Pesquisar no Blog

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Tecnologias de segurança vão ajudar mais o motorista brasileiro


Novos recursos de assistência ao motorista irão equipar os veículos nacionais em atendimento à demanda do mercado e à força da legislação. Estudos técnicos já são realizados com foco na regulamentação de várias soluções tecnológicas desde 8 de dezembro de 2017, quando o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou a resolução nº 717, que determina cronograma para apresentação de propostas.

Exemplo de sistema avançado que já foi legislado é o dispositivo de indicação de frenagem de emergência, um recurso que aciona o pisca alerta juntamente com a luz do freio quando o motorista freia bruscamente. Se a desaceleração do veículo ultrapassar o limite estabelecido, o pisca alerta traseiro é acionado para avisar o motorista de trás sobre a frenagem, com o objetivo de evitar uma colisão.

Outra tecnologia que contribui para a direção segura é o sistema de frenagem automática de emergência, que auxilia o motorista a frear diante de uma colisão iminente, como a situação em que o carro está em alta velocidade e se depara com um engarrafamento. Um radar localizado na frente do veículo detecta um objeto parado e freia automaticamente o veículo, com a finalidade de evitar acidentes.

Há diversos sistemas avançados de assistência ao motorista que serão aplicados no mercado brasileiro, então neste momento cabe à engenharia analisar as tecnologias utilizadas em outros países e avaliar os desafios de implementação dos dispositivos para desenvolver soluções que funcionem com segurança nas estradas brasileiras, afinal o País dispõe de estradas em diversas condições.

Essas novas tecnologias precisam equipar os carros brasileiros com segurança e valor que sejam percebidas pelo cliente. Para isso, alguns desafios de aplicação devem ser superados, como no caso do aviso de mudança de faixa, que alerta o condutor quando passa por cima da faixa. Como adaptar uma solução que seja eficiente numa estradinha do interior que não tem faixa?

Certamente, investimentos em infraestrutura facilitariam a adoção das tecnologias, entretanto a engenharia precisará adaptar alguns sistemas caso queira trazer as soluções em curto prazo, como estudar o uso dos dispositivos conforme o tipo de pavimento. Um sistema que utiliza câmera para identificar a faixa na rodovia precisa ser desabilitado em estrada de terra, por exemplo.

Os desafios de aplicação das novas tecnologias de assistência ao motorista no Brasil serão discutidos no 7º Colloquium SAE BRASIL de Eletroeletrônica Embarcada & Mostra de Engenharia, que reunirá especialistas de montadoras, sistemistas e fornecedores. O encontro será realizado dia 27 de junho, no Hotel Bela Vista, em Volta Redonda, Rio de Janeiro. Participe! 





Ivan Arantes Levenhagen - supervisor de Engenharia Elétrica & Eletrônica da Volkswagen Caminhões e Ônibus e chairperson do 7º Colloquium SAE BRASIL de Eletroeletrônica Embarcada & Mostra de Engenharia.

Jovens assassinados transformam o Brasil em Benjamin Button


Mais uma vez o Brasil bate um desagradável e triste recorde histórico. Segundo o Atlas da Violência 2019, realizado e divulgado este mês pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 65.602 pessoas foram assassinadas em 2017. Este dado fica ainda mais impactante quando vemos que 54,5% deste número são jovens entre 15 e 29 anos e que isso representa 69,9 homicídios para cada 100 mil jovens no país, taxa recorde nos últimos dez anos. Para se ter uma ideia da tragédia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera epidêmicas as taxas de homicídio superiores a 10 homicídios a cada 100 mil habitantes.  

Esta taxa também é igual a que o Haiti, país mais pobre das Américas, registrou nessa mesma faixa etária em 2015, segundo o dado mais recente da OMS. Um absurdo se olharmos o nosso tamanho e nível de desenvolvimento.

Por isso, o Brasil, um país tido como jovem pelos seus 520 anos de idade, envelheceu precocemente. Nasceu velho, assim como o personagem de Brad Pitt em o Curioso Caso de Benjamim Button. 

O nosso maior capital, econômico e social, é reduzido drasticamente ano a ano pela criminalidade. Observando especificamente o grupo dos homens jovens, o índice de homicídios por 100 mil habitantes chega a 130,4. Dos 35.783 jovens assassinados em 2017, 94,4% eram do sexo masculino. 

O Atlas mostra que este genocídio, aliado a falta de oportunidade (já que 23% dos jovens no ano de estudo não estavam estudando) acabam com o nosso futuro.

Como uma Europa pós-segunda Guerra Mundial, a nossa mão-de-obra em idade produtiva está dizimada. Para piorar este enredo, uma parcela dos que sobrevivem não se qualificam por falta de investimento em educação.

Mesmo que os dados analisados pelo estudo sejam de 2017, esta evolução aconteceu pelo menos nos últimos dez anos, quando mais de 300 mil dos nossos jovens perderam a vida para a violência. É um golpe muito duro, que só será recuperado com muita paciência e investimento, assim como aconteceu no continente europeu.

Priorizar a oportunidade para tirar os nossos jovens do caminho do tráfico é imprescindível para iniciar essa retomada. Educação é o motor para fazer essa roda girar para um futuro de paz. Em curto prazo, leis mais rígidas contra a criminalidade darão o suporte, a começar com as que já tramitam na Câmara. Precisamos apertar o cerco contra o crime organizado, além de melhorar as condições de trabalho de nossas polícias com investimentos ordenados e que integram o país.

Somente um pacote de políticas públicas, juntamente com educação e oportunidade podem mudar a nossa caminhada atual, que a passos largos levam o nosso país para o abismo. Nosso Brasil “Benjamim Button” envelhece antes mesmo de crescer economicamente. Se não agirmos logo, vamos enterrar os nossos jovens, com nosso país junto, de uma vez por todas.




Marco Antônio Barbosa - especialista em segurança e diretor da CAME do Brasil. Possui mestrado em administração de empresas, MBA em finanças e diversas pós-graduações nas áreas de marketing e negócios.


Saúde na Hora: 128 unidades de saúde ampliam horário de atendimento


Unidades de 24 municípios foram habilitadas no programa Saúde na Hora, que oferece incentivo financeiro federal para funcionar no horário do almoço, período noturno e/ou fins de semana 


A população de 24 municípios já pode contar com o horário de atendimento ampliado em 128 Unidades de Saúde da Família (USF) que aderiram ao programa Saúde na Hora. A portaria com as primeiras habilitações foi publicada nesta sexta-feira (14) no Diário Oficial da União (DOU). Com isso, o Governo Federal irá repassar cerca de R$ 28 milhões a mais para o custeio dessas unidades em 2019. Ao todo, as unidades possuem 456 equipes de saúde, representando uma cobertura de mais de 1,5 milhão de pessoas.
O Programa Saúde na Hora, lançado em maio, pelo Ministério da Saúde, amplia os recursos mensais a municípios que estenderem o horário de funcionamento das unidades de saúde para o período da noite, além de permanecerem de portas abertas durante o horário de almoço e, opcionalmente, aos fins de semana.

A iniciativa visa ampliar o acesso da população aos serviços da Atenção Primária, como consultas médicas e odontológicas, coleta de exames laboratoriais, aplicação de vacinas e pré-natal. A medida passa a valer imediatamente e os gestores têm quatro meses para se adequar aos requisitos exigidos pelo programa. Até o momento, o Ministério da Saúde recebeu 336 solicitações de adesão ao Saúde na Hora, em 65 municípios.

Para incentivar a ampliação no horário de funcionamento, os repasses mensais do Ministério da Saúde podem dobrar de valor, dependendo da disponibilidade de equipes de Saúde da Família e Saúde Bucal, além da carga horária de atendimento das unidades, que pode variar entre 60h e 75h semanais. Atualmente, a maior parte das 42 mil Unidades de Saúde da Família em todo o país funcionam por 40h semanais.

A partir da adesão ao programa, as unidades que recebiam R$ 21,3 mil para custeio de até três equipes de Saúde da Família passam a receber R$ 44,2 mil e, caso optem pela carga horária de 60h semanais, receberão um incremento de 106,7% ao incentivo de custeio. Ainda com a opção de funcionamento por 60h, caso a unidade possua atendimento em saúde bucal, o aumento pode chegar a 122%, passando de R$ 25,8 mil para R$ 57,6 mil.

Já as unidades que recebem atualmente cerca de R$ 49,4 mil para custeio de seis equipes de Saúde da Família e três de Saúde Bucal e optarem pelo turno de 75h, receberão R$ 109,3 mil se aderirem à nova estratégia – um aumento de 121% no custeio mensal.


SAÚDE NA HORA

Itens relacionados

Os secretários de saúde precisam cadastrar as unidades que desejam incluir no programa Saúde na Hora por meio do sistema E-Gestor AB – uma plataforma web de gestão das ações e informações relacionadas à Atenção Primária já utilizada pelas secretarias municipais e estaduais de saúde.

Após o primeiro mês de funcionamento com horário estendido, o município receberá o aumento nos valores mensais de custeio e, adicionalmente, um incentivo financeiro para a adesão ao horário estendido: R$ 22,8 mil para USF que optar pela carga de 60h sem atendimento odontológico e R$ 31,7 mil para USF que conta com equipes de saúde bucal. Para as que optarem pelo turno de 75h semanais serão repassados cerca de R$ 60 mil de incentivo de adesão. Esses recursos devem ser usados para preparar as unidades que vão funcionar no novo formato.

As unidades também passam a receber os recursos ampliados para custeio mensal das equipes já no final do primeiro mês de funcionamento no novo horário, caso estejam em dia com todos os critérios previstos na Portaria 930/2019. Entre esses requisitos estão: manter a composição mínima das equipes de Saúde da Família - com médico, enfermeiro, odontólogo e auxiliar de enfermagem - sem reduzir o número de equipes que já atuam no município. A USF também deve funcionar sem intervalo de almoço, de segunda a sexta, podendo complementar as horas aos sábados ou domingos e ter o prontuário eletrônico implantado e atualizado.

Cada unidade participante da iniciativa deve ainda contar com um gerente da USF – profissional escolhido pelo gestor para administrar a unidade – e terá assegurado incentivo financeiro do Governo Federal para este gerente. Este profissional deve se dedicar exclusivamente ao gerenciamento, desenvolvendo atividades como planejamento, gestão e organização do processo de trabalho, coordenação e integração da USF com outros serviços de saúde.
  



Nicole Beraldo
Agência Saúde


Posts mais acessados