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quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Saúde da mulher: Endometriose pode demorar até 8 anos para ser diagnosticada

Especialista alerta para os sinais da doença e fala dos quadros que atinge 10% das brasileiras


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A endometriose é uma doença inflamatória do sistema reprodutor feminino que ocorre quando o endométrio (tecido que reveste a parte interna do útero) se expande para fora do útero, atingindo outros órgãos, como intestinos, bexiga, ovário e até mesmo os nervos. De acordo com o Ministério da Saúde, 10% da população feminina brasileira fértil - com idade entre 14 a 45 anos - sofre com a endometriose e muitas delas não têm conhecimento sobre a doença. Segundo o especialista em cirurgias ginecológicas e médico da área de Endoscopia Ginecológica do Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ, Dr. Thiers Soares , o atraso médio mundial para descobrir a doença é de 8 anos entre as primeiras queixas até chegar ao diagnóstico definitivo.

A identificação acontece, muitas vezes, a partir de exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética da pelve. "A demora em diagnosticar os focos da doença pode levar ao estado mais grave do quadro, quando é necessário partir para uma intervenção cirúrgica", explica o médico. Mesmo assim, é importante lembrar que a endometriose não tem cura. Ela é uma condição crônica, que deve ter acompanhamento constante.

A endometriose é popularmente conhecida como uma condição que não permite que a mulher engravide. Soares afirma que, com o tratamento adequado para cada caso, é totalmente possível que a paciente tenha uma vida reprodutiva normal.

 

Como identificar a endometriose?

Por ter sintomas semelhantes aos dos ciclos menstruais, a endometriose acaba passando despercebida em alguns momentos, entretanto, o Dr. Thiers Soares reforça que é necessário ficar atenta a alguns sinais que extrapolam os sintomas comuns, como:

• Fortes cólicas durante e após o período menstrual (dores que chegam a impedir o deslocamento e até mesmo a execução de atividades);

• Dores durante as relações sexuais

• Sangramento intestinal durante o ciclo menstrual

• Ciclo menstrual desregulado

• Cansaço excessivo e fadiga mental

• Dificuldade para engravidar

 

Tratamentos avançados devolvem a qualidade de vida das mulheres

Após a suspeita ou diagnóstico, é importante realizar um acompanhamento médico com o seu ginecologista para identificar o grau da endometriose e principalmente quais são os métodos mais eficazes para o tratamento em curto, médio e longo prazo para cada caso. Hoje muitos tratamentos hormonais podem auxiliar na melhora do quadro.

Mas quando necessário alguma intervenção cirúrgica, a medicina já avançou o suficiente para aliar a tecnologia à favor da saúde. Em alguns casos, recomenda-se a videolaparoscopia, cirurgia para a retirada dos focos de endometriose espalhados pelos órgãos de forma minimamente invasiva, sem realizar grandes incisões no corpo da paciente, livrando de complicações e grandes cicatrizes.

Dr. Thiers Soares conta que a cirurgia robótica também é uma grande aliada no tratamento da endometriose. "Com as plataformas robóticas, é possível garantir um procedimento mais rápido, com um pós-operatório mais seguro, menos tempo de internação e a garantia para o paciente de um retorno mais rápido a sua rotina".

Recentemente, a atriz Larissa Manoela revelou sofrer com a endometriose, e afirmou que as dores fortes na região do abdome são suas principais queixas relacionadas à doença. O ginecologista afirma que é comum mulheres jovens descobrirem o quadro, e que quanto mais rápido forem diagnosticadas, mais rápido e eficiente também é o tratamento para cada situação.

 


Dr. Thiers Soares - Graduado em Medicina pela Fundação Universitária Serra dos Órgãos (2001), Dr. Thiers Soares é atualmente presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica - capítulo Rio de Janeiro - RJ e médico do setor de endoscopia ginecológica (Laparoscopia, Robótica e Histeroscopia) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ). É membro honorário da Sociedade Romena de Cirurgia Minimamente Invasiva em Ginecologia, membro honorário da Sociedade Búlgara de Cirurgia Minimamente Invasiva, membro honorário da Sociedade Romeno-Germânica de Ginecologia e Obstetrícia e membro da diretoria e comitês de duas das maiores sociedades mundiais em cirurgia minimamente invasiva em ginecologia (SLS e AAGL).  Designado para receber, no ano de 2021, o título de Doctor Honoris Causa, pela Universidade Victor Babe, na Romênia, o médico ainda será homenageado no Congresso Anual da SLS, programado para Nova York, em agosto deste ano, com o título de Honorary Chair. Também é Senior Medical Advisor do Luohu Hospital, em Shenzen, na China.


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