sexta-feira, 31 de março de 2017

Uma em cada cinco pessoas no mundo tem urticária



A novidade no tratamento da urticária crônica é o omalizumabe
#semanamundialdealergia


Entre os dia 02 e 08 de abril acontece a Semana Mundial de Alergia, que tem como tema este ano "A Agonia da Urticária: O Que Fazer Quando a Coceira e os Inchaços Não Vão Embora"

A doença atinge uma em cada cinco pessoas no mundo, sendo que dessas entre 1% e 2% apresentam a urticária crônica, que leva mais de seis semanas para desparecer. “São urticárias que tem um mecanismo relacionado à autoimunidade, ou seja, não é nenhum fator externo que está causando a doença. Por isso a importância de consultar um especialista que esteja apto a investigar a questão de forma adequada e que poderá explicar o que está envolvido nessa reação”, explica o Coordenador do Departamento Científico de Urticária da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), o Dr. Luís Felipe Ensina.

O médico conta que hoje existem várias alternativas para o tratamento da urticária, tanto para as mais simples como para aquelas mais complexas, que são resistentes ao uso de antialérgicos.

“A maior novidade no tratamento da urticária crônica é o omalizumabe, um anticorpo monoclonal anti-IgE, que diminui a ativação do mastócito, célula responsável pela liberação de histamina, a principal substância relacionada aos sintomas da urticária. Ele é indicado para todos os pacientes que não respondem a doses altas de anti-histamínicos, e tem uma eficácia maior que 70%, com poucos efeitos colaterais significativos”, explica Dr. Ensina.

Aqui vão algumas dicas que podem contribuir para que o tratamento da urticária seja eficaz:


·       Mantenha a medicação contínua mesmo que esteja se sentindo bem;

·       Não tome remédios por conta própria;

·       Mantenha a pele hidratada, mas com hidratantes e sabonetes orientados pelo médico;

·       Evite banhos demorados e quentes;

·       Prefira roupas de algodão;

·       Procure atividades de lazer para combater o estresse.





ASBAI -  Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
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2 de Abril: Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo



Instituto Olga Kos fará campanha nas Redes Sociais com informações sobre o transtorno que atinge 2 milhões de brasileiros


O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é causado por múltiplos fatores. A causa ainda não foi determinada e há influências de diversos elementos (ambientais, hereditários). O Autismo pode afetar o desenvolvimento do cérebro, levando ao aparecimento de fobias, agressividade, dificuldades de aprendizagem e dificuldades de relacionamento, por exemplo. De acordo com a literatura científica, o TEA é caracterizado pela dificuldade na comunicação, na interação e por movimentos repetitivos. No entanto, vale ressaltar que o autismo é único para cada pessoa. “O TEA apresenta muita variação em sua manifestação, podendo haver casos em que a capacidade e os recursos podem ser desenvolvidos e também casos em que a dificuldade pode ser acentuada e a pessoa necessitar de apoio e de estímulo”, afirma Sonia Casarin, psicóloga e responsável pelo Núcleo de Pesquisas do Instituto Olga Kos (IOK).

Neste domingo, Dia 2 de Abril, comemora-se o Dia Mundial da Conscientização do Autismo ou, simplesmente, Dia Mundial do Autismo, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 18 de Dezembro de 2007, com o intuito de alertar as sociedade e governantes, ajudando a derrubar preconceitos e conscientizar a população sobre esse transtorno que afeta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo.

Manifestações para lembrar a data irão acontecer em várias partes da cidade com prédios e monumentos sendo iluminados com a cor azul. Aqui no Brasil, o Instituto Olga Kos, que é uma referência no atendimento a pessoas com deficiência intelectual, entre elas, o Autismo, vai começar uma campanha que irá se estender por todo o mês de abril. Nas redes sociais do Instituto serão publicadas mensagens contendo dicas, curiosidades e informações importantes sobre o TEA.




Instituto Olga Kos 



Medicina “slow” defende benefícios de atender pacientes com menos pressa



A busca por mais velocidade pode estar afetando a saúde dos brasileiros e o cuidado dos médicos com seus pacientes

 

Acordar com o despertador no limite, tomar café enquanto desce o elevador, checar e-mails e aproveitar aqueles segundos para passar enquanto o semáforo está no amarelo. A vida está mais corrida e as pessoas estão cada vez mais acostumadas a viver nesse ritmo. Não é à toa que cerca de 30% dos brasileiros possuem a síndrome da pressa, segundo oInternational Stress Management Association no Brasil(ISMA-BR). A síndrome consiste em um problema comportamental e psicológico e ainda não é distinguida como doença pela psiquiatria. Falta de paciência, tensão, dificuldade de convívio e problemas recorrentes de estresse são algumas características.

Na contramão dessa pressa toda, tem aumentado a popularidade do “movimento slow”, que defende a busca por uma vida mais devagar. Um dos paladinos do tema é o jornalista canadense Carl Honoré, que virou defensor de uma vida com menos pressa depois de se ver comprando uma coleção de livros de histórias de um minuto para seus filhos. Ele refletiu que estava abrindo mão de um tempo precioso com as pessoas que realmente importavam para ele, tentando “otimizar” até mesmo o tempo de cuidado e carinho com os próprios filhos. A partir desse insight, ele decidiu escrever o livro “Slow”, mostrando os benefícios de frear um pouco a pressa cotidiana.

Por uma medicina sem pressa e mais atenta

O movimento slow já estava por aí desde antes de Honoré, com origens na Itália, onde chefs buscavam por um modelo de alimentação que funcionasse como contraponto à ditadura do fast food: nascia o “slow food”. Apesar da tradução dar a impressão de “lentidão”, a filosofia slow baseia-se em praticar todas as atividades do dia a dia de forma mais cautelosa, apreciando cada momento e sem a mania de fazer mil coisas ao mesmo tempo.

A partir dessa prática, foram criados vários subgrupos, como o slow travel,que convida a apreciar a viagem em todo seu percurso, não apenas em seu destino; oslow pareting,“pais sem pressa”, que focam na desaceleração da rotina das crianças; e até oslow reading,uma leitura pautada nos detalhes de cada informação.

E nessa onda surgiu também o conceito de slow medicine, que aposta na ideia de que as consultas médicas possam ser realizadas com mais conversas e assim, consequentemente, com a menor necessidade de exames, priorizando o diagnóstico clínico. “A slow medicine resgata o tempo como parte essencial da abordagem médica. O tempo para ouvir, a escuta cuidadosa e respeitosa do paciente”, ressalta o geriatra José Carlos Campos Velho, um dos pioneiros a abordar a medicina mais vagarosa aqui no Brasil. “Embora pareça romântico, este é o cuidado médico que aprendemos, e esta deveria ser a maneira pela qual a assistência à saúde deveria ser conduzida habitualmente, não importando a especialidade”, defende ele.

Para Fernando Fernandes, médico analista da Evidências – Kantar Health, essa prática é algo difundido há muito tempo e que deve ser relembrada. “Trata-se de algo que todo médico deveria fazer: ouvir mais, examinar clinicamente mais e pedir menos exames. É como os alunos de medicina aprendem nas escolas, porém, por conta da falta de tempo e do medo de errar, pedem mais exames e examinam menos”, analisa.

Em uma consulta voltada a ouvir as necessidades do paciente, a chance de se pedir exames extras e sem necessidade diminui, facilitando o direcionamento do tratamento. Além disso, essa prática ajuda a melhorar o relacionamento médico-paciente, aumentando os diagnósticos mais assertivos e a confiança da população em seus médicos.

Com a nossa sociedade cada vez mais pautada nas atividades simultâneas e na automatização dos processos em busca de mais eficiência, a atenção direcionada e personalizada se torna um grande diferencial na escolha do atendimento médico, que muitas vezes pode ser feita através de indicações entre os pacientes – segundo o Target Group Index da Kantar IBOPE Media, mais de um quarto do público busca os amigos quando precisa de ajuda com assuntos relacionados a saúde. Além disso, os brasileiros tendem a investir em mais cuidados médicos, com 73% dos entrevistados pelo Target Group Index afirmando que pagariam qualquer preço pela sua saúde. Não é à toa que cada vez mais as terapias e cuidados voltados para um maior zelo com o corpo e a busca por menos pressa crescem em procura, como é o caso da meditação, ioga e cuidados anti-stress. Algumas delas inclusive são oferecidas hoje pelo Sistema Único de Saúde Brasileiro (SUS).

“O movimento slow é o questionamento da velocidade do cotidiano imposto pela modernidade e os benefícios advindos de uma atenção maior à vida presente – no resgate da solidez do momento vivido em detalhes: uma refeição com os amigos, a convivência com a família, uma caminhada num lugar agradável, o mergulhar na escuta de um concerto e nas decisões do cuidar de si próprio e da própria saúde”, destaca Campos Velho.