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terça-feira, 22 de dezembro de 2020

A saúde bucal dos hemofílicos

 No Dia do Hemofílico no Brasil, cirurgião-dentista defende escovação, uso de fio dental e cuidados de rotina normais para quem tem hemofilia

 

Pessoas com hemofilia devem tratar da saúde bucal normalmente. Esse é o recado da Odontologia para o 4 de janeiro, o Dia do Hemofílico no Brasil. E o alerta é importante, uma vez que o país possui a 4ª maior população mundial com a doença, segundo dados da Federação Mundial de Hemofilia (World Federation of Hemophilia). São cerca de 13 mil pacientes em território brasileiro.

A hemofilia é uma condição que implica em problemas de coagulação, ou seja, pacientes hemofílicos são mais propensos a sangramentos. Mas, a doença não leva a nenhuma alteração bucal. “Quem tem hemofilia deve escovar os dentes e fazer o uso do fio dental rotineiramente, como qualquer outro paciente. Quanto melhor a saúde da boca, menor o risco de sangramento”, explica o Dr. Luiz Alberto Valente Soares Junior, membro da Câmara Técnica de Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP). “No hospital, fazemos retornos semestrais para crianças e anuais para adultos para o controle da saúde bucal”, completa o cirurgião-dentista que também atua no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. 

Apesar de não ter cura, a hemofilia é tratável. São dois tipos: A e B, que podem manifestar-se de forma grave, moderada e leve. Tirando a condição leve, que pode demorar para ser percebida, os outros dois graus da doença costumam dar sinais logo no nascimento ou na infância. “Por isso, é improvável descobrir ser hemofílico na ida ao consultório. Em todo caso, é obrigação do cirurgião-dentista questionar e conhecer o paciente antes de qualquer tratamento”, afirma.

A entrevista do paciente, chamada de anamnese, ditará os cuidados necessários, voltando a atenção do profissional para quaisquer procedimentos que possam causar sangramentos. Já as cirurgias só devem ser realizadas por cirurgião-dentista habilitado com expertise em coagulopatias. “No estado de São Paulo, geralmente, esse atendimento é feito nos centros de referência, sejam hemocentros, hospitais ou faculdades”, aponta. Afinal, são esses locais que oferecem o tratamento e a prevenção de complicações aos pacientes hemofílicos através da rede de 32 hemocentros em todas as regiões do Brasil.

A saúde bucal do hemofílico é tão importante quanto a de qualquer outro paciente e com o acompanhamento correto não oferece riscos à vida ou à integridade física.  

 


Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)

www.crosp.org.br


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