A redução acentuada do estômago pode levar à deficiência de várias vitaminas essenciais ao funcionamento do organismo, entre elas a vitamina B12, que é de extrema importância para a formação de células vermelhas do sangue e funções do sistema nervoso
A obesidade é considerada uma doença crônica e que,
infelizmente, segundo dados do IBGE, atinge cerca de 27 milhões de brasileiros.
Como não se trata de algo que depende apenas de força de vontade, não há uma
solução única para a cura. Por isso, na busca desse objetivo, um dos recursos
que mais crescem no Brasil é a cirurgia bariátrica. De acordo com a Sociedade
Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), a operação teve aumento
de 84,7% entre 2011 e 2018 no país. Somente em 2019, foram realizados 68.530
procedimentos do tipo, sendo 52.699 pelos planos de saúde, 12.568 pelo SUS
(Sistema único de Saúde) e 3.263 particulares.
Entre os muitos cuidados pós-operatórios que devem
ser acompanhados no paciente bariátrico, a prevenção de carências nutricionais
é um dos mais importantes. A perda rápida de peso e a redução acentuada do
estômago pode conduzir a maiores distúrbios de micronutrientes como as
vitaminas D, E, K, Tiamina, Riboflavina, Niacina, Folato e a Vitamina B12
que não podem ser sintetizadas, ou seja, os seres humanos não são capazes de
produzi-las e por isso precisam de um monitoramento constante e a devida
suplementação.
Por que a deficiência de vitamina B12
acomete pacientes bariátricos e quais as consequências?
Explicando melhor, a deficiência de vitamina B12
– cuja forma ativa é conhecida como mecobalamina - é algo bastante comum em
pacientes bariátricos porque, para que haja a correta absorção, é necessário um
fator intrínseco, ou seja, uma glicoproteína que é produzida justamente no
estômago pelas chamadas células parietais. Além disso, com o passar do tempo, a
deficiência de vitamina B12 costuma se mostrar presente nos
indivíduos cuja ingestão por meio da alimentação, em outras palavras, pelo
consumo de carne, revela-se insuficiente.
Em alguns tipos de cirurgia bariátrica, a
prevalência de deficiência de B12 chega a ser de até 64%.
O déficit de vitamina B12 pode ser
assintomático ou sintomático, além de ter um quadro clínico variável. Portanto,
os pacientes podem apresentar anemia, fraqueza, falta de ar, parestesias
(sensação de formigamento), alterações da marcha e da coordenação, esquecimento
(levando a um quadro de demência), aumento na concentração de homocisteína (que
é um fator de risco cardiovasvular)entre outros sintomas.
Já existe no mercado nacional tratamento sublingual
e indolor
“Como a mecobalamina desempenha uma série de
funções essenciais para o organismo, entre elas, a produção de glóbulos vermelhos
no sangue, e não a sintetizamos em nosso organismo, inserir
alimentos ricos em vitamina B12 é muito vantajoso, mas em
casos específicos, como pacientes bariátricos, é importante que seja indicado o
uso contínuo dessa vitamina como suplemento, por meio de uma avaliação médica
feita com exames e monitoramentos periódicos, que irão quantificar a taxa
de B12 no organismo”, explica Dra. Rita de Cássia Salhani Ferrari, médica
geriatra e responsável pelo núcleo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da
Marjan Farma.
O tratamento com mecobalamina é conhecido por ser
um tanto quanto doloroso por conta das injeções intramusculares, o que leva,
pacientes, muitas vezes, a negligência. A boa notícia é que agora já
existe no mercado a vitamina B12 sublingual de forma ativa, que oferece
absorção imediata, um grande alívio que garante maior adesão e enfatiza que nem
todo tratamento médico precisa ser um incômodo.
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