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segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Sete profissões que mais castigam as articulações


Especialista diz que dieta, exercícios e boa postura são fundamentais para evitar dores articulares 


Ao contrário do câncer e do infarto, a artrose não mata no curto ou médio prazo. Mas ela pode fazer com que uma pessoa sofra com dores fortes e frequentes por longos anos – principalmente se ela tiver artrite ou artrose de quadril. No Reino Unido, calcula-se que um terço das reclamações às seguradoras de saúde esteja relacionado ao desgaste comum das articulações – o que só piora com o tempo, já que a expectativa de vida está aumentando, bem como a obesidade. Na opinião do médico Robert Moots, da Universidade de Liverpool, o desgaste das articulações pode começar já na faixa dos vinte ou trinta anos – mesmo que a pessoa ainda não apresente sintomas. E um dos principais gatilhos é a má postura.

De acordo o médico ortopedista Lafayette Lage, especialista brasileiro em joelho e quadril, problemas posturais – ao lado de sobrepeso/obesidade e sedentarismo – têm levado muitos pacientes de meia-idade à sala de cirurgia. “Embora eu seja muito mais favorável a uma cirurgia de Resurfacing, que permite um retorno às atividades normais depois de seis meses de pós-operatório, ao invés de deixar o paciente sofrendo dores por anos e vendo sua vida passar cheia de limitações, a melhor forma de enfrentar o problema é a prevenção. E isso, certamente, passa por uma reeducação postural. Porém, outras causas também podem contribuir para o desgaste precoce das articulações, como uma anatomia anormal (malformação congênita), traumas no esporte e acidentes prévios”.

Lage chama atenção, por exemplo, que as brasileiras exageram no uso do salto alto. “Nos Estados Unidos, a mulher vai de casa para o trabalho geralmente de tênis (mesmo com roupas formais) e somente quando chegam a seus destinos é que elas calçam saltos. Em contraste, no Brasil a pessoa já sai de casa de salto alto, enfrentando às vezes longas distâncias a pé ou no transporte público até chegar ao local de trabalho. No longo prazo, isso castiga as articulações – até porque o corpo tende a projetar o quadril para a frente para melhor se equilibrar no salto. Essa situação – que se estende por mais de dez horas ao dia, cinco dias por semana – gera uma reação em cadeia, afetando joelhos, quadril e coluna lombar”.

O médico alerta para o fato de que profissionais que passam o dia todo sentados – seja num automóvel, seja em frente a um computador – também estão entre as maiores vítimas de dores articulares. “A posição sentada é a que mais sobrecarrega os discos intervertebrais. Sejam motoristas, executivos ou estudantes, quem passa o dia todo sentado num carro ou inclinado sobre uma mesa de trabalho certamente vai sofrer as consequências da má postura. Isso faz com que os músculos glúteos percam tônus, se enfraqueçam, e acabem aumentando os riscos para dores lombares, dor nos joelhos, rigidez no pescoço e nas costas”.

A prevenção para todas essas dores, segundo o especialista, é de certa forma simples: 1. Adotar uma dieta saudável e balanceada para evitar sobrepeso; 2. Fortalecer os músculos através de exercícios físicos regulares prescritos por um ortopedista;  3. Estar atento à postura até mesmo na hora de dormir. “Quem trabalha sentado por longos períodos deveria se levantar a cada duas horas (no máximo) para restabelecer uma boa circulação sanguínea e ‘acordar os músculos’. Já quem trabalha em pé o dia todo deveria tirar alguns minutos por período para fazer alongamento e descansar, sempre prestando atenção na respiração e na coluna ereta. E tem mais: nada de dormir de bruços! Quem dorme de bruços submete a articulação do pescoço a uma torção por seis, oito, dez horas por dia. Isso, no médio prazo, faz com que a pessoa comece a sentir dores de cabeça, formigamento nas mãos e dor nas costas, ombros etc. Quem não consegue dormir de barriga para cima, que seria o ideal, deveria se forçar a dormir sempre de lado, com um travesseiro que apoie bem cabeça e pescoço”.

A seguir, Lafayette Lage aponta as sete profissões que mais castigam as articulações:


  1. Atletas profissionais. “O amor de um atleta pelo esporte e a camisa que defende às vezes é impactado por fortes dores nas articulações. Artrite nos joelhos e nos quadris é o diagnóstico de muitos desses esportistas, que correm, pulam, caem, chutam, se torcem e retorcem para atingir alta performance”.
  2. Professores/Comerciantes. “Em quem passa o dia todo em pé, seja numa sala de aula, seja atrás do balcão de uma loja, a artrite começa a se fazer presente pelos membros inferiores. Pés e pernas são os que mais sofrem no começo, mas a dor e os danos podem se estender para quadril e coluna com o tempo. Nesses casos, os saltos altos são grandes vilões”.
  3. Operários. “Não importa se a pessoa é um operário da indústria da construção ou da indústria têxtil. Quem faz movimentos repetitivos ao longo de toda a jornada de trabalho, ano após ano, tem risco aumentado para artrose. Isso porque determinadas juntas sofrem uma pressão estressante, há um desgaste acelerado da cartilagem, e pode resultar em dores intensas”.
  4. Músicos/Dançarinos. “Assim como atletas de alta performance, músicos e dançarinos se submetem a rotinas intensas de treino até atingirem a perfeição. São os movimentos repetitivos, mais uma vez, que geram estresse nas articulações. Embora muitos artistas desse nível tenham articulações soltas, elas acabam sendo castigadas pelo excesso”.
  5. Motoristas. “Nos últimos anos, o serviço de transporte em veículo particular multiplicou a quantidade de motoristas de aplicativo nas grandes cidades. O fato de passarem longas jornadas trabalhando para atingir suas metas fez com que aumentasse também as queixas de dor. A profissão de motorista, seja de automóveis, ônibus ou caminhão, impõe que a pessoa passe cada vez mais horas sentada – e geralmente numa posição nada ideal para a coluna. Além de ser terrível para pescoço e costas, muitos profissionais acabam tendo problemas de quadril porque perdem o tônus muscular e repetem inúmeras vezes ao longo do dia os movimentos de levantar e sentar”.
  6. Executivos. “Não importa a área de trabalho. Quem passa muitas horas por dia sentado à frente de um computador é um sério candidato a desenvolver artrite. Apesar de esse tipo de profissional não ter de carregar grandes pesos ou operar maquinário pesado, passar tantas horas na mesma posição certamente vai comprometer a postura e, na sequência, desencadear quadros de artrite. Essas pessoas são suscetíveis a dores nas costas, nas pernas, nos braços e no pescoço – embora o quadril também acabe ficando mais frágil pela falta de tônus muscular”.
  7. Dentistas e outros profissionais da saúde. “Os cirurgiões-dentistas às vezes passam duas, três, quatro horas debruçados de forma inclinada e enviesada na direção de um paciente. Neste caso, dores no pescoço, parte superior das costas e nos membros inferiores são constantes, se intensificando com o passar dos anos. Também os enfermeiros sofrem bastante com dores nas costas, já que estão sempre inclinados para medicar seus pacientes, carregam pesos bastante exagerados com frequência e cumprem longas jornadas de trabalho”.






Fonte: Prof. Dr. Lafayette Lage – médico ortopedista, especialista em joelho e quadril. www.clinicalage.com.br


Setembro Amarelo chama atenção para a necessidade de nos prepararmos para lidar com as adversidades

 Brasil é o 8º país com mais suicídios no mundo


Dia 10 setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e, no Brasil, o mês inteiro será dedicado à conscientização sobre o tema – é o Setembro Amarelo, que desde 2014 fala abertamente sobre suicídio, com o intuito de incentivar a comunicação e proporcionar um polo de discussão sobre o assunto.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o Brasil é o 8º país com mais suicídios no mundo, e esta é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. De acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) a cada 45 minutos um brasileiro comete suicídio e a cada 40 segundos uma pessoa morre da mesma causa no mundo.

O tema é complexo e não pode ser tratado de forma superficial, por isso a conscientização de que se trata de um problema real é um caminho importante para a redução de números tão alarmantes.

Gaya Machado, Doutoranda em Psicologia e especialista em Desenvolvimento do Potencial Humano, chama atenção para o fato de que, para além da conscientização, também é preciso se pensar em prevenção e, segundo a especialista, ela passa, necessariamente, pela necessidade de nos prepararmos para lidar com adversidades que inevitavelmente todos nós encontraremos ao longo da vida.

“Vivemos em uma sociedade que cada vez menos abre espaço para possibilidade de errar, de falhar e aprender com nossas quedas. Estamos expostos 24 horas por dia às redes sociais que exibem vidas aparentemente perfeitas e muitos criam um ideal impossível de ser atingido na realidade. Os mais jovens são especialmente vulneráveis a este ideal de perfeição e quando se deparam com situações de frustração, tristeza ou isolamento, muitas vezes não encontram recursos internos ou suporte externo para elaborar suas emoções e enfrentar as dificuldades”, explica.

Para Gaya Machado, o setembro amarelo é uma oportunidade importante de falarmos sobre temas que são fundamentais para que possamos estar preparados para lidar, da melhor maneira possível, com os grandes desafios da vida. Entre estes assuntos essenciais, ela destaca três pontos:

Aceitar nossa vulnerabilidade: Muitas vezes nos isolamos por medo de fracassar ou por causa da sensação de não sermos bons o bastante, mas para vivermos em um mundo tão incerto, precisamos abrir mão da necessidade de termos certezas o tempo todo. Apenas quando entendemos, na prática, que a perfeição não é atingível, porque não existe ninguém perfeito, e aceitamos que, apesar disso, ainda somos merecedores de afeto e de sermos felizes, poderemos enfrentar as adversidades com menos julgamento. De acordo com a Dra. Kristin Neff, professora e pesquisadora da Universidade do Texas, que dirige o laboratório de pesquisa do amor-próprio, que estuda como desenvolvemos e praticamos este sentimento, o amor-próprio tem três elementos: generosidade consigo mesmo, humildade e consciência.

Encontrar um propósito: Existe uma força terapêutica em encontrar um sentido pelo qual viver. É comprovado que os jovens sofrem um vazio existencial ainda maior que os mais velhos, devido a ausência de objetivos para a vida. Ter um propósito envolve ter um motivo claro pelo qual levantar todas as manhãs e segundo a Logoterapia, campo da psicologia dedicado a auxiliar as pessoas a encontrarem um sentido, ele pode ser encontrado por três caminhos: pelo que fazemos ou criamos; da experiência de viver ou amar alguém e em situações desesperadoras, que nos deixam desamparados e nos convidam a escolher como lidaremos com a situação, a despeito de nossas condições. Segundo Viktor Frankl, fundador desta corrente, “tudo pode ser arrancado de uma pessoa exceto uma coisa, a última das liberdades humanas: a escolha de como irá enfrentar as circunstâncias, a escolha do seu próprio caminho”.

Fortalecer as relações mais próximas: Não é difícil confundirmos as dezenas, centenas e até milhares de conexões nas redes sociais com amizades. Quanto mais nos conectamos online, menos tempo de qualidade passamos off-line, e deixamos de fortalecer os laços com nossa rede mais próxima. No entanto, nos momentos de tristeza, angústia, incerteza, medo e dor, são as relações próximas, em grande medida, que nos oferecem suporte para enfrentarmos as turbulências.

Segundo o Estudo do Desenvolvimento Adulto, de Harvard, o estudo mais prolongado da vida adulta que acompanhou 724 homens, desde 1938, por toda a vida, comprovou que as boas relações são fundamentais para uma vida feliz e que a experiência da solidão pode ser tóxica. Pessoas que são mais isoladas dos outros do que gostariam são menos felizes, tem saúde e funcionamento cerebral piores e vivem menos tempo do que as pessoas que não se sentem sozinhas.

A conversa atenciosa e os relacionamentos positivos estão na base do projeto R U OK?, que surgiu em 2009 na Austrália, criado por Gavin Larkin. Por trás da frase “Você está bem?”, está uma preocupação genuína em saber como a pessoa está, não o que ela aparenta à sociedade ou  o que diz. O objetivo é que ninguém se sinta sozinho ou isolado, mas com uma rede de apoio para ajudar nos momentos mais difíceis.




Gaya Machado -  Doutoranda em Psicologia pela Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales – UCES, Argentina; MBA Executivo em Desenvolvimento do Potencial Humano; Coach e Psicoterapeuta Sistêmica. Palestrante em eventos nacionais e internacionais, professora universitária e de Pós-Graduação e coautora de cinco livros, tem mais de 50 mil seguidores nas redes sociais.



Agenda
16 de Setembro no Festival de Empreendedorismo na FIESP com o Workshop: Como usar o Estresse ao seu favor?  

7 de setembro: Dia Mundial da Fibrose Pulmonar Idiopática


 Sinais de envelhecimento podem ser alerta para diagnóstico tardio de doença pulmonar grave

A Fibrose Pulmonar Idiopática provoca o enrijecimento dos pulmões e pode demorar 2 anos para ser diagnosticada


Para doenças progressivas, o tempo é um fator decisivo para impedir o avanço dos sintomas e controlar os fatores que limitam a rotina dos pacientes. Recordada todos os anos no dia 7 de setembro, data dedicada à conscientização da doença, a fibrose pulmonar idiopática (FPI) atinge principalmente idosos e possui uma taxa de sobrevida pior do que muitos tipos de câncer, como o de próstata e de mamai. A doença é definida pela formação de cicatrizes (fibrose) nos pulmões, que ficam rígidos e com dificuldade para expandir e realizar o processo de respiração.

A preocupação com as condições que atingem idosos, como as doenças crônicas, é maior com o processo de envelhecimento populacional: de acordo com o IBGE, serão 66,5 milhões de idosos no país em 2050ii. Por isso é fundamental que toda família esteja atenta aos cuidados com a saúde. Falta de ar, tosse seca crônica, cansaço constante e dificuldade para realizar atividades cotidianas são sinais frequentemente negligenciados na terceira idade, porque eles costumam ser atribuídos aos efeitos naturais do envelhecimento. Como a FPI atinge sobretudo pessoas com idade superior aos 50 anosiii, é importante que os idosos e seus familiares estejam atentos aos sinais.

Os dados da doença reforçam o problema. O tempo médio para esse diagnóstico é de 1 a 2 anos após o início dos sintomasiv. O pneumologista da Santa Casa de Porto Alegre (RS), Dr. Adalberto Rubin, indica que "é comum receber pacientes no consultório que têm FPI, mas foram tratados ao longo de anos como se tivessem outra doença pulmonar. A imprecisão do diagnóstico resulta nesse tratamento inadequado para a fibrose pulmonar idiopática. A demora faz com que o paciente tenha a função pulmonar reduzida e a condição evolui de forma mais rápida".

Mundialmente, estima-se que existem cerca de 14 a 43 pessoas com FPI a cada 100 mil no mundoii. No Brasil, os dados também não são definitivos, mas a prevalência varia entre 13 e 18 mil pessoasiv. O especialista pontua que, como a doença é subdiagnosticada, o número pode ser ainda maior.

A doença ainda não tem causa conhecida, mas estudos já apontaram alguns elementos que podem levar ao desenvolvimento da FPI. Tabagismo, exposição a diversos poluentes, refluxo gastroesofágico, infecção viral crônica e até fatores genéticosv são alguns exemplos. Além da atenção aos fatores de risco para a doença, é importante procurar ajuda médica assim que perceber que os sintomas persistem. "Com o diagnóstico correto, o paciente fará o tratamento contínuo com medicamentos antifibróticos, classe de drogas que chegou ao Brasil em 2016. O uso da medicação pode reduzir o número de crises de piora súbita da FPI. O pioneiro no país foi o nintedanibe, tratamento que reduz a progressão da doença pela metade e aumenta significativamente a sobrevida do paciente, que sofre menos crises de piora súbita da doença, conhecidas como exacerbações", ressalta o Dr. Rubin.








Boehringer Ingelheim


Referências:
i Baddini-Martinez, José, and Carlos Alberto Pereira. "Quantos pacientes com fibrose pulmonar idiopática existem no Brasil?" Jornal Brasileiro de Pneumologia 41.6 (2015): 560-561.
ii IBGE. Brasil: Uma visão geográfica e ambiental no início do século XXI. [Internet]. 2016. [acesso em 17 nov 2016]. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97884.pdf
iii Raghu G, Weycker D, Edelsberg J, Bradford WZ, Oster G. Incidence and prevalence of idiopathicpulmonaryfibrosis. Am J Respir Crit Care Med 174 (7), 810 - 816 (2006)
iv Collard HR, Tino G, et al. Respir Med 2007;101:1350–4.
v Raghu G, et al, ATS/ERS/JRS/ALAT Committee on Idiopathic Pulmonary Fibrosis
AnofficialATS/ERS/JRS/ALATstatement: idiopathic pulmonary fibrosis: evidence-based guidelines for diagnosis and management. Am J Respir Crit Care Med 183 (6), 788 - 824 (2011)


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