Acidente Vascular
Cerebral é a doença que mais incapacita no mundo
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorre quando há
uma alteração na circulação sanguínea do cérebro. Ele pode ser isquêmico –
quando um vaso sanguíneo no cérebro fica bloqueado devido a um coágulo ou
trombo – que é o tipo mais comum, ou o hemorrágico – quando a artéria se rompe
e o sangue extravasa, cerca de 15% dos casos. (1)
Infelizmente, os casos de AVC estão crescendo em todo o mundo, sendo uma
das principais causas de mortalidade e incapacidade¹. Estima-se que a cada ano
17 milhões de pessoas sofram da doença e a cada seis segundos, uma pessoa morra
por conta desse quadro, o que significa mais de 6 milhões de mortes por ano em
todo o planeta. (2) No
Brasil, os números também são alarmantes. Por aqui, são mais de 400 mil novos
casos todos os anos e a cada cinco minutos, uma pessoa morre, totalizando mais
de 100 mil mortes/ano¹. A doença é a principal causa de incapacidade em adultos
e já foi a principal causa de morte no país, passando ser a segunda causa de morte
desde 2011.
(1)
Vale ressaltar que o número de vítimas poderia ser ainda maior se levarmos em conta que casos de AVCs ocorrem em pessoas com outras doenças ou fatores de risco, como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas. (3) Pensando em alertar a população sobre o impacto da doença, também chamada de derrame, a agenda mundial de saúde reserva o 29 de outubro como o Dia Mundial de Combate ao AVC. Atividades de conscientização ocorrerão durante todo o mês.
Sinais de alerta
Outra preocupação é capacitar a população para
saber como identificar os sintomas da doença. O AVC demanda o olhar do outro
para que a ajuda aconteça rapidamente. Portanto, ao identificar os sintomas
clássicos, como perda da força muscular ou formigamento, principalmente dos
braços, pernas ou de um lado do corpo, assimetria facial, forte dificuldade de
fala e movimentação da língua, além de fortes dores de cabeça, ligue
imediatamente para o SAMU. O socorro deve acontecer em caráter urgente.
Isso porque, quando uma pessoa tem um Acidente
Vascular Cerebral (AVC) cerca de 1,9 milhões de neurônios morrem por minuto.
Por isso, cerca de 50% dos sobreviventes passam a ter sequelas, que levam à
dependência parcial ou total, e até 30% desenvolvem algum tipo de demência nos
meses seguintes. A rapidez no atendimento garante que essa perda seja mitigada
e que o tratamento adequado seja realizado o quanto antes possível.
AVC
– Tratamentos
Durante décadas, a trombólise tem sido o método
mais usado para tratar o AVC. Trata-se de um procedimento, que utiliza a
medicação para busca dissolver o coágulo que interrompe a circulação
cerebral. Esses medicamentos são chamados de trombolíticos. (5)
No entanto, a oclusão de grandes vasos no AVC
isquêmico agudo está associada a baixas taxas de recanalização sob trombólise
intravenosa. (6) Neste cenário, a trombectomia mecânica representa uma nova
alternativa terapêutica. O procedimento, indicado para reduzir a incapacidade
relacionada ao AVC, usa um dispositivo para trombectomia que, ao se expandir para
a artéria, prende e remove o coágulo, restabelecendo a circulação. (6)
Recentemente a Rede Brasil AVC, em parceria com o
Ministério da Saúde, concluiu um estudo de viabilidade para incluir a
trombectomia no SUS. Chamado de RESILIENT, a pesquisa foi realizada de 2017 a
2019 em 12 centros de saúde nacionais e contou com a participação de 609
pacientes. Os neurointervencionistas concluíram que, quando comparada aos
tratamentos medicamentosos – que estão no SUS – a cirurgia aumenta de 21% a 35%
a independência funcional do indivíduo, além de reduzir em 16% a mortalidade ou
o risco de dependência intensa.
Saiba
mais sobre o AVC
De todos os acidentes vasculares cerebrais que
ocorrem no mundo, 90% estão ligados a fatores de risco, dos quais é possível
evitar: hipertensão arterial, colesterol alto, diabetes, arritmias cardíacas,
sedentarismo, obesidade, ingestão excessiva de gordura, álcool e drogas,
tabagismo e o uso de contraceptivos pelas mulheres.
Fique atento aos principais sintomas do AVC.
Qualquer sinal de alerta, o paciente deverá chamar uma ambulância (SAMU 192) ou
ser encaminhado ao pronto socorro do hospital mais próximo. Um exame de imagens
cerebrais, uma tomografia ou uma ressonância magnética será solicitado para
diagnosticar o tipo de AVC (hemorrágico ou isquêmico) e, assim, indicar o
melhor tratamento.
Referências:
1.
Ministério da Saúde. Disponível em: http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/acidente-vascular-cerebral-avc.
Acesso em outubro de 2019.
2.
Sociedade Brasileira de Doenças
Cerebrovasculares. Disponível em: http://www.sbdcv.org.br/publica_campanhas.asp.
Acesso em outubro de 2019.
3.
Ministério da Saúde. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_acidente_vascular_cerebral.pdf.
Acesso em outubro de 2019.
4.
The Stroke
Center, Department of Neurology, University of California, Los Angeles. Disponível
em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16339467
Acesso em outubro de 2019.
5.
Tratamento Trombolítico no Acidente
Vascular Cerebral Isquêmico. Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2004/RN%2012%2001/Pages%20from%20RN%2012%2001.pdf
Acesso em outubro de 2019.
6.
Manejo Anestésico da Trombectomia
Endovascular para Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Disponível em: https://www.sbahq.org/resources/pdf/atotw/404.pdf
Acesso em outubro de 2019.
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