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quinta-feira, 25 de novembro de 2021

A maioria dos jovens desconhece o ensino médio profissionalizante (técnico)

O estágio é alternativa para a manutenção de jovens no mercado e o incentivo à educação

 

A preparação do jovem é uma base fundamental para a jornada profissional. Contudo, infelizmente, a maioria deles desconhece o ensino técnico, conforme pesquisa encomendada pelo Itaú Educação e Trabalho e pela Fundação Roberto Marinho, realizada pelo Plano CDE. Isso é preocupante! 

 

A situação fica ainda mais delicada, pois mais da metade da população acima dos 25 anos não concluiu sequer o segundo grau, de acordo com a Pnad Contínua 2019. Isso afeta, inclusive, a competitividade do Brasil, pois aumenta a desigualdade social e, por consequência, também não conseguem seguir uma carreira proveitosa.

 

Os menores também se preocupam com esse cenário. Para 83% deles, se tivessem ciência antes sobre o ensino médio profissionalizante, poderia ajudá-los a conseguir uma vaga de estágio ou aprendizagem, por exemplo, e para 56%, esse nível de conhecimento facilitaria o ingresso em uma universidade. Dessa forma, essa moçada teria menor chance de ficar desempregada. 

 

Nesse sentido, as salas de aula são de extrema importância, mas temos também a prática, como o estágio. Nossos estudantes querem trabalhar e as empresas também são importantes instrumentos de educação e precisam se conscientizar disso. Além do mais, é possível atuar quem está regularmente matriculado no nível médio, técnico, superior ou nos dois anos finais do ciclo fundamental do EJA (Educação de Jovens e Adultos).


 

Vantagens da modalidade

 

No entanto, ainda hoje, muitas organizações e até os próprios acadêmicos têm dúvidas sobre os benefícios da modalidade. Então, vamos lá: para começar, o ato educativo escolar supervisionado possui alguns incentivos e direitos diferentes da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

 

Trata-se de um tempo de treino e experiência corporativa e, assim, não gera vínculo empregatício. Logo, os direitos e aportes fiscais são outros. Afinal, o modelo foi criado para inserir a juventude no mercado de trabalho e colocarem em prática os saberes adquiridos no ambiente escolar.

 

Sendo assim, para impulsionar a contratação, as corporações ficam livres de pagar encargos trabalhistas, tais como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), 13º salário e eventual multa rescisória. Por outro lado, também é proveitoso para o estagiário, pois sua carga horária laboral não pode ultrapassar seis horas diárias e 30h semanais e não lhe é permitido fazer hora extra. Além disso, ele recebe a bolsa-auxílio, o auxílio-transporte (no caso de deslocamento), seguro de vida obrigatório.

 

Portanto, é favorável para todas as partes envolvidas. Afinal, tanto as entidades adquirem novos talentos, quanto os alunos a tão sonhada experiência. Então, investir no ato educativo é a principal maneira de preservar a garotada ativa. Isso porque quando mantemos um brasileiro na sala, estamos não só dando oportunidade de aprender, mas a possibilidade de estagiar. Com isso, ele garante uma renda para subsidiar uma faculdade e um passaporte garantido para desbravar o mundo corporativo. 

 

 

Carlos Henrique Mencaci é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios

 

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