Em momentos
difíceis, capacidade de adaptação é fundamental para manter o bom convívio,
afirma psicóloga da Rede São Camilo SP
Se por um lado os casais que já viviam juntos
passaram a conviver em tempo integral, por outro aqueles que não moram na mesma
casa precisaram se readequar à distância. Em ambos os casos, as medidas de
isolamento social, impostas pela pandemia de Covid-19, impactaram a qualidade
das relações amorosas.
De acordo com a psicóloga Camila de Cássia Ribeiro, da Rede de Hospitais São
Camilo de São Paulo, a mudança forçada pela situação atual trouxe consigo
diversos fatores que podem prejudicar um relacionamento. É o que mostra um
estudo realizado pela Universidade de Columbia.
Segundo o levantamento, a deterioração das relações está ligada ao aumento de
sintomas de depressão e ansiedade neste período. “Medo do futuro, problemas
financeiros, queda da qualidade do sono e alterações na rotina fazem parte
deste combo”, explica a especialista.
Um dos reflexos disso está justamente no resultado
de um levantamento realizado pelo Colégio Notarial do Brasil, indicando
que o número de divórcios em 2020 foi o maior desde 2007 em diversas regiões do
país, com pico entre os três primeiros meses da pandemia.
“O convívio intenso dos casais, associado à redução
nas distrações e ao aumento das preocupações no dia a dia, pode elevar ou
evidenciar as incompatibilidades, causando desgaste emocional”, destaca.
Já para os casais que não vivem juntos o desafio
está na manutenção do vínculo, uma vez que o momento exigiu a redução do
contato físico, substituído muitas vezes por videoconferências e outros
recursos virtuais.
“Tudo isso nos leva a compreender que um dos
principais aprendizados que o isolamento social nos trouxe é a importância da adaptação”,
ressalta a psicóloga.
Camila explica que o momento pode ser uma
oportunidade valiosa para rever as prioridades na relação. “Empatia e
flexibilidade são pontos fundamentais para que os casais consigam se conectar
em momentos difíceis”, afirma.
Na prática, isso significa que a qualidade do
relacionamento depende da predisposição de ambos em olhar para o cenário atual
e criar meios que favoreçam o bem comum. Neste Dia dos Namorados, o segundo em
meio à pandemia, a psicóloga dá algumas dicas aos casais:
Manter a individualidade
Aos que moram juntos, é necessário encontrar
momentos no dia a dia para se dedicar a atividades particulares. Seja lendo um
livro, assistindo a uma série, cultivando um hobby, o importante é que cada um
preserve sua individualidade.
“O excesso de convivência tende a fazer com que as
pessoas abram mão de si mesmos, como se os dois formassem uma única pessoa, o
que pode ser prejudicial ao casal em longo prazo”, alerta.
Valorizar a comunicação
Essa dica vale para todas as relações. “Estejam
juntos ou distantes, os casais devem exercitar a comunicação, de maneira que
ambos se sintam estimulados a compartilhar seus pensamentos e sentimentos
abertamente”, orienta a especialista.
Segundo ela, a conversa franca e transparente reduz a possibilidade de gerar mágoas e rancores, tão nocivos para uma relação. Além disso, esse hábito gera mais intimidade e reforça o vínculo do casal.
Quebrar o tédio com afeto
Com as opções de lazer restritas desde o começo da pandemia, a rotina tornou-se
mais cansativa para muitos casais. Nessa hora, alguns gestos simples podem
fazer a diferença, como mandar entregar pequenos agrados na casa do namorado ou
namorada (um livro que a pessoa goste ou um docinho feito por você).
Para quem vive na mesma casa, a pessoa pode, por
exemplo, preparar um café da manhã especial em um dia comum, criar um ambiente
de cinema em casa, ouvir uma música ou ainda dançar na sala.
“O objetivo, aqui, é construir hábitos positivos
que demonstrem afetividade, um elemento capaz de aumentar a sensação de
bem-estar e que também ajuda a tornar a rotina menos desgastante”, finaliza a
psicóloga.
Hospital São Camilo
@hospitalsaocamilosp
Nenhum comentário:
Postar um comentário