Desde o início da pandemia da Covid-19, pessoas com doenças crônicas estão em maior risco de contraírem o vírus e sofrem mais complicações dessas infecções. Os hipertensos estão entre os grupos que mais necessitam de observação atenta no quadro evolutivo da doença e tratamento criterioso e individualizado. Entretanto, desde o início da pandemia, muitos estudos indicaram adequações aos procedimentos inicialmente sugeridos.
O
cardiologista Marcelo Sampaio, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo,
esclarece alguns dos mitos e verdades mais disseminados sobre a relação entre a
hipertensão e a Covid-19.
1
- Pacientes hipertensos devem descontinuar o uso de medicamentos de controle da
pressão para evitar agravamento da Covid-19
Mito
De
acordo com o doutor Marcelo Sampaio, cardiologista da BP – A Beneficência
Portuguesa de São Paulo, no início da pandemia do coronavírus, muito se
especulou sobre a probabilidade de que os medicamentos inibidores
da enzima de conversão da angiotensina (ECA) e os bloqueadores dos receptores de
angiotensina (BRA) aumentassem a probabilidade de agravamento da Covid-19.
“Estudos foram evoluindo e chegou-se à conclusão que
os danos cardiovasculares da retirada desses medicamentos
representariam tanto risco à vida quanto os casos de agravamento da Covid-19.
Assim, o hipertenso jamais deve descontinuar o uso dessas medicações”.
2
- A hipertensão aumenta a suscetibilidade à Covid-19
Verdade
O
paciente hipertenso tem sim maior predisposição a uma evolução agravada da
Covid-19, em função da imunidade debilitada pelos fatores circulatórios, por
exemplo no caso da disfunção endotelial, cardiopatia em que os grandes vasos
sanguíneos na superfície do coração se contraem em vez de se dilatarem.
Casos
graves da Covid-19 são frequentemente caracterizados por hiperinflamação,
desequilíbrio do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), que
controla a pressão arterial, e uma forma particular de
vasculopatia, microangiopatia
trombótica e coagulopatia intravascular.
“Com
a hiperinflamação progressiva, uma microangiopatia sistêmica pode levar à
síndrome da disfunção de múltiplos órgãos, em especial o coração, os rins e o
cérebro”, explica Sampaio.
3
- A hipertensão tem aumentado com a pandemia
Mito
A
hipertensão é uma doença genética, hereditária. Ela não é gerada pela
inflamação provocada pela Covid-19. “O que pode ocorrer é que a pressão
arterial do paciente hipertenso sofra elevações transitórias da pressão
arterial em função do isolamento, estresse e outros fatores. Isso pode
fazer com que ele precise ajustar a medicação algumas vezes”.
4
- A queda da pressão em um hipertenso diagnosticado com Covid-19 é alarmante
Verdade
O
paciente hipertenso, diagnosticado com Covid-19 deve ser observado com muita
atenção, pelos motivos já mencionados. A análise criteriosa do acompanhamento
desses casos é muito importante, já que que a pressão baixa é um indicativo de
evolução ruim.
5
- A pressão alta pode ser controlada apenas com a redução do consumo de sal
Mito
Nem
todo hipertenso é sal sensível. Assim, a restrição ao consumo de sal pode não
ser suficiente para o controle da pressão arterial.
Fala-se
muito em reduzir a quantidade de sal na alimentação para a prevenção de
episódios gerados por hipertensão, porque no Brasil se consome o dobro da
quantidade de sal recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas este
recurso não funciona com indivíduos que não têm a sensibilidade ao sal e vão,
necessariamente, precisar de medicação para o controle.
É importante que pacientes crônicos
mantenham a rotina de acompanhamento médico, mesmo durante a pandemia.
Consultas e exames podem ser realizados na BP Medicina Diagnóstica, com
segurança.
BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo
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