Entre janeiro e agosto, os casos da doença
cresceram 3.712% na comparação com o mesmo período do ano passado
Segundo
dados do Ministério da Saúde, entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados
437 mil casos de dengue no Estado de São Paulo, número que representa um
aumento de 3.712% se comparado ao mesmo período de 2018. Diante deste
crescimento, o Seconci-SP (Serviço
Social da Construção) aproveita o Dia Nacional de Combate à Dengue, celebrado
no próximo sábado (23/11), para trazer orientações para combate aos focos da
doença nos canteiros de obra.
A
coordenadora do Serviço Social do Seconci-SP, Ângela Nogueira Braga da Silva,
comenta que no mês de novembro se inicia o período úmido, com maior frequência
de chuvas. “Por este motivo, nesta época é muito importante redobrar o combate
aos focos do mosquito Aedes Aegypti, transmissor do vírus da dengue”,
ressalta.
A
especialista comenta que muitas pessoas imaginam que as larvas do mosquito só
crescem em locais com grande acúmulo de água, como piscinas abandonadas e
baldes. Contudo, os ovos do Aedes Aegypti podem se desenvolver também em
pequenos recipientes, como uma tampinha de garrafa de refrigerante, por
exemplo.
Por
este motivo, de acordo com a coordenadora, é fundamental que as construtoras
estejam atentas a locais como bolsões formados por lonas, carrinhos de mão,
betoneiras, lajes e fossos de elevadores. “É importante verificar todos os
locais da obra, principalmente aquelas áreas onde os trabalhadores já não estão
mais mexendo todos os dias”, recomenda.
A
especialista destaca ainda que os ovos do mosquito da dengue, uma vez
depositados pela fêmea em um recipiente, poderão se manter vivos esperando pela
água para se desenvolverem por mais de um ano, razão pela qual adotar a
verificação diária e as limpeza dos recipientes são excelentes estratégias para
prevenir o surgimento de criadouros.
“A
formação de trabalhadores multiplicadores de boas práticas é outra forma
eficiente de combate, pois além de eliminar possíveis focos nos canteiros em
rondas diárias, estas pessoas se tornam disseminadoras dessas ações, inclusive
fora da obra”, aconselha Ângela.
A
coordenadora do Serviço Social do Seconci-SP pondera que é fundamental também
ficar atento a possíveis criadouros no entorno da obra, como em terrenos
baldios e residências desocupadas. Em casos como estes, a prefeitura da cidade
pode ser acionada para entrar em contato com o responsável pelo local.
Sintomas
e tratamento da dengue
Transmitida
por meio de vírus presente na picada do mosquito Aedes Aegipty, a
dengue tem como principais sintomas febre alta, dor de cabeça, nas articulações
e atrás dos olhos, náuseas, tontura, cansaço extremo, manchas pelo corpo e
perda de apetite e paladar.
O
vírus da dengue possui quatro variações e, uma vez infectada, a pessoa fica
imune somente somente àquele tipo da doença. Por isso, um paciente pode
contrair a dengue até quatro vezes. Os sintomas são os mesmos em todos os
tipos, com exceção do 4, que é a hemorrágica – e mais grave –, em que o
paciente apresenta sangramentos, fica extremamente debilitado em virtude da
queda de plaquetas no sangue e pode até morrer.
Os
primeiros sinais costumam aparecer de 2 a 9 dias após o contágio, que é o
período de incubação da doença. Já a detecção da dengue ocorre por meio de
exame de sangue, realizado preferencialmente a partir do sexto dia de
contaminação, quando os resultados são mais conclusivos. Quanto ao tratamento,
como não existe cura para a dengue, é focado na atenuação dos sintomas e
hidratação do paciente.