A pandemia da Covid-19 trouxe mudanças significativas na estrutura das empresas, assim como na vida das pessoas. Muitas tiveram que alocar equipes inteiras em home office, outras tiveram que adequar o espaço e dividir o pessoal para comportar as medidas de segurança.
O total de desempregados atingiu 13,545 milhões no
Brasil na segunda semana de setembro, de acordo com dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse cenário, saber quais são as
características buscadas por recrutadores pode ser uma excelente ferramenta
para voltar ao mercado.
Mas, afinal, como devem ser os profissionais do
pós-pandemia?
“Pessoas que entendam que as coisas mudaram e que o
mundo é outro. Assim como as empresas precisaram se readequar, as pessoas
também precisam. É preciso considerar que muitas vezes o trabalho será
solitário, e que será necessário entregar mais com menos recursos”, sinaliza a
professora de gestão de pessoas da IBE Conveniada FGV, Ligia Molina,
especialista em Recursos Humanos.
Para ela, o mercado também procura pessoas que
consigam fazer uma boa gestão de tempo, que se sintam engajadas com o os
desafios da empresa, que deem ideias e que procurem novas formas de fazer
atividades, buscando sempre inovação e redução de custos.
“As empresas estão buscando pessoas com um olhar de
futuro e inovação, pois enfrentam um momento de dificuldade e renovação”, diz.
Outro ponto forte ressaltado é a habilidade de relacionamento. “Estamos muito
sensíveis, não dá para você falar com um líder, par ou subordinado de qualquer
maneira. As empresas estão buscando profissionais que saibam se relacionar em
meio à crise, que sejam protagonistas, e não espectadores.”, pontua.
“Visando se adequar ao novo momento, os
profissionais devem, mais do que nunca, ter bom senso”, destaca a professora,
explicando que é um momento que requer união, compreensão e, sobretudo, formas
de ajudar uns aos outros.
Ligia também defende que a educação continuada é
imprescindível no mercado pós-pandemia. Em sua visão, é importante que os
profissionais busquem sempre novas informações e como podem melhorar,
analisando o que o mercado está pedindo. “Saber implementar e, sobretudo, como
trazer essas informações para dentro da empresa é fundamental”.
Recursos Humanos durante e pós-pandemia
“A tecnologia foi a grande aliada dos recursos
humanos”, conta Ligia, que também é coach de carreira. Segundo ela, os
profissionais do RH tiveram que adequar toda a realidade da empresa para um
ambiente totalmente digital. “Desde o início da quarentena, os profissionais de
RH fizeram todo esforço possível para ajudar as pessoas a se manterem engajadas
com a empresa e apoiaram os líderes. Vejo que em todas as empresas, todas as
pessoas, estão se esforçando muito para se manterem presentes na vida dos
profissionais que estão trabalhando em home office”.
A professora ainda enfatiza que as pessoas que
ficaram trabalhando na empresa, por diversos motivos, foram preocupações ativas
do RH. “Com aqueles que ficaram na empresa foi necessário um trabalho
importante de conscientização e, acima disso, acompanhamento muito próximo,
pois de repente viram os escritórios, fábricas etc. vazios”, avalia a
professora.
“De todo modo, o home office realmente veio para
ficar - no segmento de TI já era normal, em outras áreas foi preciso começar a
se adequar”, define ela. Ligia ainda pontua que esse novo modo de trabalhar
pode ser benéfico tanto para a empresa quanto para os colaboradores. “A empresa
consegue em uma boa parte dos casos reduzir custos com aluguel, mobiliário e
desta forma podem reverter em benefícios para os funcionários”.
Professora Ligia Molina - especialista em Recursos
Humanos da IBE Conveniada FGV, aponta gestão do tempo, engajamento,
criatividade e resiliência como pontos fortes
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