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quinta-feira, 27 de junho de 2019

Pesquisa inédita releva como a brasileira cuida do coração


Sociedade Brasileira de Clínica Médica mapeia histórico da saúde de mulheres e seus hábitos, a partir de levantamento com 278 entrevistadas. 75% possuem histórico de hipertensão na família e cerca de 70% histórico de doenças cardiovasculares, considerados grandes fatores de risco 


A Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM) está empenhada em alterar a realidade preocupante da incidência de problemas cardíacos entre as mulheres brasileiras. Por meio da campanha Mulher Coração, cuja embaixadora é a diretora do instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, realiza ações permanentes de conscientização sobre a importância da prevenção e redução dos altos índices de mortalidade.  

Além de diversas ações promovidas pela iniciativa, que conta também com madrinhas de peso como Maitê Proença, Malu Mader, Fofão e Irene Ravache, a SBCM acaba de realizar uma pesquisa nacional com 278 brasileiras, mapeando o histórico de saúde, seus hábitos de vida, fatores de estresse e rotina profissional, relacionando o conjunto dessas informações aos riscos de eventos cardiovasculares.  


Dados da pesquisa 

Frente a essa realidade, alguns dados levantados pela pesquisa da campanha Mulher Coração são reconfortantes. As estatísticas demonstram que grande parte do público feminino está cada vez mais preocupado com a saúde e por levar uma vida mais saudável.  

Mais da metade das pesquisadas está na faixa de 36 a 55 anos, uma fase em que há mais preocupação com mudança de hábitos, busca pela vida mais saudável e cuidados preventivos.  

Mais de 60% já consultou um clínico geral ou um cardiologista para acompanhar o coração. Cerca de 80% das entrevistadas visitam o ginecologista com frequência, pelo menos uma vez por ano.  

Atividades físicas são praticadas por 60% das mulheres e, quase 50% dizem praticar algum tipo de exercício de uma a duas vezes por semana. 
Além disso, quase 90% não são fumantes, o que diminui consideravelmente as chances de apresentarem doenças cardiovasculares.  

Por outro lado, alguns números ainda preocupam. Quase 60% das mulheres pesquisadas trabalham mais de 8 horas por dia, sem contar a rotina familiar e doméstica, que geralmente é bastante estressante e cansativa.  

Cerca de 80% delas acredita que o estresse é causado pelo trabalho. Depois aparecem ansiedade, trânsito, violência e família respectivamente, como pontos adicionais. O fator sono também conta. Grande parte das mulheres, quase 60%, dorme até seis horas por dia, sendo que o ideal é uma noite de sono com oito horas.  

Quase 80% possuem histórico de hipertensão na família e cerca de 70% histórico de doenças cardiovasculares, considerados grandes fatores de risco.  

Aproximadamente 50% das mulheres realizam três refeições por dia, seguido por cerca de 45% que fazem quatro ou mais. Esse dado é extremamente relevante já que se alimentar bem é uma das principais recomendações dos nutricionistas e profissionais da saúde para manutenção de um hábito alimentar adequado.  

Quadro atual  

Com a mudança no estilo de vida e a tendência ao envelhecimento da população, as doenças cardiovasculares passaram a liderar as causas de óbito femininas, ultrapassando as estatísticas de tumores como mama e útero.  

Segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), respondem por um terço das mortes no mundo, com 8,5 milhões de óbitos por ano, ou seja, mais de 23 mil mulheres por dia. Entre as brasileiras, principalmente acima dos 40 anos, as cardiopatias chegam a representar 30% das causas de morte, a maior taxa da América Latina. 
Nesse contexto, a campanha Mulher Coração entra em cena com a alta da demanda em virtude do novo estilo de vida adotado pela mulher. O acúmulo de funções pode elevar o risco de problemas cardiovasculares. O foco principal é abordar e conscientizar quanto aos sintomas, que são diferentes dos manifestados pelos homens e pouco divulgados na mídia. 

A campanha Mulher Coração visa alertar autoridades, gestores e comunidade sobre o aumento significativo dos eventos cardiovasculares entre o gênero feminino. Tem apoio institucional da Associação Paulista de Medicina e da Marjan Farma. Veja mais em http://www.mulhercoracao.com.br/


Laser íntimo é um tratamento eficiente para atender a várias queixas do universo feminino



Tratamento é muito procurado por quem já teve um ou mais partos naturais 


preocupação com saúde, estética e beleza avança a cada dia e aumenta a oferta de procedimentos e tratamentos capazes de melhorar a autoestima dos pacientes. Destaque em importantes congressos e simpósios médicos recentes, o Laser íntimo é um procedimento que atende a diversas questões e reclamações das mulheres - sobretudo após gestação com parto normal e mulheres que sofrem com ressecamento vaginal.  


"O laser íntimo constitui uma inovadora técnica não invasiva de tratamento para diversas queixas femininas. Dentre elas: hipertrofia de pequenos lábios, o ressecamento vaginal e perda da elasticidade - pelo efeito de privação hormonal decorrente da menopausa fisiológica ou induzida por procedimentos cirúrgicos- dor durante a relação sexual, prurido vaginal, infecções de repetição (Cândida e herpes genital, por exemplo), Incontinência urinária de esforço leve, desconforto ao urinar e infecção urinária recorrente cuja geratriz e a deficiência hormonal, relaxamento vaginal pós-parto, atrofia da mucosa vaginal acusada pela menopausa, uso de medicamentos como contraceptivos compostos apenas por progesterona ,medicação para tratamento de acne e de câncer de mama, além de quimioterápicos e da própria menopausa" , explica Dra Flavia Tarabini, ginecologista que atende nessa área na clínica Dr André Braz, RJ. 


Essas novidades também se aplicam às pacientes que tenham contraindicações às terapias hormonais pós menopausa que tenham queixas genitais. 


"O procedimento é realizado no consultório com a paciente em posição ginecológica, sendo introduzida através do espéculo na cavidade vaginal uma ponteira pela qual são emitidos os pulsos do laser", afirma a medica. 


A duração da sessão é de aproximadamente 30 minutos e são indicadas três sessões com intervalo mensal. O tratamento é indolor, sem queimaduras, sem cortes e sem sangramento. Não necessita de nenhum tipo de preparo ou cuidados posteriores. "A paciente retoma suas atividades imediatamente ao seu término. 


Cabe destacar que não deve ser realizada por gestantes e na presença de tumores ou infecções genitais(colo uterino, vagina, vulva)", alerta Dra Flavia. 


Para a realização do Laser íntimo é fundamental a avaliação ginecológica. 





Dra Flavia Tarabini - Ginecologista que atua na clínica Dr Andre Braz.  Mestre e doutoranda em ginecologia, obstetrícia e mastologia pela Universidade estadual de São Paulo. Médica e professora do departamento de ginecologia e obstetrícia da Universidade Federal  do Rio de Janeiro.  



Julho é o mês de conscientização do câncer de bexiga


Diagnóstico tardio, causado por ausência ou descaso com os sintomas, contribui para alta mortalidade da doença 


O número de pessoas diagnosticadas com câncer de bexiga tem crescido consideravelmente nas últimas décadas¹. O mês de julho é reservado para a conscientização deste tipo de neoplasia, que atingiu mais de 9 mil brasileiros em 2018². Por ser silencioso, o câncer de bexiga pode evoluir sem apresentar sintomas na fase inicial, sendo diagnosticado principalmente em estágios avançados. Um impasse que reduz as possibilidades de cura. Hoje a doença pode matar até 1/3 dos pacientes acometidos².   

Apesar de ser o tumor mais comum do trato urinário², o câncer de bexiga passa despercebido pela maioria da população³. Mas, com o decorrer da doença, surgem sintomas que podem facilmente ser confundidos com infecções, como a cistite, por exemplo.  “Sensação de urgência para urinar, seguida por ardor e presença de sangue na urina são os indícios mais comuns para a doença. Já, em casos mais avançados, podem surgir dores pélvicas, dor ou sangramento retal e inchaço das pernas, provocado por comprometimento dos linfonodos pélvicos, ocorrência frequente na neoplasia” explica o Dr. Diogo Bastos, médico oncologista do Sírio-Libanês. 

Para Bastos, “independentemente dos obstáculos, possibilitar o rastreamento adiantado do câncer de bexiga é fundamental para a conquista de melhores resultados no tratamento. A melhor forma de fazê-lo é por meio da história clínica e do exame físico realizado. Também pode ser solicitada uma endoscopia, exame de imagem que permite ao médico ter uma visão do interior da bexiga”. 

Quando diagnosticado precocemente, o tratamento mais indicado é a cirurgia para extração do tumor seguido por quimioterapia. Este procedimento aumenta as chances de remissão e cura. Porém, segundo o especialista, devido ao cenário atual, as pesquisas clínicas têm focado em opções de tratamentos cada vez mais inovadoras, como a imunoterapia, com o objetivo de aumentar a efetividade do tratamento. 

Esta abordagem estimula a ação do sistema imune contra as células cancerosas, causando menos efeitos colaterais do que outros tipos de terapia. “As drogas imunoterápicas desativam a proteção do tumor, que faz com que ele fique camuflado. Essa ação faz com que os linfócitos, as células de defesa, o reconheçam como uma ameaça e, por tanto, atuem contra ele, matando o câncer”, conta Bastos. 


O que é câncer de bexiga? 

É um tipo de câncer que começa na camada que reveste a bexiga.  Costuma ser diagnosticado entre os 60 e 70 anos de idade, sendo duas a três vezes mais comum nos homens³. Calcula-se que cerca de 25% das pessoas que tenham câncer de bexiga poderão ter um segundo tumor primário em outro local do sistema urinário³. 

neoplasia pode ser dividida em três tipos: carcinoma urotelial (de células de transição), que representa a maioria dos casos e começa nas células do tecido mais interno da bexiga; carcinoma de células escamosas, que afeta as células delgadas e planas que podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongadas; e adenocarcinoma, que se inicia nas células glandulares (de secreção) que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação². 

Além do tabagismo, que é a principal causa do câncer urotelial da bexiga, outras causas deste tipo de tumor ainda são pouco conhecidas, mas existem boas práticas de vida que auxiliam na prevenção desta condição. “A lista inclui a ingestão adequada de líquidos, o que pode diluir as substâncias tóxicas absorvidas pelo corpo, evitar o tabaco, além da adoção de uma alimentação mais saudável e prática regular de atividade física. Esses cuidados ajudam a reduzir os fatores de risco”, finaliza o oncologista. 





Referências: 
  1. Hospital Sírio Libanês. Disponível em: https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/hospital/especialidades/nucleo-avancado-urologia/Paginas/cancer-bexiga.aspx. Acesso em junho de 2019. 
  1. INCA. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-bexigaAcesso em junho de 2019.  
  1. Instituto Lado a Lado pela Vida. Disponível em: https://www.ladoaladopelavida.org.br/cancer-de-bexiga. Acesso em junho de 2019.  

Você sabe o que é a Paratireoide?


As glândulas paratireoides, localizadas no pescoço e ao lado da tireoide (daí o nome), são responsáveis por regular o cálcio e o fósforo no sangue


Apesar do nome bem parecido, paratireoide e tireoide são glândulas que possuem funções bem distintas e podem, em ambos os casos, se houver disfunção, acarretar em problemas para a saúde. A tireoide, que é mais conhecida, pode causar problemas de hipertireoidismo, em que a glândula produz hormônios em excesso, e de hipotireoidismo, devido ao funcionamento lento da glândula. Já a paratireoide, se houver excesso de produção do paratormônio, desenvolve o quadro de hiperparatireoide, resultando em excesso de cálcio no sangue, situação que pode evoluir para Insuficiência Renal Crônica.

Responsável por produzir os hormônios que regulam o cálcio e fósforo no sangue, a paratireoide é constituída por quatro pontos localizados na tireoide (foto abaixo) e que são essenciais para o ótimo funcionamento do organismo.

Para o Dr. Emerson Favero, Cirurgião de Cabeça e Pescoço, um dos pontos favoráveis do quadro de hiperparatireoide em comparação às disfunções da tireoide é que o diagnóstico é favorecido pelos exames laboratoriais de rotina, ou seja, é mais fácil saber pela alta de cálcio no sangue que algo não está bom.

“O diagnóstico do hiperparatireoidismo, que e é o excesso de produção do hormônio paratormônio, pode ser feito inicialmente pelos exames de sangue, já que o excesso de cálcio no sangue desperta a atenção do médico”, afirma o Dr. Emerson Favero. Além disso, alguns sintomas em decorrência da alta produção de cálcio podem se manifestar, como fadiga ou fraqueza, dor nos ossos e nas articulações, depressão, ossos frágeis, cálculo renal, urina em excesso, dor abdominal, esquecimento, náuseas e vômito, sede em excesso e ´perda de apetite, reforça o médico.
 


O quadro clínico é dividido em primário, quando a doença desenvolve excesso de cálcio no sangue (hipercalcemia) sendo a causa de um funcionamento em excesso de uma ou mais paratireoide e secundário, quando é decorrente da Insuficiência Renal Crônica. “Apesar de diversas semelhanças aos sintomas entre tireoide e paratireoide, no segundo caso os índices de câncer são extremamente raros e baixos.

Por ter uma ação que interfere diretamente no equilíbrio do cálcio, da vitamina D e do fósforo, as alterações na paratireoide são diagnosticadas por avaliação clínica, exame de sangue e de imagem e o tratamento envolve medicamento e cirurgia, em muitos dos casos”, explica o Dr. Emerson Favero.

Esse é mais um caso em que a prevenção com acompanhamento do médico de confiança e com os exames de rotina sempre em dia, é possível um diagnóstico precoce e preciso, que não tenha consequências mais graves e preocupantes ao paciente.




Prof. Dr. Emerson Favero - Membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (TCBC) e Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, onde é membro do comitê de Bioética, é professor de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e de Clínica Cirúrgica da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).


Alivie as dores de cabeça, nas costas e musculares em 4 passos



De acordo com a Organização Mundial da Saúde¹, 85% da população sentirá dor na coluna em algum momento da vida. Um levantamento recente sobre principais dores do brasileiro² indicou que dores de cabeça e musculares afetam 80% e 54% das pessoas, respectivamente. As três dores têm em comum, além do tratamento, alguns vetores que surgem por conta de postura inadequada, contração muscular e estresse do dia a dia. Para evitar que esses problemas atrapalhem sua rotina, a médica especialista em dor, Dra. Denise Katz (CRM 63548-SP), selecionou 4 passos para aliviar os sintomas.

Ajuste de postura para evitar dores tensionais, nas costas e de cabeça
Pessoas que trabalham sentadas em frente ao computador costumam ter a postura incorreta, o que pode provocar dores e lesões nas costas, além de contratura muscular, causando dores tensionais, que podem ser refletidas na cabeça. Mantenha uma boa postura, mesmo que sentado, para isso é preciso estar sempre com as costas eretas, jogar os ombros para trás e evitar cruzar as pernas.


Faça pausas durante as atividades

O corpo humano não foi feito para permanecer por muito tempo em uma mesma posição.  A falta de movimentação faz com que os músculos doam, por isso, é recomendado fazer pausas nas atividades para alongar, em diversos períodos do dia


Exercite-se e alivie o estresse

Outra causa da dor tensional, nas costas e cefaleia é o temido estresse. Neste estado, o corpo libera hormônios que aumentam a tensão muscular, mas que podem ser minimizados com a prática de atividade física, que além de fazer bem para a saúde traz sensação de bem-estar com a liberação da endorfina. Aposte em práticas aeróbicas para aliviar o estresse e em exercícios de alongamento como os de equilíbrio e a natação para aliviar as dores nas costas. O ideal é que a prática seja realizada diariamente, por no mínimo 30 minutos e, acompanhado por profissionais de educação física.


Alimente-se bem

Cefaleia tensional pode ser desencadeada pela falta de ingestão de líquidos e alimentos. A cenoura, gengibre, couve previnem dor e os peixes, folhas escuras, frutas cítricas, própolis e carnes também são indicados para evitar desconfortos tensionais e musculares.

“Quando estes passos não forem suficientes para prevenir o surgimento das dores e elas começarem a fazer parte da sua rotina pode-se aliviar os sintomas com analgésicos à base de Ibuprofeno, como Alivium Cápsulas Líquidas. Se a dor persistir por mais de 3 dias, não hesite e procure auxílio médico”, alerta a especialista.





Dizeres legais: Alivium. Comprimido revestido. ibuprofeno 400mg. Indicações: para redução da febre e o alívio temporário de dores leves a moderadas tais como: dor de cabeça, dor de dente, dor muscular, dor na parte inferior das costas, dores relacionadas a problemas reumáticos não articulares e periarticulares, dores associadas a processos inflamatórios e/ou traumáticos e dores associadas a gripes e resfriados. Suspensão. ibuprofeno 30mg/mL. Suspensão gotas. ibuprofeno 50mg/mL e 100mg/mL. Indicações: para redução da febre e para o alívio de dores, tais como: dores decorrentes de gripes e resfriados, dor de garganta, dor de cabeça, dor de dente, dor nas costas, cólicas menstruais e dores musculares. MS 1.7817.0807. Cápsula mole. Ibuprofeno 400mg. Indicações: para alívio temporário da febre e de dores de leve a moderada intensidade como: dor de cabeça, dor nas costas, dor muscular, enxaqueca, cólica menstrual, de gripes e resfriados comuns, dor de artrite e dor de dente. MS 1.7817.0826. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Março/2019





REFERÊNCIAS CONSULTADAS:

1-   INDICAR REFERENCIA: https://www.who.int/bulletin/volumes/81/9/Ehrlich.pdf Acesso em: 13 de março de 2019.

2-   MUNDIPHARMA. Pesquisa inédita mostra como o brasileiro lida com a dor. São Paulo, Jan, 2014.  Acesso em: 13 de março de 2019.


4-   Rainsford KD. Ibuprofen: pharmacology, efficacy and safety. Inflammopharmacology. 2009;17(6):275-342

5-   Marmura MJ, et al. The acute treatment of migraine in adults: the American headache society evidence assessment of migraine pharmacotherapies. Headache. 2015;55(1):3-20.


6-   Sullivan E, Bushnell C. Management of menstrual migraine: a review of current abortive and prophylactic therapies. Curr Pain Headache Rep. 2010;14(5):376-84.



7 principais dúvidas que surgem na primeira consulta ao ginecologista


 Divulgação

Especialista fala sobre menstruação, DSTs, sexo, métodos contraceptivos e outras questões que toda menina precisa saber


Uma pesquisa da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) apontou que a idade média das mulheres na primeira consulta ao ginecologista é 20 anos. No entanto, segundo orientações da própria Federação e da Dra. Karine Gavioli, ginecologista do Grupo São Cristóvão Saúde, o ideal é que a menina comece mais cedo. “O momento ideal para iniciar acompanhamento médico é quando a menina entra na puberdade e seu corpo começa a se transformar, culminando na primeira menstruação”, explica.

Nesse estágio, é comum a menina ter medo, vergonha ou constrangimento, então a primeira consulta funciona mais como uma conversa, na qual o profissional dará orientações sobre tudo o que envolve a saúde íntima. Por isso, a especialista recomenda que a paciente aproveite esse momento para tirar todas as suas dúvidas.

Para ajudar nesse momento, a Dra. Karine respondeu às sete perguntas mais comuns que as meninas podem fazer no consultório:

  1. Se eu nunca tive relação sexual, preciso ir ao ginecologista?
O ideal é começar a fazer o acompanhamento ginecológico antes de ter a primeira relação sexual, pois dessa forma a profissional dará toda a orientação necessária para que ela inicie com mais segurança.

A médica lembra que a falta de orientação pode expor a mulher à riscos de contrair DSTs, gravidez indesejada e outras complicações, por isso a conversa é tão importante.

  1. O Papanicolau machuca?
Com o objetivo de detectar células alteradas no colo do útero que podem evolui para um câncer, esse exame é feito no consultório médico. Apesar dos temores envolvendo o Papanicolau, trata-se de um procedimento indolor e rápido. “Algumas meninas sentem um ligeiro desconforto no momento da raspagem do colo do útero, porém na medida em que conseguem relaxar, essa sensação diminui bastante”, conta a ginecologista do Grupo São Cristóvão Saúde.

O Ministério da Saúde recomenda a realização desde exame a partir de 25 anos após a mulher começar a ter relações sexuais, e após dois exames normais com intervalo de um ano entre eles, este exame pode ser feito cada 3 anos. No entanto, o ginecologista irá examinar a paciente anualmente e individualizar cada caso.

  1. Qual método contraceptivo é melhor para mim?
Existem diversos métodos, de acordo com as necessidades e o perfil de cada paciente. Por exemplo, métodos injetáveis, DIU,  implante ou adesivo são indicados para pessoas que não querem tomar pílula todos os dias ou têm dificuldade de lembrar de tomar. Existem também diferentes tipos de contraceptivos orais conforme a necessidade de cada paciente. “É importante que essa escolha seja feita em conjunto com o médico, pois ele ajudará a paciente a avaliar quais são as vantagens e desvantagens de cada método, definindo assim o ideal para ela”, explica Dra. Karine.

  1. Tenho histórico de câncer de mama na família, preciso fazer a mamografia?
Não existe um consenso quanto à idade em que se deve começar a fazer o exame que ajuda a identificar o câncer de mama. Seguindo a orientação da Febrasgo e da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), recomenda-se seja a partir dos 40 anos. No entanto, cada caso é único.

A ginecologista fala que o histórico de câncer de mama na família é um fator a ser considerado sim, mas outros elementos serão usados pelo médico durante a consulta para identificar a necessidade de fazer o exame antes dos 40. Importante frisar que, embora um pouco desconfortável, esse exame é bastante simples e extremamente importante.

  1. Que tipo de doenças eu posso pegar se não usar camisinha?
Independentemente do método contraceptivo escolhido, é importante lembrar que a camisinha é sempre necessária, uma vez que ela protege contra Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Além de ser a única forma de proteção contra o HIV, a camisinha também deve ser usada para evitar problemas como sífilis, herpes, gonorreia, clamídia entre outras.

  1. Ciclo irregular e secreções, quando devo me preocupar?
Toda mulher tem secreções vaginais e isso é normal quando sua cor é clara e a textura, fluída ou espessa, produz um cheiro leve. A ginecologista do Grupo São Critóvão Saúde explica que a secreção precisa ser investigada em caso de alteração em alguma dessas características.

“Quando a mulher sente um cheiro forte, alteração da cor da secreção (esverdeada, acinzentada) ou sente prurido vaginal (coceira) importante, pode ser um sinal de infecção”, esclarece.

No caso do ciclo menstrual, normalmente ele tem média de 28 dias, com a menstruação ocorrendo por três a sete dias. Segundo a médica, nos dois primeiros anos após a primeira menstruação, é comum ter alterações no tempo e no fluxo mensal. Caso o ciclo permaneça irregular, é necessário procurar um ginecologista, que irá verificar possíveis complicações.

  1. Sinto dor durante a penetração, é normal?
Segundo a Dra. Karine, algumas mulheres podem sentir dor durante a relação sexual, sobretudo com a penetração. Esse é o tipo de dúvida que costuma gerar constrangimento e, por conta disso, sofrimentos desnecessários. A médica explica que, ao dividir essa questão com o ginecologista, ele poderá ajudar a descobrir a origem do problema, que muitas vezes podem ser simples.
“Se as dores são profundas, a causa pode ser endometriose, presença de pólipos ou DSTs; se for superficial, pode ser uma alergia ou tensão, investigar a causa e orientações adequadas podem minimizar este desconforto”, comenta.


Sigilo absoluto

E para tornar a primeira ida ao ginecologista ainda mais tranquila, a especialista dá uma dica. “A menina pode ir à primeira consulta acompanhada pela mãe, por exemplo, o que ajuda a reduzir a ansiedade e o constrangimento diante do médico. Ou, se preferir, também pode conversar com o médico sozinha, o que se sentir mais confortável”, sugere.

Além disso, é válido destacar que as consultas sempre acontecem sob sigilo. A paciente pode confiar suas dúvidas ao especialista sem medo de ter sua vida exposta a outras pessoas. “O consultório deve ser um lugar no qual a paciente se sinta à vontade para esclarecer suas dúvidas e não se sinta constrangida ou julgada ao expor sua vida pessoal”, afirma a ginecologista. Ela comenta que apenas casos de suspeita de abuso, doenças graves ou risco de vida são compartilhados com os pais ou responsáveis.



Nota de esclarecimento: o diabetes não tem cura


 Sociedade Brasileira de Diabetes repudia disseminação de informações equivocadas a respeito de cirurgia que promete a cura da doença


Na última semana, foram veiculadas na imprensa reportagens a respeito de uma suposta cirurgia metabólica inédita realizada em paciente com diabetes mellitus tipo 2, erroneamente afirmando que, por meio do procedimento, a condição crônica teria sido curada. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), através do Departamento de Obesidade e Diabetes, enfatiza os seguintes pontos relacionados às informações sendo veiculadas, visando evitar a disseminação e fornecer esclarecimentos:

• O Conselho Federal de Medicina (CFM) reconheceu, através da Resolução nº 2.172/2017, a cirurgia metabólica como opção terapêutica para pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) que tenham índice de massa corpórea (IMC) entre 30 kg/m2 e 34,9 kg/m2, desde que a enfermidade não tenha sido controlada com tratamento clínico.

• Pelos critérios estabelecidos, além de ter IMC entre 30 kg/m2 e 34,9 kg/m2, pacientes poderão ser elegíveis para se submeter a esse procedimento, se apresentarem: idade mínima de 30 anos e máxima de 70 anos; diagnóstico definido de DM2 há menos de 10 anos; apresentar refratariedade comprovada ao tratamento clínico; e não possuir contraindicações para o procedimento cirúrgico proposto.

O CFM também definiu que a cirurgia metabólica para pacientes com DM2 se dará, prioritariamente, por derivação gastrojejunal em Y-de-Roux (DGJYR). Somente em casos de contraindicação ou desvantagem da DGJYR, a gastrectomia vertical (GV) será a opção disponível.

Nenhuma outra técnica cirúrgica é reconhecida para o tratamento desses pacientes. Para a realização da cirurgia metabólica, o médico deve ter o registro de qualificação de especialista (RQE) no Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado onde atua, nas áreas de cirurgia geral ou cirurgia do aparelho digestivo.

Portanto, não existe uma técnica cirurgia inédita para tratamento do DM2, A técnica a ser utilizada deve ser uma das já aprovadas para DM2 com IMC > 35 kg/m2, tampouco há ineditismo aludido ao fato.

É uma vitória que pessoas com diabetes tenham acesso à cirurgia, que será disponibilizada na rede pública de saúde do Distrito Federal, mas é importante que a população seja informada de forma segura e real acerca do procedimento. Por isso, a SBD repudia a publicidade errônea e solicita que o procedimento seja anunciado de forma devida, segundo o próprio Conselho Federal de Medicina, como “cirurgia para tratar diabetes tipo 2”.




SBD - Sociedade Brasileira de Diabetes


O Deep Fake está cada vez mais comum e assusta com o poder da tecnologia


Uma nova tecnologia no mundo da internet tem tirado o sono de muita gente: o Deep Fake. O recurso — disponibilizado inclusive de forma gratuita — é muito utilizado para colocar digitalmente o rosto de qualquer pessoa em outra. A tecnologia é utilizada principalmente em vídeos.

Criada por um usuário do Reddit (uma rede social em que os participantes podem votar no conteúdo que julgam mais relevante), trata-se de uma tecnologia que faz uso da inteligência artificial para proporcionar essa troca do rosto das pessoas, e até proporcionando uma certa realidade à nova face, com sincronização de movimentos dos lábios e outras expressões. São resultados impressionantes — tanto que ninguém pode se considerar livre da possibilidade de ter seu rosto incluído em um vídeo editado.

Tudo começou no ano de 2017, mais precisamente em dezembro, quando um usuário do Reddit chamado “deepfakes” utilizou inteligência artificial e aprendizado de máquina para criar algoritmos com o objetivo de “treinar” uma rede neural. Essa rede mapeia o rosto de uma pessoa no corpo de outra. Isso seria feito quadro a quadro.

No início, era necessário ter conhecimentos avançados para utilizar o Deep Fake. Entretanto, após a criação de diversos apps, os processos foram automatizados, tornando-se mais acessíveis e aumentando a utilização criminosa da ferramenta. Começaram a surgir diversos vídeos pornográficos estrelados por personalidades diversas. Uma das falhas que pode ser observada nesses vídeos é que os coadjuvantes quase não piscam.

Além dos filmes pornográficos, algumas personalidades estão sendo colocadas em locais e situações em que nunca estiveram, trazendo inúmeros constrangimentos. Infelizmente é possível, inclusive, criar um álibi, forjar um momento e colocar, por exemplo, um CEO ou mesmo um político em situações de difícil reparação — principalmente frente ao imediatismo das pessoas em não entender que determinado vídeo pode ser falso e que a manipulação depende da criatividade do editor e de quantos vídeos da celebridade (ou mesmo seus) estejam disponíveis facilmente na internet.

Um caso recente envolveu o partido político da Bélgica Socialistische Partij, anders (Partido Socialista, Mas Diferente) que criou e divulgou o Deep Fake. Nesse caso, um falso Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, solicitava à população do país belga o voto pela renúncia ao Acordo de Paris, um tratado que rege políticas climáticas. O vídeo utilizou-se de psicologia reversa, já que concluiu-se que a maioria do povo votaria contra somente para contrariar a mensagem do presidente americano.

Uma das maneiras de nos protegermos dessas ferramentas de manipulação é evitar o compartilhamento de vídeos com desconhecidos, ou mesmo não postá-los em redes sociais, dificultando assim o trabalho do editor em pegar seu rosto e colocá-lo em outro vídeo comprometedor.

Além dos vídeos, vemos constantemente nas notícias questões sobre assuntos que viralizaram nas redes sociais, como áudios e textos atribuídos a famosos, mas que na verdade são #FAKE.

O maior problema é o discernimento do que é verdadeiro e falso. Portanto, recomenda-se evitar a distribuição de textos, áudios e vídeos sem o conhecimento da fonte original. Fazendo isso, pode-se facilmente cometer o erro de distribuir notícias falsas e atender aos interesses de criminosos.




Armando Kolbe Júnior - professor do curso de Investigação Profissional do Centro Universitário Internacional Uninter.


O espaço com maior nível de poluição no ar: dentro ou fora da sua casa?


Não é de hoje que alguns especialistas e pesquisadores começaram a se preocupar com a qualidade do ar de interiores. Também não é difícil imaginar o porquê dessa preocupação. Seja por senso estético, necessidade de climatização ou controle de ruídos, temos passado a maior parte da nossa vida em ambientes confinados e selados.

A partir daí já fica fácil imaginar qual é o maior vilão da poluição interna: a baixa taxa de troca de ar. Combine isso com um regime de exposição prolongado e temos a causa de 2,7% dos casos de doença no mundo, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).


Vilões invisíveis dentro da sua casa

Cozinhar, limpar e diversas atividades domésticas estão diretamente correlacionadas com o aumento de poluentes no ar em ambientes confinados. Ao acender a chama do fogão você está liberando Monóxido de Carbono e Dióxido de Nitrogênio. Ao encerar o assoalho da sua sala você está liberando diversos compostos orgânicos voláteis, tais como formaldeído e tolueno. Ao ligar o aspirador de pó, você está liberando material particulado através da suspensão da poeira do solo.

Por fim, até mesmo ao manter bichinhos e plantinhas de estimação na sua casa, diferentes agentes biológicos como fungos e bactérias são liberados. O que isso tudo quer dizer é que tarefas simples do seu dia a dia, como fazer uma torrada, ferver água ou esfregar o banheiro podem deixar o ar da sua casa tão poluído quanto o de uma grande cidade.


E agora?

A solução para poluição interna é simples: manter os ambientes sempre muito bem ventilados enquanto cozinha e limpa, para que o ar consiga estar em constante circulação e os poluentes gasosos e particulados possam deixar a sua casa. Filtros de depurador e ar-condicionado devem ser trocados regularmente. O uso de lareira, forno a lenha, incensos e cigarros deve ser evitado. Essas boas práticas são fundamentais para reduzir os impactos negativos à saúde.

Agora vem a parte difícil. Os produtos químicos que se originam dentro de uma casa não ficam só lá. Os compostos orgânicos voláteis de shampoos, desodorantes e soluções de limpeza também escapam para o exterior e contribuem para a formação de ozônio e acúmulo de partículas finas na atmosfera.

Não existe ainda uma solução bem definida para esse último problema. Cientistas e indústrias têm buscado desenvolver produtos com menor impacto ambiental, livres de aerossóis e solventes voláteis.

Por enquanto, a melhor postura continua sendo manter os ambientes bem ventilados, ficar atento e aberto a novos produtos, além de buscar conhecer mais sobre os que já consome.




Gustavo Campestrini - Acadêmico de Engenharia Química e colaborador do Freitag Laboratórios


Freitag Laboratórios


A perigosa relação entre metas e remuneração



Quando falamos sobre ligar metas à remuneração (geralmente bônus) de maneira direta, nos referimos à insistência de algumas empresas em associar o batimento de metas à remuneração de maneira matemática. Por exemplo: Roberto é gestor de marketing da e tinha como meta elevar o market share da empresa a 35% (a partir dos atuais 30%). No fim do ano, apurou-se que a participação da empresa no mercado era de 34%, ou seja, Roberto bateu 80% da sua meta.

O RH, então, pegou os 80%, comparou-os com a tabela de PLR e percebeu que a regra é que, quando um funcionário bate 80% da meta, ele ganha dois salários mensais de bônus. Nosso objetivo com esse artigo é mostrar diversos exemplos práticos que ilustram como é complexa e pouco produtiva essa prática. Não faz sentido associar diretamente metas e remuneração porque, nem sempre, meta é sinônimo de performance. Um exemplo que temos usado muito: Hermes e Renato são vendedores e, ambos, como metas de vender R$ 100 mil. Ao fim do ano, Hermes e Renato apuram suas vendas do ano e fecham suas metas com R$ 90 mil em vendas, ou seja, batem 90% de suas metas.

Faz sentido que ganhem a mesma coisa? Agora vamos adicionar um grau de complexidade à decisão: Hermes cobre o setor de construção civil, e Renato, o de agronegócio. Em 2016, aproximadamente cinco mil construtoras e incorporadoras fecharam suas portas em meio à grave crise impulsionada por desemprego e juros altíssimos. No mesmo ano, o setor de agronegócio passou bem pela crise: o real desvalorizado tornou os produtos agrícolas brasileiros mais baratos no mercado estrangeiro, o que potencializou as exportações aos países desenvolvidos. Dado esse cenário, Hermes teve um ano dificílimo e, mesmo assim, bateu 90% da sua meta. Virou incontáveis noites, procurou novos clientes no interior do Brasil. Renato, por sua vez, teve um ano bastante típico: vendeu para sua carteira tradicional de clientes, sem grandes acrobacias.

E agora, faz sentido que ganhem a mesma coisa? Mais do que isso: se pagarmos a mesma coisa aos dois, estamos sendo meritocráticos? Meu ponto aqui é que tentar medir performance com base em uma simples continha matemática, raramente, produz resultados justos. O “modelo matemático” de performance é daqueles multivariados, impossíveis de se prever. Ademais, avaliar performance é o trabalho do gestor de pessoas. Se você concordou comigo que o exemplo anterior, do Hermes e do Renato, é longe do trivial, você também concorda que se queremos ligar diretamente % de batimento de metas e remuneração teremos que ser muito mais precisos na “contratação” das metas. Talvez, se tivéssemos previsto que o ano do Hermes seria muito mais difícil do que o ano do Renato, poderíamos ter dado ao primeiro uma meta mais baixa, para tornar a conta mais justa.

Assim, Hermes com a sua meta de vender R$ 60 mil e Renato com a sua meta de R$ 100 mil estariam jogando um jogo justo e equilibrado. E como podemos chegar a essa conta? Para esse caso, a empresa pode contratar uma consultoria econômica e pedir a ela que faça projeções sobre as perspectivas de cada setor (crescimento, margens de lucro entre outros indicadores para o ano) e, a partir deles, ser feita uma estimativa. A empresa deve fazer uma série de reuniões e validações das metas contratadas, e melhor ainda, criar uma área interna de “performance”, cuja principal responsabilidade será ter certeza de que todos possuam metas “justas”, que levem em conta todas as nuances de cada função. Assim, com as metas corretas, minimizamos a chance de termos um bônus relacionado às metas injusto.

E se, no meio do ano, o Presidente do Brasil cai de amores com o setor de construção civil e outorga uma nova Medida Provisória que diz que todas as construtoras e incorporadoras não precisarão pagar mais impostos e que, além disso, receberão empréstimos a custo zero do BNDES? Renato, que tinha uma meta de R$ 60 mil, agora pode ser agraciado com um segundo semestre excelente. Se ele vender R$ 80 mil com uma meta de R$ 60 mil, vai ter batido 133% da sua meta, e vai ganhar sem dúvida um bônus mais agressivo do que Hermes. Isso é meritocrático?

Hermes receberá um bônus em função da média ponderada do seu atingimento de metas na área antiga, que contará por oito meses e alguns dias, e da área nova, que contará por três meses e alguns dias. Uma simples equação:% de atingimento do ano = (% de atingimento da função antiga x fator de ponderação i) + (% de atingimento da função nova x fator de ponderação ii). Fator de ponderação i e ii = dias corridos na função i e ii / 365. Aí o Hermes se informa dessa conta e fica um pouco preocupado: ele estava trabalhando em um negócio enorme com a construtora Tabajara, e estava marcado para sair depois de 25 dias da sua troca de função. Hermes apresentou o novo vendedor, Dimas, que o substituirá, ao pessoal da Tabajara, e Dimas ficará apenas imbuído de assinar na linha pontilhada. Ou seja, a % do atingimento das metas de Hermes na semana de sua troca não refletirá o importante trabalho que ele fez com no grande negócio.

Ora, mas ele terá a nova função para bater metas nos meses restantes do ano, certo? Mais ou menos: os três meses do ano são muito fracos na área de Operações, pois o ano fiscal já acabou para a matriz, e nenhum projeto sai do forno na época. O que fazemos? Ajustamos a fórmula no caso a caso? Deixamos o Hermes com as metas da função passada (se sim, qual a “linha de corte” a partir da qual isso acontece?) E se a mudança fosse em abril, o que aconteceria?

Agora vamos imaginar que a área administrativa da empresa tenha um analista chamado Toninho. Ele, diferentemente do Hermes e do Renato - que estão na área comercial, portanto, com remuneração variável e mais agressiva - tem bônus máximo possível é de dois salários no fim do ano. Toninho chega em setembro, e percebe que não vai conseguir bater a meta, de reduzir em 40% o tempo médio de processamento de um pedido. Além de saber que não vai bater a meta (ele só conseguiu reduzir o tempo em 10% até agora, e não vê muito bem como reduzir o tempo ainda mais), também sabe que não vai ganhar um bônus: ele só ganharia alguma coisa se batesse pelo menos 80% da meta.

Assim, Toninho pensa: “eu não vou me esforçar para melhorar o resultado nessa meta já que não vou ganhar bônus mesmo. Vou correr atrás da meta para bater 75% dela e ficar a ver navios? Prefiro ficar tranquilo”. Ou seja, metas diretamente associadas a bônus criam um contrato implícito, que diz que a decisão de bater ou não meta é do funcionário: quem perde é ele e, ganha, quem batê-la.

É necessário que gestores e funcionários estabeleçam metas relevantes, alinhadas com o negócio e ambiciosas. Após combinarem metas, precisam acompanhá-las semanalmente (ou quinzenalmente) em reuniões de time, passando por cada uma das metas, seu status, próximos passos etc. O funcionário precisa ser responsável pela meta, e quem garante isso é o seu gestor direto. Ambos precisam avaliar de maneira honesta e transparente se as metas foram batidas. Mas, em última instância, quem dirá se Hermes ou Renato tiveram mais ou menos performance serão os gestores, após avaliarem em conjunto seus números, a economia do País, os negócios gerados pelo CEO da empresa, e todos os outros fatores observados durante o ano. É essa sua função.






Francisco Homem de Melo - fundador da Qulture.Rocks, software de gestão de desempenho. Especialista e estudioso em cultura organizacional. Autor do livro The 3G Way: Dream, People, and Culture, figurando entre os mais vendidos da Amazon em estratégia e negócios. Lança a próxima obra: “OKRs: Da Missão às Métricas”, com o objetivo de ajudar as empresas a implementar uma metodologia de metas direcionada para alcançar resultados.

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