O profissional
aborda o tema sob a ótica dos nossos dias em meio à pandemia e o isolamento
social. É preciso falar sobre depressão e o suicídio de forma responsável para
evitar o aumento de caso
A incerteza ao redor da questão da pandemia do novo
coronavírus é sufocante. Junto com a sensação de impotência e inércia, muitas
pessoas revelam que se sentem oprimidas pela possibilidade de contraírem a
doença e por diversas vezes podem estar sujeitas à depressão e até mesmo ao
desejo de suicídio.
Segundo Fabiano de Abreu,
filósofo, neurocientista, neuropsicólogo e psicanalista, casos de suicídio e de
depressão tendem a aumentar em períodos longos de confinamento. Além disso,
podem ser incentivados se não forem observadas as devidas precauções,
quando nos alimentamos de filmes e séries que toquem na temática da depressão e
do suicídio como 13 Reasons Why, da Netflix, que se tornou um blockbuster.
Qual a importância de falarmos sobre temas como
depressão e suicídio nos dias de hoje?
O neurofilósofo refere sobre a importância de
falarmos desses temas através de uma ótica saudável, para prevenir o aumento de
casos de suicídio e ajudar aqueles que estão enfrentando uma angústia profunda
durante a pandemia da covid-19: " A depressão é um abismo cujo a identidade
pode estar em fatores genéticos e/ou hormonais, como resultado de
acontecimentos. Temos que ter muito cuidado neste tipo de tema para não
incentivar o ato, pois o ato pode ser impulsivo, impensável e é sem
volta. Séries como 13 Reasons Why (que teve impacto no número de suicídio
nos Estados Unidos) podem influenciar jovens em situação de risco, e as
estatísticas comprovam isso. Gosto de dizer que a história, a estatística é o
argumento da razão. Filmes sobre suicídio deveriam ser fiscalizados pelo ministério
da saúde e também adequar melhor a classificação da idade."
Para Abreu, a questão não é falar sobre o suicídio
apenas, mas abordar a questão de forma responsável: "É necessário cortar o
mal pela raiz, falar do que antecede a depressão e procurar encontrar soluções
e ajuda para evitar que chegue no ponto mais grave. O suicídio é uma fraqueza,
é a falta de capacidade de resolver suas pendências deixando chegar na
depressão. Não há nada de romântico nisso. Eu parto sempre do princípio da
consciência racional de que; não vale a pena tirar a própria vida pois a dor de
quem fica logo passa e depois tudo será esquecido. Se quer chamar a atenção,
viva muito e faça coisas boas para que tenha a atenção de todos. Também há a
lógica de que todo momento ruim passa, a vida é um ciclo e tudo sempre passa.
Os transtornos, síndromes e qualquer comportamento que nos retire o equilíbrio
e o bem estar deve ser tratado com orientação de profissionais de saúde. "
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