Pesquisar no Blog

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Anemia ferropriva na gravidez pode trazer graves consequências à mãe e ao bebê





A anemia causada por deficiência de ferro, também chamada de anemia ferropriva, é muito comum em mulheres grávidas - está presente em mais de 40% delas. O alento é que o tratamento efetivo contra suas consequências é bastante conhecido. O Ministério da Saúde, a Organização Mundial da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) recomendam o uso de suplementação diária de ferro e  ingestão de alimentos ricos em ferro para todas as gestantes, principalmente a partir do segundo trimestre da gravidez.

“A predisposição a doenças infecciosas e o aumento de mortalidade em mães, além de partos prematuros e complicações neurológicas nos bebês, são efeitos da anemia na gravidez”, explica a Dra. Cassiana Giribela. “Com o desenvolvimento de produtos avançados, algumas opções de suplementos têm até três vezes mais absorção de ferro do que outras. Novos compostos com ferro evitam efeitos colaterais comuns da suplementação do ferro, como os gastrointestinais, que muitas vezes inviabilizam o tratamento, além de evitar o risco de possíveis intoxicações do excesso de ferro no organismo”, conclui.
Divulgação/Grupo CDI


Infográfico sobre anemia ferropriva na gravidez

Zambon do Brasil


Lei Antifumo completa 7 anos com 3,5 mil multas e 99,7% de adesão em SP




Mais de 1,5 milhão de vistorias foram realizadas pela Vigilância Sanitária Estadual em parceria com o Procon-SP; estudo do InCor aponta redução de internações após a medida

         No aniversário de sete anos da publicação da Lei Antifumo paulista, levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo aponta que já foram realizadas, até o final de abril, mais de 1,5 milhão de inspeções e aplicadas 3.520 multas em estabelecimentos comerciais para combater o tabagismo passivo, terceira causa de morte evitável segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).  

O índice de cumprimento da legislação é de 99,7% dos estabelecimentos vistoriados desde agosto de 2009, quando a restrição de fumar em ambientes fechados de uso coletivo passou a vigorar.  

         As regiões que tiveram maior número de infrações são a capital paulistana, com 991 multas, Baixada Santista (337), Grande ABC (268) Campinas (255), e Araraquara (159). O ranking das cinco regiões contabiliza 2.010 autuações, o que representa 57,1% do total de multas aplicadas em todo o Estado desde 2009.

         Segundo o balanço da Secretaria, uma a cada cinco multas aplicadas nesses cinco anos foram fruto de denúncia da população. As queixas podem ser feitas pelo telefone 0800-771-3541.

         A Lei Antifumo proíbe o consumo de cigarros, cigarilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco em locais total ou parcialmente fechados. O valor da multa por descumprimento à lei é de R$ 1.777,50, e dobra em caso de reincidência. Na terceira vez, o estabelecimento é interditado por 48 horas, e na quarta o fechamento é por 30 dias.

         “A lei tem um importante caráter de prevenção e promoção da saúde, garantindo ambientes livres de tabaco e combatendo, principalmente, o tabagismo passivo, que é a terceira causa de morte evitável no mundo. A população paulista entendeu e apoiou, e o resultado se reflete no alto índice de cumprimento pelos estabelecimentos comerciais em todo o Estado”, a diretora da Vigilância Sanitária Estadual, Maria Cristina Megid.

         Menos internações
Um estudo realizado pelo Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da FMUSP revelou que multiplicou por três a velocidade com que caíram o número de internações por doença cardiovascular e acidente vascular cerebral após a entrada em vigor da Lei Antifumo no Estado de São Paulo, em agosto 2009.

         O estudo é o primeiro do gênero já realizado no Brasil e usou como base as internações por doença cardiovascular e por acidente vascular cerebral ocorridas no SUS antes e depois da Lei Antifumo.

De acordo com a pesquisa, no período entre agosto de 2005 e julho de 2009, a queda na taxa de internação por essas doenças era de 1% ao ano. De agosto de 2009 a julho de 2010, essa queda foi três vezes mais rápida, atingindo 3% ao ano.

“São números muito significativos e comprovam a eficácia da Lei Antifumo. A lei teve um impacto significativo na redução dos males causados pelo fumo passivo e também ajudou quem queria parar de fumar. O resultado foi a queda das internações”, afirma a cardiologista Jaqueline Scholz, diretora do ambulatório de tratamento do tabagismo do InCor.

       O alto índice de cumprimento e o respeito e apoio da população à lei já vinham revelando seus benefícios à saúde pública. Estudo anterior também realizado pelo Incor em cerca de 700 estabelecimentos do Estado, como bares, restaurantes e casas noturnas, revelou que houve uma redução de até 73,5% nos níveis de monóxido de carbono no interior desses ambientes. Os frequentadores e funcionários desses estabelecimentos foram alguns dos grandes beneficiados pela lei.

O olhar cuidadoso salva vidas





É de se lamentar que até hoje vários médicos ainda não pautem sua atuação no humanismo. A situação, aliás, só tem piorado, pois muitos, por absoluta falta de preparação acadêmica, abusam dos avanços tecnológicos, solicitam exames desnecessários e em excesso, sem falar que maculam a própria autonomia (e a imagem da classe) em acordos escusos com laboratórios.

Assim, os sistemas de saúde, público e suplementar, veem vazar pelo ralo investimentos importantes. Ao fechar as contas, acaba faltando dinheiro para resolver questões urgentes da assistência em saúde, especialmente em relação às populações mais vulneráveis.

Em pleno século XXI, há os que olhem somente para doença, esquecendo-se de que a razão da medicina é o doente, o ser humano. Quase já dá para contar nos dedos os profissionais que realizam uma consulta completa e competente, abrangendo a coleta do histórico do paciente, exame clínico completo, indicação detalhada de exames complementares, se preciso, e orientações terapêuticas, por exemplo.

Atendimentos que não duram mais do que 10 minutos são a regra atual, despropósito que resulta em erro no diagnóstico e na prescrição, no agravamento de diversos quadros e em custo milionário para a rede de saúde.

É de fundamental relevância ter sempre em mente que o paciente carrega consigo história, cultura e essência. Nasce, a partir daí, uma das tarefas primordiais do profissional médico: a descoberta e o conhecimento da pessoa por trás da enfermidade.

Humanizar a medicina é, portanto, desafio e obrigação para todos que têm um olhar cuidadoso para o outro e para a verdadeira missão dos agentes de saúde. Os médicos precisam resgatar a base da medicina clássica, do olho no olho e da personalização de cada atendimento.

Não é necessário abrir mão dos recursos tecnológicos, pois há avanços necessários, mas é essencial usá-los com responsabilidade, pautado em princípios básicos e tradicionais.

Falta-nos também incentivo à formação global, baseada na conduta humanística e no estímulo a atuação à beira leito. Uma formação que carece desses princípios é ameaça toda a população. Já quando o tema é gestão, é imprescindível compromisso, responsabilidade, em especial diante do sucateamento dos hospitais e da carência de recursos.

A medicina é uma atividade cujos alicerces encontram-se na arte de cuidar do próximo, atentando-se aos seus anseios e aos seus temores. Encontramos as pessoas em seus momentos mais vulneráveis e temos, depositada em nós, a esperança de dias melhores. Assim, precisamos trabalhar para não só atender esta expectativa, mas superá-la.



Antonio Carlos Lopes - presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

Posts mais acessados