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terça-feira, 10 de agosto de 2021

Trombose no esporte: a melhor defesa é o conhecimento

Divulgação
Especialista explica como essa condição pode atingir atletas e como agir em caso positivo

 

Um erro muito comum é acreditar que a trombose é uma condição que atinge somente pessoas de mais idade ou com saúde debilitada. No entanto, a realidade mostra que coágulos de sangue anormais, também conhecidos como trombos, podem acontecer em qualquer pessoa, independentemente de idade ou condição física. Uma classe que pode ser atingida são atletas que, apesar de boa condição física e laboratorial, se veem frente a outras condições adversas que podem levar a uma trombose venosa ou arterial.  

Primeiramente, é preciso entender o que é esse estado e quais são seus possíveis malefícios. Uma trombose acontece quando um trombo interrompe a circulação de uma veia ou artéria, comprometendo a irrigação e a função regular daquele órgão ou tecido. Embolia pulmonar, AVC e infarto do miocárdio são apenas algumas das doenças decorrentes dessa condição – que pode levar, em casos extremos, à morte.  

As causas da trombose podem ser diversas, no entanto, a simples prática esportiva, dependendo da modalidade pode ser um fator de risco, como explica a Dra. Joyce Annichino, hematologista e professora do departamento de clínica médica da Unicamp. “O esporte, apesar de ser uma prática positiva, pode levar a lesões da veia como no trauma ocasionado por uma bolada durante uma partida de futebol, ou pela repetição de movimentos dos braços, como no caso do basquete, handebol e natação. Lesões musculoesqueléticas ou estiramentos musculares podem criar um edema local, que, por sua vez, podem comprimir a veia, levando à trombose”. 

Foi o que aconteceu com a jogadora de tênis americana Serena Williams em 2010. Uma série de pequenas lesões foram responsáveis por carregar coágulos de sangue ao seu pulmão - o que, infelizmente, acabou levando-a a um caso sério de embolia pulmonar que a tirou das quadras por quase 12 meses. “É difícil afirmar exatamente uma única causa para formação de um trombo em um atleta. Podem ser lesões, viagens aéreas muito longas em que a pessoa fica sentada por horas, muito tempo de imobilização por conta de contusão”, afirma a médica.  

No entanto, a doutora reforça também que não há motivo para pânico já que nem tudo leva a trombose. É importante ficar atento a lesões que, apesar dos tratamentos, não melhoram ou ainda pioram. “Imagina que você teve um estiramento e está com dor. Você pode fazer uma compressa, tomar um anti-inflamatório. Mas, se depois de dois, três dias, apesar dos cuidados não houver qualquer melhora, ou ainda, o quadro piorou, é bom procurar um atendimento para ver a necessidade de fazer um ultrassom e descartar a trombose”, explica. 


Doping 

“A competição esportiva é muito positiva, mas muitos valores equivocados chegam ao atleta com a premissa de vencer a qualquer custo”, explica a Drª Joyce. E, com isso, muitas vezes, eles não medem esforços na hora de utilizarem medicamentos e hormônios para tentar aumentar a performance. Com isso, acabam se expondo a um risco grande”.  

Nesse sentido, existem substâncias que poderiam estar associadas à trombose arterial, especialmente os esteroides androgênicos, que são os derivados de testosterona. Miocardiopatia, arritmia, infarto e derrame são apenas algumas das consequências do uso da testosterona. “Uma outra coisa usada por ciclistas é a eritropoietina, que estimula a produção das hemácias, que associada a outros fatores, como a desidratação, pode, em alguns casos, aumentar o risco de infarto”, completa a doutora. Alterações no colesterol e aumento da pressão arterial são outros fatores induzidos por essas substâncias e que podem levar à trombose.  


Fator desencadeante e tratamento 

Um fator muito importante para pacientes com trombose venosa é tentar se lembrar de qual pode ter sido o fator desencadeante desse quadro; ou se não houve nenhum fator - a chamada de trombose espontânea. E muitas vezes as lesões esportivas são esquecidas como fatores desencadeantes. “Isso muda toda a conduta que a gente vai ter com esse paciente. Porque se consideramos uma trombose espontânea, o paciente em muitos casos terá que tomar anticoagulantes pelo resto da vida. Mas se houve um fator desencadeante, isso muda tudo. A gente geralmente vai tratar por três a seis meses”, esclarece.  

Além disso, o paciente que está em uso de anticoagulantes deve evitar a todo custo se expor, durante o tratamento, a situações de risco de sangramento. “Se um atleta, profissional ou não, teve uma trombose, nos três primeiros meses não pode se expor a nada de alto impacto, porque o risco hemorrágico é alto. Os três primeiros meses são críticos após uma trombose”, finaliza.  


Cirurgias de urgência em hérnias abdominais no SUS caem 16% em ano de pandemia

O número de cirurgias de urgência relacionadas às hérnias da parede abdominal teve uma redução de 16% em ano de pandemia, de acordo com dados divulgados pelo DataSus.


Entre 2020 e 2021 foram feitos 36 mil procedimentos considerados urgentes e, em 2019, antes da pandemia, o número chegou a 43 mil. A redução acompanha o número total de cirurgias de hérnia, que caiu 69%.

O estrangulamento de uma hérnia abdominal caracteriza uma cirurgia de urgência. De acordo com o cirurgião e presidente da Sociedade Brasileira de Hérnia, Dr. Christiano Claus, a complicação pode levar à morte se não tratada. "Nesse caso o conteúdo herniário - que geralmente é parte do intestino do paciente - fica estrangulado, comprometendo o fluxo sanguíneo e podendo levar a isquemia e gangrena. O paciente apresenta dor intensa e a cirurgia deve ser realizada o mais breve possível", explica.

Não é possível apontar o exato motivo dessa redução de cirurgias. "Pode ter ocorrido devido a queda no número de complicações apresentadas pelos pacientes ou devido a maior busca por atendimento particular devido a situação da pandemia no país", afirma o presidente.

O encarceramento é outra complicação das hérnias abdominais. Acontece quando o abaulamento ou ‘bolinha da hérnia’ não desaparece espontaneamente e não pode ser reduzido mesmo diante a manipulação. O vice-presidente da SBH, cirurgião Marcelo Furtado, explica que esse caso nem sempre representa uma emergência. "Apesar de provocar dor não configura necessariamente uma emergência. Se houver encarceramento associado a obstrução do intestino, a cirurgia de emergência está indicada".



sbhernia.org.br

 

Pandemia: sedentarismo aumenta o risco de perda muscular e fraturas em pacientes com osteoporose

Neste momento em que ficar em casa ainda é a alternativa mais segura à saúde, a atividade física pode acabar perdendo lugar na rotina da população. A mudança de hábito aumenta os riscos de problemas de saúde, principalmente para quem já possuí alguma doença óssea. Segundo o reumatologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Leandro Parmigiani, o quadro eleva a chance de perda muscular e o risco de fraturas em quem já convive com a osteoporose. 

“O exercício físico é muito importante para os pacientes que convivem com doenças como osteoporose, osteoartrite e artrite reumatoide, pois ajuda a fortalecer a qualidade do osso e estabilizar a integridade da articulação. Mas vale lembrar que para cada problema há uma indicação de atividade”, explica o médico. 

No caso da osteoporose e artrite reumatoide controlada, exercícios com carga, como a musculação, são os mais indicados. Já para os pacientes com osteoartrite a recomendação é de inclusão de dinâmicas de baixo impacto como a hidroginástica e natação para evitar o risco de aceleração do desgaste articular. 

Parmigiani lembra que, além do exercício físico, os quadros das doenças são impactados por mais dois aspectos: alimentação e obesidade. “A manutenção do peso evita o aumento de células inflamatórias que estão envolvidas nos processos das doenças reumatológicas, cardiológicas, renais e dermatológicas entre tantos outros”, explica. 

 A ingesta excessiva de álcool e o tabagismo também aceleram o envelhecimento celular e levam a um maior desgaste dos ossos e das articulações. “Sabemos que neste momento pandêmico alguns hábitos não saudáveis ganham protagonismo. Mas é importante que, além da segurança contra a covid-19, não deixemos de cuidar da saúde por completo para evitar outras consequências”, complementa o reumatologista.

 

Você conhece a diferença entre artrite, artrose e osteoporose? 

Artrite: é uma inflamação importante das articulações que provoca dores constantes e limitações decorrentes deste processo inflamatório autoimune. Vale lembrar que várias doenças, inclusive infecções virais e bacterianas, podem causar o problema.

 

Artrose: definida agora por Osteoartrite: é uma doença degenerativa do envelhecimento que também provoca uma inflamação articular em proporção menor que a Artrite Reumatoide, levando ao desgaste articular.


Osteoporose: é uma doença silenciosa, que não causa dor, mas provoca fraturas devido à fragilidade óssea.

 

 

Hospital Edmundo Vasconcelos

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Gestante: melhore sua imunidade e saúde com 5 cuidados

Ginecologista alerta que mudanças hormonais e no organismo feminino e deficiências alimentares são algumas possíveis causas da baixa na guarda das defesas da mulher

 

A pandemia Covid-19 evidenciou uma questão pouco discutida, mas que é tema recorrente nas consultas de pré-natal: a imunidade das gestantes. Para Odair Albano, médico ginecologista, obstetra e consultor em saúde, o período gestacional altera a resposta imune da mulher, deixando-a mais vulnerável às doenças. São apontadas como possíveis causas as mudanças hormonais do ciclo gestacional, adaptação do corpo feminino para receber e desenvolver o bebê e as deficiências nutricionais. Entenda como minimizar esses fatores:

 

Alimente-se bem e de forma equilibrada e saudável 

A necessidade de uma alimentação adequada, balanceada e rica em diversos nutrientes é uma realidade na vida de qualquer pessoa. Na gravidez, esse cuidado é necessário e deve ser redobrado já que o bebê em desenvolvimento depende da nutrição materna.  São importantes os macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais).  Ente os micronutrientes importantes para o sistema imune estão: a vitamina D, vitamina C, vitamina E, zinco  e selênio. Uma dieta alimentar variada com leite e derivados; carnes e ovos; grãos, pães e cereais integrais e colorida com verduras, legumes e frutas. Cuidado com açúcar refinado, gorduras e excesso de sal.  No total uma gestante deve ingerir 2.500 kcal por dia, cerca 300 calorias a mais que a não grávida. 

Não esqueça de beber bastante água. As necessidades na gestação também são maiores. Dados de pesquisa nacional¹ sobre alimentação na gestação mostrou que a maioria não tem uma dieta adequada e 70% das entrevistadas relata abuso de sal. A suplementação das gestantes com vitaminas, minerais e ômega 3 pode suprir as necessidades aumentadas, melhorar a imunidade e reduzir os riscos de complicações materna e fetais.

 

Os probióticos podem ser importantes aliados 

Queridinhos da saúde intestinal, os probióticos têm inúmeros benefícios para o corpo e um dos principais deles é reforço do sistema imunológico e prevenção de algumas infecções respiratórias virais, papeis já atestados das chamadas “bactérias do bem”. Algumas dessas bactérias são tão poderosas, que podem ajudar na prevenção de alergias do bebê ainda dentro da barriga. Mas, fique atenta gravidinha, nem todas as cepas de bactérias são liberadas para as gestantes.  O Lactobacillus rhamnosus GG é comprovadamente seguro e indicado durante a gestação.

 

Mexa-se, gravidez não é doença! 

Atividade física em qualquer momento da vida e também na gestação é um excelente combustível para manter a boa saúde mental e física. O exercício regular e moderado fortalece a sua imunidade. Um estudo publicado na revista científica Diabetes & Metabolic Syndrome: Clinical Research & Reviews², que analisou pacientes com Covid-19, sugeriu que treinos aeróbicos podem fortalecer a imunidade em geral reduzindo os riscos de infecções do sistema respiratório.
Procure sempre um profissional especializado na área para acompanhar seus exercícios. E não se esqueça de usar máscara e higienizar aparelhos utilizados e as mãos.

 

Boas horas de sono 

Com a gestação surgem dúvidas e alguma insegurança. A gestante fica ansiosa e muitas vezes estressada. Cuidado! O estresse crônico provoca um grande desgaste e alterações físicas e psíquicas. Causa insônia, fadiga, reduz a imunidade e altera o humor. Depois de um dia longo e agitado, a gestante precisa ter uma noite tranquila para descansar e reparar as suas funções. Dormir bem, num local escuro, sem barulho e confortável, cerca de 7 a 8 horas por noite, é fundamental para manter uma boa saúde física e psíquica.

 

Vacine-se! 

A vacina também é uma importante aliada na manutenção da imunidade contra diversas doenças. De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm)³, durante a gravidez são recomendadas quatro principais vacinas: Tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche - dTpa): que protege a gestante e evita que ela transmita a Bordetella pertussis (coqueluche) ao recém-nascido; a Hepatite B: recomendada para todas as gestantes e a Influenza (gripe): já que gestante faz parte do grupo de risco para complicações e Covid-19 por conta do cenário atual, recentemente, a vacina do coronavírus também passou a ser recomendada pelo Ministério da Saúde para gestantes. 

Em situações especiais são recomendadas Hepatite, A, Pneumocócicas, Meningocócicas conjugadas ACWY/C, Meringocócias B e Febre Amarela. São contraindicadas: tríplice vital (Sarampo, Caxumba, Rubéola), HPV, Varicela (Catapora) e Dengue. Exceto a vacina da Dengue, todas podem ser pode ser aplicada no pós-parto e durante amamentação. A vacina da Dengue é contraindicada em mulheres soronegativas, que estejam amamentando e imunodeprimidas. 

“A imunidade pode ser influenciada pela genética, idade, gestação, doenças crônicas e tratamentos imunossupressores. E por fatores ligados ao estilo de vida, entre eles, a alimentação, falta atividade física, distúrbios do sono e alterações emocionais. Na gestação, a orientação pré-natal e a mudanças dos hábitos e do estilo de vida podem reduzir os riscos, em especial, das doenças infecciosas, causadas pela baixa imunidade. Por isso, se torna tão importante tentar controlar esses fatores, para diminuir os riscos à saúde causados pela baixa em nossas defesas”, conclui o especialista.

 


Referências consultadas

¹ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24890188/ (acesso em agosto de 2021). 

²https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/mdl-32388326 (acesso em agosto de 2021). 

³https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-gestante.pdf  (acesso em agosto de 2021).

 

8 orientações se você convive com uma pessoa portadora de Parkinson

 

As orientações abaixo ajudam a minimizar os sintomas, melhorar a qualidade de vida, além de evitar acidentes e quedas

 

Dados do IBGE estimam que existam hoje, no Brasil, cerca de 200 mil pessoas com a doença de Parkinson, o que corresponde a um aumento de 16% nos últimos 5 anos. A doença de Parkinson é uma doença crônica e neurodegenerativa que afeta principalmente pessoas com mais de 65 anos. 

De acordo com a coordenadora do núcleo de fisioterapia do Centro de Excelência em Recuperação Neurológica (CERNE), Tawani Sanches Suzuki, a doença de Parkinson atinge o sistema nervoso central, causando a diminuição intensa e gradativa da produção de dopamina, que é um neurotransmissor que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas, causando os tremores. 

Atualmente existem vários tratamentos que ajudam na contenção da doença, como atividades para minimizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. A seguir, a especialista elenca algumas delas: 

1)          Inicie o tratamento o mais rápido possível, mesmo que os sintomas ainda sejam leves. Lembre-se que além de melhorar os sintomas já estabelecidos, a fisioterapia também atua de forma preventiva, minimizando a evolução da doença.

2)          Retire de casa todos os objetos que possam causar acidentes e quedas, como tapetes, brinquedos de crianças e dos animais de estimação. Evite também caminhar em lugares escorregadios e terrenos irregulares e tome sempre muito cuidado com os degraus.

3)          Realize adaptações nos ambientes para te ajudar a evitar acidentes como, por exemplo, a instalação de barras de apoio nos banheiros, corrimão nas escadas e pisos antiderrapantes. Acenda as luzes e coloque os óculos ao se levantar a noite para ir ao banheiro ou à cozinha. Nunca se levante no escuro.

4)          Procure manter o comprimento dos passos durante a caminhada, evitando que eles se tornem muito pequenos, e no momento do passo tente tocar o chão sempre com o calcanhar primeiramente.

5)          Tente se concentrar em dar o passo tocando o chão com o calcanhar ou imaginar uma linha no chão a ser ultrapassada - quando se sentir preso ao chão (congelamento da marcha).

6)          Evite realizar outra atividade enquanto caminha como, por exemplo, utilizar o celular. Concentre-se no que está fazendo para não tropeçar e cair.

7)          Realize diariamente atividades cognitivas para estimular a memória e a concentração – como leitura, caça-palavras, palavras cruzadas, sudoku etc.

8)          Realize atividades físicas de forma regular, porém faça essas atividades com segurança e supervisão, se for necessário.

Para finalizar, Tawani lembra da importância de um profissional qualificado para o tratamento da doença: “Procure ajuda de profissionais especializados para que você ou seu familiar não corram nenhum risco. Você pode encontrá-lo através do site da Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional – ABRAFIN: www.abrafin.org.br.”

 


Centro de Excelência em Recuperação Neurológica (CERNE)

www.clinicacerne.con.br

https://www.facebook.com/cerneoficial

https://www.instagram.com/cerne.oficial/

 

Cresce em 93,6% o número de mães interessadas em doar leite materno durante a pandemia da covid-19

 Especialistas explicam que o aumento se deu pela preocupação das mães em proteger à saúde do bebê, com destaque para a amamentação como a principal oferta de cuidado


Especialistas do Banco de Leite do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) têm observado aumento no número de mães interessadas em doar leite materno, além dos cuidados relacionados à amamentação. No início da pandemia da Covid-19, o setor recebeu 147 ligações em seis meses, que representa 93,6% do total de ligações recebidas em um ano se comparado a 2019. Boa parte das ligações foi feita por mães em busca de orientações sobre o processo de doação do leite materno e do fornecimento do produto doado aos bebês.


Foto: Banco de Imagens

"Esse panorama nos surpreendeu, pois imaginávamos uma queda exponencial tanto nas doações devido ao isolamento social e ao medo da exposição das pessoas em áreas hospitalares. Mas a conscientização sobre o tema fez com o sentimento de solidariedade prevalecesse", destaca Adriana Moreira da Silva, enfermeira do Banco de Leite Humano do HSPE.

Ainda de acordo com a enfermeira, o leite materno é considerado o alimento mais completo e deve ser ofertado ao bebê exclusivamente até o 6° mês, além de mantido na alimentação da criança de forma complementar até dois anos de idade ou mais. Adriana destaca ainda que o aleitamento materno é tão importante para a mãe - pois ajuda na recuperação pós-parto, no restabelecimento do peso adequado e a diminuir o risco de desenvolver doenças como o câncer de mama e ovário - quanto para o bebê por auxiliar no desenvolvimento e na aquisição de anticorpos com repercussões positivas na saúde ao longo da vida.

Há pouco mais de cinco meses, Tatiane Soares, 38 anos, mãe do Thales de um ano, decidiu que queria compartilhar o cuidado que concede ao seu bebê, por meio do leite materno, para outras crianças que também necessitam do aleitamento. Desde então, a auxiliar de enfermagem chegou a doar 600 ml por dia ao Banco de Leite do HSPE. "Eu percebi que com a quantidade de leite que ainda produzo eu poderia tanto complementar a alimentação do meu filho, que já está na fase de consumir outros alimentos, como ajudar na nutrição de outros bebês", comenta.



Aleitamento materno, amamentação e a Covid-19

Para as mães que contraíram a covid-19 é indicado suspender a doação de leite humano, respeitando o protocolo de segurança técnica e controle de qualidade estipulado pela ANVISA para a seleção de doadoras.

Já para as mães que amamentam a orientação é não suspender o ato, pois as evidências mostram que os benefícios superam os riscos, facilitando a transmissão de anticorpos para a proteção e saúde do bebê.

No entanto, a mãe deve manter os cuidados básicos, como usar máscara e higienizar corretamente as mãos, para evitar contágio da doença ao ter contato com o recém-nascido.



Como doar

O Banco de Leite Humano do HSPE recebe doações e realiza coleta externa na região. Basta a possível doadora entrar em contato pelos telefones (11) 4573-8172 ou (11) 4573-8247 e fazer um agendamento que a equipe do hospital vai até a residência dela para entrevistá-la e avaliá-la. Na ocasião, ela recebe toda a orientação de higiene, como ordenhar o leite, conservá-lo adequadamente, além de fornecer o material necessário para a coleta.

Qualquer mulher em fase de amamentação pode ser uma doadora, basta ser saudável e não tomar medicamento contraindicado para esta fase.

É importante ressaltar que todo leite doado é analisado e passa por testes de qualidade, processamento, pasteurização e só então é ofertado aos bebês prematuros.


Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo - Iamspe


Dia da Gestante: Gestação e os cuidados com a candidíase

Infecção tem uma grande incidência em grávidas, mas é de fácil tratamento e não prejudica a saúde do bebê

 

A gestação é um período muito importante na vida das futuras mamães e marcado por muitas expectativas, alegrias e emoção. Para celebrar essas mulheres, no dia 15 de agosto comemora-se o Dia da Gestante, um momento muito especial na vida das mulheres, que merece muito carinho, cuidado e atenção. Na gravidez, o corpo passa por algumas mudanças para abrigar o bebê, por isso algumas situações são bastante comuns durante o período, como a Candidíase. A baixa imunidade e os níveis altos de hormônios favorecem a proliferação de fungos presentes naturalmente na flora vaginal.

Apesar de ter uma grande incidência em grávidas, a Candidíase é um problema que afeta mulheres de qualquer idade. Porém, é importante ressaltar que a infecção não prejudica o bebê. Existe uma pequena chance do bebê ser contaminado na hora do parto, porém pode ser tratado facilmente com orientação médica.

Sintomas da Candidíase

Para que as futuras mamães possam curtir esse momento mágico, é necessário ficar atento aos sintomas mais comuns de Candidíase, como: 

  • Corrimento esbranquiçado, tipo nata de leite
  • Coceira intensa na vagina
  • Cheiro característico, tipo água sanitária
  • Dor ou sensação de queimação ao urinar
  • Dor nas relações sexuais
  • Vermelhidão e inchaço na região íntima


Como tratar a Candidíase

As infecções vaginais são muito comuns na gestação. Por isso, o médico deve ser sempre consultado para fazer o diagnóstico correto e orientar o tratamento mais indicado para o problema.

O tratamento na gravidez pode ser realizado por via tópica, com cremes vaginais ou banhos de assento. O creme vaginal à base de Clotrimazol, como Lomecan, medicamento isento de prescrição de Genomma Lab., é um tratamento indicado para inibir o crescimento e a porliferação de fungos e aliviar os sintomas causados pela infecção.

Para reduzir o risco de desenvolver candidíase, Lomecan traz algumas dicas e informações que ajudarão as futuras mamães a prevenirem as infecções e que podem ser realizadas em complemento com o tratamento indicado pelo médico:

  • Evitar alimentação rica em açúcar e carboidratos;
  • Usar roupa íntima de algodão;
  • Evitar usar calças muito justas e absorventes diários;
  • Realizar higiene íntima com atenção;
  • Dormir sem calcinha para ventilar a região, diminuindo a possibilidade de proliferação dos fungos

 

 

Informações do produto e sobre a doença podem ser adquiridas no link https://lomecan.com/br/#

 

Genomma Lab


Crianças com alta complexidade também podem se beneficiar do leite materno

Sabará Hospital Infantil incentiva o aleitamento materno na campanha do Agosto Dourado 


Com o intuito de conscientizar a sociedade a respeito da importância do aleitamento materno durante os primeiros anos de vida dos bebês, é realizada neste mês a campanha Agosto Dourado.  

O Agosto dourado simboliza a luta pelo incentivo à amamentação e destaca a importância do tema na saúde das crianças. A cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno.

“Todo bebê, mesmo de alta complexidade, está apto a receber o leite materno. Por isso, nós acompanhamos pais e bebês para ajustarmos a melhor dinâmica de acordo com as condições neurológicas, de sucção, gástrica e qual a melhor via, se é necessário o uso da sonda para que a criança receba o alimento”, explica a fonoaudióloga do Sabará Hospital Infantil,  Denise Lopes Madureira. 

Para a supervisora da equipe de nutrição do Sabará Hospital Infantil, Fernanda Rabelo, o objetivo é proporcionar uma rede de apoio para incentivar o aleitamento materno durante o período intra hospitalar. A equipe de nutrição atua junto as mamães prestando as orientações necessárias para garantir o cumprimento do plano assistencial definido para o bebê. “O aleitamento materno exclusivo é fundamental até os seis meses de vida, pois é um alimento completo e equilibrado do ponto de vista nutricional e pela presença de anticorpos, tão importantes nessa fase”

Para garantir a continuidade do aleitamento materno, o Sabará Hospital Infantil, especializado no atendimento pediátrico oferece uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos e nutricionistas que está apta para identificar qual a melhor via de oferta do leite materno, bem como garante o acolhimento a mamãe pois amamentar é um grande desafio !! 


Agosto Dourado: campanha alerta para a importância do aleitamento materno


“Aleitamento materno: pediatra, faça a diferença” é tema de campanha do chamado Agosto Dourado, campanha promovida pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) dedicada ao aleitamento materno no Brasil.  A cor dourada está relacionada ao padrão ouro da qualidade do leite materno: estudos comprovam que ele é capaz de salvar vidas de cerca de 13% das crianças, menores de cinco anos, em todo o mundo.  

No mês, também se realiza a Semana Mundial do Aleitamento Materno (SMAM), trazendo o tema “Proteger a amamentação: uma responsabilidade de todos”. A temática foi definida pela Aliança Mundial para Ação de Aleitamento Materno (WABA, em inglês), que tomou como princípio que o aleitamento materno é um direito humano que precisa ser respeitado, protegido e cumprido por todos. Por isso, a  SBP criou suas ações destacando a responsabilidade do pediatra no aleitamento materno. 

 

Dez passos

 

O SBP propõe para esse ano dez passos para que os pediatras façam a diferença na promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e complementada até pelo menos 2 anos. São eles: reconhecer que a amamentação é a melhor forma de alimentação da criança pequena, sendo inigualável; ter uma visão ampliada da amamentação, acreditando que amamentar é muito mais que alimentar a criança; praticar o aconselhamento em todas as consultas envolvendo a amamentação, auxiliando as mulheres/famílias a tomarem decisões informadas; respeitar e apoiar as opções das mulheres, sem gerar culpas; acolher e confortar as mulheres que, por alguma razão, não amamentaram ou amamentaram menos do que o recomendado. 

 

Os passos também recomendam aos pediatras: manter-se atualizado, adotando práticas baseadas nas melhores evidências científicas disponíveis; ter conhecimento e habilidades clínicas necessários para apoiar as mulheres nas dificuldades relacionadas à amamentação; adotar as boas práticas hospitalares em amamentação, compatíveis com as legislações de proteção da amamentação; e acreditar que amamentação é um processo que precisa ser compartilhado, valorizando a rede de apoio da mulher. 

 

“Apoiar e promover a amamentação vai além de incentivar. O pediatra deve ter claro que o leite materno é o padrão-ouro da nutrição infantil e que atualização constante sobre o assunto leva ao sucesso da amamentação. Principalmente porque amamentar não é uma tarefa fácil. Muitos obstáculos podem aparecer no percurso e devemos estar aptos e atualizados para fazer a melhor orientação. O desmame muitas vezes acontece por falta de avaliação e acompanhamento da família que está no processo de amamentação”, ressalta Renata Gonçalves Ribeiro, pediatra, neonatologista e coordenadora médica da UTI neonatal do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC).


Preocupado em auxiliar as mães no momento após o nascimento dos bebês, o hospital desenvolveu um programa de acompanhamento sistêmico das crianças, denominado “Nascer e Crescer no Dona Helena”. O propósito é ajudar as mães em todos os cuidados necessários no período inicial, com atenção especial à amamentação do bebê. O hospital compreende a importância deste processo para mães e filhos, viabilizando um acompanhamento contínuo, integral e humanizado com seus profissionais pediatras, o que possibilita um trabalho preventivo que garante o crescimento saudável da criança.



Leite materno: um alimento perfeito para as crianças 

 

Além de possuir os nutrientes básicos essenciais, como hidratos de carbono, proteínas e gorduras, bem como água, o leite materno possui milhões de células vivas, incluindo os glóbulos brancos, que reforçam o sistema imunitário, e células estaminais, que auxiliam no desenvolvimento e regeneração dos órgãos. “O leite materno é e sempre vai ser o alimento ideal para iniciar a dieta de um bebê. É o alimento mais completo, vivo e ativo. Começa como colostro, que é uma pequena quantidade, rica em anticorpos (o que o bebê inicialmente precisa), e evolui para um leite mais maduro, mais rico em gordura e proteína, acompanhando, assim, o crescimento normal do ser humano”, detalha Renata.


Os anticorpos estão presentes somente no leite materno, garantindo a proteção inicial do bebê, ainda indefeso e imaturo, que nasce com uma pequena quantidade fornecida pela mãe via placenta. “O bebê só começa a produzir uma quantidade maior de anticorpos a partir do sexto mês, então é muito importante que esse bebê seja amamentado”, frisa Renata. Além do benefício relacionado ao sistema imune, sabe-se que o bebê que é amamentado no seio materno tem melhores índices de desenvolvimento cognitivo, psicomotor, auditivo e visual. Também tem menos chance de desenvolver outras doenças. “As crianças têm oito vezes menos chances de desenvolver tumores na infância, principalmente as leucemias e os linfomas.”


Segundo a médica, um bebê deve receber leite materno exclusivo até o sexto mês. A partir de então, a alimentação complementar deve ser introduzida. “Mas se estimula que o leite materno seja mantido até dois anos ou mais, depende de cada caso”, aponta. A profissional reitera a importância da qualidade do leite materno, cuja composição independe da alimentação da mãe: “É um alimento perfeito para a criança.” No entanto, orienta que as mães mantenham uma alimentação saudável e regrada. “A preocupação maior é com a quantidade. Alguns alimentos ricos em ômega, como peixe, podem fazer com que a mãe tenha mais facilidade para produzir o leite”, justifica. 


 

É preciso incentivar a amamentação

 

Para Renata, as mães precisam se empoderar em função da maternagem. “Normalmente o leite seca na cabeça antes de secar no peito. A mãe precisa ter muita vontade, ver que aquela criança tem necessidades para enfrentar essa transição do período fetal para o meio extrauterino. Muitas vezes, as mães não estão preparadas para isso, pois não é uma tarefa fácil, exige muito esforço, físico inclusive, para atender prontamente ao bebê sempre que ele precisar. É a principal dificuldade”, conta, citando que, por vezes, também existem obstáculos com a própria mama, em relação ao tipo de bico e fissuras, que podem provocar dores na hora de amamentar.

 

O aleitamento materno é indicado para todas as mães, com poucas exceções. “Há contraindicação para as mães HIV positivo. Algumas doenças neonatais, como galactosemia [incapacidade do organismo de metabolizar a galactose em glicose] e a intolerância congênita à lactose são também contraindicações à amamentação. Mas é um diagnóstico feito pelo acompanhamento ao pediatra e são condições extremamente raras. Alguns medicamentos também podem contra indicar a amamentação, mas é necessário sempre discutir com o obstetra e o pediatra para ver se realmente é preciso suspender a amamentação”, explica a pediatra e neonatologista.

 

O incentivo à amamentação também é necessário para o abastecimento dos bancos de leite. “Eles coletam o leite de doadoras, processam e pasteurizam o leite para que possa ser fornecido para crianças com diagnósticos de maior gravidade, como, por exemplo, prematuros internados em UTI neonatal. Os profissionais que atuam nos bancos de leite estão preparados também para ajudar as mães com as questões de amamentação, dando as melhores orientações, como a pega correta do bebê ao seio, por exemplo”, informa.

 

Aumento da violência no Afeganistão limita gravemente acesso a cuidados de saúde

Conflitos em curso tomam áreas urbanas, ampliando o número de feridos e deslocados; ataques também ocorrem ao redor de instalações de saúde


A violência no Afeganistão aumentou desde maio, com combates ao redor e dentro das capitais provinciais entre as forças afegãs e o Emirado Islâmico do Afeganistão (IEA, também conhecido como Talibã). Isso está impedindo o acesso a cuidados médicos, aumentando o número de pessoas mortas e feridas por balas e explosões. A insegurança também está causando um amplo deslocamento no país. Em três áreas onde Médicos Sem Fronteiras (MSF) trabalha - Lashkar Gah, na província de Helmand, e Kandahar (ambas no sul) e Kunduz (no norte) - essas consequências foram sentidas de forma aguda. Além disso, há também conflitos em curso na cidade de Herat, outra localidade onde MSF atua.

“A situação no país se deteriorou a tal ponto que em algumas cidades, como Lashkar Gah e Kunduz, as instalações médicas estão na linha de frente”, explica Laura Bourjolly, coordenadora de assuntos humanitários de MSF no Afeganistão. “A equipe de MSF continua tratando pacientes em todos os nossos projetos, em circunstâncias terríveis, e adaptamos nossas atividades médicas para atender às necessidades urgentes”.


Ataque no hospital Boost, apoiado por MSF

Em Lashkar Gah, onde MSF apoia o hospital Boost, combates intensos acontecem na cidade há mais de uma semana. A vida está paralisada e a equipe de saúde está tratando emergências médicas, obstétricas e cirúrgicas. A equipe está permanecendo no hospital para tratar pacientes enquanto bombardeios, ataques aéreos, de morteiros e por foguetes ocorrem nas proximidades. Em 9 de agosto, um foguete explodiu no complexo, muito próximo à sala de emergência, mas felizmente não houve vítimas.

O barulho da guerra dificulta as noites de sono, mas a equipe conseguiu manter todos os departamentos do hospital abertos até hoje. Na semana passada, profissionais de MSF em Boost trataram muitos pacientes feridos de guerra e realizaram 20 cirurgias em apenas um dia. Muitas pessoas já fugiram da cidade e, nos últimos dias, vimos uma redução significativa no número de pacientes que procuram atendimento no hospital.


Escritório de MSF em Kunduz foi transformado em unidade de traumas

Recentemente, os combates também aumentaram em Kunduz e em seus arredores. No final da semana passada, a cidade foi tomada pelo IEA. Quando a violência se intensificou em julho, o escritório de MSF foi transformado em uma unidade de traumas com 25 leitos. A equipe prestou atendimento às pessoas feridas por explosões, balas e estilhaços. Entre 1 e 9 de agosto, 127 pacientes foram tratados com lesões causadas por bala e explosão, incluindo 27 crianças menores de 16 anos.


MSF continua prestando atendimento na unidade de trauma, mas começou a transferir os serviços ambulatoriais para o novo Centro de Trauma de Kunduz (KTC, em inglês), que está em construção desde 2018. MSF também continua apoiando o posto avançado de Chahar Dara, uma unidade de estabilização em um distrito fora da cidade de Kunduz, que atendeu 126 pacientes feridos de guerra entre 1 e 8 de agosto.


Violência impede busca por atendimento médico

Em um país com um sistema de saúde que funciona mal, a violência está exacerbando gravemente a falta de acesso das pessoas aos cuidados médicos. Em áreas com combates intensos, é muito perigoso para as pessoas deixarem suas casas em busca de tratamento médico. Algumas adiam a busca por cuidados até ficarem gravemente doentes. Vemos que o número de pacientes em nossas salas de emergência, no centro de tratamento COVID-19 ou nos ambulatórios diminui à medida que a violência aumenta.

Em Kandahar, onde MSF dirige um projeto para pessoas com tuberculose resistente a medicamentos (DR-TB), os pacientes estão recebendo consultas remotas e usando estoques de medicamentos para evitar que sejam obrigados a cruzar as linhas de frente. Já em Lashkar Gah, há alguns dias, o número de mulheres grávidas que procuravam atendimento aumentou quando a situação estava mais calma. Emergências médicas, nascimentos e cuidados para condições crônicas não param durante os tempos de guerra.

“Nós só tínhamos uma mulher grávida no hospital”, explica Sarah Leahy, coordenadora do projeto de MSF em Helmand, “mas no dia seguinte, depois que a luta diminuiu um pouco, 10 mulheres grávidas conseguiram chegar até nós, então sabemos que há necessidades lá fora. Estamos realmente preocupados que as mulheres tenham que dar à luz em casa, sem ajuda médica disponível, se tiverem complicações".


Insegurança força o deslocamento de famílias no país

Os confrontos entre as partes em guerra também expulsaram centenas de milhares de pessoas de suas casas. Alguns buscaram segurança em áreas urbanas e estão vivendo em assentamentos informais, com pouco acesso a itens básicos como alimentação, abrigo e assistência médica.

Em julho, na cidade de Kunduz, MSF abriu uma pequena clínica para fornecer consultas ambulatoriais a mulheres e crianças deslocadas em Sar Dawra. A equipe também começou a oferecer água potável para pessoas deslocadas internamente na região. A clínica tratou cerca de 300 pacientes por dia e, no início de agosto, MSF transferiu as atividades para outra organização para permitir que as equipes se concentrassem no atendimento ao trauma.

Na cidade de Kandahar, MSF montou uma clínica temporária que oferece atendimento médico a crianças menores de cinco anos no campo Haji, um assentamento informal onde 500 deslocados vivem atualmente. Também estamos reabilitando pontos de água e garantindo o acesso a banheiros e chuveiros. Desde 28 de julho, mais de 170 crianças foram tratadas, a maioria por doenças respiratórias, diarreia e anemia.

O conflito continua muito dinâmico, com a violência crescendo em diferentes áreas do país, e MSF está adaptando seus projetos o máximo possível para atender às necessidades em constante mudança. No entanto, a equipe médica em todo o Afeganistão enfrenta combates que ocorrem nas ruas ao redor dos centros médicos. Com pouco descanso ou pausas, os profissionais também estão constantemente preocupados com as famílias que deixaram em casa. À medida que o conflito entra nas cidades, os hospitais continuam funcionando, mas a ameaça de estar no lugar errado está sempre presente, como vimos nesta última segunda-feira (9) em Lashkar Gah. Todas as instalações médicas em funcionamento devem ser respeitadas.


E o futuro não é mais como era antigamente: os rumos da educação brasileira

O relatório "A educação no Brasil, uma perspectiva internacional", divulgado recentemente pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), em parceria com as organizações Todos Pela Educação e Itaú Social, lança luz aos problemas da educação brasileira, aponta soluções e, mais uma vez, identifica o principal vetor de nossa crise educacional: a desigualdade. O Brasil, que há poucos anos vislumbrava um início de década em 2020 alcançando metas razoáveis com o Plano Nacional da Educação (PNE) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), vem colecionando recordes do avesso, como se a cada ano e a cada problema que nos foge do controle, regredíssemos décadas.

Os efeitos da pandemia de covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, têm alargado também as defasagens em termos da desigualdade na educação brasileira. Com o prolongado período de fechamento das escolas, o cancelamento das atividades presenciais e o retorno das escolas privadas, fica evidente que o preço a ser pago é, mais uma vez, muito mais alto para aqueles alunos com dificuldade de acesso, desprovidos de equipamentos tecnológicos e moradores das periferias, onde a falta da escola tem sido apenas mais um entre as dezenas de problemas enfrentados.

O relatório aponta que, de 2001 a 2018, as taxas de conclusão nos estudos melhoraram de 90% para 95% nos anos iniciais do ensino fundamental; de 67% para 86% nos anos finais e 22% para 67% no ensino médio. Ainda que o avanço seja importante, o problema no ensino médio, no qual a escolha entre estudar e trabalhar se torna mais relevante, ainda é grave. Dados do Instituto Datafolha divulgados em janeiro de 2021 mostram que 4 milhões de estudantes entre 6 e 34 anos abandonaram os estudos em 2020, uma taxa de 8,4% que chega aos 10,8% na educação básica. Dados do Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef) de 2021 mostram que os perfis desses estudantes já são bem conhecidos: pretos, pardos, indígenas, e vivem nas  regiões Norte e Nordeste do país. Números que representam nada menos do que um retrocesso de 20 anos na educação.

O relatório da OCDE aponta ainda que, em 2018, 37% dos homens e 28% das mulheres do Brasil, entre 25 e 34 anos, não tinham formação média ou superior. O número é superior ao de países como Colômbia, Argentina, Chile e também acima da média da OCDE, de 17% para homens e 13% para mulheres. Mas o relatório é claro ao indicar que o problema educacional no Brasil começa muito antes: no acesso à educação básica, a desigualdade entre as crianças é tamanha, que irá acompanhá-las por todo o ensino fundamental e médio, condicionando, inclusive, aqueles que poderão acessar um ensino superior de qualidade. Da desigualdade de formação para a desigualdade de renda, é um pequeno passo.

Ainda que o tom seja de desesperança, nem tudo é retrocesso. A aprovação do novo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) é um exemplo de que a articulação pelo futuro da educação no Brasil ainda existe. O relatório aponta, ainda, saídas interessantes como vincular gastos aos resultados, desenvolvimento da profissão docente e intervenções na primeira infância. Na onda do retrocesso, parece que canções antigas que questionam “que país é esse” ou que acusam o futuro de não ser mais como era antigamente, infelizmente ainda soam bem atuais. Peço licença ao Sr. Renato Russo para sentir saudade “de tudo o que eu ainda não vi”.

 


Walcir Soares Junior (Dabliu) - doutor em Desenvolvimento Econômico com foco em políticas públicas educacionais e professor de Economia na Universidade Positivo.

 

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