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sábado, 16 de fevereiro de 2019

De que forma o uso da tecnologia pode ser um aliado do professor na sala de aula?


Não há como negar: a tecnologia tomou conta do nosso dia a dia. Músicas, mensagens, vídeos, textos, tudo na palma da mão em apenas um toque! O que é isso? Como faço aquilo? Quem foi esse? Como resolvo isso? Os sites de busca respondem, resolvem e informam, a cada dia mais, facilitando o acesso à informação.

O acesso à comunicação globalizada se deu de forma muito rápida devido à constante evolução tecnológica que presenciamos nos últimos anos: atualmente existe um fluxo contínuo de informações que aproxima as pessoas de forma instantânea. Toda essa evolução provocou transformações profundas na geração atual, principalmente com relação ao uso do celular, que se tornou quase que um “acessório obrigatório”.

Um grande desafio apresentado aos educadores é justamente a presença de celulares em sala de aula. Ao mesmo tempo em que pode ser um gerador de desinteresse e dispersão dos estudantes com relação ao conteúdo, pode, de forma oposta, ser um aliado para, justamente, prender a atenção. Estudos mostram que ao longo de uma aula de 45 a 50 minutos a atenção de um estudante é mantida por apenas 18 minutos! Então o que fazer nos minutos restantes para envolvê-los e maximizar seu aprendizado? É aí que os celulares, tablets, enfim, a tecnologia entra. Interatividade é a palavra! Ter os celulares como ferramenta para essa interatividade estimula e aproxima o estudante do conteúdo de forma mais sensorial, em consonância com seu mundo fora da escola, levando a uma aprendizagem significativa.

Jogos como Minecraft, Plague Inc., SimCity Buildit e outros trazem os estudantes para um universo com conteúdos muitas vezes trabalhados em sala de aula. Biomas e tipos de rochas fazem parte do vocabulário dos jogadores do Minecraft, assim como algumas doenças e formas de contágio são estratégias usadas no Plague Inc. Sem falar de muitos aplicativos que auxiliam no processo de aprendizagem de línguas, matemática e até redação. O professor em sala de aula, por exemplo, pode utilizar o tablet como uma extensão da lousa eletrônica, no qual a interação professor-aluno seja dinâmica e em tempo real, incluindo-se aí a utilização de livros digitais. Além disso, essa interação pode proporcionar ao professor condições de avaliar e aumentar a participação de todos os alunos, inclusive daqueles mais tímidos que têm dificuldades de se colocar em público.

Essa nova situação traz para toda a humanidade uma grande facilidade de acesso instantâneo a praticamente qualquer tipo de conhecimento, mas oferece também muitas ameaças, principalmente aos jovens, que devem ser tratadas com bastante cuidado e atenção pelas famílias e escolas.

Quanto às escolas, há que se desenvolver novas metodologias para administrar e filtrar as informações úteis advindas do fluxo multidirecional de comunicação e auxiliar os alunos a transformá-las em conhecimento. Essas novas metodologias deverão mudar, de maneira radical, algumas práticas hoje vigentes que estão relacionadas com as interações professor-aluno, motivação e capacitação de professores. O professor deverá deixar de ser o principal depositário e transmissor de conhecimento para ser, predominantemente, um facilitador para os alunos na organização das informações, das tarefas escolares e das interações com o mundo via aplicativos, correlacionando-as, a fim de transformá-las em conhecimento para o estudante.

Talvez a maior contribuição da internet para a aquisição do conhecimento seja a possibilidades de se navegar por muitos temas ao mesmo tempo, possibilitando uma leitura não linear, permitindo ao leitor ter acesso amplo e instantâneo às referências bibliográficas e pesquisar sobre as notas de rodapé.

Está claro que o uso de tablets e celulares em sala de aula é algo inevitável e desejável, desde que a escola esteja preparada para tornar a liberdade de navegação na internet não um fator de dispersão para os alunos, mas uma sequência de descobertas correlatas ao assunto em foco. Fato que os enriquecerá situando-os em suas pesquisas, em contextos mais amplos conectados com outros conhecimentos.

Sob esse aspecto, o fator autodisciplina é predominante e pode ser vivido em sala de aula se for guiado pela motivação do aluno em encontrar rapidamente algo novo e útil. Os jovens, diferentemente dos mais velhos, têm pressa e se motivam mais com conquistas de curto prazo, tal qual os jogos eletrônicos com suas várias fases a serem vencidas, onde a superação de cada uma delas é uma vitória pessoal e para seu grupo de convívio. Se houvesse apenas uma fase, com certeza, haveria dispersão e desistência no meio do caminho. 

Por último, mas não menos importante, está a capacitação dos professores. É natural que os jovens estudantes tenham maior facilidade no acesso e uso de aplicativos em relação aos professores. Entretanto, isso não deverá ser um problema. Pelo contrário, ampliará a quantidade de informações trazidas para o ambiente escolar e enriquecerá o trabalho de estruturação e sistematização a ser feito pelo professor, desde que ele seja capacitado e esteja motivado para isso. Vê-se assim que o fator motivação é também essencial para os professores desta nova época.

Portanto, não é difícil perceber que os celulares e os tablets transformarão a curto prazo as salas de aula em redes de troca de informações e construção de conhecimentos, onde todos, estudantes e professores, estarão inseridos em um ambiente de constante aprendizado, de “aprender a apreender”.






Thais Failache Ribeiro Pileggi - Professora de Ciências do Ensino Fundamental – Anos Finais - do Colégio Marista Ribeirão Preto (SP)



10 mitos e verdades sobre o ensino domiciliar no Brasil


Desde que o presidente Jair Bolsonaro tomou posse, no início de 2019, o ensino domiciliar, também conhecido como homescholling, é um tema que tem causado bastante polêmica entre pais e educadores. A prática, considerada ilegal no fim de 2018 pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), é uma das metas prioritárias para os cem primeiros dias do novo governo, abraçada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que, inclusive, já redigiu uma primeira versão de medida provisória para regulamentar o ensino domiciliar no Brasil. 

Segundo o Ministério, os detalhes da medida só devem ser divulgados quando o texto, que pode sofrer alterações no Congresso Nacional e na Casa Civil, for finalizado. Ainda assim, um de seus principais objetivos é garantir aos pais o direito de decidir sobre a educação dos filhos. Se aprovada, a medida deve tirar da ilegalidade cerca de 7,5 mil famílias que, segundo a Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned), educavam os filhos em casa em 2018.

Em recente evento de atualização e aperfeiçoamento profissional para mais de mil professores do Ensino Fundamental e Ensino Médio de nove unidades do Colégio Positivo, de Curitiba (PR), Ponta Grossa (PR), Londrina (PR) e Joinville (SC), a pesquisadora em educação e professora do Departamento de Psicologia da Educação da Unesp Araraquara, Luciene Tognetta esclareceu algumas questões que envolvem a adoção do homeschooling no Brasil. A especialista confirmou algumas premissas e desmentiu outras:

  1. O ensino domiciliar pode impactar negativamente a formação do senso crítico em crianças e adolescentes.
    Verdade.
    “Uma criança precisa de conflitos, que aparecem no contato com pensamentos divergentes. Na relação entre pais e filhos, dificilmente uma criança diverge de seus pais, pois ela os enxerga como autoridade absoluta, o que fará com que dificilmente haja a contraposição de ideias. Para que um pensamento científico se desenvolva, é necessário lidar com outros pontos de vista e uma criança que não tenha a possibilidade de resolver conflitos com seus pares, de reconhecer situações diferentes daquilo que ela acredita ser verdade, terá um prejuízo no desenvolvimento do pensamento científico. Ou seja, no ensino domiciliar, para driblar esta situação, é preciso que os pais tenham um preparo metodológico maior, muito mais sofisticado, para que consigam dar conta de algo que a escola, pela própria inserção do aluno no grupo social e nas diferenças, daria.”
  2. Os estudantes terão menos oportunidades de convivência com outras crianças de sua idade.
    Verdade.
    “Sem o convívio escolar, as crianças podem até ter outros contatos, mas é mais difícil de acontecer, pois estamos falando de uma geração de famílias que não são mais estendidas, que não possui, cotidianamente, contato com vizinhos, primos, com outras crianças, como havia nas gerações passadas. Outro problema, no caso da igreja, por exemplo, é o de conviver apenas com pessoas que pensam do mesmo jeito. Sem o pensamento divergente, não há possibilidade de sair do próprio ponto de vista e ir para o ponto de vista do outro. A consequência é que, no futuro, teremos adultos com muita dificuldade de lidar com pontos de vista diferentes, visto que é na escola que se dá a possibilidade de ver novas visões de mundo, de se descentrar e de avaliar quais pontos de vista são melhores ou piores.”
  3. Os pais não são capazes de passar todo o conteúdo necessário para os filhos.
    Mito.
    Ainda que haja alguma dificuldade, a educadora acredita que sim, os pais, independente da formação, com algum esforço, podem dar conta de ministrar as aulas aos filhos. Isso porque, atualmente, é possível encontrar as matérias disponíveis em diversos meios. Por outro lado, ter acesso ao conteúdo é diferente de método de ensino, o que pode, sim, fazer com que a criança seja prejudicada. “Um médico, por exemplo, pode ser um ótimo médico, mas nem sempre é um bom professor de Medicina. Não é à toa que temos diversas pesquisas na área de Educação que discutem métodos e didáticas. É muito difícil para os pais, de diversas formações, darem conta do conteúdo e da metodologia, e decidir qual é a melhor forma da criança aprender. Podemos ir por tentativa e erro? Podemos, mas, dessa forma, estamos negligenciando o que a ciência já verificou e, consequentemente, negligenciando a melhor educação para o aluno”, alerta a especialista.
  4. O conteúdo em casa é mais próximo da realidade da criança.
    Verdade.
    Um dos grandes problemas da escola tradicional, atualmente, é deixar de tornar o conteúdo mais próximo da realidade do aluno, tornando, assim, o aprendizado mais efetivo. Nesse sentido, a educação domiciliar ganha pontos, sobretudo quando os pais conseguem aliar domínio de método e conteúdo. Para a escola, a especialista alerta sobre a necessidade urgente de se investir na formação de professores, que devem ter uma abertura maior na maneira de ensinar. "Desta forma, evita-se soluções paliativas", avalia.
  5. Ao optarem pelo homeschooling, os pais protegem os filhos de possíveis situações de bullying, ou mesmo de situações constrangedoras que podem ocorrer na escola.
    Mito.
    “Levar a criança para o ensino domiciliar para fugir dos problemas de bullying é ineficaz, pois os pais precisam fortalecer os seus filhos. Uma das características do bullying é ter uma vítima frágil, então, na verdade, quando se precisa agir sobre o bullying, é muito mais eficaz agir sobre o autor, espectadores e vítima. Se não fortalecer o filho que é vítima de bullying, muito provavelmente ele será vítima de bullying em outras situações”, explica.
  6. O ensino domiciliar é apontado como alternativa bem-sucedida de educação para crianças especiais, sobretudo autistas e superdotados.
    Mito.
    “A lei de inclusão no Brasil não é aleatória. Muito pelo contrário, ela é para o bem destas crianças. Sabemos que a escola, muitas vezes, não está preparada para receber estes alunos, mas quando os levamos para casa, estamos tolhendo a necessidade de políticas públicas, ou mesmo de escolas particulares, de formar melhores professores, que saibam intervir para além dos conteúdos escolares, que saibam transformar o grupo para receber a criança. A lei que prevê a inclusão dessas crianças no contexto escolar é para que elas se sintam como seus pares, que elas possam vivenciar essa experiência de vida, de paridade, ter essa experiência social. Portanto, quem priva seu filho disso, está negligenciando uma necessidade dele.”
  7. Educar em casa é mais barato.
    Impreciso.
    Pagar uma escola particular nos dias de hoje, realmente, não é tarefa fácil. Além da mensalidade, há gastos com material, uniforme, lanches, e que variam muito de acordo com a cidade, ou até mesmo do bairro, em que a instituição está localizada. "Assim, não é possível afirmar que educar em casa seja mais caro ou mais barato do que uma escola privada, visto que isso também depende do quanto os pais que educam em casa investem na compra de livros, entre outros itens", ressalta Luciene.
  8. É melhor ensinar em casa do que enfrentar os problemas comuns a muitas escolas públicas, como falta de professores e estrutura.
    Mito.
    Tal ideia refuta a necessidade de se pensar de forma coletiva. “Há muitas escolas públicas que não tem professores. Porém, usar esse argumento para dizer que o ensino domiciliar é melhor é refutar e não entender a necessidade de coletividade, a necessidade de lutar para ter uma escola de melhor qualidade. É um pensamento muito individualista”, critica.
  9. Educação domiciliar é sempre ruim.
    Mito.
    Muitos dos que defendem que lugar de criança é sempre na escola acreditam que o ensino domiciliar é sempre ruim. Contudo, para Luciene, há períodos na vida nos quais essa suposição não se aplica. “Acredito ser bom manter a criança até os três anos em casa, pois ela está em um momento em que a formação da personalidade depende da constituição da autoridade, portanto, é bom que tenha o carinho dos pais e dos familiares para construir uma identidade forte e a autoestima. No mais, é melhor para que ela não se exponha a doenças, pois o organismo é mais frágil”, avalia.
  10. “Se deu certo nos Estados Unidos, dará certo no Brasil”.
    Mito.
    Você já deve ter ouvido esta frase alguma vez na vida - e quando o assunto é educação domiciliar, ela é quase um mantra. Porém, as situações são bem diferentes, visto que o Brasil ainda não conta com uma regulação deste tipo de ensino, nem meios para garantir que ele seja de qualidade, ou mesmo de que a criança está realmente estudando e não trabalhando, por exemplo. “Nos EUA há supervisão, regulação. A lei que garante o direito da família de educar em casa também prevê um acompanhamento rigoroso para garantir o direito da criança em receber uma boa educação. Nesse sentido, há também uma preparação melhor dos pais, que sabem que há uma regulação”, finaliza a pesquisadora Luciene Tognetta.

Volta às aulas, nutricionista ensina como montar uma lancheira saudável


Alimentação balanceada dos pequenos

Nutricionista dá dicas de como montar uma lancheira saudável


Refrigerantes, chocolate, biscoito, salgadinhos, são as guloseimas que os pequenos adoram, e que muitos pais colocam na lancheira de seus filhos, quando optam por lanches mais práticos. Mas, apesar desses alimentos serem os preferidos das crianças, não são ideais para uma alimentação saudável, o que pode colocar em risco a saúde da criança ao longo dos anos.

E é na idade escolar que a criança aprende os hábitos alimentares que carregarão até a vida adulta. “Alimentos consumidos em excesso ou a ausência na dieta podem prejudicar a saúde, causando carências nutricionais o que pode influenciar no crescimento e desenvolvimento da criança”, afirma a nutricionista do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), Maria Inez Fuentes. 


Preparando a lancheira do seu filho

Existem vários alimentos que, segundo a nutricionista, uma lancheira saudável deve conter. Frutas e líquidos – como suco, vitamina de frutas, iogurte e água são ideais. Deve-se evitar ao máximo o consumo de açúcar e gordura. O cardápio deve ser individualizado, baseado nas necessidades energéticas individuais, considerando as preferências e hábitos alimentares de cada uma delas. “Se a criança não está acima do peso pode ser ofertado de vez em quando um achocolatado”, comenta Maria Inez. 

Diversificar o lanche é sempre muito importante para que a criança não enjoe e fique desestimulada aos hábitos saudáveis. As crianças gostam muito de alimentos com formatos diferentes. “Preparar sanduíches com caretas, biscoitos caseiros com formatos lúdicos é uma forma divertida para estimular o hábito saudável”, destaca Maria Inez. 

Para a nutricionista, a ajuda dos pais no preparo da lancheira estimula a alimentação saudável dos filho. Levá-lo ao supermercado, ensiná-lo nas escolhas de alimentos e contar com a ajuda dele para preparar o lanche pode ser um estímulo. “Esse hábito incentiva o apetite infantil, além de aproximar a criança de alimentos novos e saudáveis”, afirma a nutricionista.


5 sugestões de lanches

Para facilitar ainda mais a vida dos pais, a nutricionista preparou cinco opções de lancheiras:

Opção 1: Vitamina com cereal infantil pronta para consumo + bolo caseiro + maçã

Opção 2: Suco de laranja in natura + sanduíche integral com peito de peru + morangos

Opção 3: Suco a base de soja pronto para consumo + pão integral com patê de ricota e cenoura + uva

Opção 4: Iogurte líquido + biscoito simples + banana

Opção 5: Suco de pêssego + biscoito caseiro + uva



Mônica Neves

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