Especialista
de investimentos explica que o medo é o principal fator para deixar de investir
na renda variável
Para começar a investir é recomendado saber como
funcionam as opções de investimentos entre a renda fixa e a renda variável. A
principal diferença entre os dois tipos é o risco, pois na renda fixa o
investidor tem uma previsibilidade sobre o rendimento. Já na renda variável,
como o próprio nome já diz, o rendimento pode variar para mais ou menos, dentro
do período em que o dinheiro estiver aplicado.
O assessor de investimentos da iHUB Investimentos,
Gian Montebro, explica que o medo é o primeiro impeditivo para que as pessoas
deixem de começar a investir, principalmente por levarem em consideração que a
renda variável é muito perigosa ou só serve para quem tem muito dinheiro, já
que a renda fixa traz uma segurança maior.
Renda variável
A renda variável é o tipo de investimento que não
garante um ganho fixo, ou seja, a rentabilidade do dinheiro aplicado pode
variar para mais ou menos. Logo no início da pandemia, os veículos de comunicação
falavam a todo instante sobre os recordes das quedas da bolsa de valores, com
isso muitas pessoas começaram a ter interesse pela renda variável, pelo fato de
ver um declínio tão brusco em um curto espaço de tempo, que de certa forma
abria uma janela de oportunidade na cabeça de muitos.
“Nesse momento, muitas dúvidas surgiram se era
realmente o momento para entrar na bolsa de valores, visto que ela estava em
índices recordes de alta, por volta dos 120 mil pontos em fevereiro, e caiu
para 60 mil pontos em março. Com esse movimento muitos investidores continuam
investindo na bolsa até hoje, mas recalibraram suas aplicações, saindo da renda
fixa - com a taxa Selic cada vez mais baixa e migrando para a renda variável
nos seus diversos produtos”, explica Montebro.
Nesse tipo de aplicação, o investidor tem algumas
opções de investimento, são elas:
Ações: o investidor compra uma
pequena fração de uma empresa, visto que a ação é uma parte do capital social
da empresa. Vale ressaltar que além de escolher boas empresas, o momento certo
de entrar é essencial, pois informações básicas como as faixas de preço que ela
negocia na B3 ou se o setor em que a empresa atua está em um momento favorável,
podem influenciar na rentabilidade.
Geralmente, o ideal é começar com as empresas mais
conhecidas, as chamadas Blue Chips.
Fundos de Investimento em Ações(FIAs): são fundos
que têm como principal objetivo investir o dinheiro das cotas na bolsa de
valores, comprando e vendendo os papéis que negociam na B3.
São indicados para aqueles investidores que
justamente não tem tempo ou interesse em estudar as empresas negociadas na
bolsa, mas querem ter um percentual do seu capital investidos na mesma e
portanto deixam que gestores qualificados, que estão à frente desses fundos,
façam o trabalho.
Fundos Multimercados: são fundos
que podem investir em ativos de diversos mercados, como renda fixa, ações,
câmbio e derivativos, tanto para alavancagem quanto para proteção, esses fundos
têm liberdade de gestão.
Fundos Imobiliários (FIIs): são
frações de empreendimentos, como shoppings, galpões logísticos ou lajes
corporativas. Eles pagam aluguéis e as cotas adquiridas oscilam para cima ou
para baixo, assim como as ações.
Renda fixa
Esse é o tipo de investimento que as regras de
rendimento são definidas antes, no momento da aplicação o investidor já sabe o
prazo e a taxa de rendimento que será usada para valorizar o dinheiro
aplicado.
Existem três principais tipos de investimentos na
renda fixa, são eles:
Títulos Pré Fixados: essa opção
mostra o valor exato do rendimento do período. Se o título for de 5%, o
investidor irá embolsar os mesmos 5% no período independente do cenário
macroeconômico. Os títulos pré fixados englobam o Tesouro Direto, Letra de
Câmbio (LC) e CDB Certificado de Depósito Bancário.
Títulos Pós Fixados: está
sempre atrelado a um indexador. Em um cenário em que a taxa Selic é o
indexador, se ela subir, os títulos também seguem o mesmo movimento.
Atualmente, estamos em um ambiente onde a política
é a alta de juros, no qual são investimentos muito procurados, entre as opções
estão: Tesouro Direto Selic, CDB, Letra de Câmbio Imobiliário (LCI), Letra de
Câmbio Agronegócio (LCA) e Letra de Câmbio(LC).
Títulos Híbridos: o terceiro
tipo tem uma parte fixa e outra variável. Normalmente, são muito procurados por
investidores que querem ter um ganho real, ou seja, acima da inflação. Se o
investidor optar por um Tesouro Direto IPCA, em 5%, por exemplo, ele vai render
5% somado à inflação do período.
Entre as opções dos Títulos Híbridos estão: Tesouro
Direto IPCA+, CDB, LCI, LCA, LC,CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e
CRA (Certificado de Recebíveis de Agronegócio).
Qual é o % recomendado de renda fixa e renda
variável para cada perfil?
Atualmente, há três perfis de investidores:
conservador, moderado e agressivo. Quando tratamos da divisão entre renda fixa
e renda variável no portfólio dos investidores, a XP Investimentos
recomenda:
Carteira Conservadora: 100% de
investimentos em renda fixa pós fixado dividindo nos diversos produtos dentro
dessa linha.
Carteira Moderada: 30% Renda
fixa pós fixado; 15% Inflação; 28,50% Multimercado, 10% Renda Variável, 8%
Renda Fixa Global e 8% Renda Variável Global
Carteira Agressiva: 1% Pós
Fixado; 5% Pré fixado; 10% inflação; 3% Renda Fixa Global; 25%
Multimercado; 35% Renda Variável e 21% Renda Variável global
Gian Montebro -
assessor de investimentos na iHUB Investimentos, empresa especializada em
assessoria de investimentos, com mesa de operação atuante em ações, derivativos
e câmbio em tempo real. Possui mais de 20 anos de experiência no mercado
financeiro, já atuou como Day Trader
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