Luminosidade
presente em equipamentos eletrônicos afeta a qualidade do sono e pode
potencializar problemas de visão
Oftalmologista Luis Alexandre Rassi Gabriel dá dicas de como minimizar os efeitos da luz azul na visão
O Brasil é o segundo país que passa mais tempo
conectado à internet, segundo dados da pesquisa Hootsuite divulgados no ano
passado. O número de usuários de redes sociais cresceu (9%) em 2018, sendo o
principal ingresso para novos internautas acessarem a internet. A pesquisa
ainda revela que o brasileiro fica em média mais de 9 horas na internet todos
os dias, atrás apenas das Filipinas. Por isso, neste Dia da Saúde Ocular,
celebrado em 10 de julho, é importante ficar atento aos cuidados com essa
exposição em excesso à luz azul, presente nos equipamentos eletrônicos
modernos, que podem causar danos à visão.
O oftalmologista Luis Alexandre Rassi Gabriel,
que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, explica que luz azul
é o comprimento de onda presente em todas as luzes brancas, porém, o espectro
azul é o mais danoso para a retina. “Quanto maior o brilho da luz branca, maior
a quantidade de luz azul. No entanto, ao contrário do que muitos pensam, ela
não está presente apenas em aparelhos eletrônicos, mas em qualquer luz branca.
O sol, por exemplo, é o maior emissor de luz azul que temos”.
Um efeito conhecido dessa luz nas pessoas é
a influência no sono. “Como a luz azul tem maior incidência na retina, que
ajuda na produção do hormônio melatonina, quando se usa o celular na cama, por
exemplo, antes de dormir temos um sono de menor qualidade. O ideal é ficar em
ambientes com luz amarela pelo menos uma hora antes de ir deitar, pois essa cor
é mais natural e agride menos os olhos”, explica o especialista, que afirma
também que não há um tempo diário recomendado para uso dos eletrônicos, pois o
dano que pode causar vai depender da intensidade do brilho da tela e da retina
de cada pessoa, que possuem resistências distintas.
Luis Alexandre revela que há diferentes filtros
que podem ser colocados em óculos e lentes de contato para diminuir o efeito da
luz azul. Contudo, esses filtros não vêm nas lentes como os que protegem contra
a luz ultravioleta, é necessário conversar com seu oftalmologista e descobrir o
mais adequado a cada caso. “Dependendo do paciente diferentes indicações são
feitas, existem pelo menos 8 tipos”, ressalta.
Dicas
Para evitar o impacto negativo desta luminosidade à visão, o médico dá algumas dicas. “Optar por luz amarela nos ambientes, atualmente temos opções de led amarelo também. Quando mais distante a luz estiver é melhor, então se for possível, pode-se colocar ela mais alta para ficar mais fraca. Ativar o modo noturno dos eletrônicos, disponível em muitos celulares e computadores, no qual automaticamente o brilho da tela diminui quando se registra 18h ou 19h, por exemplo. Pedir para o oftalmologista filtro para luz azul no óculos ou lentes de contato e diminuir o máximo que conseguir o brilho dos aparelhos eletrônicos”.
O especialista alerta que a questão do uso dos
aparelhos eletrônicos afetar mais a visão quando se está com a luz ambiente
desligada é um folclore e salienta que ainda não dá para precisar o impacto
negativo do mundo digital na nova geração. “O uso das tecnologias se tornaram
comuns de 20 anos para cá. Então, só daqui a cerca de 25 anos para se analisar
isso ainda, pois as degenerações na retina costumam aparecer a partir dos 50
anos das pessoas”, analisa.
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