O diabetes é uma das principais doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que acometem os brasileiros. Não tem cura, mas pode ser controlada, desde que o paciente siga as recomendações médicas para o seu tratamento. De acordo com a Federação Internacional do Diabetes, existem 17 milhões de pessoas com a doença em nosso país, e, por isso, a importância de se obter um diagnóstico precoce para evitar maiores danos.
O médico e CEO da Clínica Penchel, Lucas Penchel,
explica que o pré-diabetes –– condição que precede o diabetes mellitus tipo 2,
ou seja, contexto em que o paciente expõe níveis altos de glicose no sangue,
mas não o bastante para ser diagnosticado como diabético – ao contrário do que
a maioria das pessoas acredita, pode ser revertido. “Quem apresenta o estado
inicial da doença, não necessariamente desenvolverá o quadro mais avançado da
enfermidade. Para impedir o avanço do problema, o ideal é que os pacientes
adotem hábitos saudáveis e melhorem a qualidade de vida”, aponta.
O primeiro passo para reverter o pré-diabetes é
mudar a alimentação, incluindo no cardápio o consumo diário de frutas e
vegetais, oleaginosas como a castanha e nozes, substituir a carne vermelha por
carnes magras e aumentar o consumo de alimentos in natura ou frescos, ricos em
líquidos e fibras. “É importante diminuir ou cessar o consumo de açúcar, isso
inclui doces, bebidas industrializadas, refrigerantes, entre outros. Para quem
não vive sem um doce, a dica é escolher opções à base de frutas e controlar a
quantidade. Outra relevante medida que não deve ser esquecida é a de beber
muita água, mais ou menos 2 litros por dia”, ressalta.
Penchel alerta que abandonar o açúcar não é a única
forma de prevenir os desdobramentos do diabetes tipo 2. “É um grande erro
acreditar que somente a suspensão do consumo de alimentos açucarados, pode
evitar que a doença evolua. O processo de reversão do distúrbio deve ser
baseado na adoção de uma nutrição balanceada e saudável, mas também em outras
atitudes, como o controle do peso corporal e da pressão arterial e o abandono
do sedentarismo. Para impulsionar o emagrecimento e regular o índice glicêmico,
as pessoas ainda podem aderir ao uso de alguns chás como o mate, verde, canela,
carqueja, camomila, hibisco, ginseng e vários outros”, indica.
A prática regular de atividade física pode auxiliar
na redução do peso, fazendo com que as chances de progressão do diabetes tipo 2
diminuam em 60%. “O treinamento esportivo pode ajudar de diversas maneiras, uma
delas é na perda de massa gorda, contribuindo assim para o melhor trabalho da
insulina no organismo. É interessante que ao longo da semana, sejam praticados
no mínimo 150 minutos de exercícios físicos. Estes que devem ser definidos por
profissionais qualificados para que não ocorram episódios de hiperglicemia”,
destaca.
A adoção de hábitos saudáveis vai além da
alimentação ou atividade física, eliminar vícios prejudiciais à saúde também é
fundamental para reprimir o desenvolvimento do diabetes. “Diminuir o consumo
exacerbado de álcool pode evitar o ganho de peso, que está associado ao aumento
da resistência à insulina. Renunciar ao tabagismo, pode trazer uma melhora na
saúde como um todo, já que o ato de fumar contribui para a produção de radicais
livres em nossos corpos. Estes que são uns dos protagonistas por trás da
evolução de algumas doenças”, recomenda.
Por fim, Lucas Penchel recomenda que durante o
tratamento do pré-diabetes ou diabetes, as pessoas mantenham o acompanhamento
com um bom clínico geral e nutricionista, pois somente estes profissionais
saberão indicar os melhores métodos, dietas e rotinas de cuidados adequados
para cada caso. “A prevenção é o melhor caminho para qualquer paciente.
Muitas vezes, a doença pode não apresentar sintomas evidentes em suas fases
iniciais, por isso é muito importante que as pessoas façam check-ups anuais”,
conclui.
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