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quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Coronavírus avança para todas as regiões da China


No Brasil, há nove casos suspeitos em investigação em seis estados


O número de mortes pelo coronavírus chegou a 170 na China e atingiu todas as regiões do país nesta quinta-feira (30). Isso porque foi confirmado o primeiro caso da doença no Tibete, até então, o único local que estava livre.
   
O coronavírus já infectou mais de 7.7 mil pessoas em todo o mundo, em pelo menos outros 15 países, como Japão, Coréia do Sul, Tailândia, Estados Unidos, Alemanha e França. Nenhum paciente contaminado fora da China morreu.
A maior parte dos casos e mortes em relação ao coronavírus está na província de Hubei, na qual a capital é Wuhan, cidade com 11 milhões de pessoas localizada na região central da China. Só na cidade, foram detectados mais 356 novos casos e mais de 25 mortes.

 No Brasil, o Ministério da Saúde revelou, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (29), que há nove suspeitos em investigação nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e no Ceará.  Todos os pacientes estão passando por exames que, por enquanto, estão centralizados na Fiocruz do Rio de Janeiro.

Durante a coletiva, o secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, informou que não haverá bloqueio de passageiros da China nos aeroportos. Ele disse também que não previsão de interferência no carnaval.
 



Tainá Ferreira


Fonte: https://www.agenciadoradio.com.br


Assexualidade: a orientação sexual em questão



Segundo o médico psiquiatra, sexólogo e diretor do IES Arnaldo Barbieri Filho, o assexual não tem desejo sexual e não sofre por isso; para 7,7% das mulheres e 2,5% dos homens brasileiros o sexo não faz falta


Nos últimos dias, uma nova orientação sexual ganhou destaque nas redes sociais e na imprensa em geral: a assexualidade. O termo é pouco conhecido e ser assexual é não ter interesse por sexo e não sofrer por isso. Ocorre também que muitas pessoas não fazem ideia de que esse comportamento exista.

Segundo o médico psiquiatra, sexólogo e diretor do Instituto de Estudos da Sexualidade (IES) de Ribeirão Preto (SP) e Delegado do Estado de São Paulo da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (SBRASH) Arnaldo Barbieri Filho, a sexualidade da população sempre teve grande diversidade e, hoje, é muito mais estudada e divulgada. “Por ser ampla, muitas pessoas ainda não conhecem e não entendem as nomenclaturas que são utilizadas e definem o comportamento sexual. A assexualidade está em discussão pois um participante de um reality show brasileiro compartilhou a sua história em rede nacional, o que provocou questionamentos por parte da imprensa e a procura por especialistas sobre o assunto”, explica.


Números - De acordo com o Programa de Estudo da Sexualidade (ProSex), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, entre os brasileiros, 7,7% das mulheres e 2,5% dos homens, na faixa de 18 a 80 anos, não se interessam por relações sexuais.

“A assexualidade é uma orientação sexual, tal qual a heterossexualidade, a homossexualidade e a bissexualidade.  Assim, não é considerada doença e, portanto, não é necessário nenhum tratamento. O prazer do sexo pode ser substituído por outras ações na rotina diária como, por exemplo, uma atividade física específica”, adianta Filho.

De acordo com Filho, a descoberta da assexualidade não tem idade para acontecer. “É variável. O importante para definir a orientação como a assexual é que a pessoa não tenha desejo sexual e não sofra por isso.”

Por outro lado, muitos indivíduos têm falta de desejo por problemas no relacionamento, por diminuição de testosterona, por efeitos negativos de inúmeras medicações ou por conta de várias doenças. Pílulas anticoncepcionais, antidepressivos e até drogas para colesterol podem prejudicar a vontade por sexo. Assim como ocorre com muitas doenças como a depressão e o hipotireoidismo. Tais pessoas não são consideradas assexuais e se beneficiam com o tratamento adequado.

Para Filho, se surgirem dúvidas em relação à sexualidade é imprescindível consultar um profissional de saúde especialista no assunto. Outro ponto importante é que independente da orientação sexual, todos precisam ser respeitados.




IES - Instituto de Estudos da Sexualidade


Os males incuráveis da formação médica de baixa qualidade


Opinião

Hoje a questão da qualidade de atendimento à saúde pauta muitas polêmicas. A precariedade da infraestrutura do sistema público é preocupante, mas se trata apenas de um vértice do problema. Outro grave é a mercantilização do ensino de Medicina.

Assim, pululam faculdades criadas indiscriminadamente, só para enriquecer empresários sem civismo e qualquer compromisso com a saúde. Isso gera consequências cada vez mais graves, pois afeta a formação do médico e, é claro, prejudica o usuário final: o paciente. 

Contrapondo os profissionais de saúde que realizam seu trabalho com excelência, estão aqueles que não possuem a capacitação necessária para a assistência a pessoas. A raiz disso está no universo “acadêmico”. Faculdades de Medicina que cobram mensalidades caríssimas, entretanto, a maioria funciona sem hospital escola, com corpo docente de nível contestável e falhas na gritantes na grade pedagógica.

Há de se ressaltar que, além de toda a estrutura física imprescindível, a faculdade de Medicina deve ter tradição para garantir formação efetiva também do ponto de vista ético. Não é apenas transmitindo conhecimentos teóricos e práticos que se consolida o bom médico, é necessário ensinar também a conduta humanista, na qual a relação médico-paciente é baseada na confiança e respeito, e não somente um atendimento frio e científico. 

Medicina não é apenas estudar a ação de substâncias no organismo, verificar o funcionamento de órgãos ou realizar cortes cirúrgicos com precisão, é muito mais. O médico deve amar a profissão e ter em mente que seu foco não são doenças e sim os doentes. 

Valorizar o ser humano é algo que os professores devem frisar na faculdade. Atender no hospital escola, por exemplo, ajuda o estudante a ter essa percepção e algumas instituições privam seus alunos dessa experiência fundamental.

Enquanto a quantidade de profissionais for o centro da discussão, e não a qualidade da formação, teremos médicos que enxergam seu trabalho sob a mesma ótica, fazendo com que pacientes se tornam simples números de quartos ou carteirinhas de planos de saúde. A assistência à população deve ser levada a sério, o especialista deve saber o peso da responsabilidade que tem nas mãos. 

Nesses tempos em que a mudança é palavra de ordem, o Governo deve atentar-se à saúde como um todo, considerando uma maior rigidez na autorização para a abertura de escolas de Medicina. A saúde oferecida aos cidadãos deve ser motivo de maior preocupação de todos, inclusive das instâncias políticas, todas elas. 



Antonio Carlos Lopes - presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica


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