Segunda
edição do Congresso Internacional de Ortopedia da Rede D’Or está confirmada no
ano que vem
Terminou neste
sábado a primeira edição do Congresso Internacional de Ortopedia da Rede D’Or –
Orto in Rio, que reuniu cerca centenas de profissionais e estudantes pessoas no
Hotel Hilton Copacabana. Ao longo dos dias, o público acompanhou dezenas nas
quais foram debatidos os temas mais relevantes da especialidade: dor na coluna,
lesões em quadril, joelho, e ombro e cotovelo, politraumas, ortopedia
pediátrica, entre outros. Houve um olha especial com o cuidado com idosos. E
com razão. Como bem ressaltou o coordenador clínico da Clínica São Vicente,
José Kezen, a expectativa é de que, com o crescimento da longevidade, sejam
registrados cada vez mais casos de lesões ortopédicas em pessoas acima dos 60
anos.
Kezen relatou
que a fratura na coxa é uma das contusões de maior risco em idosos. Estima-se
que aconteçam entre 7 e 21 milhões de fraturas de fêmur por ano no mundo até
2050. Em média, observou o médico, 20% dessas pessoas têm comorbidade e idade
em torno de 80 anos. "A mortalidade em 30 dias chega a 10%. Nos EUA, 400
mil dólares são gastos no primeiro ano após a fratura. O custo anual lá chega a
17 bilhões de dólares", relatou. O ortopedista Arthur Ferradosa observou
que fraturas na coxa são lesões em que o osso demora a se consolidar, isso
afeta tanto a vida do paciente quando o dia a dia das famílias.
Ex-presidente da
Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (SBTO), Tito Rocha relatou que a
fratura na parte superior do osso da coxa está entre as principais causas de
hospitalização em idoso. "48% dos idosos caem uma vez a cada dois
anos", alertou. Rocha ainda observou que 70% das mortes acidentais em
pessoas acima de 75 anos são causadas por quedas.
O Orto in Rio
também debateu o cenário atual e o futuro da formação do profissional.
Coordenadora do Congresso, Verônica Vianna observou que a realidade atual é de
que a maioria dos ortopedistas buscam uma subespecialização. A figura do
generalista está cada vez mais rara. Isso exige que os hospitais repensem
modelos de atendimento. Ela citou como exemplo o movimento que a Rede D’Or vem
fazendo, que começou primeiro no Copa e Copa Star, mas já se estendeu ao Jutta
Batista, Glória D’Or, Clínica São Vicente e Barra D’Or. Foi montado um time de
especialistas de todas as áreas da ortopedia, que que discute os casos mais
complexos e avalia in loco se for necessário, para definir a conduta do
tratamento junto com o plantonista. “A gente tem conseguido com essa
organização resultados bem satisfatórios, não só para a equipe como um todo,
mas também para os pacientes”, contou.
A evolução da cirurgia
robótica foi outro ponto bastante ressaltado em diversas mesas, pois a
tecnologia tem contribuído para melhorar os resultados dos procedimentos e,
principalmente, entregar melhor qualidade de vida aos pacientes. No entanto, o
coordenador do serviço de ortopedia do hospital Cardiopulmonar em Salvador,
Guilherme Oscar Hernández, observou que é preciso ter critério na avaliação de
quais tecnologias devem ser incorporadas, pois, ao longo da história da medicina,
muitas inovações não entregaram o que prometiam. “Mais importante de tudo é
lembrar que o sistema robótico orienta, mas é o médico quem decide”, afirmou.
O Congresso
ainda registrou um momento de muita emoção com a participação da triatleta Luisa
Baptista, que comoveu a todos com a sua história de superação. Primeira
brasileira a vencer, em 2019, a medalha de ouro no triatlo em Jogos
Panamericanos, ela passou por semanas lutando pela vida ao ser atropelada por
uma motocicleta em 2023. Quem a vê sorrindo, alegre e andando, não imagina que
há menos de dois anos ela sofreu uma parada cardíaca de 8 minutos e teve que
passar por 9 cirurgias para tratar 30 fraturas decorrentes do acidente, durante
os três meses em que ficou internada. “Se hoje estou aqui é devido aos valores
olímpicos de amizade, respeito e excelência, pois foram esses valores que
nortearam todo o atendimento que recebi enquanto estive internada no Hospital
São Luiz Itaim”, ressaltou.
Segunda
edição com data definida
O Congresso
ainda dedicou espaço para falar sobre saúde mental. Psicóloga do Comitê
Olímpico do Brasil (COB), Carla Di Pierro fez um importante alerta para que
médicos estejam atentos aos casos de dependência de exercícios em atletas
amadores. Ela observou que um sintoma comum é naturalizar a lesão, como se
fosse algo normal um atleta amador viver lesionado. “A gente precisa sinalizar
para eles que não é por aí, que é preciso ter uma relação melhor com o esporte,
precisam compreender que o descanso é fundamental”, ressaltou.
A Coordenadora
do Orto in Rio se mostrou muito feliz com o resultado alcançado. Foram dois
dias intensos em que puderam promover educação continuada a profissionais e
estudantes. “Nosso objetivo foi alcançado, pudemos promover o desenvolvimento
científico do melhor que a ortopedia pode oferecer, para que possamos cuidar
melhor dos nossos pacientes”, celebrou Verônica, já convidando a todos para a
segunda edição ano que vem, nos dias 18 e 19 de setembro.
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