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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

ÚLCERA DE CÓRNEA


Úlcera de córnea, cujas causas mais comuns são o uso incorreto de lente de contato e a falta de higiene.

Abaixo há explicações sobre a doença, causas, prevenção e tratamento elaboradas pela Dra. Telma Barreiro, oftalmologista do Cejam (Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim).


1)   O que é úlcera de córnea?

É uma afecção da superfície externa do olho - chamada córnea - caracterizada pela perda de continuidade do epitélio.


2)   Quais são os tipos mais comuns?

A úlcera de córnea pode ser infecciosa ou não infecciosa. A infecciosa pode ser causada por bactérias, fungos, protozoários ou vírus. Já a não infecciosa, por causas traumáticas (abrasão, queimaduras químicas).


3)   Como e por que ela se manifesta?

É um quadro agudo com manifestação um pouco variável, pois depende da etiologia, mas geralmente ocorre dor ocular de forte intensidade, sensação de corpo estranho e olho vermelho. Se a úlcera acometer o eixo visual, há também baixa de visão. Nos casos infecciosos geralmente o acometimento é monocular.


4)   Quais são as pessoas mais suscetíveis a ela?

Pacientes usuários de lente de contato, sendo que aqueles com cuidados precários da lente e uso incorreto de produtos de desinfecção estão mais propensos a infecções por pseudomonas (bactéria) e acanthamoebas (protozoário parasita);
Pacientes com história de trauma ocular e, se for com vegetal, há maior possibilidade de o agente etiológico ser um fungo;
Pacientes com exposição da superfície ocular por falha da oclusão das pálpebras, o que pode ocorrer em casos de paralisia facial ou ainda pacientes acamados com baixo nível de consciência.


5)   Como se prevenir?

Aos usuários de lente de contato, recomenda-se adaptação de forma correta, lavagem das mãos antes de manusear, respeito ao tempo máximo diário de uso e não dormir de lente de contato. Já o uso de óculos de proteção em profissões de risco (trabalhadores da construção civil, jardineiros etc) é um cuidado contra trauma na face.


6)   Qual é o tratamento?

O tratamento depende da etiologia: curativos oclusivos (casos traumáticos); uso de colírio de antibiótico em altas doses (bacterianas); uso de colírio antifúngico (fúngicos); uso de antivirais (vírus).




Dia Mundial do Coração: mais de 300 mil brasileiros infartam por ano



Exames moleculares podem contribuir para o diagnóstico mais preciso

Exames moleculares podem contribuir para o diagnóstico mais preciso 


As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte no mundo. No Brasil, cerca de 300 mil pessoas sofrem infartos todos os anos, segundo o Ministério da Saúde, e em 30% dos casos a doença é fatal. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até 2040 as mortes por doenças cardiovasculares devem aumentar em 250%. Esse é um dos motivos que a OMS, UNESCO e outras instituições fazem diversas ações educativas em 29 de setembro, o Dia Mundial do Coração. O intuito é incentivar a prática de atividades físicas e cuidados com a alimentação. 

É comum associar problemas do coração com tontura, falta de ar e fortes dores no peito, mas nem sempre há manifestação de sintomas. Algumas doenças chegam de forma silenciosa e, quando descobertas, podem estar em estágio avançado. É o caso da obstrução arterial, caracterizada pelo acúmulo de gordura na parede das artérias, que impede a passagem e a chegada do sangue aos tecidos. O processo de obstrução é o que ocasiona o infarto, por exemplo. 

O Sistema Único de Saúde (SUS) sinaliza quatro problemas mais recorrentes relacionados ao coração: infarto do miocárdio, doenças hipertensivas, insuficiência cardíaca e miocardiopatias. Pessoas que apresentam histórico familiar de doenças cardiovasculares devem ficar mais atentas. Além disso, diabetes, hipertensão e colesterol elevado também são fatores que aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas. A prática de atividades físicas combinada com alimentação saudável são essenciais para prevenir problemas futuros, além do acompanhamento médico regular. 

Exames de sangue possibilitam a identificação de alterações nos níveis de colesterol, glicemia e tireoide, que estão ligados a fatores de risco para problemas no coração. Cada exame analisa um aspecto e, quando associados aos exames de imagem, se tornam completos. Mas, de acordo com o gerente geral do DB Molecular, Nelson Gaburo, os exames genéticos podem auxiliar em um diagnóstico mais preciso. “Já dispomos de testes moleculares direcionados para diversas condições cardiológicas, como a cardiomiopatia hipertrófica (CMH), doença que afeta um a cada 500 indivíduos da população em geral. Ela é a causa mais comum de morte súbita cardíaca em jovens atletas”, comenta o gerente. 

A doença é de transmissão autossômica dominante (HAD) e parentes de primeiro grau têm um risco de 50% de herdar o gene, segundo Gaburo. “Os exames moleculares fornecem informações precisas que direcionam o tratamento individualizado para cada paciente. A avaliação para os parentes em primeiro grau de indivíduos que tenham a doença torna tanto o tratamento medicamentoso quanto o cirúrgico mais rápidos e precisos, reduzindo significantemente a alta morbidade e mortalidade associadas à doença”, explica Gaburo.






DB Molecular


Os perigos dos remédios para emagrecer


Qual a melhor indicação?


 O sonho de ter um corpo perfeito e a busca por tratamentos milagrosos está levando ao uso indiscriminado de medicações para emagrecer. Nesse contexto, a dieta e a atividade física, que seriam as protagonistas dessa história, vão sempre sendo deixadas para depois. O que as pessoas não sabem é que esses medicamentos podem ocasionar efeitos colaterais e, se não forem associados a uma mudança de estilo de vida e atividade física, podem levar a resultados limitados e temporários.

São várias as opções de medicamentos no mercado, com diferentes tipos de ação, assim, a escolha do tratamento a ser prescrito deve ser moldada para as necessidades e características de cada paciente.  Lembrando sempre que os riscos associados ao uso das medicações devem ser considerados em relação aos riscos da persistência da obesidade, de maneira que o tratamento deve ser mantido somente enquanto for considerado seguro e efetivo para o paciente.

O tratamento farmacológico da obesidade está indicado para pacientes com IMC maior que 30Kg/m²; para  indivíduos com IMC maior que 25kg/m² que apresentem doenças associadas ao excesso de peso, como dislipidemia e hipertensão, por exemplo; e em situações nas quais o tratamento com dieta, exercício ou aumento de atividade física e modificações comportamentais se comprovaram  insuficientes. Os agentes farmacológicos também podem ser utilizados como armas para aumentar a aderência dos pacientes às mudanças comportamentais, alterações de dieta e de estilo de vida.  Além disso, se bem indicados, podem ajudar na melhora de outros problemas de saúde associados, como diabetes e dislipidemia, por exemplo.  

Vale ressaltar, entretanto, que essas medicações podem levar ao ganho de peso quando descontinuadas se o paciente não mudar seus hábitos e alimentação.  Além disso, o uso abusivo e inadequado de determinados medicamentos pode causar efeitos colaterais como enjoos, vômitos, diarreia, gastrite, má digestão, boca seca, flatulência, fraqueza, cansaço, mudança no paladar, tontura, problemas cardíacos, arritmia, hipertensão, irritação, ansiedade, insônia e até mesmo crises de agressividade.

Alguns exemplos de medicações utilizadas para o tratamento da obesidade são: 

- Inibidor seletivo da recaptação de serotonina e adrenalina (ex: Sibutramina) – apresenta efeito antidepressivo, reduz a ansiedade e tem leve efeito termogênico.

- Inibidor específico da lípase pancreática (ex: Orlistate) – atua inibindo a enzima  responsável pela degradação da gordura no intestino, impedindo assim  a absorção de 30 % da gordura ingerida. 

- Análogo GLP-1 - Liraglutida (ex: Saxenda) – melhora a função das células beta pancreáticas, inibe o apetite e retarda o esvaziamento gástrico.

- Topiramato – droga anticonvulsivante que apresenta como efeito colateral a diminuição do apetite e da compulsão. 

Dessa forma, o ideal é que as medicações antiobesidade sejam utilizadas somente sob supervisão médica. O cerne do tratamento da obesidade deve incluir terapias comportamentais dirigidas no sentido de modificação do estilo de vida e reeducação alimentar para redução do consumo de calorias, além da prática de exercícios para aumentar o gasto calórico. Os tratamentos com agentes farmacológicos devem ser considerados como adjunto à terapêutica básica e, desde que usados de forma racional e supervisionados, podem auxiliar no tratamento da perda de peso.






Dra. Rosália Padovani - doutora em endocrinologia clínica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), médica assistente da disciplina de endocrinologia e metabologia da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCM-SP), professora da cadeira de endocrinologia e metabologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, médica assistente do serviço de medicina nuclear da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Instagram: dra.rosaliapadovani.endocrino


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