quarta-feira, 2 de setembro de 2020

MACHISMO EMPRESARIAL, UM DOS PIORES NEGÓCIOS!

 Explicitas ou veladas, muitas situações reforçam uma desigualdade de gênero dentro das empresas. Especialista ajuda a identificar sinais de atitudes que as companhias devem represar e combater.

 

 De forma direta ou indireta, sutil ou inconsciente, o machismo acontece através de piadas, comentários, apelidos ou descréditos. De acordo com a especialista em marketing digital e comportamento de consumo, com vivência de mais de 15 anos como diretora executiva em grandes empresas, Fátima Bana, se vivêssemos em um mundo ideal, esse mal não afligiria nenhuma de nós.

 

“Sempre atuei com poder de decisão nas áreas de marketing e tecnologia, por isso, a desconfiança, o pré-julgamento, o risinho no canto da boca dos colegas masculinos sempre esteve presente e esse, não é um tema recente, mas, sim, recorrente e em contraste com todas as evoluções corporativas desde então” – pontua.

 

A especialista explica que para algumas pessoas ainda é difícil encarar com profissionalismo uma mulher em um cargo no qual geralmente estão os homens, como a diretoria. “Homens na liderança, na maior das vezes, são vistos como duros e exigentes, já as mulheres duras e exigentes são taxadas como loucas e de gênio difícil. Isso tudo pelo simples fato de serem mulheres, sem capacidade para ocupar grandes cargos, sem poder de decisão, ou gerir possíveis crises no negócio. E todas essas práticas machistas, infelizmente ainda são naturalizadas” – reforça. 

Há muito caminho a ser percorrido, então, para que o machismo e os abusos no trabalho sejam dissolvidos por completo é ideal que as pessoas compreendem quais são as situações – propositais ou acidentais – que fortalecem o machismo dentro das empresas. Para isso, Fátima Bana listou algumas atitudes que devemos repensar e tirar do nosso cotidiano. São elas: 

1. Evite interrupções enquanto elas falam. A situação é tão corriqueira que ganhou um termo denominado Manterruping que significa interrupções masculinas. E isso acontece quando elas estão em reuniões, apresentações, e até mesmo na hora do café ou em avaliações de desempenho. 

2. Evite chamar uma colega de louca toda vez que ela envia uma demanda ou cria algo. Você já viu algum homem chamando outro assim? Isso é uma violência ao caráter e profissionalismo da colega de trabalho. 

3. Evite piadas sobre as particularidades de uma mulher. No trabalho, o machismo fica evidente quando a mulher é ridicularizada ao ser taxada de “está na TPM”. A tensão pré-menstrual se tornou um sintoma machista e reducionista de toda a complexidade delas. 

4. Quando ver algum colega desmerecendo o trabalho de uma mulher, sem nenhum motivo real, pergunte, até fazer com que ele perceba que seu julgamento está baseado em gênero, não em competência. 

5. Evite apoiar motins contra uma colega, o próximo pode ser você. Convites e propostas indecentes — e no meio do expediente —, bem como ofensas, julgamentos e diversas variações de abusos físicos e psicológicos fazem com que elas se sintam inferiores aos demais. 

Por fim, é importante lembrar que para exterminar o machismo é necessário um esforço coletivo. Homens e mulheres podem ter costumes diferentes em todos os ambientes, mas precisam estar juntos na briga pelo respeito e igualdade de gênero. “Nós, mulheres, bem como os homens, temos o poder e a capacidade de decidir sobre melhorias, e assim, agir em prol do crescimento dos colaboradores e por fim, da empresa. O poder de decisão e o respeito são questões muito mais profundas” – finaliza Fátima Bana que também é especialista em liderança de equipes, gestão empresarial e negócios digitais.

 


Fatima Bana - mestre em comportamento de consumo digital e especialista em liderança de equipes, planejamento, implantação de e-commerce, gestão empresarial e negócios digitais. A especialista possui formação internacional na área de marketing pela University of Califórnia (UCLA / USA) e atualmente, é graduanda em Neuropsicologia o que garante análises com base nos processos cognitivos. Fatima já atuou como líder em grandes empresas: foi diretora executiva em companhias como Gafisa, Accenture e Tivit, e ocupou o cargo de Head de Marketing na LATAM e CMO da Buser.


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