O estágio é alternativa para a manutenção de jovens no mercado e o incentivo à educação
A preparação do jovem é uma base fundamental para a jornada
profissional. Contudo, infelizmente, a maioria deles desconhece o ensino
técnico, conforme pesquisa encomendada pelo Itaú Educação e Trabalho e pela
Fundação Roberto Marinho, realizada pelo Plano CDE. Isso é preocupante!
A situação fica ainda mais delicada, pois mais da metade da
população acima dos 25 anos não concluiu sequer o segundo grau, de acordo com a
Pnad Contínua 2019. Isso afeta, inclusive, a competitividade do Brasil, pois
aumenta a desigualdade social e, por consequência, também não conseguem seguir
uma carreira proveitosa.
Os menores também se preocupam com esse cenário. Para 83%
deles, se tivessem ciência antes sobre o ensino médio profissionalizante,
poderia ajudá-los a conseguir uma vaga de estágio ou aprendizagem, por exemplo,
e para 56%, esse nível de conhecimento facilitaria o ingresso em uma
universidade. Dessa forma, essa moçada teria menor chance de ficar
desempregada.
Nesse sentido, as salas de aula são de extrema importância,
mas temos também a prática, como o estágio. Nossos estudantes querem trabalhar
e as empresas também são importantes instrumentos de educação e precisam se
conscientizar disso. Além do mais, é possível atuar quem está regularmente
matriculado no nível médio, técnico, superior ou nos dois anos finais do ciclo
fundamental do EJA (Educação de Jovens e Adultos).
Vantagens da modalidade
No entanto, ainda hoje, muitas organizações e até os
próprios acadêmicos têm dúvidas sobre os benefícios da modalidade. Então, vamos
lá: para começar, o ato educativo escolar supervisionado possui alguns
incentivos e direitos diferentes da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Trata-se de um tempo de treino e experiência corporativa e,
assim, não gera vínculo empregatício. Logo, os direitos e aportes fiscais são
outros. Afinal, o modelo foi criado para inserir a juventude no mercado de
trabalho e colocarem em prática os saberes adquiridos no ambiente escolar.
Sendo assim, para impulsionar a contratação, as corporações
ficam livres de pagar encargos trabalhistas, tais como o Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), 13º
salário e eventual multa rescisória. Por outro lado, também é proveitoso para o
estagiário, pois sua carga horária laboral não pode ultrapassar seis horas
diárias e 30h semanais e não lhe é permitido fazer hora extra. Além disso, ele
recebe a bolsa-auxílio, o auxílio-transporte (no caso de deslocamento), seguro
de vida obrigatório.
Portanto, é favorável para todas as partes envolvidas.
Afinal, tanto as entidades adquirem novos talentos, quanto os alunos a tão
sonhada experiência. Então, investir no ato educativo é a principal maneira de
preservar a garotada ativa. Isso porque quando mantemos um brasileiro na sala,
estamos não só dando oportunidade de aprender, mas a possibilidade de estagiar.
Com isso, ele garante uma renda para subsidiar uma faculdade e um passaporte
garantido para desbravar o mundo corporativo.
Carlos Henrique
Mencaci é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios
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