A osteoporose é uma patologia que deixa os ossos frágeis em razão da diminuição da densidade óssea, comum ao longo da vida, atingindo homens e mulheres. No Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas sofrem com a doença e 14% apresentam algum tipo de fratura que leva a internações.
Segundo o ginecologista Cláudio Hypólito, da Santa Casa
de Mauá, a osteoporose pode ser prevenida ainda na infância, com hábitos
saudáveis e a prática de esportes para a construção de ossos mais fortes.
O pico de ganho de massa óssea ocorre até os 30 anos e, a
partir dos 45 anos, a perda é de 0,5% e ocorre em grande velocidade. Nas
mulheres, essa degeneração tem início aos 45 anos, em razão da menopausa e da
diminuição dos hormônios. Nos homens, a partir dos 70 anos com a queda das
taxas de testosterona, mas podem existir casos onde as alterações iniciem mais
cedo.
A osteoporose ocorre a partir de duas células envolvidas
no processo de renovação, a osteoclastos, a qual promove a absorção óssea e o
osteoblastos, formação dos ossos por meio do cálcio e da vitamina D. A primeira
fase da degeneração óssea é a osteopenia e tem início com o desequilíbrio
dessas duas células e, em seguida, vem a osteoporose que pode levar a fraturas
do quadril e fêmur, as mais frequentes.
Os sintomas são difíceis de serem detectados, já que a
doença é silenciosa e somente na fase avançada, quando aparecem as dores pelo
corpo, deformações ósseas e fraturas espontâneas, acaba sendo
diagnosticada.
De acordo com o especialista, quanto menor o peso de uma
pessoa mais propensa a ter osteoporose e, quanto menor a altura, também são
maiores as chances de desenvolver a doença. “Para o diagnóstico é muito
importante analisar o histórico de fraturas, uso de álcool, fumo e uso de
corticoide. A confirmação da patologia ocorre pelo exame de densitometria
óssea, medindo a densidade óssea e comparando com os dados de uma pessoa
normal, com mesma idade, sexo, altura e raça. Os exames devem ser realizados de
forma periódica, em caso de detecção da doença e repetidos entre um e dois
anos, mas se não houver alterações o intervalo pode ser maior”, explica Cláudio
Hypólito.
Entre as principais causas da osteoporose estão o
envelhecimento em função da idade, pré-disposição genética, dieta pobre em
cálcio e vitamina D, sedentarismo e abuso de álcool e fumo. É importante
destacar que esses dois últimos inibem a produção de osteoblastos, o monóxido
de carbono expelido pelo cigarro diminui em 15% a capacidade de transporte do
oxigênio o que colabora para essa diminuição. O abuso de corticoide também
coopera para o aparecimento, além de doenças endócrinas, como diabetes,
tireoide e renais.
Na osteopenia, início do desequilíbrio, é possível tratar
a doença com ajuste da dieta, cálcio, vitamina D, exercícios físicos com
impacto que estimulam a formação óssea - entre as melhores opções estão a
caminhada, corrida e musculação para o ganho de massa muscular, que ajudam na
prevenção de fraturas – e caso não seja suficiente, é preciso complementar com
medicamentos.
Quando já está instalada a doença, é importante seguir
todas as recomendações acima e entrar com a medicação. Na menopausa, a
reposição hormonal é recomendada especialmente no primeiro ano após a última
menstruação, mas é preciso avaliar a possibilidade de outras doenças como
câncer de mama e embolia. “Vale lembrar que uma vida adulta saudável é
consequência dos hábitos adquiridos durante a infância que desenvolverá ossos
fortes”, orienta o médico.
Também há casos de crianças e adolescentes que
desenvolvem a osteoporose, que pode ser primária também conhecida como osteogênese
imperfeita ou doença de Lobstein - uma deficiência na produção do
colágeno tipo 1; a secundária – decorrente de doenças gastrointestinais,
reumáticas, pulmonares e endócrinas, intolerância à lactose, uso de
medicamentos e imobilizações prolongadas. Em pacientes na pré-adolescência ou
adolescência, pode ocorrer a osteoporose juvenil idiopática, na qual a
perda de massa óssea pode durar até seis anos.
O corpo precisa de 1000 mg de cálcio por dia, o que
representa cerca de quatro porções lácteas - derivados do leite, vegetais de
folhas verdes escuras, sardinha, salmão, grãos – exposição solar diária - 15
minutos sem protetor solar para favorecer a vitamina D, a qual absorverá o
cálcio.
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