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segunda-feira, 17 de junho de 2019

Decreto que facilita acesso ao porte de arma é avanço e não retrocesso


Muitos debates e discussões têm sido feitos pela sociedade desde que o presidente Jair Bolsonaro publicou em maio um decreto que amplia o acesso à posse de arma de fogo para diferentes setores da população.
Mais armas, menos crimes ou menos armas, menos crimes: uma reflexão sobre o armamento da sociedade civil veio à tona. Muitas entidades criticam a medida, justificando que tal decreto não diminuirá a criminalidade, ao contrário disso, tal ação pode promover um genocídio.

Outra parte da sociedade defende o decreto, com a argumentação que o cidadão tem o direito de se defender, e que a população portando arma de fogo, terá um meio de defesa e o bandido pensará duas vezes antes de cometer um crime, questionando-se se não haverá retaliação por parte da vítima.


Por não existe consenso em um tema tão controverso é preciso se posicionar, vamos aos fatos

Eu particularmente sou favorável ao decreto que garante o direto do cidadão em fazer a sua escolha.  A arma de fogo nada mais é do que um instrumento para um determinado fim. Por exemplo, ter habilitação para dirigir um carro. Existe toda uma legislação que vigora as leis do transito, o cidadão para dirigir tem que estar habilitado (onde se submete a realizar aulas de condução do automóvel, avaliação psicológica, e realização de provas teórica e prática, para obtenção do documento, a CNH – Carteira Nacional de Habilitação), o automóvel também tem que estar devidamente documentado para poder transitar.

Aí é que vem a minha constatação, a decisão é individual de cada cidadão que esteja apto a dirigir, se ele vai usar seu veículo para se deslocar com consciência e facilitar o seu cotidiano, se locomovendo ao supermercado, viajar, levar seus filhos na escola etc. Ou se ele optará por ser um motorista inconsequente, dirigir embriagado e causar acidentes, ocasionando possíveis mortes (o instrumento é fornecido, o uso que o sujeito faz é opcional). É como uma faca, por exemplo, o cidadão pode fazer uso dela para cortar um determinado alimento e ingerir, ou esfaquear um indivíduo. A escolha é de cada um (tendo ciência que haverá consequências). Todos estão sujeitos a punições previstas no código penal, ao utilizar de maneira incorreta o instrumento. O infrator responderá criminalmente pelo ato.

Não é o instrumento que é prejudicial e sim o uso que o cidadão destina a ele. Assim como a concessão de uma CNH, também existe uma legislação para a obtenção do porte, existem critérios para a obtenção deste documento. O cidadão que optar em obter o porte estará sujeito a um processo rigoroso, para verificar se ele se encontra apto ou não. Para ter acesso ao porte o cidadão não deve ter antecedentes criminais, se submeter à avaliação psicológica, ter treinamento para manuseio de arma, entre outros procedimentos.

Acredito que esse decreto representa uma vitória para a sociedade brasileira, ou seja, mais um direito adquirido, que se utilizado de maneira adequado e consciente pode se tornar benéfico. Cabe a cada cidadão optar por fazer uso dele ou não. A quem optar pela aquisição do porte, deve exercê-lo com responsabilidade e discernimento, tendo a consciência que se fazer uso equivocado deste instrumento ficara sujeito a punções legais previstas no código penal.

Entendo que vivemos em um país democrático, onde o livre arbítrio deve ser soberano e conduzir os cidadãos para uma sociedade mais justa e igualitária. Mas como construir essa sociedade que todos idealizamos se o direito de escolha do cidadão pode ser cerceado?

Recentemente a Comissão do Senado se posicionou de maneira contraria ao decreto, então faço uma pergunta ao Congresso.  Ao invés de discutir a aplicação ou não desse decreto presidencial, por que não discutir e promover políticas públicas dignas, aprimorar e criar leis que combatam a criminalidade, corrupção, saúde precária, educação melindrosa, as reformas política e tributária e o grande vilão da atualidade. “o desemprego”? Com relação a este decreto cada cidadão pode definir se quer fazer uso ou não deste direito. Ou será que os parlamentares acreditam que o cidadão não tem o direito de escolha?

Agora com relação a estes temas mencionados, que a meu ver são de caráter prioritário e precisam de urgência em busca de uma solução, o que está sendo feito de concreto? Por que não resolver o caos que se encontram as políticas públicas do Brasil, que levou o país aos piores índices do mundo? Por que não combater esta tamanha desigualdade social?  Ou o Congresso imagina que nós brasileiros queremos que o segundo parlamento mais caro do mundo discuta se um decreto presidencial é útil ou não?




Rodrigo Lico - formado em publicidade e propagando, é jornalista diplomado, pós-graduado em Comunicação Organizacional, colunista e comentarista de política, economia e digital influencer
Instagram: @RodrigoLico    


Falta de profissionais de tecnologia da informação prejudica crescimento do setor


Mais de 420 mil vagas serão abertas, só no Brasil, nos próximos cinco anos

Daquela banca de revista às instituições financeiras mais renomadas do país, até 2022 a previsão é que 80% do crescimento de receita das empresas dependerá diretamente de ofertas e operações digitais, de acordo com a mais recente pesquisa da IDC Brasil. Além disso, a cada ano, U$ 6 trilhões são jogados fora com os danos cibernéticos. Esse levantamento foi feito pela Cybersecurity Ventures, principal instituição de pesquisa do mundo sobre economia cibernética. 

Para complementar esse cenário, segundo as projeções da Brasscom, das 420 mil novas oportunidades em tecnologia, uma em cada quatro (107,1 mil delas), serão demandadas em atividades relacionadas à internet das coisas. Outras 45,3 mil (11%) são para a área de segurança. Enquanto 40,7 mil postos serão exigidos por atividades de Big Data e Analytics, o segmento de computação em nuvem, precisará de 24,8 mil (6%) vagas novas em cinco anos. “Só em Curitiba, a estimativa é que faltam hoje 3.000 profissionais no setor de tecnologia da informação (TI)”, complementa Adriano Krzyuy, presidente da Assespro-PR.
O mercado para profissionais ligados à tecnologia da informação está entre os temas do Fórum Internacional sobre Segurança Cibernética – CyberSec 2019, que ocorre no Campus da Indústria da Fiep, em Curitiba, nos dias 25 e 26 de junho. As inscrições custam a partir de R$ 380,00 (para grupos de 10 pessoas) e R$ 420,00 (individuais) e podem ser feitas através do Sympla: https://www.sympla.com.br/cybersec-2019---forum-internacional-de-seguranca-cibernetica__499146. O Fórum Internacional sobre Segurança Cibernética é realizado pela Paraná Metrologia, Fundação Araucária, Sistema Fiep, Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-Paraná) e Universidade Livre do Meio Ambiente (Unilivre). Mais informações no site www.cybersec.org.br.

Perfis qualificados

Candidatos, com conhecimentos atualizados e que tenham fluência em inglês se destacam nos processos de seleção. Outras qualificações também podem alavancar as chances do profissional. “Mesmo que o Brasil não tenha uma relação sólida, no setor de tecnologia, com a China, somos uma potência em crescimento. Outro que se tornou referência aqui para a América Latina é o Chile”, comentou Krzyuy.
Para ele, “aqueles candidatos que possuem um alto grau de desempenho em lógica e em segurança são os que mais são visados no setor de proteção de dados, por exemplo. Afinal, eles terão de entender e solucionar problemas com impactos exorbitantes”.
Um levantamento feito pelas consultorias Robert Half, Talenses, Page Personnel e a empresa Catho, divulgados pela Revista Exame, mostra que 17 cargos serão os mais solicitados em 2019, com salários que variam de R$ 2 mil a R$ 45 mil por mês. São eles: gerente de TI e de projetos, profissional da área de suporte, especialista de Business Intelligence (BI), analista de BI com foco em análise de mercado e ETL, programador Front-end, UX/UI – Usabilidade, interface e interação, desenvolvedor Full-Stack e mobile, chief Technology Officer e Data Officer, gerente de Segurança da Informação, programador de Java, engenheiro de Inteligência Artificial, cientista de Dados, desenvolvedor de projetos de ERP e gerente da Informação/Banco de dados. 

Déficit educacional

Muito além da graduação e dos cursos de especialização, a educação básica está impactando diretamente no desempenho dos profissionais. “Se houvesse um preparo melhor nas matérias de exatas e em línguas estrangeiras, os candidatos estariam mais bem preparados para o que as funções exigem e não teríamos tantas vagas abertas”, avalia o presidente da Assespro-PR. “Não estamos preparados para a gama de tecnologia que temos. Na verdade, estamos correndo contra o prejuízo. Vemos, no mercado atual, que muitos países estão muito à frente como: Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, entre outros.”

Mudanças para o futuro

Hoje, a Lei Geral de Proteção dos Dados (LGPD) já está aguardando somente a sanção presidencial. A medida é apoiada pelas empresas de tecnologia e pelas instituições financeiras. Caso seja aprovada, terá até 18 meses para entrar em vigor. Krzyuy explica que essa regulamentação é fundamental, junto com o Marco Civil da Internet, para criar a Autoridade Nacional de Proteção dos Dados (ANPD) e determinar quais qualificações profissionais serão necessárias. “Eu costumo dizer que a TI está se especializando tanto ou mais que a Medicina, porque a área de abrangência é tão grande que precisamos de profissionais direcionados”, considera.


Existe privacidade na internet?


Há um princípio na área da segurança militar que diz: o ataque está sempre à frente da defesa. Em termos práticos, o avião de guerra com a melhor blindagem pode resistir à artilharia antiaérea, mas não permanecerá no ar se o inimigo tiver a melhor arma. Em outras palavras, enquanto se prepara uma proteção contra a arma mais poderosa atualmente, o desenvolvimento bélico já terá dado um passo à frente e, contra o mais novo ataque, a defesa estará despreparada. Assim, o ataque será sempre mais forte do que a defesa.

Esse princípio vale também para a segurança digital, a segurança na internet. Na verdade, o princípio da segurança na internet é: ‘se querem uma informação sobre você, e você está conectado à internet, vão conseguir essa informação’.
A questão é: quantas pessoas estão preocupadas em saber alguma coisa sobre você, sobre a sua vida?

Um usuário comum da internet — eu e possivelmente você, por exemplo —, mesmo com cuidados de navegação e precauções básicas esperadas, não está livre de ter invadida aquilo que considera sua privacidade on-line. Um hacker conseguiria burlar a segurança desse usuário e ter acesso a contas de serviços on-line se tivesse interesse. Basta lembrar de autoridades que tiveram contas ou dispositivos invadidos, ou de personalidades cujas fotografias íntimas foram acessadas e publicadas sem autorização.

Não importa o grau de confidencialidade de uma informação, o ataque está sempre um passo — pelo menos um passo — à frente da defesa.

Na divulgação das conversas entre o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, por exemplo, foi mencionado o aplicativo de mensagens utilizado. Esse aplicativo utiliza comunicação criptografada, o que o torna relativamente seguro. Ainda que não tenha havido nenhuma falha de segurança no aplicativo que permitisse acesso ao conteúdo por terceiros (hackers), as informações podem ter sido divulgadas por algum dos envolvidos nas conversas. Mesmo que mensagens transmitidas on-line fossem literalmente impossíveis de serem interceptadas e decifradas (o que não são), se o inimigo estiver na linha, ele não precisa burlar nenhuma medida de segurança para ter acesso.

Ademais, ainda que os interlocutores sejam confiáveis, de nada adianta ter os melhores recursos tecnológicos de segurança digital de comunicação se os aparelhos que trazem o conteúdo não são também protegidos por senha e criptografia, ou se são emprestados para alguém, furtados ou roubados. Melhor ainda, que as mensagens sejam lidas e apagadas, sem backup nenhum, diminuindo a chance de outras pessoas terem acesso a elas — com o contraponto de o usuário também perder a sua própria mensagem, ficando apenas em sua própria memória.

Pode ser que hoje ninguém queira saber algo sobre nós, e assim nos sentimos seguros. Mas um hacker experiente pode devassar o conteúdo da vida que demonstramos on-line, na internet, mesmo que pensemos que estamos compartilhando apenas com amigos ou que só estejamos guardando para nós mesmos. 
Assim, a privacidade na internet não é um mito, mas é praticamente impossível.
O teclado inteligente que temos no celular, que nos corrige e sugere palavras, consegue esse feito porque captura e guarda tudo o que digitamos. O servidor gratuito em que guardamos nossas fotos, vídeos e documentos de toda espécie (Dropbox, Google Drive, OneDrive), tem por trás uma grande empresa, e sabemos o que move as empresas. Se nossos dados estão seguros ali, é porque hoje, para elas, a imagem positiva no mercado e a informação que guardam para si rendem mais dividendos (dão mais lucro) do que vazar na internet o conteúdo de seus usuários.

A atitude correta frente à incerteza da segurança digital é uma só: não tenhamos algo a esconder.

Pois se divulgarem tudo que temos e tudo que fazemos na internet, nossas fotos, nosso histórico de navegação, nossas mensagens familiares, no máximo conheçam os quatro cantos de nossa casa, saibam onde passamos as férias, vejam fotos de nossos filhos brincando, deem risada de nossas discussões em grupos de trabalho e estranhem como nos divertimos com coisas simples. E, no fim, apenas passemos receio e vergonha pela abertura de nossa vida, mas que nada nela e, especialmente, nada do que registramos eletronicamente, possa ser uma arma contra nós.

Mário Quintana já disse: “Sorri com tranquilidade/ Quando alguém te calunia/ Quem sabe o que não seria Se ele dissesse a verdade...” (poema Da Calúnia)






Antoine Youssef Kamel - coordenador adjunto do curso superior tecnológico em Investigação Profissional do Centro Universitário Internacional Uninter.


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