“Cerca de 200 mil pessoas
morrem todos os anos no Brasil, direta ou indiretamente, em decorrência de
fraturas causadas osteoporose”, revela o médico ortopedista Dr. Jonas Lenzi, do
Hospital VITA, em Curitiba. De acordo com ele, a doença é considerada o segundo
maior problema de saúde mundial, por ser a principal causa de fraturas em
idosos, ficando atrás apenas dos problemas cardiovasculares.
Dr. Jonas explica que mesmo
após uma fratura osteoporótica, o diagnóstico da doença acaba não sendo feito e
o paciente não é encaminhado para tratamento adequado.
O cálcio é um mineral
essencial para a saúde dos ossos, dentes, músculos, nervos e bem-estar geral do
corpo humano. “Sua ausência ou uma dieta com baixa ingestão é um fator de risco
para a ocorrência da osteoporose, doença em que a densidade e a qualidade dos
ossos é reduzida, causando o enfraquecimento do esqueleto e, por consequência,
o aumento do risco de fraturas”, explica o médico ortopedista.
O mineral atua também na
contração e relaxamento muscular e ainda regula os batimentos cardíacos. O
cálcio também está envolvido em outros importantes processos como na coagulação
sanguínea, ativação de enzimas responsáveis pela digestão de gorduras e
metabolismo de proteínas, bem como na regulação e transmissão de impulsos
nervosos.
O médico conta que o
nutriente é encontrado em abundância no leite e demais produtos lácteos, como
queijos e iogurtes. Além disso, nozes, amêndoas, sementes, leguminosas e
proteína da soja são boas fontes de cálcio.
Segundo Dr. Jonas, a falta
ou o excesso de cálcio pode ser fatal. Sua concentração sanguínea é regulada
fortemente pelo hormônio das glândulas paratireoides, o PTH. Discretas
alterações da concentração de cálcio cursam com liberação do PTH, que é
responsável por manter equilíbrio deste mineral por meio da absorção do cálcio
depositado no osso. Em situações de carência prolongada desse nutriente, o osso
fica depletado por esse processo, o que o deixa mais frágil.
Sintomas da osteoporose
A doença é silenciosa e assintomática.
Costuma se manifestar por fraturas com pouco ou nenhum trauma, mais
frequentemente no punho, fêmur e coluna. Outros sintomas podem surgir em
decorrência das fraturas, como dor musculoesquelética, diminuição progressiva
de estatura e deformidades ósseas com encurvamento da coluna tipo corcunda.
Diagnóstico
O ideal é que sejam
realizados exames de rastreamento para que a osteoporose seja diagnosticada a
tempo de se evitar as fraturas. “Infelizmente, na maioria das vezes, a pessoa
sofre uma fratura antes de se dar conta da presença da osteoporose. Isso ocorre
porque a doença não dá sintomas perceptíveis”, acrescenta o ortopedista.
A principal forma
diagnosticar o problema, tanto precocemente quanto após uma fratura, é a
densitometria óssea - exame de imagem que mede a densidade do osso e reflete a
atual situação do local estudado. “Além da densitometria, o médico pode pedir
exames para investigar outras possíveis doenças que podem causar a osteoporose,
assim como radiografias e outras imagens para diagnóstico de fraturas e
complicações”, esclarece Dr. Jonas.
Quem pode ter osteoporose
O problema atinge homens e
mulheres, com predomínio do sexo feminino e idosos. As mulheres brancas na
pós-menopausa apresentam maior incidência de fraturas devido à falta do
hormônio feminino, o estrogênio, que torna os ossos porosos como uma esponja.
Principais fatores de risco
para desenvolver osteoporose:
- ser do sexo feminino;
- história prévia de fratura
por trauma mínimo;
- raça asiática ou branca;
- idade avançada em ambos os
sexos;
- histórico familiar de
osteoporose;
- vida sedentária;
- baixa ingestão de cálcio e
vitamina D;
- fumar ou ingerir bebida
alcoólica em excesso;
- imobilização prolongada;
- baixo peso corporal;
- medicamentos, como
anticonvulsivantes, hormônio tireoideano, corticóides, lítio e metotrexato;
- doenças crônicas.
De acordo com Dr. Jonas, é
necessário ficar atento aos fatores de risco demonstrados acima. Na presença de
algum deles, a pessoa deve agendar uma consulta com um profissional
especializado na doença. “Por meio da identificação dos fatores de risco,
avaliação e exame clínicos detalhados, o médico poderá estimar o risco para
osteoporose e, consequentemente, fraturas”, alerta.
Tratamento
Existem tratamentos eficazes
e simples de serem realizados, que têm como objetivo retardar ou interromper a
perda óssea, prevenir fraturas e controlar a dor. A escolha do tratamento deve
ser individualizada.
Prevenção
Dr. Jonas destaca que o
risco de desenvolver a osteoporose pode ser reduzido quando algumas medidas
como uma alimentação rica em cálcio e o aporte adequado de vitamina D forem
proporcionados ao longo da vida. A realização de exercícios físicos regulares,
de resistência, para fortalecimento muscular reduz o risco de quedas e
fraturas, além de promover um modesto aumento da densidade óssea. Além das
atividades físicas, segundo o ortopedista, uma estratégia de prevenção deve
incluir a revisão de medicamentos psicoativos e outros associados ao risco de
quedas, avaliação de problemas neurológicos, correção de distúrbios visuais e
auditivos e medidas de segurança ambiental conforme protocolos de prevenção de
quedas. Por fim, hábitos como tabagismo e etilismo devem ser rigorosamente
desencorajados.
Principais sinais e sintomas
da deficiência de cálcio
Dentes frágeis, unhas fracas
e quebradiças, queda de cabelo, pele seca com descamação e rachadura, câimbras,
taquicardia, formigamento, contrações musculares contínuas, diminuição da
memória, insônia, irritabilidade e agitação.
Hospital VITA
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