O Brasil está entre os maiores produtores de sementes do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e China. Segundo a Embrapa, o mercado sementeiro brasileiro movimenta, ao ano, mais de US$ 1,4 bilhão, equivalente a R$ 6,8 bilhões. Mundialmente, o nosso país é conhecido por sua tamanha força e relevância no agronegócio, no entanto, é importante chamar atenção para os desafios que também fazem parte do dia a dia do setor, e apontar como a tecnologia pode auxiliar frente tal cenário.
De acordo com a Associação Brasileira de Tecnologia
de Sementes (ABRATES), de 2001 a 2023, o Brasil aumentou a produção de grãos em
mais de três vezes, atingindo a marca de 300 milhões de toneladas de grãos na
safra 2022/23. Liderando o ranking do mercado sementeiro, segundo o
levantamento do Cepea, a soja, considerada o carro chefe da vertical,
representou 23,2% do PIB do agronegócio e 5,9% do PIB do país.
Para além do protagonismo da soja, os dados acima
revelam a tamanha participação e impulsionamento econômico que o segmento
sementeiro tem no desempenho do agronegócio brasileiro. Contudo, mesmo diante
de um cenário favorável, ainda assim, os produtores lidam com especificidades
que vão desde os aspectos operacionais, até aos gerenciais.
Isso é, em se tratando de território, como exemplo,
os agricultores têm como desafio principal produzir mais, dentro da mesma área.
Ou seja, mesmo diante das limitações territoriais, cabe a eles a missão de
suprir as demandas e garantir seu fluxo, sem adquirir novas propriedades parta
atingir tal resultado.
Quanto a isso, a tecnologia tem se mostrado uma
aliada eficaz, visto que ajuda no monitoramento e controle do plantio. No entanto,
levando em conta que muitos negócios agrícolas se trata de empresas familiares,
nem todos têm acesso e/ou utilizam maquinários que apoiam na melhor comunicação
e otimização do tempo, garantindo ampla assertividade e controle desde a etapa
de plantio até a colheita.
Esse aspecto territorial e tecnológico abre margem
para um outro obstáculo ainda muito presente: a falta de processos. Embora o
movimento de transformação digital também faça parte do núcleo agrícola, nem
todos os empreendimentos têm esse direcionamento e, com isso, acabam utilizando
diversos sistemas, o que impede uma comunicação sólida e consistente que
auxilia tanto na gestão, quanto na operação em conformidade com a legislação
fiscal e tributária do país.
Além desses fatores internos, do ponto de vista
externo, o segmento sementeiro ainda tem um grande obstáculo. Segundo a
estimativa da Abrasem, 30% do mercado de sementes é de origem desconhecida. Na
prática, os prejuízos para o Brasil, nesse cenário, são de 2,44 bilhões de
reais por ano.
Ou seja, cada vez mais a vertente tem, de forma
acentuada, a missão de combater os impactos desse comércio ilegal, garantindo
uma produção e exportação ágil e eficiente, mas que esteja em conformidade com
todas as regulamentações exigidas por lei, bem como, simultaneamente, esteja em
concordância com os princípios da sustentabilidade.
A boa notícia é que, para todos esses desafios, a
própria tecnologia oferece suporte e métodos que auxiliem no enfrentamento de
tais aspectos. Através do uso de um bom ERP, como exemplo, é possível realizar
toda a gestão desde as atividades de campo em que, por meio da conectividade, é
possível extrair dados dos maquinários e obter informações acerca da qualidade
do solo, grãos, climas, entre outros aspectos.
Ademais, o sistema de gestão robusto também apoia
para que as operações ocorram em conformidade com a legislação e demais
diretrizes, bem como ajuda no monitoramento e controle do fluxo de importação e
exportação. Cabe enfatizar que o software tem a capacidade de se integrar com
outras tecnologias como, por exemplo, a Inteligência Artificial, fornecendo
análises preditivas e identificação de padrões.
Certamente, administrar essa gama de funções e
tarefas não é uma tarefa simples, e exige um rigoroso controle e administração.
Quanto a isso, contar com o apoio de uma consultoria especializada nesse
recurso e no setor é uma excelente abordagem para garantir resultados eficazes.
A tendência é que o mercado sementeiro continue
crescendo. Após o período de pandemia, em que houve um verdadeiro boom de
crescimento, hoje, o setor está voltando para o cenário pré-pandemia. Ou seja,
com a normalização do seu desempenho, esse é o momento de as empresas agrícolas
buscarem, o quanto antes, se adaptarem e implementarem melhorias que garantam a
fluidez operacional e ritmo. Afinal, em um segmento tão dinâmico como o agro,
ser estratégico não é um diferencial, mas uma obrigação.
Eduarda Ferreira de Lima - Marketing Analyst na
H&CO Brasil.
Vanessa Moraes - Marketing Manager na H&CO Brasil.
H&CO
https://www.hco.com/
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