Pesquisar no Blog

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Pesquisa aponta desinformação acerca do câncer de pulmão¹


Apesar de afirmar que é bem informada, população não entende o real cenário da doença


Agosto é reservado para a conscientização e alerta do câncer de pulmão, que atingiu mais de 31 mil brasileiros no ano de 2018². Mesmo com números tão impressionantes, a sociedade ainda não entende, de fato, a gravidade da neoplasia. É o que mostra a pesquisa desenvolvida pelo Instituto Datafolha, sob encomenda da farmacêutica AstraZeneca do Brasil e apoiada pelo Instituto Lado a Lado, com mais de 2 mil voluntários, entre pacientes diagnosticados com a doença e população em geral, em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Distrito Federal.

Dados da pesquisa indicam que, apesar de 97% da população dizer que conhece a doença, 70% acredita ser fácil diagnostica-la precocemente¹ - o que contradiz a realidade da doença, uma vez que apenas 20% dos casos são diagnosticados cedo³. Quando perguntado aos pacientes, 62% também acham que o rastreio é simples, mesmo que apenas um terço deles sejam diagnosticados no estágio 1, no qual ainda há chance de cura¹.

A falta de conhecimento por parte dos pacientes é ainda mais preocupante: 35% não sabe em qual estágio foi diagnosticado¹; e poucos conhecem tratamentos mais inovadores e recentes, como a terapia-alvo e a imunoterapia, com 9% e 17%, respectivamente¹. Este cenário agrava os impactos sociais, já que, segundo o estudo, 32% dos pacientes entrevistados deixaram de trabalhar por complicações da doença¹. Os impactos emocionais, que afetam 68% das pessoas com câncer de pulmão¹, são expressados por meio da angústia, susto e medo da morte.


O cenário do tabagismo

Mesmo que a exposição à poluição do ar ou agentes químicos, inalação de poeira e fatores genéticos sejam fatores de risco, o tabagismo é o principal causador do câncer de pulmão¹. O fato é reconhecido por 72% da população e 70% dos pacientes¹, que apontam o cigarro como principal fator de risco. Além disso, 95% da população entendem que o fumante passivo também é prejudicado¹.

Contudo, segundo a pesquisa, 29 milhões de brasileiros fumam¹ e menos da metade daqueles diagnosticados com a doença excluíram o tabagismo de suas vidas, uma vez que apenas 48% informaram que pararam de fumar após o diagnóstico¹. Por outro lado, 35% desses pacientes moram com alguém que é tabagista¹, indicando que o fumante passivo também é suscetível à doença.



A importância da conscientização

No Brasil, esse câncer é o 2º mais incidente nos homens e o 4º mais incidente nas mulheres¹.  Segundo o Dra. Ana Gelatti, vice-presidente do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica, mesmo sendo uma doença silenciosa, uma vez que os sintomas nem sempre aparecem nos primeiros estágios da doença, a sociedade precisa se conscientizar sobre a questão. “Na maioria dos casos, o câncer de pulmão é evitável, já que está relacionado ao tabagismo. O importante é que as pessoas absorvam informação para se prevenirem da condição”, avalia.

Segundo a pesquisa, hoje 26% dos pacientes se informa na internet¹ e, para propagar conhecimento de qualidade, o Instituto Lado a Lado e a AstraZeneca estão juntos em mais uma edição da campanha #RespireAgosto, campanha que reforça a relevância do diagnóstico rápido e alerta a população de que o câncer de pulmão cresce anualmente entre indivíduos não fumantes.


Destaques¹:

  • 40% da população se considera bem informada a respeito do câncer de pulmão e metade deles foram diagnosticados ou tiveram parentes diagnosticados com a doença.
  • A quimioterapia é o tratamento mais conhecido entre os pacientes com 95% de identificação, seguido pela radioterapia com 78%. Eles estão sendo ou foram utilizados por74% e 37% dos pacientes, respectivamente.
  • 19% dos brasileiros, cerca de 30 milhões de pessoas, declaram ter ou já ter tido um parente com câncer de pulmão.
  • 43% dos pacientes foram diagnosticados por oncologistas, 20% por pneumologistas, 11% por cirurgiões torácicos e 5% por clínicos gerais.
  • Menos da metade dos pacientes (49%) obtiveram um diagnóstico em até 3 meses. 13% dos pacientes só obtiveram o diagnóstico depois de um ano com a doença.
  • O maior índice de diagnósticos está na faixa etária de 51 a 60 anos, que corresponde a 31%. Seguido por 61 e 70 anos, com 26% dos diagnósticos. As duas menores taxas são antes dos 40 com 8% e após os 81 com 3%.
  • Cansaço ou fraqueza são os principais sintomas, com 44% de identificação, seguido por respiração ofegante e tosse persistente, ambos com 34%.
  • O sintoma perda de peso foi mais citado pelos homens do que pelas mulheres.
  • 11% dos diagnosticados levaram mais de meio ano para iniciar o tratamento.
  • 70% da população entrevistada acreditam que o câncer de pulmão é fácil de ser diagnosticado precocemente. Porém, apenas 20% dos casos obtiveram diagnósticos em estágios iniciais e apenas um terço foi diagnosticado na fase 1, enquanto 35% dos pacientes diagnosticados sequer sabem em qual estágio a doença foi descoberta.
  • Apenas 9% e 17% dos pacientes conhecem tratamentos inovadores -- como terapia-alvo e imunoterapia, respectivamente.
  • 32% dos pacientes tiveram que abandonar o trabalho devido às complicações causadas pela doença.
  • Sentimentos de angústia, susto e medo da morte afetam a vida de 68% dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão.
  • O tabagismo é o principal fator causador da doença, e 72% da população e 70% dos pacientes estão de acordo com essa afirmação. Além disso, 95% da população concorda que fumantes passivos também podem ser afetados.
  • O Brasil conta com 29 milhões de fumantes; 19% dos pacientes não pararam de fumar após o diagnóstico e 35% deles moram com alguém que possui hábitos tabagistas.
  • Os médicos são a principal fonte de informação (59%), seguidos pela internet (26%). O INCA é a principal fonte para apenas 3%.
  • 11% dos pacientes alegam não se informar a respeito da doença.

Marlene de Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, reforça que os resultados dessa pesquisa serão um excelente subsidio para a Campanha #RespireAgosto,  que além de alertar que qualquer pessoa pode ser acometida pelo câncer de pulmão, independente de ser fumante, também tem o objetivo de acabar com o estigma de que o paciente de câncer de pulmão é culpado de sua condição.

“Além disso, os números apresentados mostram a relevância das nossas propostas voltadas para as políticas públicas, como por exemplo a necessidade do rastreamento para o grupo de risco, que são aqueles entre 50 e 55 anos que tenham fumado por pelo menos 30 anos um maço de cigarros por dia ou, na mesma proporção, que tenham fumado dois maços por dia, por 15 anos. Outro exemplo é a necessidade da ampliação do acesso às novas tecnologias no tratamento de diversos tipos de câncer – a chamada Medicina Personalizada”, finaliza a presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida.





Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL) 



AstraZeneca




Referências
  1. Pesquisa Datafolha, encomendada pela AstraZeneca. Finalizada em julho de 2019
  2. Instituto Nacional do Câncer - https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao - Acessado em julho de 2019
  3. Instituto Lado a Lado - https://ladoaladopelavida.org.br/cancer-de-pulmao-diagnostico-doencas-e-sintomas - Acessado em julho de 20


ATÉ QUANTO DE DOR É ACEITÁVEL DEPOIS DA MALHAÇÃO?


Fisioterapeuta orienta como avaliar se o incômodo pós-treino está dentro do que é considerado saudável


O inverno está chegando ao fim e o aumento das temperaturas serve de incentivo para a retomada das atividades físicas ou o início delas. Quem quer exibir um corpo mais bonito nas estações mais quentes do ano tende a pensar nisso agora. Mas aqueles que não estão acostumados a treinar costumam se deparar com algumas dúvidas. Aquela dorzinha chata que sentimos depois da malhação é normal? E sentir essa dor é sinal de que teremos um bom resultado?

Segundo o fisioterapeuta Santiago Munhos, diretor da clínica Santibras Fisioterapia, essa dor tardia, que é a dor na região do ventre muscular, é extremamente aceitável e normal, diferentemente daquela sentida na articulação durante o treino. “Sentir dor nas articulações enquanto você faz o exercício mostra que algum movimento não está sendo feito da maneira correta. Um desconforto ou o cansaço em função do esforço são justificáveis, mas dor não”, explica.

O permitido, segundo o especialista, é a dor que surge imediatamente após o treino e dura até 72 horas. Isso acontece porque, ao exercitar músculos parados há um tempo ou ao forçar um pouco além do costume, ocorrem no corpo micro rupturas das fibras musculares, gerando uma série de pequenos processos inflamatórios.

Para dar sequência aos treinamentos diários, sem o risco de lesões maiores, é bom trabalhar outro grupo muscular no dia seguinte e voltar a fazer o mesmo grupo somente após 72 horas, tempo necessário para a recuperação do músculo. “É quando descansamos que ocorre a recuperação muscular, que é justamente a fase em que ele hipertrofia, ou seja, aumenta”, afirma Santiago.

Vale lembrar que, com o passar do tempo, o corpo se adapta e não ocorre mais essa dor com tanta frequência ou na intensidade sentida inicialmente quando se mexe, levanta os braços, desce ou sobe escadas... Para aliviar esses sintomas, comuns na dor tardia, o fisioterapeuta recomenda um bom banho quente, uma boa noite de sono e alimentação adequada. “A dor não é sinônimo de bom resultado. Para obtê-lo, é preciso uma boa recuperação. Isso sim”.

Ele ressalta, no entanto, que se a dor for muito intensa, passar de três dias, estiver apenas num ponto específico, com hematoma ou vermelhidão, é melhor procurar um médico. “Pode ser um sinal de lesão mais grave. O ideal é que se interrompa os treinos e vá atrás de ajuda”, conclui.






Santiago Munhos - diretor da Santibras Fisioterapia, clínica localizada na Zona Sul de São Paulo. O profissional é formado em Fisioterapia, com pós-graduação em Fisiologia Biomecânica do Exercício e Esporte pelo IOT (Instituto de Ortopedia e Traumatologia) da Faculdade de Medicina da USP. Tem mestrado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, e formação em diversos cursos como de RPG e osteopatia. Já foi professor da pós-graduação da Faculdade de Medicina da Santa Casa e do Hospital Israelita Albert Einstein. É fisioterapeuta das seleções masculina e feminina de hóquei in line do Brasil. Santiago, junto à sua equipe, acredita que as pessoas precisam de qualidade de vida para viver melhor e defende que a dor não deve limitar ninguém de fazer aquilo que gosta.

Posts mais acessados