Com 5,8 gigawatts (GW) de potência instalada em telhados e pequenos terrenos, geração própria de energia solar já representa mais de um terço da potência da hidrelétrica de Itaipu
Para a entidade, o avanço
geração própria de energia renovável via Projeto de Lei (PL) nº 5.829/2019, que
cria o marco legal da modalidade, aliviará a pressão sobre os recursos hídricos
e fortalecerá a segurança de suprimento elétrico do Brasil
A geração própria de energia solar
em telhados e pequenos terrenos é hoje uma importante ferramenta para reduzir a
demanda por eletricidade no País, sobretudo nos horários de pico, entre 11h e
18h. A tecnologia é estratégica no atual cenário de crise hídrica enfrentada
pelo Brasil. O aumento do risco de racionamento levou o Governo Federal a
acionar todas as termelétricas fósseis disponíveis no País, mais caras,
poluentes e que têm elevado a conta de luz dos brasileiros com a bandeira
vermelha, agora no seu nível mais elevado e caro, o patamar 2. Adicionalmente,
o Brasil ficou mais dependente dos países vizinhos, pois passou a importar
energia elétrica não apenas do Paraguai, mas também da Argentina e do Uruguai,
pagando caro pela energia gerada fora do território
nacional.
“Metade de toda a capacidade da geração própria de energia solar do Brasil foi
instalada em 2020, com investimentos diretos dos consumidores e da sociedade,
sem depender de recursos do governo. Isso demonstra a agilidade e resiliência desta
modalidade, que está ajudando muito o Brasil em plena situação de crise
hídrica, pois gera uma energia elétrica competitiva, sustentável e que não
depende de água”, explica.
“Como a energia é gerada junto ou próximo ao local de consumo, ela não usa as
linhas de transmissão e ajuda a desafogá-las, além de reduzir as perdas
elétricas e de economizar água dos reservatórios das hidrelétricas. Também
fornece eletricidade sem emissões de poluentes, nem de gases de efeito estufa”,
acrescenta Sauaia.
Para a entidade, o Projeto de Lei (PL) nº 5.829/2019, que cria o marco legal da
modalidade, fortalecerá a diversidade e segurança de suprimento elétrico do
Brasil, aliviando ainda mais a pressão sobre os recursos hídricos, reduzindo a
dependência das termelétricas fósseis e da importação de energia e contribuindo
para a redução da conta de luz de todos os consumidores.
“Desde 2019, a fonte solar fotovoltaica já é a opção mais competitiva do País.
Ela também tem rápida implementação, seja em grandes usinas ou na geração
própria em residências, pequenos negócios, propriedades rurais e prédios
públicos”, aponta o presidente executivo da ABSOLAR.
Crise hídrica
A Agência Nacional de Águas (ANA) publicou, no dia 1/6, a Resolução ANA nº 77,
que declarou situação crítica de escassez dos recursos hídricos na Região do
Paraná. A medida permite à ANA definir condições de operação de reservatórios e
sistemas hídricos, inclusive alterando condições definidas em outorgas de
direito de uso da água.
O Brasil enfrenta atualmente a pior seca dos últimos 91 anos, que deixou o
subsistema Sudeste/Centro-Oeste com apenas 32% da sua capacidade – a média dos
últimos 20 anos é de 64%. A declaração de crise hídrica vigora até 30 de
novembro, quando começa o período chuvoso na região. Já neste início de período
seco o cenário é crítico, podendo haver agravamento da situação nos próximos
meses.
O setor elétrico é um dos mais impactados pela crise, pois a bacia do Paraná
abriga as principais hidrelétricas da região. Para evitar falta de energia
elétrica para a sociedade, o setor tem adotado medidas emergenciais em 2021,
como o acionamento de todas as termelétricas fósseis disponíveis no País, a
importação de eletricidade da Argentina e do Uruguai, o planejamento de novos
leilões de energia ou capacidade e a criação de uma sala de situação, com
órgãos de governo e do setor elétrico, para monitorar o cenário hídrico
brasileiro.
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