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quinta-feira, 16 de setembro de 2021

5 plantas para tratar depressão e ansiedade

Ansiolíticos, hipnóticos, tranquilizantes, indutores de sono, e por aí vai. Os transtornos mais comuns da atualidade ajudaram a deixar os medicamentos para estes fins no primeiro lugar no ranking dos mais vendidos. Essas medicações agem rapidamente e em minutos são capazes de deixar qualquer um em um estado de alívio - o que explica serem os mais vendidos. E não há problemas neste uso, a grande questão é quando são usados para casos que não têm indicação psiquiátrica.

"O uso de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos podem criar dependência após alguns meses de uso, além disso, a pessoa vai precisar de doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito e, a própria abstinência destas medicações causam ansiedade intensa, insônia e inquietação", alerta o farmacêutico homeopata Jamar Tejada, da capital paulista, que avisa: "O uso de medicamentos fitoterápicos, que são feitos com plantas e agem e forma semelhante às drogas sintéticas, sem tantos efeitos colaterais podem ser a saída".

Os fitoterápicos, como todo medicamento, passam por uma série de pesquisas para comprovar sua eficácia. Já as plantas medicinais podem ser usadas de outras maneiras, como no preparo de chás, para casos não tão graves.

Jamar revelou então, as cinco principais plantas utilizadas para tratamento da ansiedade e depressão, assim como a posologia para o preparo da infusão. Quanto às cápsulas de pó ou extrato seco, por serem mais concentrados com seus princípios ativos, devem ter uma dosagem específica a cada paciente. Por isso que, toda medicação, por mais natural que seja, deve ser orientada por um médico ou farmacêutico.


1. Melissa, Erva Cidreira ou Melissa officinalis

- Indicações e Ação Farmacológica: o ácido rosmarínico da Melissa officinalis é um dos principais componentes que devem a sua resposta farmacológica. É indicada na inapetência (ausência do apetite), na gastrite, nos espasmos gastrintestinais, nas disquinesias hepatobiliares, meteorismo (presença exacerbada de gases no trato gastrointestinal), nas coleocistites, nas diarréias, na ansiedade, na insônia, na hipertensão arterial, na taquicardia, na enxaqueca, na asma, na dismenorréia, em feridas, no hipertiroidismo e herpes simples. Também apresenta efeito sedativo e ligeiramente hipnótico, e antioxidante.

- Toxicidade/Contraindicações: o óleo essencial de Melissa se comporta como neurotóxico e mutagênico em doses elevadas. O linalol e o terpineol produzem um efeito depressor do sistema nervoso central e em altas doses provocam quadros narcóticos. Ocasionalmente pode produzir hipertensão arterial em doses normais por vasodilatação periférica.

É contraindicado o uso de óleo essencial de Melissa durante a gravidez, lactação, para crianças menores de seis anos de idade, pacientes com gastrite, úlceras gastroduodenais, síndrome do cólon irritável, colite ulcerativa, doença de Crohn, epilepsia, afecções hepáticas, doença de Parkinson ou outra enfermidade neurológica. Não fazer uso tópico em crianças menores de seis anos e pessoas com alergia conhecida a óleos essenciais.

- Modo de usar: uma colher de sobremesa da rasura de melissa por xícara, infundindo por 10 minutos. Tomar 3 ou mais xícaras por dia.


2. Camomila ou Matricaria recutita

- Indicações e Ação Farmacológica: o óleo essencial e os flavonóides da camomila são os responsáveis por praticamente todos os efeitos farmacológicos conhecidos. O efeito ansiolítico que a camomila apresenta está relacionado com o flavonóide apigenina, o qual, é capaz de se ligar a receptores GABA- A cerebrais de maneira similar aos benzodiazepínicos.

A apigenina provoca um bom efeito ansiolítico capaz de diminuir a ansiedade sem provocar depressão do sistema nervoso central. A atividade antiespasmódica que essa planta apresenta é de exclusiva ação da apigenina, mas estudos recentes confirmam que essa atividade depende tanto dos componentes do óleo essencial como dos flavonóides e cumarinas.

- Toxicidade/Contraindicações: ela é contraindicada na gravidez e para lactantes. Não há causas que apontem em estudos intoxicação pelo uso da camomila.

- Modo de Usar: infusão: 2-3 xícaras, depois das refeições.


3. Erva de São João ou Hipérico (Hypericum perforatum)

- Indicações e Ação Farmacológica: o Hipérico está indicado para o tratamento de pacientes afligidos por depressão leve a moderadamente severa e desordens psico-vegetativas acompanhadas de ansiedade. Nos testes clínicos de duplo desconhecimento utilizando o Hipérico, comparado a um grupo placebo, observou-se, primeiramente, para a droga verdadeira, melhoria significativas nos problemas vegetativos relacionados à depressão, tais como distúrbios do sono, exaustão, dores musculares, cefaléia e consciência cardíaca e posteriormente, alívio dos sintomas subjetivos específicos, como melancolia, sentimento de culpa e ansiedade.

Hipérico, ao contrário do que ocorre na utilização da maioria dos agentes antidepressivos, não apresentam distúrbios na capacidade de concentração, na coordenação motora, na memória e na reatividade frente a estímulos neurossensoriais. Isto sugere que não apenas está isento de efeitos sedativos, como ainda atenua os problemas de atenção e reação que normalmente compõem o quadro depressivo.

Também tem ação adstringente, antidiarreico, anti-inflamatório, vulnerário, diurético leve, colagogo, cicatrizante, antisséptico e vermífugo.

- Toxicidade/Contraindicações: hipérico é contraindicado em pacientes diabéticos, na gravidez e lactação, e também em crianças com idade inferior a 12 anos até que se obtenha dados confiáveis da segurança nestes períodos. É incompatível com alimentos e plantas que contenham tiramina (a associação pode produzir elevação da pressão arterial). Não é recomendado para pacientes com depressão crônica.

- Modo de Usar: infusão: 15-30 g/L. Tomar 2-3 copos ao dia.


4. Maracujá (Passiflora alata Dryand)

- Indicações e Ação Farmacológica: é indicado em casos de dores de cabeça de origem nervosa, ansiedade, perturbações nervosa da menopausa, insônia, taquicardia nervosa, doenças espasmódicas e nevralgias. Devido aos alcaloides e flavonóides, age como depressor inespecífico do sistema nervoso central, resultando em uma ação sedativa, tranquilizante e antiespasmódica da musculatura lisa.

O maracujá também tem atividade cardiovascular devido ao fato de diminuir por instantes a pressão arterial e ativa a respiração, deprimindo a porção matriz da medula. A passiflorina (princípio ativo) é similar a morfina e é um medicamento de grande valor terapêutico como sedativo e que, apesar de narcótico, não deprime o sistema nervoso central. E também possui efeitos analgésicos, o que justifica o seu uso nas nevralgias.

- Toxicidade/Contraindicações: é contraindicado em pessoas de hipotensão. Deve-se controlar o uso das folhas na forma de chá, pois existem riscos de intoxicação cianídrica consequente ao uso de doses exageradas. Não há relatos de risco durante a gestação/lactação.

- Modo de Usar: infusão da rasura das folhas , 1-2 g em 150 mL de água fervente, tomar 1-4 vezes por dia (10 a 15 minutos após o preparo).


5. Valeriana (Valeriana officinalis)

- Indicações e Ação Farmacológica: a Valeriana é indicada na ansiedade, na insônia, na taquicardia, na hipertensão arterial, nas cefaléias, na síndrome do cólon irritável, nos espasmos gastrintestinais, nas parasitoses, como coadjuvante em tratamentos de epilepsia, em contusões, em dermatoses, no stress, na asma e broncoespasmos de origem nervosa.

A atividade terapêutica da Valeriana corresponde fundamentalmente com dois aspectos: antiespasmódico e sedante. Os efeitos sedativos esperados com relação à potência farmacológica são menores que os proporcionados pelos benzodiazepínicos e outros compostos similares. Várias experiências demonstraram que a raiz da Valeriana é um excelente indutor do sono em pacientes que não haviam se submetido a outros tratamentos. Assim sendo, um ácido volátil, a valeranona (princípio ativo) se comporta como um modulador do sono.

Estudos bioquímicos têm demonstrado que o ácido valerênico (princípio ativo) inibe o sistema enzimático central do GABA. O aumento deste se associa a uma diminuição da atividade do SNC. No entanto, a ação sedativa dos extratos totais da raiz de Valeriana sobre os receptores GABA.

- Toxicidade/Contraindicações: as doses orais são bem toleradas em geral. Nas doses usuais. Devido a sua ação sobre o sistema nervoso central, não se recomenda seu uso prolongado já que pode provocar dependência. Alguns estudos expressaram atividade citotóxica dos valepotriatos (princípio ativo). Esta citotoxicidade foi demonstrada in vitro, mas não in vivo, em doses de 1350 mg/kg. É contraindicado o uso durante a gravidez e lactação (devido ao óleo essencial). Não deve ser tomado junto a outros depressores do sistema nervoso central, pois o efeito pode se potencializar.

- Modo de Usar - Infusão (Rasura): 1,5g para cada 200 mL de água. Tomar até três vezes ao dia.

 


Jamar Tejada - Farmacêutico graduado pela Faculdade de Farmácia e Bioquímica pela Universidade Luterana do Brasil, RS (ULBRA), Pós-Graduação em Gestão em Comunicação Estratégica Organizacional e Relações Públicas pela USP (Universidade de São Paulo), Pós-Graduação em Medicina Esportiva pela (FAPES), Pós-Graduação em Comunicação com o Mercado pela ESPM, Pós-Graduação em Formação para Dirigentes Industriais com Ênfase em Qualidade Total - Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul-(UFRGS) e Pós-Graduação em Ciências Homeopáticas pelas Faculdades Associadas de Ciências da Saúde. Proprietário e Farmacêutico Responsável da ANJO DA GUARDA Farmácia de manipulação e homeopatia desde agosto 2008. https://www.tejardiando.com.br


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