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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Excesso de gases intestinais: Quais alimentos podem intensificar o problema?

Sabe aquele estufamento, indisposição e incômodo intestinal depois da ingestão de alguns alimentos? Esse desconforto é muito comum e, geralmente, está relacionado a chamada flatulência ou eliminação de gases intestinais. Eles resultam do acúmulo de ar no sistema digestivo –aspirado durante as refeições – e também derivam do processo biológico intitulado de “fermentação”, que ocorre dentro do nosso corpo durante a digestão dos alimentos. Estes gases podem ser liberados por via oral ou anal e são respostas orgânicas naturais e muito recorrentes. No entanto, o seu excesso pode provocar inchaços na barriga – distensão abdominal – e comprimir órgãos, causando dores no peito, falta de ar e mal-estar. Além disso, a liberação descontrolada dos mesmos pode colocar algumas pessoas em situações de muito constrangimento.

De acordo com o clínico geral e CEO da Clínica Penchel, Lucas Penchel, grande parte dos gases é produzida no intestino por carboidratos que não são fragmentados ao longo do trajeto pelo estômago. “O intestino não dispõe das enzimas necessárias para digerir estas biomoléculas, com isso, elas acabam sendo fermentadas por bactérias que habitam a área. Esse dinâmica é responsável pela maior produção e eliminação de gases. Alguns problemas como a síndrome do intestino irritável, a hipocloridria, refluxo e as intolerâncias alimentares são umas das principais causas da flatulência excessiva. No entanto, certos hábitos e a ingestão de determinados alimentos também podem contribuir para o aumento dos flatos, por isso é muito importante que as pessoas observem os seus atos diários, fiquem atentas ao momento das refeições e adotem uma dinâmica de vida mais saudável”, ressalta.

Segundo Lucas, as pessoas que possuem maior propensão a produção de gases devem diminuir ou mesmo evitar o consumo de alguns grupos de alimentos. “Leguminosas como as ervilhas, feijão e grão de bico apresentam substâncias conhecidas como galactanos. Elas são osmóticas, ou seja, estimulam a entrada de água no interior do trato gastrointestinal, o que dificulta a sua digestão e absorção adequada dentro do organismo. Ao serem ingeridas em excesso podem entrar em processo de fermentação e assim contribuir para a formação de gases. Os vegetais crucíferos como o brócolis, couve-flor, repolho e couve de bruxelas são outros importantes exemplos de alimentos que impulsionam a elevação da flatulência. Eles são compostos por frutanos e polióis, carboidratos que também são de difícil absorção”, destaca.

Conforme Penchel, a lactose (açúcar do leite), o amido (batata, cereais e trigo), as fibras (aveia), o sorbitol e a frutose são elementos que não só fermentam com facilidade, como demandam um maior esforço do organismo para serem digeridos. “Eles causam estufamento, indisposição e muitos gases. A intensificação da flatulência ainda pode ser incentivada pela aerofagia ou ingestão de ar em quantidade anormal. É relevante que as pessoas mais propensas ao problema, abandonem o hábito de fumar, diminuam o uso de canudos e não masquem chicletes, pois todas estas atitudes irão impedir a entrada excessiva de ar dentro da boca. O consumo exagerado de bebidas gaseificadas e refrigerantes também deve ser controlado, pois o gás carbônico que as compõem, pode aumentar o surgimento de gases e o inchaço na região abdominal. Outra dica é evitar frituras, pois elas sobrecarregam o intestino e elevam a fermentação”, explica.

Para controlar a flatulência, o médico ainda recomenda que os pacientes incluam a prática de exercícios físicos em seus cotidianos. “Ela auxilia bastante na eliminação de gases, evitando a retenção dos mesmos. Comer devagar, mastigar muito bem os alimentos antes de engolir e não ingerir líquidos durante as refeições também são atos essenciais para uma boa digestão e absorção correta de nutrientes. Em situações mais extremas, talvez seja necessário o uso de remédios. Então, acho imprescindível que as pessoas procurem pelas orientações e avaliações de médicos e nutricionistas antes de fazer mudanças na alimentação. Hoje não só existe uma série de exames para o diagnóstico das causas do problema, como também podemos contar com novos tratamentos, como por exemplo, o uso de enzimas digestivas, a ingestão de cápsulas de carvão vegetal ativado, a dieta Fodmaps e dentre outros”, conclui.


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