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sábado, 1 de junho de 2019

Empreendedorismo na sala de aula: mitos e verdades sobre empreender



                                                                        Por Eduardo Bontempo


Os educadores têm sido influenciados, sobretudo pelas famílias, a levarem o empreendedorismo para dentro da sala de aula. A cobrança é reflexo de uma preocupação concreta com o futuro profissional dos filhos: o país conta com mais de 13 milhões de desempregados, sendo 4 milhões de jovens com idade entre 18 e 24 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Em um cenário de poucas oportunidades profissionais, empreender passou a ser associado a uma força econômica que permite o Brasil gerar empregos e vislumbrar um novo patamar de desenvolvimento econômico.  A escola, com o papel de formar cidadãos e capacitá-los profissionalmente, passa a ser desafiada a criar uma educação empreendedora – embora muitas não tenham vivência prática na temática.

Um dado relevante é que o empreendedorismo, a investigação científica, os processos criativos e a mediação e intervenção sociocultural são eixos que surgem fortemente no novo Ensino Médio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – modelo que deve ser implementado nas escolas públicas e privadas do país até 2021. A proposta é que essas temáticas orientem os itinerários formativos, ou seja, as atividades que os estudantes poderão escolher para serem objeto de aprofundamento de conhecimentos referentes ao mundo do trabalho e à gestão de empresas. Essa é uma medida que dialoga com a demanda de uma escola que capacita o aluno a gerir conflitos e a propor soluções para problemas socioculturais e ambientais nas comunidades nas quais o estudante vive. Na prática, uma postura perante a vida que tem muitos pontos em comum com o empreendedorismo.

Perante a urgência da demanda de preparar o aluno dentro de uma lógica de educação empreendedora – e diante de estudo da Dell Technologies que aponta que 85% das profissões que teremos em 2030 ainda não foram inventadas –, vemos surgir inúmeras iniciativas para levar a temática do empreendedorismo para dentro da sala de aula. Alguns, inclusive, com um viés pedagógico que não reflete a realidade das startupse empresas brasileiras. Parte desse equívoco reside na distância entre o ambiente e processos educacionais e os adotados no universo empreendedor. As novas formas de aprendizagem e competências levadas para o espaço escolar sobre o cotidiano de um empreendedor mostram esse abismo quase intransponível ensino e realidade.

Para se ter uma noção sobre essa distância entre escola, profissão e empreendedorismo, cito uma pesquisa conduzida pela Udemy com mil brasileiros com idades entre 21 e 35 anos. Esse mapeamento apontou que os jovens profissionais se ressentem do déficit de habilidades fundamentais para a vida profissional. Para dois terços dos entrevistados, o que mais faz falta não é o conhecimento técnico, mas capacidades que deveriam ser desenvolvidas no ambiente escolar como inteligência emocional, comunicação, gestão do tempo e pensamento crítico. Aliás, essas são capacidades fundamentais tanto para o trabalho em grandes empresas, quanto para o empreendedor. A falta da habilidade de liderar também foi apontada por um terço dos participantes da pesquisa como uma lacuna importante dentro das habilidades profissionais – temática que tem muito a ver com levar inovação, tecnologia e empreendedorismo para dentro da sala de aula. 

Nos últimos sete anos, como cofundador da Geekie, tenho trabalhado com toda a comunidade escolar para projetar e implementar estratégias de aprendizagem, apoiadas por soluções tecnológicas, metodologias inovadoras e formação continuada do corpo docente. Com a experiência de ter impactado mais de 12 milhões de estudantes e 5 mil escolas de todo o país, vejo a importância de criar um ambiente escolar no qual o cotidiano do aluno na escola esteja conectado com as demandas não apenas do futuro – mas, principalmente, do presente.

Nessa conjuntura é importante abordar os seis mitos que permeiam o imaginário dos alunos sobre o empreendedorismo. Embora haja um enorme glamour em torno do ato de empreender – muitos jovens acham que ter o próprio negócio é sinônimo de não ter chefe e ter uma rotina flexível –, a verdade é bem diferente. Há de se considerar, também, que o fato é que muitos educadores não têm como se contrapor a esse repertório equivocado sobre criar e gerir uma empresa, pois não têm vivência que ofereça suporte para aulas baseadas em evidências sobre a temática.

O primeiro mito que destaco é que não é possível ganhar dinheiro e mudar o mundo. Com uma nova geração pautada pela empatia e pela preocupação com o legado pessoal, essa é uma questão cotidianamente presente. A boa notícia é que é possível conciliar essas duas coisas. O país é o celeiro de uma série de negócios que surgiram para resolver problemas que atingem uma parcela grande da população. A Geekie, por exemplo, surgiu dessa forma; uma empresa conectada com o desafio de contribuir para melhorar a qualidade da educação no Brasil.

O segundo mito é que empreender garante uma rotina mais flexível. Alguns especialistas dizem que ter uma startupvirou um sonho tão popular entre os jovens de hoje como era, nas décadas de 1980 e 1990, montar uma banda de rock. Parecia que a questão se resumia a reunir os melhores amigos, compor as músicas mais bacanas e aguardar ser descoberto para virar um astro. Sabemos que a teoria na prática é outra! Não há uma rotina queseja adequada ao estilo de vida que o empreendedor quer levar. O terceiro mito reside na ideia de que para empreender nunca devemos desistir de uma ideia original. Esse é um completo e complexo mito. O empreendedor não pode se apaixonar pela própria ideia; a busca deve ser por resolver um problema. A partir daí vários ajustes devem ser feitos até tornar o produto ou serviço adequado ao consumidor que se deseja conquistar.

O quarto mito que precisa ser desfeito é que a entrega precisa ser perfeita logo no início do negócio. Essa lógica está equivocada porque é a partir do feedbackdos consumidores em potencial que o empreendedor pode melhorar o produto ou serviço. Esse tema nos remete ao quinto mito do empreendedorismo. Você precisa escutar o seu cliente para conhecê-lo. A questão é complexa porque não deveríamos focar apenas em escutar, sim de calçar os sapatos dele; observar e vivenciar o cotidiano desse cliente. O sexto mito é, na minha opinião, muito emblemático: o empreendedor é o melhor funcionário que a empresa pode ter. O empreendedor precisa contratar pessoas melhores que ele em determinadas especialidades, ou seja, tem que ter humildade para conseguir fazer o melhor para a empresa ou startup– e isso passa pela contratação correta de talentos.

Para finalizar, trago uma ideia do professor José Moran, doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e uma das maiores referências no Brasil sobre metodologias ativas e inovação na educação. Em conversa com equipe da Geekie, Moran afirmou que a escola se transforma mais lentamente do que desejamos e emritmos diferentes.O professor aponta que o empreendedorismo e a mudança de mentalidade são essenciais para transformar a escola tradicional em um ambiente inovador; salienta, entretanto, que esse fazer empreendedor deve ser associado à humanização. Concordo plenamente. Como a inserção da tecnologia, o empreendedorismo na sala de aula deve estar conectado com a intencionalidade pedagógica e com um conteúdo ancorado em evidências; na experiência de empreendedores que lidam com luzes e sombras; com desafios e alegrias de tornar um desafio em negócio.    




Eduardo Bontempo - graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e iniciou MBA no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Por entender que estava diante de uma janela de oportunidade para para empreender, deixou o MBA e fundou a Geekie com Claudio Sassaki. Menos de três anos depois, teve a certeza de que a difícil decisão foi a certa: foi reconhecido comoInovador do ano pelo próprio MIT, na publicação global MIT Technology Review



Pediatrias lançam manual sobre os benefícios da natureza no desenvolvimento de crianças e adolescentes



A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou nesta semana o Manual de Orientação “Benefícios da Natureza no Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes”. Elaborado pelo Grupo de Trabalho em Saúde e Natureza, a publicação tem como objetivo fornecer orientações para pediatras, educadores e famílias sobre a importância do convívio junto ao meio ambiente para a saúde e bem-estar da população pediátrica.

CLIQUE AQUI PARA ACESSAR O DOCUMENTO

De acordo com a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva, apesar da literatura médica já reconhecer os benefícios obtidos através de brincadeiras, atividades de lazer e aprendizado ao ar livre, há cada vez menos oportunidades para a população pediátrica usufruir desse direito universal nas cidades brasileiras. Para a pediatra, é necessário refletir sobre o modo de vida que tem sido proporcionado às crianças.

“Existem diversos avanços relacionados à infância e adolescência no Brasil, como o aumento da escolaridade e o combate à exploração do trabalho infantil. No entanto, não podemos deixar de considerar que os efeitos da urbanização, entre eles, o distanciamento da natureza, a redução das áreas naturais, a poluição ambiental, bem como a falta de segurança e de qualidade nos espaços públicos ao ar livre, levam a população a passar a mais tempo em ambientes fechados e isolados”, alerta a especialista.

O Manual de Orientação da SBP aponta diferentes fatores determinantes para a ampliação desse contexto de confinamento, entre eles a atual dinâmica familiar; a falta de planejamento e mobilidade urbana; o excesso do uso de equipamentos eletrônicos; o consumismo; a violência e a sensação de insegurança; além da precária conservação da natureza.

Segundo o documento, um amplo conjunto de pesquisas relacionam a falta de oportunidades de brincar e aprender junto à natureza com o aumento da prevalência de problemas de saúde entre crianças e adolescentes, como obesidade, hiperatividade, baixa motricidade, falta de equilíbrio, pouca habilidade física, miopia, doenças cardiovasculares e síndrome metabólica.


BENEFÍCIOS – Evidências científicas demonstram que o convívio com a natureza, desde a infância, melhora o controle de doenças crônicas – como diabetes, asma e obesidade –, diminui o risco de dependência ao álcool e a outras drogas, favorece o desenvolvimento neuropsicomotor e reduz os problemas de comportamento. Além disso, proporciona bem-estar mental, equilibra os níveis de vitamina D e diminui significativamente o número de visitas ao médico.

“O contato com a natureza ajuda também a fomentar a criatividade, a iniciativa, a autoconfiança, a capacidade de escolha, de tomar decisões e resolver problemas, o que por sua vez contribui para o desenvolvimento de múltiplas linguagens e a melhora da coordenação psicomotora”, enfatiza a publicação.


RECOMENDAÇÕES – No documento, a SBP reuniu uma série de orientações para auxiliar pediatras, educadores e famílias na importante função de reconectar crianças e adolescentes com a natureza e transformar o atual cenário, sendo as principais:

·         Aconselhar e recomendar o acesso diário a no mínimo uma hora de atividades em contato com a natureza, seja para brincar, aprender ou conviver em contato com o meio-ambiente.

·         As escolas e instituições de cuidados devem organizar suas rotinas e práticas de forma a equilibrar o tempo destinado às atividades curriculares com o tempo livre (recreio), a fim de permitir que as crianças e os adolescentes tenham amplas oportunidades de estar ao ar livre.

·         O poder público deve garantir que todas as crianças e adolescentes tenham acesso a áreas naturais, seguras e bem mantidas, a uma distância inferior a 2 km de suas residências.

·         Os adultos devem compartilhar seu apreço pela natureza e pelas atividades de lazer ao ar livre pautadas pelas relações, pelos encontros, pelo movimento e também pela contemplação e momentos de relaxamento.

·         As crianças e adolescentes devem ser orientados a buscarem o equilíbrio no qual tanto o uso da tecnologia como a conexão com o mundo natural prosperem de forma benéfica.


INTOXICAÇÃO DIGITAL – O Manual de Orientação reforça ainda que tanto crianças e adolescentes quanto seus responsáveis passam boa parte do tempo imersos no mundo digital, em exposição crescente a publicidade e conteúdos tóxicos, violentos ou inadequados. Tais hábitos podem produzir efeitos impressionantes na convivência e na saúde física e mental, além da perda de contato com o mundo real e com as relações presenciais.

O texto apresenta ainda materiais de apoio para auxiliar a população na construção de hábitos mais próximos à natureza, além de enfatizar que os impactos do confinamento e da falta de contato com áreas verdes e o meio-ambiente são mais agudos em localidades densamente habitadas e com alta vulnerabilidade social.

O documento foi produzido sob coordenação de Laís Fleury (Instituto Alana) e Luciana Rodrigues Silva (SBP). A organização do texto foi de responsabilidade de Maria Isabel Amando de Barros (Instituto Alana) e os autores Daniel Becker; Dirceu Solé; Emmalie Ting; Evelyn Eisenstein; José Martins Filho; Laís Fleury; Luciana Rodrigues Silva; Maria Isabel Amando de Barros; Ricardo Ghelman; e Virginia Resende Silva Weffort. O texto contou ainda com a colaboração de Liubiana Arantes de Araújo e Ricardo do Rego Barros, e revisão de Regina Cury (Metatexto).


Professor dá dicas para não cometer gafes na hora de escrever



A escrita é, de acordo com o dicionário Aurélio,
 a representação de palavras e ideias por sinais gráficos,
sendo um dos recursos mais utilizados para a comunicação no mundo atual
Créditos: VisualHunt

Iniciada na Mesopotâmia por volta de 3500 a.C., a escrita é, de acordo com o dicionário Aurélio, a representação de palavras e ideias por sinais gráficos, sendo um dos recursos mais utilizados para a comunicação no mundo atual. Nós a praticamos todos os dias por meio de e-mail, bilhetes, mensagens e avisos. Mas quem nunca teve aquela dúvida na hora de registrar algo da rotina?
Para sanar algumas dúvidas comuns e muito presentes na escrita do dia a dia, o professor de Língua Portuguesa do Colégio Positivo Master, Claudinei Fernando Lichoveski, lembra como fazer a utilização de alguns termos.

  • Muito “obrigado” ou muito “obrigada”, menina?
Quando utilizamos essa expressão (diante de uma gentileza que alguém nos fez, por exemplo), estamos querendo expressar que nos sentimos obrigados a retribuir aquele gesto. “Foi assim que a expressão nasceu. Portanto, quando alguém nos faz alguma coisa pela qual ficamos agradecidos, dizemos um muito obrigado(a), no sentido de expressar que nos sentimos obrigados a retribuir”, explica Claudinei. Sendo assim, a expressão sempre concordará com o gênero daquele que está falando, e não do seu interlocutor.
  • Quando o “bastante” vira “bastantes”
De acordo com o professor Claudinei, a resposta é muito simples: trata-se de um termo que pode ter função adjetiva, acompanhando um substantivo, caso em que deve concordar com o substantivo a que se refere. O mesmo acontece com a palavra “muito”. Inclusive, é possível substituir “muito” por “bastante”. Onde você utilizar “muitos”, poderá utilizar “bastantes”. “Se alguém tem muitos amigos, podemos também dizer que essa pessoa tem bastantes amigos. Quando uma pessoa possui muitas riquezas, ela possui bastantes riquezas. A carga semântica (de sentido) das duas expressões (muito, bastante) é a mesma”, conta.
  • Cuide com a grafia de determinadas expressões
“Há expressões recorrentes que acabam sendo grafadas indevidamente pelas pessoas mais desatentas”, conta Claudinei. Alguns exemplos são: beneficente, privilégio, de repente, com certeza, por isso, de novo, nada a ver (e não nada haver), bem-vindo e mau-humor (com hífen), ao encontro de (quando estiver de acordo, na mesma direção) e de encontro a (quando vier no sentido oposto).
  • Têm ou tem?
A explicação do professor Claudinei é de que o acento diferencial está mantido e de deve ser utilizado nas formas plurais dos verbos ter e vir quando conjugados na terceira pessoa do plural no tempo presente. “Na hora de utilizar esse acento, basta lembrar que: ele tem, ele vem. Mas eles têm e eles vêm”, explica.
  • Vêm, veem ou vêem?
"Essa confusão é muito frequente", lembra o professor. A terceira pessoa do plural do verbo ver e a do verbo vir são muito semelhantes - tanto na grafia, quanto na pronúncia. Enquanto o verbo vir segue a mesma regra do verbo ter (ele vem, eles vêm / ele tem, eles têm), o verbo ver traz o "e" duplicado - ele vê, eles veem. "Antes do acordo ortográfico, o primeiro 'e' de veem levava acento circunflexo, hoje o acento não existe mais no encontro “ee” - outro erro bastante cometido também", ressalta o professor Claudinei.


Valores da juventude na era da hiperconectividade



Por Darlei Dário Padilha *


Você já parou para pensar que todos aqueles que nasceram no começo dos anos 2000 hoje já caminham para idade adulta? Assim como este jovem do século 21, diversos rapazes e moças começam a apresentar seus sinais de maturidade celebrando uma das fases mais importantes da vida: a juventude. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), os indivíduos entre os 15 e 24 anos são considerados jovens e estima-se que existem no mundo mais de um bilhão de seres humanos nessa faixa etária - um terço da população mundial, o que indica mais esperança de um mundo melhor. Infelizmente, sabemos que nem todos têm as mesmas oportunidades de acesso à educação, saúde, moradia e etc.

Apesar disso, a chamada Geração Z representa os nativos digitais, pessoas muito familiarizadas com o uso da internet e o pensamento em rede, extremamente conectadas por telefones móveis e também pelo constante compartilhamento de arquivos por meio das redes sociais. Dotados de uma grande compreensão da tecnologia, uma das maiores nuances dessa juventude é o ato de zapear entre várias opções de experiências, seja em séries de televisão, filmes, videogames, modelos de smartphones/tablets ou tutoriais para aprendizados diversos.

Esses jovens não são fortemente influenciados por propagandas e sempre procuram por indicações de amigos antes de comprar algo. Alguns estudiosos diferem na opinião sobre as consequências dessa hiperconectividade nesse período em que ocorrem algumas das primeiras decisões individuais que o(a) acompanharão por muito tempo, como, por exemplo, a opção por uma profissão, o primeiro voto, entre outras escolhas que delimitarão seu futuro.

Realmente uma rotina limitada às telas de conteúdos on demand pode gerar 
sérios problemas, causando inclusive um atrofiamento da vida social, sendo que os jovens precisam da convivência em grupos para se integrar à sociedade. A compulsão começa a se refletir no corpo: dores de cabeça, nas costas e articulações, ganho de peso. Somado a esses problemas, a juventude é o momento-chave para começar a construir a realidade da fase adulta. Aos poucos o jovem vai se tornando uma pessoa mais responsável, mais seguro de seus atos, tendo inclusive responsabilidades civis pelos mesmos. Quase tudo é possível nesta etapa de intensas descobertas, estudos, namoros, viagens e aventuras.

A juventude é também um período crucial, em que as pessoas concluem a Educação Básica e começam a construir uma carreira no Ensino Superior. Nesse sentido, o ensino Marista busca ir além da educação intelectual. Ajudamos a formar jovens protagonistas e também cidadãos conscientes. Nós acreditamos que a construção do projeto de vida pessoal se faz pelo processo de autoconhecimento, desenvolvimento de habilidades socioemocionais e o fortalecimento de valores como espírito de família, ética, solidariedade e interculturalidade.




Darlei Dário Padilha - mestre em educação, professora universitária e diretora geral do Colégio Marista
Goiânia.


 Rede Marista de Colégios (RMC)
www.colegiosmaristas.com.br

16 Brincadeiras para potencializar o cérebro das crianças


De acordo com  a neuropsicopedagoga Lidiane Leite, vivemos em uma geração que está sofrendo de intoxicação digital. “Muitas crianças estão imersas no mundo digital, ficando expostos a conteúdos tóxicos, agressivos e inadequados", explica.

”A falta de brincar prejudica muito o processo de aprendizagem. "A maior parte das crianças não está brincando e por isso elas não estão se desenvolvendo  corretamente. Durante a brincadeira, a criança está criando redes neurais, desenvolvendo suas bases psicomotoras, potencializando seu sistema sensorial e  melhorando suas habilidades auditivas e visuais”, ressalta.

A neuropsicopedagoga Lidiane Leite relacionou algumas brincadeiras que realiza em suas intervenções neuropsicopedagógicas.

01) Andar ou correr conforme o ritmo da música
02) Puxar ou empurrar objetos mais pesados
03) Encontrar o som tocando dentro do ambiente
04) Pisar em tapetes com diversas texturas
05) Livros como "Onde está Wally?
06) Jogo 7 erros
07) Atividades figura-fundo
08) Cabo de guerra
09) Estátua
10) Amarelinha
11) Pular corda
12) Soprar bolhas de sabão
13) Bambolê
14) Currupio
15) Cama de gato
16) Garrafa Sensorial

Segundo Noboru Ito Junior, professor e psicomotricista, o brinquedo é uma ferramenta necessária no processo de desenvolvimento da criança. "Através do brinquedo, a criança constrói inúmeras possibilidades. Entretanto, muitos brinquedos não são sinônimos de maior potencial de estímulo. Às  vezes, eles podem confundir as crianças e elas acabam não experimentando e aproveitando tudo que o brinquedo poderia dar”. O psicomotricista ainda lembra que os pais devem ter cuidado na hora de comprar o brinquedo."Para escolher os brinquedos devem se preocupar com alguns critérios, tais como: faixa etária, nível de habilidade da criança, brinquedos que contenham o selo com a marca do Inmetro."

A neuropsicopedagoga Lidiane Leite recomenda a todos os pais que reduzam o tempo do celular e brinquem mais com seus filhos."A solução não é tirar o celular, é dosar o tempo e brincar com eles em atividades que desenvolvam as bases psicomotoras e principalmente que estimulem o seu sistema sensorial", afirma.

"Crianças aprendem mais quando recebem estímulos sensoriais. Isso ocorre porque aprendemos e interpretamos tudo o que vemos, ouvimos e tocamos. A aprendizagem está diretamente ligada com nossos cinco sentidos. Em função disso, toda criança tinha que brincar e muito na primeira infância e não se preocupar em saber escrever o seu nome", conclui a neuropsicopedagoga.


6 dicas para se preparar até o ENEM




Os passos para planejar a rotina de estudos


Um total de 6.384.957 de estudantes se inscreveram no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2019. E faltando pouco mais que cinco meses para o primeiro dia da prova, muitos participantes intensificam a rotina de estudos. Por outro lado, alguns inscritos pretendem começar agora a se preparar para os dois finais de semana de prova - aplicadas nos dias 3 e 10 de novembro. De acordo com os professores do cursinho online ProEnem - que já ajudou mais de 1 milhão de estudantes - seguindo algumas dicas é possível se preparar para as 180 questões e o grande desafio da prova: a redação. Confira: 


Saiba onde está se metendo - Antes de fazer a prova é preciso conhecer a estrutura do ENEM. Vale pesquisar e olhar os exemplos de anos anteriores para se familiarizar com o estilo das questões. É importante lembrar que o ENEM exige o domínio em 5 áreas do conhecimento: Linguagem, Ciências Humanas, Ciência da Natureza, Matemática e Redação. Uma dica dos professores do ProEnem para a hora da prova é construir uma estratégia de resolução baseada no curso que o candidato escolheu - separando mais tempo para as questões das áreas de interesse.


Tenha o melhor plano de estudo que existe: o seu - Na internet existem diversos planos de estudo que podem servir de inspiração para os candidatos, no entanto, não existe planejamento perfeito. O ideal é que cada estudante formate um plano de estudos particular baseado na rotina, no curso pretendido e, sobretudo, nas matérias que domina ou que têm mais dificuldades. O melhor plano de estudo é aquele que seja viável e que possa ser executado. A dica é: comece por uma meta razoável e que o mantenha motivado, mas não esqueça de aumentar a meta à medida que os estudos deem resultado.


Busque apoio. Sério! - Siga canais, videoaulas, perfis de pessoas que já conseguiram a vaga ou que também estão estudando. A motivação inicial para estudar tende a diminuir ao passar do tempo e, inevitavelmente, haverá momentos de desânimo. O ProEnem realiza videoaulas gratuitas no canal do YouTube e que podem ajudar a manter o foco nos estudos até o final. O mais importante é ficar cercado de bons exemplos em todas as redes sociais e criar um clima positivo.


Explique termoquímica para sua mãe - Não existe um jeito certo de estudar, mas é preciso encontrar o mais efetivo para cada aluno. É importante ter um método de estudo, organizado por dias da semana e por horário - para não ficar massante. Outra dica é perceber como o conteúdo se fixa melhor na memória, alguns trabalham melhor com resumo, outros com mapa mental, leitura em voz alta ou explicando a matéria para outras pessoas - valem os amigos, vizinhos e até a mãe.


Leve os simulados a sério - Se feche no quarto, ligue o cronômetro e faça os simulados ou as provas de anos anteriores como se valessem nota de verdade. Os professores do ProEnem indicam que até o lanche que cada estudante deve levar para a prova deve ser igual. Os simulados são importantes para que o aluno crie uma estratégia de prova. As provas também ajudam a identificar aquelas matérias que merecem atenção especial, afinal, ainda restam 6 meses.


A redação é importante mesmo - Um dos maiores desafios do ENEM é a redação. Muitos estudantes buscam fórmulas mágicas para uma Redação Nota 1000. Mágica não existe, mas técnica eficiente, sim. No ProEnem, dois candidatos chegaram à nota máxima praticando o passo a passo de acordo com a correção da banca. Então, a boa notícia é que a escrita é uma ferramenta que pode ser aprimorada. Por isso, até novembro vale a pena buscar aulas de redação e fazer muitos exercícios de escrita. Apesar da gramática ser pouco cobrada nas questões objetivas, ela é fundamental para um bom texto. Ah! E não se esqueça: título é facultativo. Se você o emprega, isso não aumenta sua nota, mas se você usa errado, pode diminuí-la. Portanto, usar título pra quê, não é mesmo




Transtornos de aprendizagem : as diferenças entre dislexia, disgrafia e discalculia.



*por Renata Haddad  

De acordo com o Ministério da Educação, cerca de 5% das crianças em fase escolar apresentam alguma variação de transtornos de aprendizagem (segundo dados do  Censo Escolar divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), são mais de 1,2 milhão de alunos com deficiência, altas habilidades e transtornos globais do desenvolvimento matriculados nas escolas brasileiras).   
  
Os transtornos são, especificamente, algum tipo de desordem que impede que uma pessoa aprenda no mesmo ritmo das que não apresentam nenhum tipo de problema.   
  
É necessário, porém, saber diferenciar uma dificuldade em determinado assunto, que qualquer indivíduo pode apresentar, de um atraso no aprendizado que cause sofrimento e desconforto no ambiente escolar, pois os transtornos causam inabilidades ligadas à escrita, leitura e matemática, além de afetar o desenvolvimento cognitivo.   
  
As causas, segundo o DSM-V - o Manual de Diagnóstico dos Transtornos Mentais, estão associadas a aspectos biológicos, genéticos e ambientais, já que há uma influência na capacidade do cérebro de processar ou perceber informações, tanto verbais quanto não verbais.   
  
Os transtornos são identificados através da observação pedagógica, pois os indivíduos podem apresentar atraso na escola e frustração relacionada a aprendizagem. Por isso, o papel do professor se torna muito importante para o diagnóstico, pois é através dos comportamentos dos alunos, durante as aulas, que é percebida a dificuldade que demonstrará o transtorno. Assim, o educador contribui pontualmente para a realização do diagnóstico.   
  
Os principais transtornos são dislexia, disgrafia e discalculia.    
  
A dislexia apresenta dificuldade no reconhecimento preciso e fluente das palavras e na habilidade de decodificá-las e soletrá-las. É um problema crônico e comum, afetando mais de 2 milhões de pessoas no Brasil.   

Os sintomas da dislexia são mais evidentes na infância, pois é nessa época que o transtorno é mais acentuado.  Para saber se seu filho ou aluno possui essa dificuldade, é necessário prestar atenção nos seguintes sintomas:   

·         Alterações no desenvolvimento da fala;  

·         Dificuldades na memorização de palavras ou regras ortográficas;   

·         Dispersão e falta de atenção;   

·         Atraso na leitura e/ou comprometimento da fala.   
   
Na disgrafia as crianças apresentam dificuldade na fluência escrita em vários aspectos, cometendo erros de ortografia e na formação das palavras. A  disgrafia pode estar relacionada também com problemas psicomotores. Abaixo alguns sintomas que chamam a atenção para esse transtorno:   

·         Dificuldade na formação de letras;   

·         Letras pequenas demais ou muito largas;   

·         Uso indevido das letras maiúsculas e minúsculas;   

·         Letras sobrepostas;   

·         Dificuldade na fluência e na escrita.   
  
  
Já a discalculia é o nome usado para se referir a inabilidade da execução de operações matemáticas e aritméticas. Os sintomas dessa condição envolvem a dificuldade de organizar, classificar e realizar operações com números. Ela pode se apresentar de diversas maneiras e o tratamento é feito através de intervenções psicopedagógicas, fonoaudiólogas e uso    
de programas educativos especiais.   
  
  
Se você percebeu alguma dessas características em seu filho ou aluno, é necessário um encaminhamento para um neurologista. Porque a intervenção precoce é fundamental para uma melhor qualidade na vida desse indivíduo!   



  
Renata Haddad - pedagoga, pós-graduada em Neuroeducação com ênfase em Transtorno do Espectro do Autismo e mestranda em Distúrbios do Desenvolvimento – área voltada para a capacitação de professores para educação inclusiva.  Ela  vai coordenar grupos de estudos, reunindo os profissionais de diferentes áreas da educação, bem como médicos e profissionais de saúde para discutir formas de ajudar um aluno disléxico em sala de aula. O primeiro encontro está marcado para os dias 05 e 06 de junho, na Pluralità, uma assessoria de educação inclusiva para capacitar profissionais para as escolas 


Hábitos comuns como roer unhas podem desencadear em DTM


Apoiar mão na mandíbula, mascar chiclete e morder tampa de caneta podem desenvolver disfunção temporomandibular



Segundo a Associação Brasileira de Odontologia, aproximadamente 40% das pessoas sofrem com disfunções temporomandibulares (DTM), importantes fatores no desenvolvimento dos distúrbios são causados por hábitos parafuncionais, ou seja, manias do dia-a-dia, como apoiar a mão na mandíbula, colocar objetos como lápis e caneta na boca, mascar chiclete, roer as unhas, remover cutículas com os dentes, chupar o dedo e apoiar a mão sobre o queixo enquanto dorme, podendo causar microtraumatismos articulares.

Esses vícios podem causar pressões inadequadas na articulação e resultar em possíveis disfunções, porém, o distúrbio também pode se desenvolver por atos involuntários ou fatores emocionais. “O distúrbio pode ocorrer por estresse, ansiedade, ou até mesmo pode ser considerado como um ato involuntário, e é mais incidente durante o período de sono. Por esse motivo, há uma dificuldade do próprio paciente notar o transtorno. Traumas e fatores genéticos também podem fazer que a DTM se desenvolva”, alerta a fisioterapeuta Fabiana Oliveira, especialista em dor orofacial e ATM.

A DTM pode gerar sintomas como dores locais e crônicas, sensibilidades na região orofacial, cansaço no rosto, inchaço, tensões, dificuldades ao abrir a boca e zumbidos nos ouvidos.  “Os sintomas da DTM são muito confundidos com outras condições, por estarem localizados na região da face. Comumente é confundida com dores de cabeça, dores de ouvido ou dente. Por isso, quando as dores são persistentes, é importante buscar um profissional especialista em Dor Orofacial e DTM, para um diagnóstico preciso”, destaca Fabiana.

O tratamento inicial é baseado em procedimentos que envolvem dedicação do paciente, ou seja, mudança de hábitos e autocuidados, outros tratamentos denominados como conservadores e reversíveis incluem exercícios mandibulares, conhecidos como terapias de suporte, termoterapia, farmacoterapia e os dispositivos inter-oclusais (placas oclusais). A diferença entre os dois é que o conservador é menos invasivo, e o reversível possui tratamentos que diminuem ao máximo a dor do paciente.

A fisioterapia é o tratamento mais recomendado pois não é invasivo, repara a força e a função da articulação por meio de exercícios. É importante a prática de atividades que controlam o estresse e que utilizam técnicas de relaxamento para um resultado com mais eficácia. “Muitos pacientes de DTM conseguem reverter o quadro e acabam nem precisando realizar uma cirurgia, corrigindo os problemas e dores com a fisioterapia. Temos inúmeros casos de sucesso com os exercícios fisioterápicos, além também de ser essencial num pós operatório em casos já avançados”, finaliza Fabiana.

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