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segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Entenda a dermatite de contato

Pandemia ajudou a aumentar casos da doença. Entenda o por quê


Começa com uma coceirinha incômoda. De repente, a região está avermelhada, inchada e, às vezes, descamando. Trata-se da dermatite de contato, um problema bastante comum e que se tornou ainda mais frequente durante os meses de pandemia.

Dra. Brianna Nicoletti é alergista e imunologista pela USP e conta que há dois tipos de dermatite de contato: a irritativa (80% dos casos) e a alérgica (20% das ocorrências). "A dermatite de contato ocorre quando há o contato com alguma substância que desencadeia a lesão na pele", diz, "nas mulheres, a mais frequente é a alérgica, devido ao uso de bijuterias feitas com sulfato de níquel e cloreto de cobalto. Entre os homens, as causas mais comuns de alergia são o níquel, presente na lâmina de barbear, e a borracha (chinelo, por exemplo)".

A médica lembra que nosso sistema imunológico está em constante mudança e, por isso, ao longo do tempo podemos desenvolver sensibilidade e intolerância a produtos que antes não causavam qualquer reação.

Produtos de higiene pessoal, como sabonetes, shampoos, cremes, tintura de cabelo, maquiagem e esmaltes podem causar dermatite de contato. No caso da irritativa, detergentes, álcool gel e produtos de limpeza podem ser os vilões.

Os sintomas da dermatite de contato podem surgir depois de horas ou até dias após a exposição ao agente causador da doença. Dentre eles há vermelhidão, prurido, bolhinhas, sensação de pele grosseira - e podem surgir no local de contato direto ou outro, como no rosto no caso da alergia ao esmalte.

Durante a pandemia, a dermatite de contato tem se mostrado mais frequente por conta do uso prolongado de máscaras faciais. "O acessório pode provocar vários problemas de pele, como dermatite de contato irritativa ou alérgica, urticária de contato ou piorar dermatoses pré-existentes, como a rosácea. No entanto, nada disso é desculpa para não usar a máscara fora de casa", destaca Dra. Brianna, que indica máscaras de poliéster ou celulose como opções com menos chances de causar irritações.

"E se surgir algum sintoma, o médico deve ser consultado para poder identificar a dermatite e prescrever o melhor tratamento antes que ela se torne crônica."

 

Dra. Brianna Nicoletti • Médica graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2003) • Residência médica em Medicina Interna pela Universidade Estadual de Campinas (2006) • Residência médica em Alergia e Imunologia Clínica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2009) • Associada à Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia • Médica Especialista em Alergia e Imunologia do Corpo Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein (desde 2013) • Integrante da equipe de Qualidade da UnitedHealth Group (desde 2011)


Confira alguns cuidados a serem adotados com a saúde ocular do bebê

Baixa umidade do ar é característica do Inverno. Partículas de poluentes e secura podem gerar problemas nos olhos de adultos e crianças


A baixa umidade do ar tem castigado quem vive em grandes centros urbanos. Na capital paulista, até a Defesa Civil tem enviado mensagens de SMS à população, alertando sobre os riscos do tempo seco.

Se tem uma população que merece atenção redobrada é a de bebês. "O tempo seco pode piorar o lacrimejamento, afinal é um reflexo: o olho avisa o cérebro de que está seco e o cérebro manda a glândula lacrimal funcionar mais", explica o Dr. Hallim Feres Neto, oftalmologista do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

Para tentar amenizar a situação, o médico recomenda usar um aparelho umidificador no quarto do bebê.

Os colírios lubrificantes e de lágrimas artificiais, comumente usados por adultos, não é indicado para as crianças. "Nem todos são indicados para uso pediátrico e isso tem de ser levado em consideração. O ideal é conversar com o médico de confiança e, sempre que possível, preferir aqueles que não têm conservantes na formulação", ensina.

 

E a obstrução lacrimal?

Dr. Hallim conta que muitos bebês ficam com os olhos molhadinhos e com secreção amarela, às vezes desde o nascimento, causando bastante preocupação em pais e cuidadores. "Essa é uma condição muito comum, chamada de obstrução congênita do canal lacrimal e afeta cerca de 6% dos bebês", diz.

A condição é mais evidente a partir da segunda semana de vida do bebê e é uma má formação ou atraso no desenvolvimento do canal lacrimal, que drena a lágrima dos olhos. Apesar de tudo, é uma condição benigna.

"Esses bebês costumam ter uma secreção amarelinha perto do ponto lacrimal e os pais costumam achar que é conjuntivite. Na verdade, é apenas acúmulo de impurezas e precisa ser limpo para não gerar uma conjuntivite", orienta o médico.

Para ajudar a desenvolver as vias lacrimais, pais e cuidadores podem realizar uma massagem especial, chamada massagem de Crigler. "Quando não resolve, podemos fazer um procedimento de sondagem das vias lacrimais, que é feito sob anestesia aos 12 meses de vida", conclui.

 


Dr. Hallim Feres Neto @drhallim • Oftalmologia Geral • Cirurgia Refrativa • Ceratocone • Catarata• Pterígio • Membro do CBO - Conselho Brasileiro de Oftalmologia • Membro da ABCCR - Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa • Membro da ISRS - International Society of Refractive Surgery • Membro da AAO - American Academy of Ophthalmology


Você sabia que andar e se exercitar descalço pode trazer benefícios à saúde?

Estudo recente comparou corredores descalços e calçados durante um ano e observou que o número de lesões foi significativamente maior nos que usavam tênis

 

Pouco se discute sobre a saúde dos nossos pés e os mitos circulam com frequência. Entre eles, muitas questões sobre ficar ou não descalço. Será que o ato de andar/se exercitar sem calçado faz bem ou mal à nossa saúde? O médico ortopedista, e especialista em cirurgia de pé e tornozelo, Dr. Henrique Mansur, tira essa e outras dúvidas sobre o assunto.

De acordo com o especialista, as vantagens em andar descalço começam logo na infância. "Nas crianças, andar sem calçados auxilia no desenvolvimento da musculatura e dos ossos do pé, além de participar de forma fundamental na percepção corporal do espaço", explica. Ele continua: "andar descalço restabelece nosso padrão natural de caminhar, melhora o controle da posição do pé ao apoiá-lo no chão, o equilíbrio, a propriocepção e a consciência corporal".

"Andar descalço também exige mais estabilidade, promovendo uma melhor biomecânica do pé e, consequentemente, dos quadris, do joelho e do CORE. Ainda, mantém os movimentos naturais das articulações do pé e tornozelo, bem como estimula o fortalecimento muscular não só dos pés, mas também das pernas, coxas e músculos da região lombar, e a estabilidade ligamentar. Estar sem calçados também alivia a dor causada por uso de sapatos inadequados, que podem desenvolver joanetes, deformidades nos dedos ou outras lesões nos pés", destaca.



Atividade física

Um estudo recente, publicado no periódico British Journal of Sports Medicine e feito por pesquisadores de Harvard, comparou corredores descalços e calçados durante um ano e observou que aqueles que corriam calçados tiveram um número significativamente maior de lesões. "Outra vantagem para corredores descalços é a diminuição do impacto no calcanhar ("heel strike"), aumentando a carga no médio e antepé, possibilitando os treinos em superfícies mais duras, com menor desconforto na aterrissagem", afirma.

Pensando nisso, o ortopedista listou cinco dicas de como iniciar os exercícios descalços:

- Comece devagar, com aumento progressivo do tempo e da carga;

- Repouse se sentir dores ou desconforto nos pés;

- Inicie em superfícies regulares, planas, seguras e em ambientes cobertos;

- Considere o uso prévio de calçados conhecidos como minimalistas;

- Realize exercícios de equilíbrio descalço, como Yoga e Pilates.


Não confunda conjuntivite alérgica com a Síndrome do Olho Seco

Sintomas das doenças são similares e causam uma alteração na qualidade e na quantidade da lágrima1

 

Com o frio do inverno, não é difícil que o olho comece a coçar, arder ou provocar uma sensação de incomodo a cada piscada. Apesar de ter uma grande incidência nesse período, os sintomas também podem se manifestar em outras estações do ano.

A mudança no clima pode favorecer o ressecamento dos olhos e causar uma alteração na qualidade e na quantidade da lágrima. A Síndrome do olho seco é uma anomalia na produção das lágrimas e pode causar sintomas, como sensação de estar com areia ou corpo estranho nos olhos, ardência, coceira, peso nas pálpebras, olhos vermelhos, visão embaçada e sensibilidade à luz aumentada.

A Sociedade Brasileira de Oftalmologia ressalta que uma das principais causas da Síndrome do Olho Seco é o uso constante de telas eletrônicas que desencadeia a liberação de uma substância chamada dopamina e que gera vícios. Manter a atenção nos computadores, celulares e TVs, faz com que as pessoas pisquem menos e, consequentemente, os olhos ficam menos lubrificados, desencadeando um desequilíbrio na produção de lágrima2.

 

Segundo a Instituição, as telas de computadores diminuem o reflexo do piscar e, com isso, diminuem a produção de lágrimas em quantidade suficiente ou qualidade necessária para manter os olhos lubrificados, e a mudança no clima pode contribuir para causar ainda mais o problema.

Este tipo de problema ocular pode ser confundido com outros distúrbios como alergias oculares1. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que até 2050 metade da população tenha algum tipo de alergia. Segundo a entidade, algumas doenças oculares chegam a triplicar nesta época do ano, e podem estar relacionadas ao aumento das doenças respiratórias como gripe, resfriado, asma, rinite e sinusite.

A conjuntivite alérgica é uma inflamação da conjuntiva causada por uma reação alérgica e geralmente ocorre quando os olhos entram em contato com uma substância que causa a reação exagerada do sistema imunológico no corpo.

Coceira, sensação de areia e corpo estranho nos olhos, vermelhidão, ardência e secreção são os principais sintomas e que são similares aos da síndrome do olho seco. Em qualquer situação, o ideal é procurar um especialista para um diagnóstico mais preciso3.

Além de manter os cuidados com a higiene ocular, usar colírios lubrificantes recomendados por um especialista são comportamentos essenciais para aliviar os sintomas e manter a saúde dos olhos.

Existem colírios, como o Liris que podem aliviar os sintomas e reduzir o desconforto, principalmente o ressecamento, uma vez que tem uma composição similar às das lágrimas naturais. O colírio Liris é um medicamento da divisão de OTC da Genomma Lab, composto por carmelose sódica, indicada para a melhora da irritação, ardor e secura dos olhos. Com tripla ação: lubrifica, hidrata e protege. O produto também é recomendado como lubrificante durante o uso de lentes de contato para aliviar o ressecamento e desconforto.

 


Genomma Lab Internacional

 

 

Referências: 

1 - https://imo.com.br/olhos-secos-e-conjuntivites-alergicas-aumentam-no-inverno/ 

http://www.oftalmed.com.br/noticias/clicada/slug/olho-seco,-conjuntivite-e-alergias-oculares:-os-perigos-da-estiagem  

2 - https://www.spdm.org.br/saude/noticias/item/2583-uso-de-celulares-e-tablets-pode-afetar-nossa-visao 

http://portaldaoftalmologia.com.br/noticias/3395-como-a-quarentena-pode-afetar-a-vis%C3%A3o-de-crian%C3%A7as-e-adultos

3 - https://www.scielo.br/j/rbof/a/6Nm76RrDWGKqd4fsM7rLggx/?lang=pt 

https://bvsms.saude.gov.br/conjutivite/


A relação entre a dispareunia e a infertilidade

Médico ginecologista da Clínica Origen de Medicina Reprodutiva, dr. Marcos Sampaio ressalta que a dor durante o ato sexual precisa ser investigada, já que pode ser um indício de infertilidade

 

Embora muitas mulheres acreditem que sentir um pouco de dor durante a relação sexual é normal, esse sintoma, chamado de dispareunia, pode ser um indício de infertilidade feminina. De acordo com o ginecologista da Clínica Origen de Medicina Reprodutiva, dr. Marcos Sampaio, quando a dor ou desconforto é recorrente, e não um evento isolado na vida da mulher, acaba afetando a sua qualidade de vida. “Nesses casos, é fundamental procurar ajuda profissional para investigar o motivo da dor. Além de afetar a qualidade de vida, a dispareunia pode — direta ou indiretamente — dificultar a gravidez”, explicou.

 

O que é dispareunia?

Antes de mais nada é preciso explicar o conceito de dispareunia, que é definida como uma dor genital que ocorre durante a relação sexual. Ela pode afetar ambos os sexos, sendo mais comum entre as mulheres.

De acordo com Sampaio, ela é dividida em 2 grupos: a dispareunia superficial e a profunda. “Na primeira, a dor está localizada na abertura da vagina e é sentida com a penetração. Enquanto a dor na dispareunia profunda é sentida dentro da pelve, com o movimento peniano”, pontua.

Ainda segundo o médico, na dispareunia os músculos pélvicos ficam tensos, o que aumenta a dor. “O transtorno pode ser provocado por uma lubrificação inadequada ou por doenças e condições que afetam os órgãos genitais”, completa Sampaio.

 

As causas da dispareunia 

A dispareunia pode ser causada por fatores físicos ou emocionais. Entre as principais causas da dispareunia por fatores físicos, estão: Endometriose; Infecções sexualmente transmissíveis (como a clamídia e a gonorreia); Doença inflamatória pélvica (DIP); Vaginismo; Cistos ovarianos; Herpes genital; Malformações uterinas; Pós-parto; Ressecamento vaginal (mais comum em mulheres na menopausa). Segundo Sampaio, alguns desses fatores podem levar à infertilidade, como a endometriose e a DIP. “Elas provocam um processo inflamatório na pelve, causando a dor”. 

A dispareunia pode estar relacionada, ainda, a fatores emocionais, como baixa autoestima, estresse, depressão, ansiedade, sexualidade reprimida, abuso sexual, entre outros. “Nesses casos, o tratamento multidisciplinar com um terapeuta sexual é importante para o bem-estar da paciente”, pontua o especialista. 

Ele ressalta que esse sintoma não é comum, podendo estar relacionado a alguma doença. Por isso, ignorá-la ou tentar se “acostumar” com a dispareunia tende a agravar o caso e aumentar o risco de danos à saúde e fertilidade da mulher. 

Para o diagnóstico, o médico avalia os sintomas relatados pela paciente e realiza um exame físico no consultório analisando a área genital. “Com essas informações, é possível descobrir a intensidade da dor (que pode ser leve, moderada ou aguda) e onde ela está focada (na vulva, no momento da penetração, no fundo da vagina ou após a relação sexual)”, diz. Exames complementares também podem ser solicitados, de acordo com as necessidades de cada caso, como a biópsia, a ultrassonografia pélvica e o exame de Papanicolaou.

 

A relação entre a dispareunia e a infertilidade 

Diversas causas de infertilidade feminina têm a dispareunia como um dos seus principais sintomas, como a endometriose, as ISTs e a DIP. “Elas têm tratamento, porém, ele pode não ser suficiente para recuperar a fertilidade da mulher. Nesses casos, a reprodução assistida é indicada”, ressalta Sampaio. 

As três principais técnicas são a relação sexual programa (RSP), a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV). “Esta última possui a maior taxa de sucesso. A escolha da mais adequada é feita de forma individualizada, após uma avaliação da saúde reprodutiva do casal”, finaliza Marcos.


10 coisas que sua filha talvez não saiba sobre a primeira menstruação

Mariana Betioli, obstetriz e fundadora da Inciclo, ensina como lidar com esse momento tão marcante da adolescência

 

A primeira menstruação ainda é um acontecimento que pode deixar muitas filhas e mães ansiosas. Por isso, precisa ser mais discutido – e com cada vez mais honestidade. Mariana Betioli, obstetriz e criadora da Inciclo, lista 10 fatos sobre essa fase que podem ser úteis tanto para a mãe quanto para a filha que está prestes a vivenciar este período de novas descobertas sobre o próprio corpo.

 

A menstruação acompanha outros sinais da puberdade

A menarca, ou seja, a primeira menstruação, geralmente ocorre entre os 10 e 14 anos de idade. “A primeira menstruação vem um pouco depois de alguns outros sinais de puberdade percebidos no corpo da menina, como desenvolvimento das mamas, surgimento dos pelos e a presença de secreção vaginal”, explica.

 

Secreções são super normais

Aliás, essa secreção é bem comum e normal. “A vagina é um local úmido que produz secreção. É fisiológico e saudável. Ela pode mudar de aspecto em algumas situações, como por exemplo durante as diversas fases do ciclo menstrual. Mas é necessário prestar atenção na cor da secreção e alguns outros sintomas para poder identificar quando algo não vai bem”, aponta Mariana.

 

No começo, os ciclos são irregulares

Ser pega de surpresa por uma menstruação atrasada ou antes da hora também é comum. “Na adolescência, os ciclos menstruais costumam ser irregulares. Isso por conta da imaturidade do organismo, que, em geral, pode levar dois anos para se regularizar.”

 

Existem opções além dos absorventes

Um dos produtinhos mais famosos para conter o sangue menstrual são os absorventes externos. Feitos de algodão e plástico, são colados na calcinha para absorver a menstruação por algumas horas. Mas, nos últimos anos, o mercado de higiene menstrual trouxe novas opções, que são mais funcionais, ecológicas, econômicas e até mesmo mais indicadas para a saúde íntima das adolescentes, como o coletor menstrual, absorventes reutilizáveis e as calcinhas absorventes.

 

Calcinhas menstruais são confortáveis e práticas

Se a menina sente que não se adapta bem ao absorvente, que pode mesmo causar certa irritação na pele, as calcinhas menstruais são bastante confortáveis. “É uma alternativa que vem se destacando por sua praticidade. Ao mesmo tempo que remonta aos tecidos usados pelas mulheres de outros tempos, a modernidade do material com que a peça é fabricada faz com que o sangue não vaze”, aponta. 

As calcinhas geralmente são fabricadas com tecidos tecnológicos de alta absorção. Eles se intercalam estrategicamente para garantir que o sangue não passe para o outro lado, o que oferece muito mais segurança”, continua. “É um material macio, que faz com que a peça fique bem fininha e moldada ao corpo, sem apertar, sem deformar e nem marcar.”

 

Coletor não vai tirar sua “virgindade”

O coletor menstrual é uma espécie de copinho de silicone, que, como o nome indica, coleta o sangue durante o ciclo menstrual. Considerado um produto seguro para as mulheres, ele pode ser usado desde a primeira menstruação. Uma dúvida comum entre as pessoas que desejam testar o coletor é a questão da virgindade. É possível utilizar o copinho mesmo sem nunca ter tido relação sexual? De acordo com Mariana Betioli, a resposta é “sim”. 

“O conceito de virgindade é relativo e precisa ser analisado com cautela. Homens e mulheres deixam de ser virgens quando acontece a primeira relação sexual”, afirma. O hímen é uma fina pele que fica na entrada do canal vaginal e tem tudo a ver com essa discussão. Se manter o hímen intacto é uma prioridade, a especialista não aconselha o uso antes da primeira transa. 

Para atender a esse nicho, o mercado passou a oferecer opções de coletores menores, que são ideais para quem ainda nunca fez sexo com penetração. “A Inciclo tem o modelo Teen, um coletor menor que oferece mais conforto para esse público.”, destaca.

 

Conheça a tão falada tensão pré-menstrual (TPM)

Uma sigla tão pequena, mas que significa tanto, né? É um grupo de sintomas que costumam aparecer entre alguns dias antes da menstruação. “Ela acontece por causa das alterações hormonais durante o ciclo menstrual. Os sintomas incluem alterações de humor, seios sensíveis, desejo por comidas específicas, fadiga e irritabilidade”, cita. Mas não é motivo para desespero. A partir do momento que a garota conhece o seu corpo e os sinais que ele dá, começa também a entender o que funciona ou não.

 

As cólicas fazem parte do processo

As cólicas são uma das partes mais chatas do ciclo menstrual. Mas se não são muito intensas, fazem parte do processo. “As dores que sentimos vem da contração do útero para expelir o sangue. A tendência é que esse incômodo se alivie com o passar dos anos”, diz a especialista.

 

“Virar mocinha” não significa tornar-se adulta da noite para o dia

Toda menina, quando tem sua primeira menstruação, ouve a velha frase: “virou mocinha”. Mais do que o processo físico, a primeira menstruação envolve um entendimento psicológico do próprio corpo e das mudanças que o sangramento traz. Portanto, você não precisa deixar de fazer o que gosta ou mudar seu estilo só porque começou a menstruar. “Claro que vamos mudar ao longo de toda a adolescência, afinal, ela é um período de passagem da infância para a vida adulta. Mas a menstruação é só um evento dentre todo esse período. Cada coisa no seu tempo”, acrescenta.

 

Visite uma ginecologista

Após menstruar pela primeira vez, é interessante visitar a ginecologista para tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto. Nessa consulta, a médica costuma fazer perguntas sobre a menstruação, dar orientações sobre higiene íntima, explicar o ciclo menstrual e sexualidade. “E se ela quiser entrar sozinha no consultório, mesmo que sua mãe ou algum responsável a tenha acompanhado até o local, saiba que é um direito dela”, finaliza.


Especialista esclarece cinco mitos relacionados aos contraceptivos de longa duração

Embora haja diversos tipos de contraceptivos, os métodos de longa duração vêm ganhando espaço entre mulheres que não pretendem engravidar num futuro próximo e não querem se submeter a processos irreversíveis. Apesar de o tema não ser novo, as dúvidas persistem, o que pode dificultar a escolha do método mais adequado para cada perfil e momento da vida dessas mulheres.

Atualmente, são considerados métodos de longa duração ou LARC, sigla em inglês para Long-Acting Reversible Contraception: implante subdérmico, o DIU de cobre e o DIU hormonal.

Para ajudar a entender melhor esses métodos, a Dra. Ana Derraik, médica ginecologista, diretora geral do Hospital da Mulher Heloneida Studart (RJ), diretora médica da ONG Nosso Instituto e diretora médica da Derraik Mulher, lista os cinco principais mitos relacionados ao tema:



1. "Esses métodos são muito invasivos"

Hoje, podemos dividir esses métodos de longa ação em três grandes classes: DIU de cobre, DIU hormonal e implante subdérmico. Este último consiste em um bastão de 4 cm que é inserido no braço. "Para mulheres jovens, que estão querendo iniciar a vida sexual, o implante acaba sendo um grande aliado porque não há necessidade de manipular o colo uterino. Uma vez inserido, o implante tem efeito garantido por 3 anos. Vale lembrar que esses métodos também podem ser uma alternativa para aquelas mulheres que se esquecem de tomar a pílula diariamente", explica a profissional.



2. "Eles não são reversíveis"

"Tanto o implante, quanto o DIU de cobre e o DIU hormonal, não são métodos de depósito e deixam de fazer efeito após serem retirados. A mulher retoma o ciclo menstrual ovulatório normalmente. Se por acaso, a mulher não ovular após a retirada do método, isso pode acontecer devido a uma particularidade do organismo dela e não pelo fato de ter usado o método durante aquele período. Nesse caso é importante consultar um ginecologista para investigar de forma criteriosa", esclarece a médica.



3. "DIU causa gestação tubária ou gravidez nas trompas"

"Alguns métodos como a pílula combinada, adesivo ou anel vaginal são opções que inibem a ovulação e quando não há ovulação, não existe gravidez. Já o DIU não hormonal, e mesmo em alguns casos o DIU hormonal, não inibem a ovulação. Ele é um dispositivo que impede que os espermatozoides cheguem até as trompas onde acontece a fertilização", alerta a Dra. Derraik. Gravidez nas trompas ocorre quando o embrião se implanta na trompa (também conhecida como tuba uterina) antes de chegar ao útero.



4. "Implante melhora o padrão de sangramento"

"Algumas mulheres acreditam que se utilizarem o implante ficarão em amenorreia, ou seja, sem menstruação. No entanto, o implante é um contraceptivo e não um regulador de ciclo", explica a médica. Cada organismo reagirá de uma maneira, por isso é importante sempre consultar um profissional de saúde capacitado para esclarecer todas as dúvidas quanto ao método escolhido.



5. "Apenas mulheres adultas podem utilizar esses métodos"

"Os LARCS configuram o que há de mais inovador em contracepção. O implante subdérmico, por exemplo, pode ser utilizado por mulheres muito jovens, pessoas que nunca tiveram filhos ou nunca engravidaram e até mulheres que tiveram filhos há pouco tempo, sem causar grandes transtornos. Quando uma mulher decide sobre o melhor momento de engravidar ou não, ela se apropria do seu corpo, alimenta sua autoestima e tem condições de seguir com seus projetos de vida", finaliza a especialista.





Organon

www.organon.com/brazil

Vida pode ser normal para quem tem esclerose múltipla

Neurologista ressalta importância do diagnóstico precoce e explica sobre tratamento

 

Rara e autoimune, a esclerose múltipla (EM) é uma doença que atinge 2,3 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo a Federação Internacional de Esclerose Múltipla, e, no Brasil, estimam-se 15 casos para cada 100 mil habitantes. A doença neurológica compromete o sistema nervoso central e pode levar a alterações na visão, no equilíbrio e na capacidade muscular. Segundo o Ministério da Saúde, a enfermidade atinge principalmente pessoas entre 18 e 55 anos. E para conscientizar sobre a EM, agosto ganha a cor laranja. 

Descobrir que possui esclerose múltipla é um baque para muitas pessoas. Contudo, o neurologista Alexandre Castro (CRM - 17286), que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, tranquiliza os portadores da enfermidade. “O diagnóstico de esclerose múltipla é, sem dúvida, um impacto para muitos pacientes. Porém, na maior parte dos casos, sobretudo em estágios iniciais da doença, o paciente pode levar uma vida absolutamente normal. Ter um médico de confiança para tirar todas as dúvidas e angústias do paciente pode fazer toda a diferença”, destaca. 

As pessoas acometidas pela esclerose múltipla apresentam surtos ou ataques agudos, que podem ser revertidos espontaneamente ou com o uso de medicamentos. Os sintomas mais comuns são perda visual (neurite óptica), diminuição ou perda de movimentos dos membros (paresia), sensação de dormência ou formigamento (parestesia), disfunções da coordenação e do equilíbrio, inflamação da medula espinhal (mielite), além de alterações cognitivas e comportamentais.  

Os pacientes podem apresentar, ainda, alterações ligadas à fala e deglutição, fadiga e problemas no trato urinário e digestivo. O neurologista explica que existem alguns subtipos da doença. “A forma mais comum apresenta-se em surtos, nos quais ocorrem manifestações neurológicas súbitas que podem ou não deixar sequelas. O acúmulo de tais sequelas podem levar eventualmente a algum grau de incapacidade”, revela Alexandre Castro. 

 

Tratamento

“Existem tratamentos para o surto em si, nos quais podemos utilizar corticóides, e existem ainda tratamentos para evitar os surtos, que são chamados imunomoduladores ou drogas modificadoras da doença”, esclarece o especialista. 

No geral, os tratamentos buscam evitar que a enfermidade progrida. “Esta doença apresenta diversas manifestações clínicas. O principal objetivo do tratamento medicamentoso da esclerose múltipla é evitar a ocorrência de outros surtos, reduzindo a progressão da doença e a incapacidade por ela gerada”, afirma. Ele ainda destaca que é de suma importância manter um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e manter a prática de atividades físicas”, salienta o neurologista Alexandre Castro.

 

Vacinação

No último mês, a atriz e humorista Cláudia Rodrigues, que foi diagnosticada com esclerose múltipla em 2000, enfrentou complicações relacionadas à doença, pois para poder receber a vacina contra a Covid-19, ela fez uma pausa no tratamento, apresentou uma piora no quadro clínico e foi internada. O caso ganhou repercussão, no entanto, Alexandre Castro tranquiliza os pacientes em relação à vacinação contra o coronavírus. “Todas as vacinas aprovadas pela Anvisa, em uso em território nacional, são seguras em pacientes com esclerose múltipla. Na maior parte dos casos, não há necessidade de interrupção das terapias”, ressalta. 

O especialista detalha que existem apenas ocorrências pontuais. “Casos isolados, como pacientes que fizeram uso de Rituximab, um anticorpo monoclonal, devem respeitar um intervalo de três meses da última infusão para se vacinarem”, conta o neurologista, que garante a segurança das vacinas. “A vacinação é segura para pacientes com esclerose múltipla. O que ainda não sabemos é se pacientes em uso de terapias imunossupressoras podem ter uma resposta à vacinação reduzida. Assim, mesmo vacinados, é fundamental manter as medidas de segurança como distanciamento social, higienização das mãos e o uso de máscaras”, reforça Alexandre Castro.


Descoberta facilita busca por fármaco capaz de sabotar a replicação do SARS-CoV-2

Cientistas do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos investigaram como se forma a principal enzima envolvida na multiplicação do novo coronavírus dentro das células. Achados foram descritos no Journal of Molecular Biology (cristal da proteína 3CL do SARS-CoV-2; foto: CNPEM/divulgação)

 

Cientistas ligados ao Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar) desvendaram detalhes do processo de maturação da principal enzima envolvida na replicação do novo coronavírus, conhecida como 3CL. A descoberta, descrita no Journal of Molecular Biology, facilita a busca de medicamentos capazes de sabotar esse processo logo no início.

“Em um ano e meio de pandemia, já temos, no mínimo, meia dúzia de vacinas em uso clínico, mas nenhum fármaco com comprovada eficácia e segurança. Antiviral é mesmo mais difícil de desenvolver. Porém, ainda que tenhamos bons imunizantes, obter um medicamento para a COVID-19 segue sendo muito importante, caso o vírus escape da vacina”, afirma Glaucius Oliva, coordenador do CIBFar – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado no Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).

No artigo, os cientistas descrevem o mecanismo molecular pelo qual a principal protease do SARS-CoV-2 – enzima responsável pela multiplicação do vírus – se autoprocessa, tornando-se ativa para replicar o material genético do patógeno (RNA) dentro da célula hospedeira.

“Quanto mais entendemos o metabolismo do vírus e suas etapas de replicação, mais facilmente conseguimos vislumbrar alvos nesse processo para, então, desenvolver moléculas capazes de travá-lo logo no começo”, diz Gabriela Noske, doutoranda do CIBFar e primeira autora do artigo.

Segundo Oliva, trata-se de um estudo de ciência básica, mas com aplicações imediatas. “Diferentemente do que observamos em outros vírus, como o zika, o dengue ou o da febre amarela, no novo coronavírus a protease não atua de forma monomérica [como uma molécula isolada]. Para que ela se ative e passe a multiplicar o RNA do SARS-CoV-2, ela precisa ser dimérica, ou seja, é necessário um par de cópias da protease para que ela possa cortar a si mesma e às outras proteínas responsáveis pelo metabolismo do vírus dentro da célula”, explica.

Oliva lidera um projeto multidisciplinar, apoiado pela FAPESP, que reúne pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP), da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) na busca de antivirais para o tratamento de COVID-19 (leia mais em: agencia.fapesp.br/33270/).

Múltiplas etapas

O RNA do SARS-CoV-2 é protegido por um “envelope” formado por lipídios e proteínas – entre elas a famosa spike, ou espícula, que compõe a estrutura de coroa que dá nome à família Coronaviridae. Quando o vírus invade a célula e é englobado por ela, o RNA é liberado da cápsula.

Dentro da célula, o objetivo principal do vírus é se multiplicar. Nessa fase, as proteínas estruturais deixam de ter função fundamental (transporte do RNA e evasão do sistema imune) e entram em cena as chamadas proteínas não estruturais, responsáveis pelo metabolismo viral dentro do hospedeiro.

“O microrganismo precisa fazer cópias de seu RNA. Como ele não tem todos os mecanismos para isso, precisa sequestrar algumas funções da célula invadida. Outras funções metabólicas, específicas do vírus, cabem às proteínas não estruturais, como a protease principal e outras 15 moléculas. Nosso estudo teve como enfoque a protease principal”, conta André Godoy, coautor do artigo e pesquisador do IFSC-USP.

Godoy explica que, enquanto as proteínas estruturais costumam servir de alvo para o desenvolvimento de vacinas, as não estruturais são usadas como referência para os medicamentos antivirais. É o caso dos coquetéis usados no tratamento da Aids, que têm como um dos alvos a protease do HIV.

A descoberta de que a protease principal do novo coronavírus passa por diferentes fases até se tornar madura e, então, favorecer a multiplicação do SARS-Cov-2 na célula infectada só foi possível graças a uma investigação realizada na mais complexa estrutura científica do país.

No ano passado, o experimento realizado por Godoy e a pesquisadora Aline Nakamura inaugurou a primeira estação de pesquisa do Sirius – o acelerador de partículas de última geração que está sendo finalizado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (leia mais em: agencia.fapesp.br/34396/).

Em três dias, com auxílio de um potente feixe de luz síncrotron, foi possível determinar a estrutura de mais de 200 cristais de duas proteínas do novo coronavírus. Entre elas estava a protease principal, em várias formas e em complexos com vários ligantes.

“Junto com a spike, a protease principal é a proteína mais estudada no novo coronavírus. O que não se sabia até então era como o SARS-CoV-2 processa duas cópias dessa enzima para criar, na sua estrutura, a região chamada de ‘ciclo ativo’, onde consegue processar as outras proteínas sintetizadas a partir da informação contida no genoma viral. Existem outros tipos de vírus que também têm essa característica, a inovação neste estudo está em entender como isso tudo acontece”, informa Godoy.

Os pesquisadores explicam que, por ser um vírus de RNA, o SARS-CoV-2 já chega na célula pronto para ser transcrito pela organela chamada ribossomo e, desse modo, produzir proteínas não estruturais.

Porém, como ele tem uma única fita de RNA, antes é necessário decodificar todas as proteínas não estruturais (e estruturais) inúmeras vezes. Para isso, ele as produz como uma longa e única proteína (poliproteína), que depois precisa ser quebrada, formando as 16 moléculas responsáveis pelos mecanismos metabólicos.

“Por ser uma estrutura muito mais simples, o RNA do vírus codifica todas as proteínas juntas, coladinhas, como se fosse um longo colar de contas. São produzidas nos ribossomos da célula invadida na forma de uma longa poliproteína, que precisa ser cortada em pedaços. No entanto, existe um problema: quem corta as proteínas é a protease principal, que também está nesse ‘colar de contas’. Portanto, ela precisa dar um jeito de cortar a si própria e, a partir disso, ir clivando as outras”, explica Oliva.

As análises com o feixe de luz síncrotron – um tipo de radiação eletromagnética extremamente brilhante e muito usada em estudos de biologia estrutural – permitiram que os pesquisadores identificassem como a protease principal realiza esse processo. O trabalho revelou que, ao clivar suas duas pontas, a protease principal modifica sua estrutura.

“Além disso, demonstramos que, para o processamento de uma das pontas [denominada C-terminal], a enzima precisa de um parceiro dímero, ou seja, uma proteína igual que consiga clivar a parte da frente. Ela consegue clivar uma ponta sozinha, mas não a outra. Já o parceiro [a outra proteína madura] vai se ligar a essa porção para então clivar o que falta”, relata Godoy.

O processo de maturação da protease principal, explica o pesquisador, permite que ela saia de um estágio em que faz parte de uma longa cadeia de proteínas, consiga se autoclivar na parte N-terminal, encontrar com outra cadeia dentro da célula, formar um dímero e fazer o processamento da porção C-terminal, formando por fim sua estrutura madura e ativa.

Luz no fim do túnel

De acordo com o coordenador do CIBFar, a farmacêutica Pfizer está realizando ensaios clínicos com um medicamento que pode barrar a protease principal, mas em sua fase madura. A farmacêutica Merck também tem um estudo clínico com uma molécula que bloqueia outra proteína não estrutural, chamada polimerase – responsável por sintetizar cópias do RNA viral.

Oliva ressalta que todo fármaco antiviral atua se encaixando em um receptor. “O mundo inteiro está em busca de drogas candidatas que se encaixem na protease, porém, olhando a estrutura da enzima já pronta, madura. O que mostramos é que existem variações de estágios anteriores dessa protease que podem ser alvos mais interessantes para o desenvolvimento de fármacos. É como cortar a erva daninha antes que ela cresça”, conclui.

O artigo A Crystallographic Snapshot of SARS-CoV-2 Main Protease Maturation Process pode ser lido em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0022283621003429.

 

 

Maria Fernanda Ziegler

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/descoberta-facilita-busca-por-farmaco-capaz-de-sabotar-a-replicacao-do-sars-cov-2/36582/

A Black Friday está aí. Você já estreou na live commerce?

O live commerce, formato inovador de vendas online que integra transmissões ao vivo com o e-commerce, está acelerando no mundo todo após bombar na China, onde foi criado. Por lá, o formato já representou 10% de todas as vendas online de 2020 e a projeção é que esse número atinja 20% já em 2022 - um modelo pra lá de consolidado. Em uma pesquisa da AlixPartners, feita no final do ano passado, dois terços dos chineses afirmaram que haviam comprado por meio do live commerce nos últimos 12 meses.

No Brasil, por conta da pandemia, para sobreviver e não perder contato com seus consumidores, as marcas começaram a fazer transmissões nas redes sociais no ano passado. O brasileiro, um early adopter por natureza e entusiasta das redes, gostou do formato e, em pesquisa de tendências emergentes apresentada pelo Facebook no começo do ano, 91% desses entusiastas manifestaram o desejo de aumentar sua experiência com live shopping no Brasil.

Acompanhamos bem de perto a tendência desde 2019 e avaliamos que tinha tudo para decolar no Brasil também, uma vez que aqui o consumidor é bastante engajado nas redes sociais e gosta de interagir. A partir dessa visão, criamos em 2020 uma solução de live commerce integrada às principais plataformas de e-commerce do mercado para as marcas venderem por este novo formato, sem precisar criar mais um canal de venda. 

Vimos o interesse das empresas acelerar no começo de 2021, com muitas empresas começando a experimentar o formato para entender como ele funciona e, claro, aprender e evoluir para obter mais resultados. Algumas marcas já avançaram e passaram da fase de avaliação para incorporar o formato dentro do seu mix de vendas.



De roupas a apartamentos 

Como toda inovação, o modelo trouxe aprendizados nas mais variadas frentes. E gosto de dizer que, para aprender, tem que começar a errar para acertar. As emoções e experiências vividas em transmissões ao vivo para mais de 30 clientes de diversos segmentos geraram o amadurecimento e apontaram para soluções mais concretas, com abordagens que foram incorporadas a partir das lições aprendidas e dessa verdadeira tropicalização do live commerce, já que temos as nossas peculiaridades.

Moda é um dos principais segmentos que aderiram ao formato de live commerce, no entanto, nos deparamos com um desafio inusitado no setor imobiliário. Em transmissões via live commerce feitas no mesmo dia para uma incorporadora em três capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte), foram vendidos oito apartamentos. Esse feito inédito no Brasil com um produto desse porte só confirma a força de vendas deste sistema e como ele pode ser explorado como um mecanismo bem-sucedido por muitos produtos e marcas. Se é possível vender um apartamento, conseguimos vender qualquer coisa!

Além da plataforma, é fundamental ter uma produção mais cuidadosa e elaborada e, nesse aspecto, é importante contar com o trabalho profissional e especializado de uma produtora para integrar todo o processo de live commerce. Preparação e planejamento do conteúdo são essenciais para se atingir bons resultados, já que o formato ao vivo tem características próprias. Todos os envolvidos nessa grande produção precisam estar atentos a todos os detalhes e surpresas desse espetáculo para que tudo flua da melhor forma possível. Temos que estar preparados para os imprevistos.

O crescimento do tema no Brasil exige soluções integradas que vão além da plataforma e conteúdo. Além das entregas, é necessário montar squads especializados dentro das empresas que pretendem investir no formato para ser uma nova fonte de receita, e, com isso, desenvolver as melhores práticas customizadas para cada marca, inclusive formando seus próprios influenciadores. Assim, fica mais fácil garantir que a sua live commerce seja um sucesso.



Aprenda antes da Black Friday

Com a retomada da economia, a Black Friday deste ano promete vir com tudo e a concorrência deve ser ainda mais acirrada. As lives commerce devem ser um grande atrativo durante a semana de grandes promoções que acontecem no final do mês de novembro e, para tanto, esse formato precisa ser mais bem explorado nos próximos meses, com ações que vão servir para testar as demandas e preferências do público.

A frequência de lives trará experiência e irá aumentar a conversão e resultado pela recorrência e pelos aprendizados a cada evento online. Esse formato promete ser uma oportunidade de fidelização, ajudando a construir engajamento e preferência para as marcas em longo prazo.

Por tudo isso, não espere a Black Friday para estrear no live commerce. Melhor testar antes para já chegar afiado, certo?

 


Alessandro Cauduro - CIO do Ecossistema Haus e CEO da Huia, que integram o Grupo Stefanini.

Open Finance: veja como o novo sistema vai impactar os investimentos

No dia 13 de agosto o Banco Central colocou em vigor a segunda fase do sistema que tem transformado o mercado financeiro brasileiro, o Open Banking. A partir desta etapa, os consumidores poderão autorizar o compartilhamento de suas informações com instituições financeiras participantes, para melhorar o fluxo de dados e ter serviços mais personalizados e menos burocráticos.

O modelo de mercado financeiro aberto, sucesso em países como Reino Unido e Singapura, por exemplo, é adotado para fomentar a competitividade entre as empresas, com objetivo de beneficiar o consumidor final. Isso porque, a partir de um ambiente mais democrático, os clientes passam a ganhar soluções mais personalizadas - o que repercute em todo o ecossistema financeiro, que ganha inovação e recursos tecnológicos. 

Dividido em quatro etapas, a expectativa é a de que o modelo do Open Banking seja ampliado até chegar ao formato Open Finance, “finanças abertaas”, em português. Esse modelo promoverá ao mercado e consumidores serviços ainda mais robustos e completos, impactando desde operações cambiais, até investimentos, seguros e previdência privada.

Para entender como o Open Banking e o Open Finance vão impactar no mercado e os investimentos, conversamos com o Ailton Torres, CIO da Smartbrain.


Como você avalia a adoção desse sistema mais aberto no mercado financeiro brasileiro? Os impactos serão positivos? 

Ailton Torres: Como toda mudança, devemos sempre acompanhar sua adoção fazendo análises com alguma profundidade à medida que este sistema vai se consolidando. Se por um lado a barreira de acesso ao mercado financeiro ficará menor, possibilitando aumentar a quantidade de "players" e com oportunidades de oferecer soluções personalizadas aos clientes e ao mercado, do outro temos o desafio de integração e colaboração entre as autoridades do segmento e instituições que nem sempre se encontram no mesmo estágio de maturidade tecnológica para cumprir as premissas desse sistema.

Dito isto, acredito que os impactos serão positivos para os consumidores que terão mais liberdade de escolha e também para as empresas que poderão conhecer melhor os perfis e necessidades específicas destes consumidores.


Com a quarta fase, o programa se estenderá a serviços como investimentos. Qual o potencial do Open Finance para os investimentos?

De maneira mais ampla, há enorme potencial para a criação de novos modelos de negócios, por exemplo, atualmente contamos com diversas plataformas de investimentos que permitem aos investidores obterem informações sobre vários tipos de ativos e como aplicar neles. 

Existe uma tendência muito forte de que a partir do acesso aos dados dos clientes seja possível focar na prestação de serviços mais especializados e de melhor qualidade, nem que para isto uma instituição se alie a outra para alcançar este grau de personalização. 


Quais os ganhos para os investidores em ter um mercado mais democrático, aberto e personalizado em dados?

É possível responder por meio da minha própria experiência. Antes de atuar no mercado financeiro, não tinha tanto conhecimento sobre as possibilidades de investimentos e ficava restrito às opções oferecidas pelos bancos onde meu dinheiro estava aplicado. Como os meus dados não estavam abertos para outras instituições, era difícil compartilhar o meu histórico financeiro e ter opções melhores de investimentos em função do meu perfil e disponibilidade financeira. 

Para este novo cenário deixo um alerta, cabe aos investidores se prepararem para conseguir usar suas informações financeiras e tomar decisões que sejam melhores para si mesmo.


Em relação às gestoras/investidoras, como isso vai impactar no fornecimento de produtos e serviços?

De muitas maneiras, principalmente no acesso mais facilitado aos dados do cliente. Isso porque, será possível reduzir o esforço na coleta e estruturação destas informações para a criação de produtos e serviços mais personalizados.

 

Com planejamento, empreendedorismo por necessidade pode virar uma grande oportunidade

Confira dicas do Sebrae para você ter sucesso na sua empresa


Desde o início da pandemia do coronavírus, empreender virou uma necessidade para milhões de brasileiros que enfrentam o desemprego e buscam uma fonte de renda. De acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2020, realizada no Brasil pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), a taxa de empreendedorismo por necessidade saltou de 37,5% para 50,4%, o mesmo nível de 18 anos atrás. Com a crise, 82% dos novos empreendedores alegaram que foram motivados pela carência de emprego.

Uma boa notícia para esses empreendedores é que a necessidade de empreender pode se transformar em uma grande oportunidade, desde eles façam um bom planejamento e fiquem atentos ao que o mercado deseja. “Não é porque um negócio nasceu da necessidade do empreendedor em ter uma renda que ele não pode transformar essa situação em oportunidade. Com preparo e inovação, é possível que esses pequenos negócios cresçam no futuro e sobrevivam, desde que sigam alguns passos importantes”, comenta o gerente de Competitividade do Sebrae, Cesar Rissete.

Um dos conselhos dados a esse público é que as pessoas empreendam em uma área em que já tenham habilidade e conhecimento ou fiquem atentas às necessidades de mercado que possam ser atendidas por um novo serviço ou produto. “Antes de abrir uma empresa, pense e observe. A boa tomada de decisões necessita de reflexões. Retire um ou mais dias de observações e reflexões antes de iniciar. Empreender requer observação e esse um dia de reflexão pode salvar uma empresa”, pontua Rissete.

Outra dica dada pelo gestor é que a crise causada pela pandemia da Covid-19 exige dos potenciais empreendedores ou daqueles que já possuem um pequeno negócio, uma atenção redobrada sobre pontos importantes na gestão, principalmente no que diz respeito ao planejamento financeiro. “Um bom planejamento faz parte da rotina de qualquer empreendedor que almeja o sucesso da sua empresa. Sabemos que em cenários de crise há muitas incertezas e que apesar de não conseguir eliminar todos os riscos, é possível mitigá-los”, comenta.

É importante que o empresário elabore um planejamento adequado antes de iniciar a atividade do seu negócio. Além de pesquisar o mercado, é interessante que se busque auxílio de ferramentas, como o modelo Canvas, neste primeiro momento. Outro ponto que deve ser levado em conta é a definição do público-alvo, ou seja, para quem sua empresa irá vender. Isso é determinante para o sucesso do negócio. É preciso entender - com o máximo de detalhes – com quais nichos a empresa pretende dialogar. “Quanto mais específico for seu público, maiores serão as chances de conseguir atingi-lo e ter uma melhor aceitação do seu produto ou serviço”, conta o gerente de competitividade.

Para ajudar ainda mais os empreendedores, o Sebrae tem diversas soluções que podem auxiliá-los nessa fase. “Procure o Sebrae, ligue no nosso 0800 e converse sobre sua ideia com os consultores. É necessário um preparo mínimo e o Sebrae oferece mais de 140 capacitações gratuitas e online para ajudar”, finaliza Cesar Rissete.


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