar a mamar.

 

Crianças que mamam por mais tempo são mais saudáveis?

Sim, a criança amamentada por mais tempo é mais saudável, tem maior coeficiente de inteligência, menos riscos de obesidade e de doenças crônicas não transmissíveis, falando especialmente sobre o primeiro semestre de vida. O bebê que mama apenas por um mês, tem mais risco de obesidade. O que mama seis meses, tem uma chance maior de ser mais inteligente que um que mamou até os dois meses. Dentro do primeiro semestre, quanto mais tempo a criança for alimentada de forma exclusiva, melhor para ela do ponto de vista de saúde e alimentação. Não sabemos, porém, se uma criança que é amamentada até dois, três anos, terá uma maior saudabilidade. Mas falando do primeiro semestre.


Olho seco pode afetar 6 em cada 10 pacientes com glaucoma

A doença da superfície ocular em pacientes com glaucoma é muito comum e pode afetar de 40 a 59% dessa população
 


O olho seco, cujo nome médico é ceratoconjuntivite seca, é uma doença que afeta de 8 a 30% da população em geral, acima dos 40 anos. Contudo, a prevalência em quem tem glaucoma pode chegar a quase 60%.
 
Estudos ao longo dos anos apontaram uma forte relação do olho seco com o glaucoma. A razão é que os medicamentos usados para controlar a pressão intraocular (PIO), principal fator de risco para o glaucoma, podem afetar a saúde do filme lacrimal, resultando no olho seco.
 
Segundo a oftalmologista Dra. Maria Beatriz Guerios, especialista em glaucoma, trata-se de uma condição muito delicada.

“O uso de colírios para o tratamento do glaucoma é uma estratégia importantíssima para o controle da pressão intraocular. Entretanto, com o tempo, há efeitos adversos desses fármacos que causam um desequilíbrio no filme lacrimal”.
 
“O motivo é que os colírios possuem conservantes e excipientes que alteram as estruturas celulares. Com isso, surgem anormalidades no filme lacrimal levando aos sintomas do olho seco”.
 
“Além disso, estudos já demonstraram que essas alterações causam uma inflamação crônica na superfície ocular, bem como reduzem a adesão do paciente à terapia. Por último, ambas as doenças diminuem a qualidade de vida de forma significativa”, comenta Dra. Maria Beatriz.


 
Sinais e sintomas
 
Os principais sintomas do olho seco são dor, ardência, irritação, coceira, vermelhidão e sensação de corpo estranho nos olhos. Estudos mostraram que nos pacientes com glaucoma, o olho seco também causa diminuição da acuidade visual.
 
Os pacientes relatam dificuldades para realizar atividades da vida diária, como ler, dirigir, assistir televisão e usar os dispositivos eletrônicos, como celulares e computadores.

"Outra consequência do olho seco em conjunto com o glaucoma, é que a redução das lágrimas resulta em concentrações mais altas dos colírios na superfície ocular. Por fim, a aplicação desses medicamentos pode ser mais desconfortável na presença dos sintomas de secura ocular", comenta a médica. 



 Tratamento

A especialista ressalta que o principal objetivo do tratamento do olho seco nos pacientes com glaucoma é minimizar a resposta inflamatória, optando por medicamentos que poupem a superfície ocular, com formulações sem conservantes.

“Outra estratégia importante é unir o tratamento das duas condições logo no início do diagnóstico do glaucoma. É preciso reconhecer e tratar, precocemente, os sintomas da ceratoconjuntivite para reduzir os efeitos desses medicamentos na superfície ocular". 
 
Atualmente, há evidências de que é possível optar por terapias alternativas aos colírios. Hoje, os procedimentos minimamente invasivos, como os stents intraoculares e a trabeculotomia a laser, podem ser opções para controlar a pressão intraocular em alguns pacientes.

"Mas, essa estratégia depende de vários fatores, como o tipo de glaucoma. Ou seja, o tratamento precisa ser individualizado”, reforça Dra. Maria Beatriz.
 
Por último, quando não há indicação para procedimentos cirúrgicos, alguns pacientes com olho seco podem se beneficiar da terapia de luz intensa pulsada.
 
“Esse tratamento reduz a inflamação da superfície ocular, bem como ajuda a desobstruir as glândulas que produzem as substâncias que compõem o filme lacrimal. A grande vantagem da luz pulsada é a remissão dos sintomas a longo prazo. Sem dúvidas, isso contribui para o tratamento do glaucoma e melhora da qualidade de vida”, finaliza a oftalmologista. 


 

Dieta rica em vitamina D, proteínas e minerais fortalece o processo de recuperação pós-Covid-19

De acordo com o cardiologista e nutrólogo Dr. Daniel Magnoni aumentar a oferta de nutrientes, atuar precocemente e estimular uma visão multidisciplinar será o grande legado da pandemia para a área nutricional

 

A doença passa, mas as sequelas ficam por um tempo. Fôlego limitado, cansaço que vai e vem ao mínimo esforço, eventuais dores de cabeça, memória teimando em esquecer informações simples são alguns problemas relatados por pacientes que enfrentaram a Covid-19. Em tempos de pandemia, um ponto importante a ser observado é a nutrição pós-covid das pessoas infectadas que se trataram em casa (sintomas leves) ou tiveram alta hospitalar (casos mais graves). Para esses casos, a utilização de nutrientes como proteínas, vitaminas e minerais é essencial. Além da nutrição, outros fatores como a prática de atividade física, noites de sono com qualidade e até mesmo a saúde intestinal, exercem papel fundamental sobre a imunidade, modulando positivamente a defesa contra infecções.

"Para uma boa recuperação pós-covid é importante focar em alimentos que contenham nutrientes atuantes no nosso metabolismo, sem excesso de açúcar ou gorduras, principalmente a saturada de origem animal. Um dos nutrientes fundamentais é a vitamina D, que participa de diversos mecanismos metabólicos relacionados à melhora da imunidade e processos de defesa contra infecções, além da formação dos glóbulos brancos, primeira linha de defesa da imunidade", explica o cardiologista e nutrólogo Dr. Daniel Magnoni, chefe de nutrologia do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo.

A National Academy of Medicine recomenda a dose diária de 4.000 UIs de vitamina D. Quadros de deficiência deste e outros nutrientes como proteína e minerais podem prejudicar a resposta imune interferindo negativamente em aspectos como na diminuição da capacidade de englobar e inativar os agressores do organismo. Por isso, assim como qualquer outro nutriente, esses "protetores da imunidade" devem ser ingeridos nas quantidades corretas, principalmente no período de recuperação.

"Aumentar a oferta de proteínas, minerais como zinco e da vitamina D, em pacientes graves, atuar precocemente e estimular uma visão multidisciplinar será o grande legado da pandemia para a área nutricional. A indicação de suplementos especiais para promover a formação de massa magra (músculos), também é um ponto a ser considerado. No caso da vitamina D, para tratamento e suplementação, é possível encontrar no mercado em gotas, comprimidos, cápsulas e também na nova geração de suplementos em gomas, mais práticas, pois não precisam de água por serem mastigáveis, e que suprem as necessidades diárias recomendadas", ressalta Dr. Magnoni.

 


Referências:

-Nutritional solutions to optimize immunity. The fast-evolving science-based benefits of vitamin D; DSM

-Vitamina D: Relação com a imunidade e prevalência de doenças; Bárbara Bernadete de Oliveira Brito, Roberta Xavier Soares, Taynara Abreu Alexandre, Milena Nunes Alves de Sousa e Umberto Marinho de Lima Júnior

-Nutrição e imunidade no homem; Sandra Gredel


Entenda a dermatite de contato

Pandemia ajudou a aumentar casos da doença. Entenda o por quê


Começa com uma coceirinha incômoda. De repente, a região está avermelhada, inchada e, às vezes, descamando. Trata-se da dermatite de contato, um problema bastante comum e que se tornou ainda mais frequente durante os meses de pandemia.

Dra. Brianna Nicoletti é alergista e imunologista pela USP e conta que há dois tipos de dermatite de contato: a irritativa (80% dos casos) e a alérgica (20% das ocorrências). "A dermatite de contato ocorre quando há o contato com alguma substância que desencadeia a lesão na pele", diz, "nas mulheres, a mais frequente é a alérgica, devido ao uso de bijuterias feitas com sulfato de níquel e cloreto de cobalto. Entre os homens, as causas mais comuns de alergia são o níquel, presente na lâmina de barbear, e a borracha (chinelo, por exemplo)".

A médica lembra que nosso sistema imunológico está em constante mudança e, por isso, ao longo do tempo podemos desenvolver sensibilidade e intolerância a produtos que antes não causavam qualquer reação.

Produtos de higiene pessoal, como sabonetes, shampoos, cremes, tintura de cabelo, maquiagem e esmaltes podem causar dermatite de contato. No caso da irritativa, detergentes, álcool gel e produtos de limpeza podem ser os vilões.

Os sintomas da dermatite de contato podem surgir depois de horas ou até dias após a exposição ao agente causador da doença. Dentre eles há vermelhidão, prurido, bolhinhas, sensação de pele grosseira - e podem surgir no local de contato direto ou outro, como no rosto no caso da alergia ao esmalte.

Durante a pandemia, a dermatite de contato tem se mostrado mais frequente por conta do uso prolongado de máscaras faciais. "O acessório pode provocar vários problemas de pele, como dermatite de contato irritativa ou alérgica, urticária de contato ou piorar dermatoses pré-existentes, como a rosácea. No entanto, nada disso é desculpa para não usar a máscara fora de casa", destaca Dra. Brianna, que indica máscaras de poliéster ou celulose como opções com menos chances de causar irritações.

"E se surgir algum sintoma, o médico deve ser consultado para poder identificar a dermatite e prescrever o melhor tratamento antes que ela se torne crônica."

 

Dra. Brianna Nicoletti • Médica graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2003) • Residência médica em Medicina Interna pela Universidade Estadual de Campinas (2006) • Residência médica em Alergia e Imunologia Clínica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2009) • Associada à Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia • Médica Especialista em Alergia e Imunologia do Corpo Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein (desde 2013) • Integrante da equipe de Qualidade da UnitedHealth Group (desde 2011)


Confira alguns cuidados a serem adotados com a saúde ocular do bebê

Baixa umidade do ar é característica do Inverno. Partículas de poluentes e secura podem gerar problemas nos olhos de adultos e crianças


A baixa umidade do ar tem castigado quem vive em grandes centros urbanos. Na capital paulista, até a Defesa Civil tem enviado mensagens de SMS à população, alertando sobre os riscos do tempo seco.

Se tem uma população que merece atenção redobrada é a de bebês. "O tempo seco pode piorar o lacrimejamento, afinal é um reflexo: o olho avisa o cérebro de que está seco e o cérebro manda a glândula lacrimal funcionar mais", explica o Dr. Hallim Feres Neto, oftalmologista do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

Para tentar amenizar a situação, o médico recomenda usar um aparelho umidificador no quarto do bebê.

Os colírios lubrificantes e de lágrimas artificiais, comumente usados por adultos, não é indicado para as crianças. "Nem todos são indicados para uso pediátrico e isso tem de ser levado em consideração. O ideal é conversar com o médico de confiança e, sempre que possível, preferir aqueles que não têm conservantes na formulação", ensina.

 

E a obstrução lacrimal?

Dr. Hallim conta que muitos bebês ficam com os olhos molhadinhos e com secreção amarela, às vezes desde o nascimento, causando bastante preocupação em pais e cuidadores. "Essa é uma condição muito comum, chamada de obstrução congênita do canal lacrimal e afeta cerca de 6% dos bebês", diz.

A condição é mais evidente a partir da segunda semana de vida do bebê e é uma má formação ou atraso no desenvolvimento do canal lacrimal, que drena a lágrima dos olhos. Apesar de tudo, é uma condição benigna.

"Esses bebês costumam ter uma secreção amarelinha perto do ponto lacrimal e os pais costumam achar que é conjuntivite. Na verdade, é apenas acúmulo de impurezas e precisa ser limpo para não gerar uma conjuntivite", orienta o médico.

Para ajudar a desenvolver as vias lacrimais, pais e cuidadores podem realizar uma massagem especial, chamada massagem de Crigler. "Quando não resolve, podemos fazer um procedimento de sondagem das vias lacrimais, que é feito sob anestesia aos 12 meses de vida", conclui.

 


Dr. Hallim Feres Neto @drhallim • Oftalmologia Geral • Cirurgia Refrativa • Ceratocone • Catarata• Pterígio • Membro do CBO - Conselho Brasileiro de Oftalmologia • Membro da ABCCR - Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa • Membro da ISRS - International Society of Refractive Surgery • Membro da AAO - American Academy of Ophthalmology


Você sabia que andar e se exercitar descalço pode trazer benefícios à saúde?

Estudo recente comparou corredores descalços e calçados durante um ano e observou que o número de lesões foi significativamente maior nos que usavam tênis

 

Pouco se discute sobre a saúde dos nossos pés e os mitos circulam com frequência. Entre eles, muitas questões sobre ficar ou não descalço. Será que o ato de andar/se exercitar sem calçado faz bem ou mal à nossa saúde? O médico ortopedista, e especialista em cirurgia de pé e tornozelo, Dr. Henrique Mansur, tira essa e outras dúvidas sobre o assunto.

De acordo com o especialista, as vantagens em andar descalço começam logo na infância. "Nas crianças, andar sem calçados auxilia no desenvolvimento da musculatura e dos ossos do pé, além de participar de forma fundamental na percepção corporal do espaço", explica. Ele continua: "andar descalço restabelece nosso padrão natural de caminhar, melhora o controle da posição do pé ao apoiá-lo no chão, o equilíbrio, a propriocepção e a consciência corporal".

"Andar descalço também exige mais estabilidade, promovendo uma melhor biomecânica do pé e, consequentemente, dos quadris, do joelho e do CORE. Ainda, mantém os movimentos naturais das articulações do pé e tornozelo, bem como estimula o fortalecimento muscular não só dos pés, mas também das pernas, coxas e músculos da região lombar, e a estabilidade ligamentar. Estar sem calçados também alivia a dor causada por uso de sapatos inadequados, que podem desenvolver joanetes, deformidades nos dedos ou outras lesões nos pés", destaca.



Atividade física

Um estudo recente, publicado no periódico British Journal of Sports Medicine e feito por pesquisadores de Harvard, comparou corredores descalços e calçados durante um ano e observou que aqueles que corriam calçados tiveram um número significativamente maior de lesões. "Outra vantagem para corredores descalços é a diminuição do impacto no calcanhar ("heel strike"), aumentando a carga no médio e antepé, possibilitando os treinos em superfícies mais duras, com menor desconforto na aterrissagem", afirma.

Pensando nisso, o ortopedista listou cinco dicas de como iniciar os exercícios descalços:

- Comece devagar, com aumento progressivo do tempo e da carga;

- Repouse se sentir dores ou desconforto nos pés;

- Inicie em superfícies regulares, planas, seguras e em ambientes cobertos;

- Considere o uso prévio de calçados conhecidos como minimalistas;

- Realize exercícios de equilíbrio descalço, como Yoga e Pilates.


Não confunda conjuntivite alérgica com a Síndrome do Olho Seco

Sintomas das doenças são similares e causam uma alteração na qualidade e na quantidade da lágrima1

 

Com o frio do inverno, não é difícil que o olho comece a coçar, arder ou provocar uma sensação de incomodo a cada piscada. Apesar de ter uma grande incidência nesse período, os sintomas também podem se manifestar em outras estações do ano.

A mudança no clima pode favorecer o ressecamento dos olhos e causar uma alteração na qualidade e na quantidade da lágrima. A Síndrome do olho seco é uma anomalia na produção das lágrimas e pode causar sintomas, como sensação de estar com areia ou corpo estranho nos olhos, ardência, coceira, peso nas pálpebras, olhos vermelhos, visão embaçada e sensibilidade à luz aumentada.

A Sociedade Brasileira de Oftalmologia ressalta que uma das principais causas da Síndrome do Olho Seco é o uso constante de telas eletrônicas que desencadeia a liberação de uma substância chamada dopamina e que gera vícios. Manter a atenção nos computadores, celulares e TVs, faz com que as pessoas pisquem menos e, consequentemente, os olhos ficam menos lubrificados, desencadeando um desequilíbrio na produção de lágrima2.

 

Segundo a Instituição, as telas de computadores diminuem o reflexo do piscar e, com isso, diminuem a produção de lágrimas em quantidade suficiente ou qualidade necessária para manter os olhos lubrificados, e a mudança no clima pode contribuir para causar ainda mais o problema.

Este tipo de problema ocular pode ser confundido com outros distúrbios como alergias oculares1. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que até 2050 metade da população tenha algum tipo de alergia. Segundo a entidade, algumas doenças oculares chegam a triplicar nesta época do ano, e podem estar relacionadas ao aumento das doenças respiratórias como gripe, resfriado, asma, rinite e sinusite.

A conjuntivite alérgica é uma inflamação da conjuntiva causada por uma reação alérgica e geralmente ocorre quando os olhos entram em contato com uma substância que causa a reação exagerada do sistema imunológico no corpo.

Coceira, sensação de areia e corpo estranho nos olhos, vermelhidão, ardência e secreção são os principais sintomas e que são similares aos da síndrome do olho seco. Em qualquer situação, o ideal é procurar um especialista para um diagnóstico mais preciso3.

Além de manter os cuidados com a higiene ocular, usar colírios lubrificantes recomendados por um especialista são comportamentos essenciais para aliviar os sintomas e manter a saúde dos olhos.

Existem colírios, como o Liris que podem aliviar os sintomas e reduzir o desconforto, principalmente o ressecamento, uma vez que tem uma composição similar às das lágrimas naturais. O colírio Liris é um medicamento da divisão de OTC da Genomma Lab, composto por carmelose sódica, indicada para a melhora da irritação, ardor e secura dos olhos. Com tripla ação: lubrifica, hidrata e protege. O produto também é recomendado como lubrificante durante o uso de lentes de contato para aliviar o ressecamento e desconforto.

 


Genomma Lab Internacional

 

 

Referências: 

1 - https://imo.com.br/olhos-secos-e-conjuntivites-alergicas-aumentam-no-inverno/ 

http://www.oftalmed.com.br/noticias/clicada/slug/olho-seco,-conjuntivite-e-alergias-oculares:-os-perigos-da-estiagem  

2 - https://www.spdm.org.br/saude/noticias/item/2583-uso-de-celulares-e-tablets-pode-afetar-nossa-visao 

http://portaldaoftalmologia.com.br/noticias/3395-como-a-quarentena-pode-afetar-a-vis%C3%A3o-de-crian%C3%A7as-e-adultos

3 - https://www.scielo.br/j/rbof/a/6Nm76RrDWGKqd4fsM7rLggx/?lang=pt 

https://bvsms.saude.gov.br/conjutivite/


A relação entre a dispareunia e a infertilidade

Médico ginecologista da Clínica Origen de Medicina Reprodutiva, dr. Marcos Sampaio ressalta que a dor durante o ato sexual precisa ser investigada, já que pode ser um indício de infertilidade

 

Embora muitas mulheres acreditem que sentir um pouco de dor durante a relação sexual é normal, esse sintoma, chamado de dispareunia, pode ser um indício de infertilidade feminina. De acordo com o ginecologista da Clínica Origen de Medicina Reprodutiva, dr. Marcos Sampaio, quando a dor ou desconforto é recorrente, e não um evento isolado na vida da mulher, acaba afetando a sua qualidade de vida. “Nesses casos, é fundamental procurar ajuda profissional para investigar o motivo da dor. Além de afetar a qualidade de vida, a dispareunia pode — direta ou indiretamente — dificultar a gravidez”, explicou.

 

O que é dispareunia?

Antes de mais nada é preciso explicar o conceito de dispareunia, que é definida como uma dor genital que ocorre durante a relação sexual. Ela pode afetar ambos os sexos, sendo mais comum entre as mulheres.

De acordo com Sampaio, ela é dividida em 2 grupos: a dispareunia superficial e a profunda. “Na primeira, a dor está localizada na abertura da vagina e é sentida com a penetração. Enquanto a dor na dispareunia profunda é sentida dentro da pelve, com o movimento peniano”, pontua.

Ainda segundo o médico, na dispareunia os músculos pélvicos ficam tensos, o que aumenta a dor. “O transtorno pode ser provocado por uma lubrificação inadequada ou por doenças e condições que afetam os órgãos genitais”, completa Sampaio.

 

As causas da dispareunia 

A dispareunia pode ser causada por fatores físicos ou emocionais. Entre as principais causas da dispareunia por fatores físicos, estão: Endometriose; Infecções sexualmente transmissíveis (como a clamídia e a gonorreia); Doença inflamatória pélvica (DIP); Vaginismo; Cistos ovarianos; Herpes genital; Malformações uterinas; Pós-parto; Ressecamento vaginal (mais comum em mulheres na menopausa). Segundo Sampaio, alguns desses fatores podem levar à infertilidade, como a endometriose e a DIP. “Elas provocam um processo inflamatório na pelve, causando a dor”. 

A dispareunia pode estar relacionada, ainda, a fatores emocionais, como baixa autoestima, estresse, depressão, ansiedade, sexualidade reprimida, abuso sexual, entre outros. “Nesses casos, o tratamento multidisciplinar com um terapeuta sexual é importante para o bem-estar da paciente”, pontua o especialista. 

Ele ressalta que esse sintoma não é comum, podendo estar relacionado a alguma doença. Por isso, ignorá-la ou tentar se “acostumar” com a dispareunia tende a agravar o caso e aumentar o risco de danos à saúde e fertilidade da mulher. 

Para o diagnóstico, o médico avalia os sintomas relatados pela paciente e realiza um exame físico no consultório analisando a área genital. “Com essas informações, é possível descobrir a intensidade da dor (que pode ser leve, moderada ou aguda) e onde ela está focada (na vulva, no momento da penetração, no fundo da vagina ou após a relação sexual)”, diz. Exames complementares também podem ser solicitados, de acordo com as necessidades de cada caso, como a biópsia, a ultrassonografia pélvica e o exame de Papanicolaou.

 

A relação entre a dispareunia e a infertilidade 

Diversas causas de infertilidade feminina têm a dispareunia como um dos seus principais sintomas, como a endometriose, as ISTs e a DIP. “Elas têm tratamento, porém, ele pode não ser suficiente para recuperar a fertilidade da mulher. Nesses casos, a reprodução assistida é indicada”, ressalta Sampaio. 

As três principais técnicas são a relação sexual programa (RSP), a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV). “Esta última possui a maior taxa de sucesso. A escolha da mais adequada é feita de forma individualizada, após uma avaliação da saúde reprodutiva do casal”, finaliza Marcos.


10 coisas que sua filha talvez não saiba sobre a primeira menstruação

Mariana Betioli, obstetriz e fundadora da Inciclo, ensina como lidar com esse momento tão marcante da adolescência

 

A primeira menstruação ainda é um acontecimento que pode deixar muitas filhas e mães ansiosas. Por isso, precisa ser mais discutido – e com cada vez mais honestidade. Mariana Betioli, obstetriz e criadora da Inciclo, lista 10 fatos sobre essa fase que podem ser úteis tanto para a mãe quanto para a filha que está prestes a vivenciar este período de novas descobertas sobre o próprio corpo.

 

A menstruação acompanha outros sinais da puberdade

A menarca, ou seja, a primeira menstruação, geralmente ocorre entre os 10 e 14 anos de idade. “A primeira menstruação vem um pouco depois de alguns outros sinais de puberdade percebidos no corpo da menina, como desenvolvimento das mamas, surgimento dos pelos e a presença de secreção vaginal”, explica.

 

Secreções são super normais

Aliás, essa secreção é bem comum e normal. “A vagina é um local úmido que produz secreção. É fisiológico e saudável. Ela pode mudar de aspecto em algumas situações, como por exemplo durante as diversas fases do ciclo menstrual. Mas é necessário prestar atenção na cor da secreção e alguns outros sintomas para poder identificar quando algo não vai bem”, aponta Mariana.

 

No começo, os ciclos são irregulares

Ser pega de surpresa por uma menstruação atrasada ou antes da hora também é comum. “Na adolescência, os ciclos menstruais costumam ser irregulares. Isso por conta da imaturidade do organismo, que, em geral, pode levar dois anos para se regularizar.”

 

Existem opções além dos absorventes

Um dos produtinhos mais famosos para conter o sangue menstrual são os absorventes externos. Feitos de algodão e plástico, são colados na calcinha para absorver a menstruação por algumas horas. Mas, nos últimos anos, o mercado de higiene menstrual trouxe novas opções, que são mais funcionais, ecológicas, econômicas e até mesmo mais indicadas para a saúde íntima das adolescentes, como o coletor menstrual, absorventes reutilizáveis e as calcinhas absorventes.

 

Calcinhas menstruais são confortáveis e práticas

Se a menina sente que não se adapta bem ao absorvente, que pode mesmo causar certa irritação na pele, as calcinhas menstruais são bastante confortáveis. “É uma alternativa que vem se destacando por sua praticidade. Ao mesmo tempo que remonta aos tecidos usados pelas mulheres de outros tempos, a modernidade do material com que a peça é fabricada faz com que o sangue não vaze”, aponta. 

As calcinhas geralmente são fabricadas com tecidos tecnológicos de alta absorção. Eles se intercalam estrategicamente para garantir que o sangue não passe para o outro lado, o que oferece muito mais segurança”, continua. “É um material macio, que faz com que a peça fique bem fininha e moldada ao corpo, sem apertar, sem deformar e nem marcar.”

 

Coletor não vai tirar sua “virgindade”

O coletor menstrual é uma espécie de copinho de silicone, que, como o nome indica, coleta o sangue durante o ciclo menstrual. Considerado um produto seguro para as mulheres, ele pode ser usado desde a primeira menstruação. Uma dúvida comum entre as pessoas que desejam testar o coletor é a questão da virgindade. É possível utilizar o copinho mesmo sem nunca ter tido relação sexual? De acordo com Mariana Betioli, a resposta é “sim”. 

“O conceito de virgindade é relativo e precisa ser analisado com cautela. Homens e mulheres deixam de ser virgens quando acontece a primeira relação sexual”, afirma. O hímen é uma fina pele que fica na entrada do canal vaginal e tem tudo a ver com essa discussão. Se manter o hímen intacto é uma prioridade, a especialista não aconselha o uso antes da primeira transa. 

Para atender a esse nicho, o mercado passou a oferecer opções de coletores menores, que são ideais para quem ainda nunca fez sexo com penetração. “A Inciclo tem o modelo Teen, um coletor menor que oferece mais conforto para esse público.”, destaca.

 

Conheça a tão falada tensão pré-menstrual (TPM)

Uma sigla tão pequena, mas que significa tanto, né? É um grupo de sintomas que costumam aparecer entre alguns dias antes da menstruação. “Ela acontece por causa das alterações hormonais durante o ciclo menstrual. Os sintomas incluem alterações de humor, seios sensíveis, desejo por comidas específicas, fadiga e irritabilidade”, cita. Mas não é motivo para desespero. A partir do momento que a garota conhece o seu corpo e os sinais que ele dá, começa também a entender o que funciona ou não.

 

As cólicas fazem parte do processo

As cólicas são uma das partes mais chatas do ciclo menstrual. Mas se não são muito intensas, fazem parte do processo. “As dores que sentimos vem da contração do útero para expelir o sangue. A tendência é que esse incômodo se alivie com o passar dos anos”, diz a especialista.

 

“Virar mocinha” não significa tornar-se adulta da noite para o dia

Toda menina, quando tem sua primeira menstruação, ouve a velha frase: “virou mocinha”. Mais do que o processo físico, a primeira menstruação envolve um entendimento psicológico do próprio corpo e das mudanças que o sangramento traz. Portanto, você não precisa deixar de fazer o que gosta ou mudar seu estilo só porque começou a menstruar. “Claro que vamos mudar ao longo de toda a adolescência, afinal, ela é um período de passagem da infância para a vida adulta. Mas a menstruação é só um evento dentre todo esse período. Cada coisa no seu tempo”, acrescenta.

 

Visite uma ginecologista

Após menstruar pela primeira vez, é interessante visitar a ginecologista para tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto. Nessa consulta, a médica costuma fazer perguntas sobre a menstruação, dar orientações sobre higiene íntima, explicar o ciclo menstrual e sexualidade. “E se ela quiser entrar sozinha no consultório, mesmo que sua mãe ou algum responsável a tenha acompanhado até o local, saiba que é um direito dela”, finaliza.


Especialista esclarece cinco mitos relacionados aos contraceptivos de longa duração

Embora haja diversos tipos de contraceptivos, os métodos de longa duração vêm ganhando espaço entre mulheres que não pretendem engravidar num futuro próximo e não querem se submeter a processos irreversíveis. Apesar de o tema não ser novo, as dúvidas persistem, o que pode dificultar a escolha do método mais adequado para cada perfil e momento da vida dessas mulheres.

Atualmente, são considerados métodos de longa duração ou LARC, sigla em inglês para Long-Acting Reversible Contraception: implante subdérmico, o DIU de cobre e o DIU hormonal.

Para ajudar a entender melhor esses métodos, a Dra. Ana Derraik, médica ginecologista, diretora geral do Hospital da Mulher Heloneida Studart (RJ), diretora médica da ONG Nosso Instituto e diretora médica da Derraik Mulher, lista os cinco principais mitos relacionados ao tema:



1. "Esses métodos são muito invasivos"

Hoje, podemos dividir esses métodos de longa ação em três grandes classes: DIU de cobre, DIU hormonal e implante subdérmico. Este último consiste em um bastão de 4 cm que é inserido no braço. "Para mulheres jovens, que estão querendo iniciar a vida sexual, o implante acaba sendo um grande aliado porque não há necessidade de manipular o colo uterino. Uma vez inserido, o implante tem efeito garantido por 3 anos. Vale lembrar que esses métodos também podem ser uma alternativa para aquelas mulheres que se esquecem de tomar a pílula diariamente", explica a profissional.



2. "Eles não são reversíveis"

"Tanto o implante, quanto o DIU de cobre e o DIU hormonal, não são métodos de depósito e deixam de fazer efeito após serem retirados. A mulher retoma o ciclo menstrual ovulatório normalmente. Se por acaso, a mulher não ovular após a retirada do método, isso pode acontecer devido a uma particularidade do organismo dela e não pelo fato de ter usado o método durante aquele período. Nesse caso é importante consultar um ginecologista para investigar de forma criteriosa", esclarece a médica.



3. "DIU causa gestação tubária ou gravidez nas trompas"

"Alguns métodos como a pílula combinada, adesivo ou anel vaginal são opções que inibem a ovulação e quando não há ovulação, não existe gravidez. Já o DIU não hormonal, e mesmo em alguns casos o DIU hormonal, não inibem a ovulação. Ele é um dispositivo que impede que os espermatozoides cheguem até as trompas onde acontece a fertilização", alerta a Dra. Derraik. Gravidez nas trompas ocorre quando o embrião se implanta na trompa (também conhecida como tuba uterina) antes de chegar ao útero.



4. "Implante melhora o padrão de sangramento"

"Algumas mulheres acreditam que se utilizarem o implante ficarão em amenorreia, ou seja, sem menstruação. No entanto, o implante é um contraceptivo e não um regulador de ciclo", explica a médica. Cada organismo reagirá de uma maneira, por isso é importante sempre consultar um profissional de saúde capacitado para esclarecer todas as dúvidas quanto ao método escolhido.



5. "Apenas mulheres adultas podem utilizar esses métodos"

"Os LARCS configuram o que há de mais inovador em contracepção. O implante subdérmico, por exemplo, pode ser utilizado por mulheres muito jovens, pessoas que nunca tiveram filhos ou nunca engravidaram e até mulheres que tiveram filhos há pouco tempo, sem causar grandes transtornos. Quando uma mulher decide sobre o melhor momento de engravidar ou não, ela se apropria do seu corpo, alimenta sua autoestima e tem condições de seguir com seus projetos de vida", finaliza a especialista.





Organon

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Vida pode ser normal para quem tem esclerose múltipla

Neurologista ressalta importância do diagnóstico precoce e explica sobre tratamento

 

Rara e autoimune, a esclerose múltipla (EM) é uma doença que atinge 2,3 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo a Federação Internacional de Esclerose Múltipla, e, no Brasil, estimam-se 15 casos para cada 100 mil habitantes. A doença neurológica compromete o sistema nervoso central e pode levar a alterações na visão, no equilíbrio e na capacidade muscular. Segundo o Ministério da Saúde, a enfermidade atinge principalmente pessoas entre 18 e 55 anos. E para conscientizar sobre a EM, agosto ganha a cor laranja. 

Descobrir que possui esclerose múltipla é um baque para muitas pessoas. Contudo, o neurologista Alexandre Castro (CRM - 17286), que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, tranquiliza os portadores da enfermidade. “O diagnóstico de esclerose múltipla é, sem dúvida, um impacto para muitos pacientes. Porém, na maior parte dos casos, sobretudo em estágios iniciais da doença, o paciente pode levar uma vida absolutamente normal. Ter um médico de confiança para tirar todas as dúvidas e angústias do paciente pode fazer toda a diferença”, destaca. 

As pessoas acometidas pela esclerose múltipla apresentam surtos ou ataques agudos, que podem ser revertidos espontaneamente ou com o uso de medicamentos. Os sintomas mais comuns são perda visual (neurite óptica), diminuição ou perda de movimentos dos membros (paresia), sensação de dormência ou formigamento (parestesia), disfunções da coordenação e do equilíbrio, inflamação da medula espinhal (mielite), além de alterações cognitivas e comportamentais.  

Os pacientes podem apresentar, ainda, alterações ligadas à fala e deglutição, fadiga e problemas no trato urinário e digestivo. O neurologista explica que existem alguns subtipos da doença. “A forma mais comum apresenta-se em surtos, nos quais ocorrem manifestações neurológicas súbitas que podem ou não deixar sequelas. O acúmulo de tais sequelas podem levar eventualmente a algum grau de incapacidade”, revela Alexandre Castro. 

 

Tratamento

“Existem tratamentos para o surto em si, nos quais podemos utilizar corticóides, e existem ainda tratamentos para evitar os surtos, que são chamados imunomoduladores ou drogas modificadoras da doença”, esclarece o especialista. 

No geral, os tratamentos buscam evitar que a enfermidade progrida. “Esta doença apresenta diversas manifestações clínicas. O principal objetivo do tratamento medicamentoso da esclerose múltipla é evitar a ocorrência de outros surtos, reduzindo a progressão da doença e a incapacidade por ela gerada”, afirma. Ele ainda destaca que é de suma importância manter um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e manter a prática de atividades físicas”, salienta o neurologista Alexandre Castro.

 

Vacinação

No último mês, a atriz e humorista Cláudia Rodrigues, que foi diagnosticada com esclerose múltipla em 2000, enfrentou complicações relacionadas à doença, pois para poder receber a vacina contra a Covid-19, ela fez uma pausa no tratamento, apresentou uma piora no quadro clínico e foi internada. O caso ganhou repercussão, no entanto, Alexandre Castro tranquiliza os pacientes em relação à vacinação contra o coronavírus. “Todas as vacinas aprovadas pela Anvisa, em uso em território nacional, são seguras em pacientes com esclerose múltipla. Na maior parte dos casos, não há necessidade de interrupção das terapias”, ressalta. 

O especialista detalha que existem apenas ocorrências pontuais. “Casos isolados, como pacientes que fizeram uso de Rituximab, um anticorpo monoclonal, devem respeitar um intervalo de três meses da última infusão para se vacinarem”, conta o neurologista, que garante a segurança das vacinas. “A vacinação é segura para pacientes com esclerose múltipla. O que ainda não sabemos é se pacientes em uso de terapias imunossupressoras podem ter uma resposta à vacinação reduzida. Assim, mesmo vacinados, é fundamental manter as medidas de segurança como distanciamento social, higienização das mãos e o uso de máscaras”, reforça Alexandre Castro.


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