quarta-feira, 8 de maio de 2024

Maio Amarelo: Ações educativas reforçam importância do cinto de segurança

Concessionárias e ARTESP promovem atividades durante todo o mês; nesta semana, Embu das Artes, Jundiaí e Araçariguama recebem uma peça de teatro infantil na qual o uso do cinto está inserido 


Durante a semana de 6 a 12 de maio, a ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo e as concessionárias de rodovias estaduais promovem ações de conscientização voltadas a segurança viária, em consonância com o Movimento Maio Amarelo 2024. As cidades de Embu das Artes, Jundiaí e Araçariguama recebem campanhas reforçando a importância da utilização do cinto de segurança. Entre elas, a peça teatral “Ir e Vir: Cidadão Vigilante”.  


Foto: Peça “Ir e Vir: Cidadão Vigilante”,
da Cia. de Teatro Parafernália. ivulgação: CCR


O uso de cinto de segurança é obrigatório pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), tanto para motoristas quanto para passageiros, inclusive crianças. De acordo com o CTB, o condutor ou passageiro que deixar de usá-lo comete uma infração grave. Nesses casos, o valor da multa é de R$ 195,23 e cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação do motorista. 

 

Criado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária em 2014, o Maio Amarelo mobiliza centenas de atividades em diversas cidades do Estado, dentro da malha concedida de mais de 11 mil quilômetros. "Gerar um comportamento consciente de todos os usuários das estradas é fundamental para salvar vidas, e essa é uma prioridade compartilhada pela Agência. O Movimento Maio Amarelo ajuda a intensificar a conscientização e mobilização, através das concessionárias e demais órgãos e instituições que participam e se engajam por um trânsito seguro, como o Detran, o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER) e o Observatório Nacional de Segurança Viária", destaca Milton Persoli, diretor-geral da ARTESP. 

 

Teatro para crianças

As crianças da rede municipal de Jundiaí recebem a peça teatral “Ir e Vir: Cidadão Vigilante”, promovida pela Companhia de Teatro Parafernália em parceria com o Instituto CCR. Agendada para esta sexta (10 de maio), a iniciativa tem como objetivo conscientizar os jovens sobre mobilidade urbana e sustentabilidade, por meio de uma narrativa lúdica e envolvente. O espetáculo – que também será apresentado hoje e amanhã (8 e 9) em Embu das Artes – acompanha as aventuras de Gael, Valentina e Lucas em busca de conhecimento sobre segurança no trânsito, explorando temas de cidadania e segurança de forma divertida. Além da apresentação, as crianças receberão cartilhas educativas para disseminar informações sobre Educação no Trânsito. 

 

Ações desta semana pela conscientização do uso de cinto de segurança:

 

9/5

Ação educativa Vou de Cinto - Araçariguama

Orientação para motoristas de ônibus e passageiros + folhetos informativos ​​

Local: Graal, SP-280, Km 53

Concessionária: ViaOeste

 

“Ir e Vir: Cidadão Vigilante” - Cia. de Teatro Parafernália - Embu das Artes

Peça teatral com diversas orientações de segurança, como uso do cinto de segurança e travessia segura, entre outras.​​

Local: Embu das Artes

Concessionária: ViaOeste

 

10/5

“Ir e Vir: Cidadão Vigilante” - Cia. de Teatro Parafernália - Embu das Artes

Peça teatral com diversas orientações de segurança, como uso do cinto de segurança e travessia segura, entre outras.​​

Horário: 9h30 e 14h

Local: Jundiaí (EMEB Prof Lázaro Miranda Duarte - R. Oliveira Lima, 22 - Vila Nova Jundiainópolis)

Concessionária: AutoBAn

 

Ação educativa Vou de Cinto 

Orientação para motoristas de ônibus e passageiros + folhetos informativos ​​

Local: Rodoviária de Jundiaí

Concessionária: AutoBAn

Essas iniciativas visam atender públicos diversos, incluindo pedestres, estudantes, ciclistas, motociclistas e motoristas particulares e profissionais, promovendo um trânsito mais seguro e harmonioso em todo o Estado de São Paulo. Confira aqui a programação do Maio Amarelo da Artesp.

 

Maio Vermelho: hepatites B e C podem causar câncer de fígado

Cerca de 354 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com o vírus; Oncologista tira as principais dúvidas sobre a relação entre a neoplasia e a doença


O mês de maio, que leva a cor vermelha, traz a importância de um olhar cuidadoso para as hepatites, principalmente B e C, que podem resultar em câncer de fígado. Segundo dados do American Cancer Society, a incidência da neoplasia triplicou desde 1980, dobrando também as taxas de mortalidade pela doença. 

Anualmente, cerca de 800 mil pessoas são diagnosticadas com câncer de fígado no mundo. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é estimado para cada ano do triênio 2023-2025 cerca de 10.700 casos - sendo 6.390 em homens e 4.310 em mulheres. 

Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença, mundialmente as hepatites virais causadas pelos vírus B ou C são a causa mais comum. Vale lembrar ainda que esse tipo de infecção também pode levar à cirrose hepática, que ocorre quando o tecido hepático normal é substituído pelo cicatricial não funcional, danificando o órgão. 

“A hepatite viral causada pelos vírus B e C pode ser transmitida entre pessoas através de relações sexuais sem preservativo, transfusões de sangue, compartilhamento de agulhas contaminadas ou de objetos de higiene pessoal (como lâminas de barbear, depilar, alicates de unha, entre outros) ou durante o parto. Como forma de prevenção, a vacina contra hepatite B é oferecida gratuitamente pelo SUS. Além disso, apesar de não existir uma vacina para a infecção pelo vírus C, os novos tratamentos, também oferecidos de forma gratuita na rede pública, possuem chance de cura em cerca de 90% dos casos", explica o Dr. Artur Rodrigues Ferreira, oncologista do Grupo Oncoclínicas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, é estimado que 354 milhões de pessoas tenham hepatite B ou C.

Além da hepatite B e C, outros fatores que podem desencadear o câncer de fígado são:

  • Cirrose (inflamação crônica no fígado);
  • Algumas doenças hepáticas hereditárias, como hemocromatose (acúmulo de ferro no organismo) e doença de Wilson (acúmulo de cobre no organismo);
  • Diabetes;
  • Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), que causa acúmulo de gordura no fígado;
  • Exposição a aflatoxinas (venenos produzidos por fungos que crescem em determinados alimentos quando não são armazenados corretamente e ficam expostos à umidade, como alguns tipos de grãos e castanhas);
  • Consumo excessivo de bebidas alcoólicas.


Tipos de câncer de fígado

Dentre os tipos de câncer de fígado, o carcinoma hepatocelular, que se inicia nos hepatócitos (células localizadas no fígado) é o mais comum. "Vale lembrar ainda que ele é o mais frequente nos pacientes com doenças hepáticas crônicas, como a cirrose, podendo ser proveniente do consumo excessivo do álcool ou de uma hepatite B ou C, por exemplo", comenta o oncologista. Outros tipos da doença podem incluir:

  • Colangiocarcinoma – proveniente dos ductos biliares do fígado;
  • Hepatoblastoma – neoplasia rara que atinge recém-nascidos e crianças, ocorrendo predominantemente abaixo dos três anos, sendo raro após o quinto ano de idade; e
  • Angiossarcoma – câncer igualmente raro que se origina nos vasos sanguíneos do fígado.


Hepatites B ou C sempre irão resultar em câncer de fígado?

"Felizmente, não. As hepatites B e C, apesar de serem um fator de risco, não necessariamente determinarão o desenvolvimento da neoplasia, ou seja, apenas uma parcela dos pacientes irá evoluir para o câncer de fato. No entanto, adotar medidas de prevenção ao vírus é essencial para frear as estatísticas da doença", explica Artur Ferreira.
 

Sintomas e sinais do câncer de fígado

De acordo com o oncologista do Grupo Oncoclínicas, grande parte dos pacientes não irá apresentar sintomas nos estágios iniciais do câncer primário de fígado. No entanto, caso se manifestem, é importante ficar de olho em:

  • Emagrecimento sem causa identificável;
  • Perda do apetite;
  • Dor na parte superior do abdômen;
  • Náusea e vômito;
  • Sensação de fraqueza e fadiga;
  • Inchaço abdominal (ascite);
  • Presença de massa abdominal;
  • Surgimento de icterícia, que é caracterizada pela coloração amarelada da pele e no interior dos olhos;
  • Fezes brancas e com coloração esbranquiçada (aparência de giz).


Diagnóstico do câncer de fígado

Justamente por ser uma doença silenciosa, nem sempre é fácil diagnosticar o câncer de fígado precocemente. "Geralmente, não são solicitados exames de rastreamento para o carcinoma hepatocelular na população em geral. Mas, eles podem e devem ser recomendados em casos específicos, como nos pacientes com cirrose hepática, ou ainda infecção crônica por hepatite B", diz o especialista.

Ao avaliar cada caso, o médico pode solicitar:

  • Exames laboratoriais, como os de sangue, que avaliam a função do fígado e a alfa-fetoproteína (AFP, um marcador tumoral);
  • Exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética, para visualizar a existência de tumores, sua extensão e se eles se espalharam para outras partes do corpo;
  • Biópsia do fígado, em que uma agulha é colocada dentro da lesão para retirar uma amostra para análise no microscópio que determina se ela é maligna ou benigna; em se tratando do carcinoma hepatocelular, nem sempre a biópsia será necessária, pois achados específicos dos exames de imagem em associação com as informações clínicas do paciente podem estabelecer o diagnóstico;
  • Cirurgia laparoscópica, somente em casos específicos, que permite visualização direta do órgão e realização de biópsia.


Opções de tratamento do Carcinoma hepatocelular

“Dentre as abordagens de tratamento, podem ser realizados a remoção cirúrgica, transplante hepático, ablações e embolizações hepáticas, radioembolização, imunoterapia, terapias-alvo e, menos frequentemente, a quimioterapia. Mas, apenas após discussão multidisciplinar, a melhor modalidade de tratamento deverá ser indicada", finaliza.


Oncoclínicas&Co.


Gestantes podem enfrentar dificuldades na cicatrização sem os cuidados corretos


Segundo a Dra Naíla Nunes, é possível evitar ferimentos e danos na pele no período gestacional. Saiba como.

 

Diante das mudanças hormonais e físicas que ocorrem durante a gestação, especialistas em dermatologia ressaltam a importância dos cuidados adequados com a pele para garantir o bem-estar das gestantes e prevenir possíveis complicações dermatológicas. Durante a gravidez, as gestantes podem enfrentar um maior risco de desenvolver feridas e dificuldades na cicatrização devido a uma série de fatores, como mudanças hormonais, estiramento da pele, aumento de peso e redução da imunidade. Para diminuir esses riscos, é importante que as gestantes adotem uma rotina de cuidados com a pele desde o início da gestação.

 

Dra. Naíla Nunes, dermatologista na Clínica Áurea, reforça os cuidados que mulheres gestantes devem ter. Entre eles, destaque para hidratar a pele regularmente com produtos suaves e evitar o uso de produtos mais ásperos, que possam prejudica-lá. Além disso, uma alimentação equilibrada e a ingestão adequada de água são fundamentais para a saúde da pele durante a gestação.

 

Ciente de que uma grande parte das mulheres costumam temer o aparecimento de estrias, Dra. Naíla Nunes destaca que ’Para prevenir o surgimento de estrias e manchas, é aconselhável utilizar protetor solar diariamente e hidratar a pele com cremes específicos, especialmente nas áreas mais propensas, como o abdômen, mamas e quadris. É importante também evitar coçar as áreas propensas às estrias e usar roupas confortáveis que não apertem a pele’’, ressalta.

 

Embora alguns procedimentos dermatológicos sejam contra-indicados durante a gestação como o uso de retinóides e ácidos glicólicos, outros, como depilação com cera quente e tratamentos tópicos para acne podem ser realizados com segurança, desde que sob orientação médica.

 

Especialista no assunto, a médica aponta que muitos pacientes costumam recorrer a produtos para barrar o aparecimento de manchas escuras na pele que aparecem nesse período. É comum encontrarem uma rápida pesquisa na internet, dicas sem nenhum tipo de apoio profissional mostrando receitas milagrosas para dar um ‘’fim’’ nas manchas escuras causadas na gravidez, mas a Dra. reforça que neste período, o ideal é evitar que haja muita exposição ao sol.

 

‘’O surgimento de algumas manchas mais escuras durante a gravidez são comuns e esperadas, principalmente região de axilas, virilhas ou mesmo abdômen, que a gente chama de linha nigra, e mamilos. Eles vão se acostumar a diminuir no período pós-parto. Não há muito que possa ser feito, faz parte do processo, evitar exposição direta ao sol por períodos prolongados, a fim de que essas manchas possam depois regredir de uma forma mais natural e precoce” finaliza.

 

A especialista enfatiza também que os cuidados com a pele durante a gestação não se limitam apenas ao período gestacional, mas também devem ser adotados antes mesmo da concepção. Mulheres que planejam engravidar devem consultar um dermatologista para ajustar sua rotina de cuidados com a pele e garantir uma gestação ainda mais saudável.


Tempo seco e quente pode agravar a tosse seca e a rinite

Especialistas do HSPE dão dicas para amenizar os efeitos da baixa umidade do ar


A onda de calor que atinge algumas regiões do país desde a semana passada deve ser prolongada até pelo menos o final desta semana, segundo informações do Climatempo. Boletim divulgado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta que a previsão para as regiões Centro-Oeste e Sudeste é, além das altas temperaturas, tempo seco na maior parte das duas regiões. Em São Paulo, a umidade do ar tem variado entre 20% e 30% durante o dia, o que é considerado crítico. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera adequado para a saúde valores entre 50% e 60%. 

“As temperaturas acima da média ajudam a acentuar a baixa umidade do já que a quantidade de poluentes no ar aumenta, irritando as vias aéreas e, consequentemente, piorando a tosse seca”, explica a médica Dra. Maria Vera Cruz, pneumologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), principal unidade do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Estadual (Iamspe).


Tosse seca

A tosse seca é um mecanismo de defesa do sistema respiratório, em que os cílios pulmonares expelem partículas variadas presentes nas vias aéreas. Quando a manifestação não melhora após algumas semanas, pode ser considerada persistente. "Os palpites sobre as causas da tosse seca persistente são diversos, mas apenas o profissional médico pode chegar a um diagnóstico para indicar o tratamento adequado, já que a tosse seca prolongada é um sintoma. Ela pode se manifestar por diversas causas, sendo as mais frequentes devido à alergias, asma, sinusite, infecções respiratórias pulmonares e como resposta do organismo às condições ambientais", afirma a Dra. Maria Vera.

Crianças e idosos precisam de mais atenção. No primeiro grupo é comum que aconteçam quadros de sangramento nasal, falta de ar, tontura, olhos e lábios desidratados, enquanto nos idosos a desidratação e hipotensão são questões que podem surgir.


Rinite

Outro problema que pode surgir nestas condições climáticas é a rinite, que é uma condição inflamatória nasal que pode ser causada por alergias ou infecções virais. "Os sintomas incluem nariz entupido, coceira nasal, coriza e espirros. A rinite alérgica pode ser tratada com lavagem nasal com soro fisiológico, anti-histamínicos indicados por um profissional médico e controle ambiental dos alérgenos", explica a Dra. Andrea Almeida, infectologista do HSPE. Ela complementa que a rinite viral geralmente desaparece por conta própria em alguns dias. 


Confira algumas orientações podem trazer benefícios:

  • Hidrate-se com frequência;
  • Pessoas em tratamento de problemas respiratórios devem seguir as orientações e prescrições médicas corretamente;
  • Manter os ambientes limpos para minimizar a presença de poeira e ácaros;
  • Ventilar a casa e os locais fechados diariamente;
  • Deixar água, em vasilhas ou baldes, nos ambientes. Toalhas molhadas também podem ajudar.

As especialistas recomendam que, caso a tosse seca persistente ou outro sintoma esteja prejudicando o bem-estar do paciente, é importante procurar ajuda médica. Em caso de piora do quadro, como a presença de febre, mudança da cor do muco e dores musculares, a busca por um profissional deve ser feita o mais rápido possível, lembrando que o uso de medicamentos não deve ser feito sem orientação médica. 



Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo – Iamspe



A Síndrome do esgotamento materno -“Mommy Burnout”- te pegou?


Com a proximidade do dia das mães, sentimentos são aflorados em relação a essa data. Mas a maternidade nem sempre é esse mar de rosas. A maternidade real é aquela vivida diariamente por mães, com suas imensas dificuldades e as responsabilidades em cuidar de uma criança, envolvendo muito mais do que apenas o amor à prole. 

Exaustão, esquecimentos e necessidade de dar conta de tudo são sintomas quase sempre presentes na vida de mulheres com filhos. Esse excesso de esgotamento emocional pode significar a Síndrome de Burnout materno ou mommy burnout, no inglês. 

O termo é utilizado para definir o estresse prolongado, relacionado não só aos cuidados maternos, mas pela maneira como a mãe exerce suas múltiplas obrigações nessa fase da ida, desde o nascimento do bebê até os três anos da criança, que é quando ela exige mais cuidados e dedicação. Alguns sentimentos e sintomas podem parecer comuns na maternidade, porém a intensidade e frequência com que eles aparecem é que irá classificar se a mulher está sofrendo ou não com o Burnout Materno. São eles: sentimentos constante de culpa; estresse relacionado a administração do tempo; excesso de pessimismo; exaustão, mesmo após um período de repouso; sentimento de fracasso e impotência; irritabilidade sem motivo aparente; falta de interesse ou prazer em cuidar do filho; baixa autoestima; tristeza, medo e insegurança. Outro problema é que muitas mães não sabem se estão passando pela síndrome. Isso faz com que elas se sintam aprisionadas em um ciclo de culpa constante e uma necessidade de dar conta de tudo. 

Para fechar o diagnóstico, o profissional de saúde mental irá avaliar esses sinais e verificar a frequência e intensidade com que se manifestam e como eles afetam as funções cotidianas dessa mãe. Os sinais passam do aceitável quando o desconforto é crescente e impedem a mulher de realizações suas atribuições, gerando uma disfuncionalidade e prejuízo intenso nas atividades laborais, familiares e sociais. 

A prevenção passa pelo autocuidado, apesar de ser comum a mulher, após o parto dedicar-se integralmente ao filho. Porém, ela não pode esquecer de valorizar seu próprio tempo e diminuir o anseio dar conta de tudo. Ter uma rede de apoio para ajudar com as tarefas e cuidado com a criança, é fundamental. Buscar ampliar seus relacionamentos e rede social para fora do universo materno, também ajuda e muito a discutir assuntos que não sejam apenas fraldas e mamadeiras. Além disso, algumas recomendações podem ser valiosas no controle da exaustão mental, como: buscar alívio em momentos de silêncio e calmaria; ser benevolente consigo mesma e jamais deixar de se cuidar e se auto dedicar amor. 

Portanto, o Burnout materno precisa ser identificado logo no início da manifestação dos sintomas para que seja feita uma alteração da rotina dessa mãe. As pessoas do ciclo de relacionamento da mulher também podem ajudar, exercitando o olhar para o apoio; evitando visitas em horários críticos; ao visitar ajudar em alguma atividade ou levar um lanche para que isso não seja mais uma preocupação para ela; se tiver intimidade, oferecer-se para segurar a criança enquanto ela possa tomar um banho mais tranquilo ou dormir um pouco e, principalmente, não ficar tentando competir para ver quem está mais cansada ou ficar indagando sobre os motivos do cansaço. Ou seja, cada um pode ajudar fazendo sua parte e contribuindo para o equilíbrio e leveza na vida de uma mãe/mulher. 



Dra. Andrea Ladislau - Psicanalista


Diagnosticar, identificar as causas e tratar: saiba mais sobre lipedema

“Se a causa não for tratada, a cirurgia pode prejudicar”  


Ainda não tem cura, mas há tratamentos que podem resgatar a qualidade de vida  

 

O lipedema (lipo = gordura + edema = inchaço) afeta mais de 10% das mulheres e é caracterizado pelo acúmulo anormal de gordura nas pernas e, em alguns casos, nos braços, causando dor, inchaço, dificuldade de locomoção e autoestima baixa. 

O cirurgião plástico Dr. Fernando Amato, que integra uma equipe especializada no assunto, responde abaixo às principais dúvidas sobre lipedema e alerta: “A cirurgia não pode ser a primeira e única opção”.  

 

Quais os sintomas do lipedema? 

Dr. Fernando Amato - Os principais sintomas do lipedema são o aumento do volume das ​​pernas, coxas e/ou braços desproporcionalmente ao restante do corpo; geralmente o acúmulo de gordura ocorrer dos dois lados;​​ queixa principal de alteração da sensibilidade, podendo relatar dor, dor ao toque, queimação e peso; inchaço; sensação de peso e cansaço nas pernas; dificuldade de locomoção; autoestima baixa e impacto negativo na qualidade de vida. 

 

Existe algum fator responsável por causa o lipedema? 

Dr. Fernando Amato - A causa é multifatorial, o que dificulta o diagnóstico e tratamento, mas envolve desde fatores genéticos e familiares, como fatores hormonais, uso de medicações, hormônios, doenças crônicas, alterações venosas e linfática.  

Porém, existe uma forte relação do surgimento do lipedema com histórico familiar, puberdade, gravidez e menopausa, além da obesidade. Outro ponto: a maior parte dos pacientes com lipedema é composta pelo sexo ​​feminino, sendo extremamente raros no sexo masculino.  

 

O lipedema pode se apresentar em níveis diferentes?  

Dr. Fernando Amato - Sim, classificamos em estágios, de acordo com a gravidade da doença: 

·         Estágio 1: Leve aumento do volume, sem alterações na textura da pele; 

·         Estágio 2: Aumento moderado do volume, com textura da pele irregular; 

·         Estágio 3: Aumento significativo do volume, endurecimento e espessamento do subcutâneo com nódulos grandes e coxins de gordura; 

·         Estágio 4: lipedema com comprometimento linfático, linfedema. Conhecido como lipolinfedema. 

 

Como é feito o diagnóstico? 

Dr. Fernando Amato -

O diagnóstico é feito por um médico especialista, considerando-se principalmente os sintomas, o histórico do paciente e a realização de exames físicos. Os complementares, como ultrassom, ressonância magnética, linfografia, densitometria e bioimpedância, podem auxiliar no diagnóstico ou excluir outras patologistas com apresentações semelhantes. 

 

Lipedema tem tratamento? 

Dr. Fernando Amato – Não existe uma cura, mas é uma condição em que é possível e necessário resgatar a qualidade de vida da paciente. E, ao contrário do que muitos pensam, a cirurgia não é a primeira opção e deve ser vista como uma alternativa, quando o tratamento clínico não encontra resultados, ou por questões estéticas. 

 

O tratamento do lipedema é individualizado e depende do estágio da doença. As opções de tratamento podem incluir medicamentos, suplementos e vitaminas, dieta, terapias conservadoras e entre elas cito a fisioterapia, drenagem linfática, uso de meias compressivas e controle do peso; e como a última opção, quando nenhuma medida clínica apresentou mudanças, ou apresentou mudanças parciais, preferencialmente com estabilização dos sintomas, pode ser recomendado a realizado da lipoaspiração, técnica cirúrgica para remover o excesso de gordura "doente".  

 

Por que a cirurgia não deve ser a primeira linha de tratamento? 

Dr. Fernando Amato - Porque antes de partir para uma cirurgia, é preciso identificar a causa da doença e tratá-la. Se a causa não for identificada e ​​tratada, ​​a cirurgia pode trazer melhora temporária, mas a longo prazo pode ter retorno dos sintomas.  

 

O lipedema pode ser visto como um ICEBERG, em que na superfície vemos apenas os sintomas e abaixo todas as alterações que podem causar a condição. Se retirarmos apenas a gordura e não tratarmos a causa do lipedema, estamos apenas tirando a gordura inflamada, o que pode trazer uma melhora dos sintomas temporariamente. A longo prazo, se os fatores que contribuíram para o desenvolvimento da doença continuarem existindo, a paciente poderá acumular gordura em outras partes do corpo, e poderá desenvolver o lipedema em outras partes que não eram sintomáticas. 

 

Portanto, a orientação é procurar um especialista, identificar por meio de uma boa e detalhada investigação clínica o que causa o lipedema, colocar em prática os tratamentos citados acima e fazer a modificação de estilo de vida, que é fundamental no tratamento: alimentação equilibrada e de qualidade nutricional, atividade física frequente, diminuir ou não beber álcool e não fumar já vão ajudar expressivamente no tratamento.  

 

A cirurgia, como a lipoaspiração, não pode ser a primeira opção no tratamento e deve ser considerada quando as tentativas citadas no texto não deram o resultado esperado. A lipoaspiração pode ser considerada a partir daí para remover o excesso de tecido adiposo, mas deve ser avaliada caso a caso por um especialista. Mas ressalto: sem mudança no estilo de vida a cirurgia pode ser frustrante.  



Dr. Fernando C. M. Amato – Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
https://plastico.pro/
www.amato.com.br
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DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TRANSPLANTE, ENTENDA MAIS SOBRE ESSE PROCEDIMENTO


 Existe uma fila única? Como ser doador? Quem tem prioridade na lista de transplante? membro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) fala sobre. 

 

Após um mês da Campanha “Um Só Coração: Seja Vida na Vida de Alguém”, cerca de 4.447 pessoas deram início à formalização da sua vontade de ser doador. Elas preencheram digitalmente e de forma gratuita a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (Aedo) em um dos 8.344 cartórios de notas do Brasil. Entre os estados, São Paulo lidera com 1500 pedidos, seguido pelo Paraná com 376 pedidos e em Minas Gerais com 366. 

Para o Dr. Lucas Nacif, cirurgião gastrointestinal, e membro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), esse número é muito significativo, mas ele destaca que os números de doadores no Brasil, embora tenha aumento nos últimos anos, ainda está muito aquém do ideal. “Dependemos 100% de doações e para que o número de transplantes efetivos cresça a educação contínua é essencial para fomentarmos uma cultura de doação e melhorarmos os índices. Um único doador falecido, por exemplo, pode ajudar até dez pessoas que estão na fila do transplante”, resume. 

Ainda segundo o Ministério da Saúde, cerca de 66 mil pessoas estão na fila de transplante de órgãos no Brasil, o que representa um dos maiores índices nos últimos 25 anos. 

Nacif explica que quando chega este momento é comum surgirem muitas dúvidas desde as mais simples envolvendo quem pode ser doador e como doar, até questões mais graves, como um acesso mais fácil para o começo da fila. Por isso, é de suma importância a orientação e informação sobre o tema. “A lista da fila do transplante é uma lista única, séria e sobretudo criteriosa. E sim, existe uma lista única relacionando todas as pessoas que precisam ser transplantadas, sejam elas oriundas de hospitais públicos, privados, com ou sem convênio médico e a ordem de prioridade acontece por meio de uma série de fatores que vão desde histórico, gravidade da doença e claro, o órgão no qual a pessoa necessita, por isso algumas pessoas parecem ‘ter mais sorte’, mas no caso, costumam ser a que estão com um quadro mais grave” – pontua. 

No caso específico de doação em vida, ela pode acontecer desde que ocorra em um órgão duplo como o rim, ou apenas parte de um órgão, como fígado ou pulmão, que são órgãos mais comumente transplantados. Outra possibilidade, ainda, é a doação de medula óssea – um dos mais realizados. 

No caso de doação pós morte, é imprescindível, que haja uma conversa com os familiares, já que são eles que repassam a decisão do falecido para a equipe médica. Por fim, o médico ressalta também que o procedimento não é tão simples e para encontrar um órgão compatível, todos os doadores são pré-avaliados por equipes médicas, focadas em órgãos específicos, para conferir a disponibilidade do doador. “Existem níveis, e geralmente, consideramos que o paciente internado até 7 dias é ótimo para a prática, porém, casos que vão além deste prazo, não são necessariamente descartados. Ao contrário de alguns outros critérios piores, como pessoas com histórico de uso drogas, ingestão de bebidas alcóolicas, fumantes e com idades mais avançadas” – finaliza Lucas Nacif. 



Dr. Lucas Nacif - Especialista em cirurgia geral, e do aparelho digestivo, o Dr. Lucas Nacif é reconhecido por sua expertise em cirurgias hepato bilio pancreática e transplante de fígado, utilizando técnicas avançadas minimamente invasivas por laparoscopia e robótica. Além de suas contribuições no campo da cirurgia, o Dr. Nacif é membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD) e da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Internacionalmente, ele é membro da ILTS (International Liver Transplantation Society), TTS (The Transplantation Society) e AHPBA (Americas Hepato-Pancreato-Biliary Association). O Dr. Nacif dedica-se integralmente à promoção da saúde digestiva, buscando não apenas a cura, mas também uma melhoria substancial na qualidade de vida de seus pacientes.
www.lucasnacif.com
dr.lucasnacif_gastrocirurgia


Dia Internacional da Talassemia: condição genética e hereditária afeta a produção de hemoglobina

 

Em 8 de maio é lembrado o Dia Internacional da Talassemia. Causada por uma alteração genética, a condição altera a produção da hemoglobina, proteína do sangue responsável pelo transporte de oxigênio para os tecidos do organismo. Estima-se que anualmente 300 mil crianças nasçam com formas severas de hemoglobinopatias, incluindo a talassemia¹. No Brasil, a estimativa é que cerca de 1,1% da população apresente síndromes talassêmicas². 

Existem dois tipos principais de talassemia: alfa e beta. A hemoglobina humana é formada por proteínas chamadas alfa-globinas e beta-globinas que, por sua vez, precisam de alguns genes para serem construídas. Alterações nesses genes irão determinar o tipo e o grau de talassemia. Entre os principais sintomas da doença estão: aparência pálida, febre, aumento do baço, coloração amarelada da pele (icterícia), deformidades ósseas faciais, inchaço abdominal e urina escura. Porém, os sinais e os sintomas dependem do tipo e da gravidade da talassemia que a pessoa tem. 

O diagnóstico da talassemia é realizado por meio de hemograma e eletroforese de hemoglobina, cujo objetivo é avaliar o tipo de hemoglobina circulante no sangue. Também podem ser realizados testes genéticos para avaliar qual é a alteração genética responsável pela doença e diferenciar os tipos de talassemia. No caso da alfa talassemia há uma mutação no cromossomo 16, que se manifesta pela falta de produção de globinas alfa. Ela pode se manifestar, dependendo do número de genes comprometidos, de quatro formas: portador silencioso, traço alfa talassemia, doença da hemoglobina H e hidropsia fetal. Na talassemia beta há uma mutação no cromossomo 11, que pode se manifestar de três formas: maior (o tipo mais grave), intermediária ou menor, que pode ser assintomática e passar desapercebida. 

A talassemia tem cura e ela pode ser obtida através do transplante de medula óssea, em que o doador deve ser totalmente compatível e aparentado. Atualmente outras modalidades de transplante com menor grau de experiência como haploidentico (pai ou mãe) ou não aparentado podem ser realizados. Temos ainda a terapia gênica, em que a alteração genética pode ser corrigida e não precisa de doador, mas essa alternativa de tratamento ainda está restrita a poucos centros e vinculada a estudos clínicos. Quando não há possibilidade de transplante, o tratamento vai depender da gravidade da doença. Os pacientes mais graves recebem transfusões de sangue, que são eficazes e os auxiliam a levar uma vida normal, com menos limitações e sintomas, seguindo todas as orientações médicas. 

Devido às transfusões recorrentes, geralmente realizadas em um intervalo de duas a quatro semanas, os pacientes apresentam aumento de ferro corporal, o que pode causar danos ao organismo. Por isso, para evitar possíveis complicações do excesso de ferro no corpo é necessário o uso de medicamentos denominados quelantes de ferro. Hoje temos novos medicamentos que buscam substituir a transfusão, ainda não oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas que poderão em um futuro bem próximo fazer parte do arsenal terapêutico promovendo qualidade de vida aos pacientes. 

É recomendado que as pessoas procurem por orientação médica em caso de suspeita da doença. Importante ressaltar que os sinais podem ser notados nos primeiros meses de vida e o teste do pezinho (triagem neonatal) pode diagnosticar precocemente a beta talassemia, o que pode contribuir para um tratamento mais efetivo e uma vida plena aos pacientes.  



Dra. Mônica Veríssimo - especialista em Hematologia e Hemoterapia pediátrica


Referências Bibliográficas:

Sayani FA, Kwiatkowski JL. Increasing prevalence of thalassemia in America: Implications for primary care. Ann Med. 2015;47(7):592-604.

Rosenfeld LG, Bacal NS, Cuder MAM, Silva AGD, Machado ÍE, Pereira CA, Souza MFM, Malta DC. Prevalence of hemoglobinopathies in the Brazilian adult population: National Health Survey 2014-2015. Rev Bras Epidemiol. 2019 Oct 7;22.